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31 outubro, 2004

Obituário da Abelha
Por Fran Pacheco

"Adoro ler obituários. Sempre encontro agradáveis surpresas."
Fernando Sabino (R.I.P.)

Falleceu neste dia de las brujas, 31 de outubro do ano da graça de 2004, aproximadamente às dezenove horas e trinta minutos, na sede do TRE em Manáos, a candidatura do sr. Amazonino Armando Mendes, vulgo Negão25, abatido, ironicamente, por 25 mil votos de diferença a favor de Serafim Corrêa, vulgo Sarafa. Deixa órfãos dezenas de xerimbabos, de diversos quilates, espalhados pelos quatro cantos da administração pública.

A coroa de flores havia sido encomendada com antecedência por seu discípulo Sabino Pozinho Branco, responsável pelo arquipatético Caso Soraya. Na fita da coroa foi inscrito o valor do IPTU devido por Amazonino, revelado por Sarafa no debate da Globo. Os pregos no caixão foram providenciados pela Polícia Federal, que calou a boca-de-urna, último (e milionário) remédio possível para evitar o óbito.

Não comparecerá ao enterro o governador Aliviado Braga, salvo de bancar as delirantes idéias de seu fallecido padrastro, através da abortada "Ação Conjunta Paga pelo Governo".

Durante os meses de luto seguintes, os discípulos da Abelha que infestam a Prefeitura Carijó cuidarão de homenageá-lo raspando o tacho do erário e triturando a papelada comprometedora. Grande quantidade de Cherokees será adquirida por subalternos, nesse período.

O féretro sairá na barca Amistad, de dois milhões de dólares, rumo ao Inferno, conduzida pelo barqueiro Caronte e protegida pelo cão Cérbero. Paulo Salim Maluf está no aguardo e já se dispôs a servir de cicerone.



Post Scriptum de filme de terror B.
O cadáver político, embalsamado no caixão, abre os olhos (em close) e ouvimos seu riso satânico: "Ahahahah! Dois mil e seis! Dois mil e seis!"


FIM

 
Orai por ele.

 

Silêncio
Por irmão Paulo

A couraça das palavras protege nosso silêncio e esconde aquilo que somos, disse o jovem poeta Thiago de Mello. Na infindável hora-morta que antecede o resultado do pleito, nada se move, tudo é estático. E, de repente, do momento imóvel far-se-á o drama. Fatalmente teremos dois prefeitos, a partir do dia primeiro de outubro. A Era Galinácea se extinguirá, pouco a pouco, esmaecendo o brilho e a autoridade do Galo Velho (que sai empapuçado de dinheiro), ao tempo em que, na razão inversa, ganhará força a nova era da Abelha ou da Anta, conforme o resultado. Nós aqui, ao longo desses meses de agradável convívio, nos dedicamos a expor idéias (quase nunca compreendidas) e pugnar pela autonomia das consciências (esquecidos de questionar antes, é verdade, se existem consciências). Fatalmente, por igual, vencerá o pior.

O resultado próximo, ao menos, nos anistiará desse tema aldeão, compreensível e/ou interessante apenas para os iniciados nos sórdidos mistérios da política amazonense. Anistiado, esquecido de que falamos de políticos, já antevejo o prazer de re-explorar outros temas. Música – ah, a música, belas letras, belas artes, artes populares. A natureza humana, em instância final, pois a arte só tem valor se feita com sangue. Qualquer dos resultados é possível, e não será zebra. A vitória de um ou de outro não será folgada, mas perderemos sempre, seja qual for o resultado. Desejo apenas, com a humildade dos convencidos pelos fatos que, nesta hora fatídica e final, Deus tenha piedade de nossa atroz miséria.

 

In Memoriam
Por Fran Pacheco

Niemeyer, Millôr, Dercy, Fidel, Arafat, Saramago, García Márquez, Romário, para todos esses anciãos os grandes jornais e revistas do páis já têm, prontinhos, os obituários com os espaços em branco para o dia, hora e circunstâncias da passagem desta para a melhor.

Serafim e Amazonino (alguém merece isso?), já tenho prontos os dois obituários políticos. Vou esperar a noitinha cair para preencher as lacunas. E me anistiar dessas duas nulidades.

(Enquanto isso, Stella labuta nas ruas, Cartier dá uns flagras, Ishtar se recupera do sábado, Cecezinho assedia Ava Garner, Batatinha e Torquato viajam e Irmão Paulo curte uma Billie Holiday em seu novo Gramofone Edison).

 

30 outubro, 2004

O Debate
Por irmão Paulo

Os candidatos se fizeram presentes, mediados por uma bela jornalista, Daniela Assayag. A primeira vez que vi Daniela, e só agora ligo o nome à pessoa, foi na persona de cunhã-poranga do Boi Caprichoso – o azul. Belíssima, forma e formas perfeitas, cavalgando um cetáceo que girava, como girou, ao longo de toda a encenação. Ela, portanto, passou metade da apresentação de cabeça para baixo, o que destacou o fato de que ela estava com tudo em cima.

Daniela estreou validamente a participação de profissionais manauaras em programas exibidos em rede nacional. Já freqüentou o mais importantes jornalísticos e informativos do Brasil, sempre com reportagens simples, claras e confiáveis. De fato, não surpreende que tenha sido escolhida para conduzir o debate de ontem. Sobretudo diante do fiasco que foi o debate anterior, mediado por um ser alienígena que nada sabia da realidade local.

Daniela desincumbiu-se com louvor da tarefa espinhosa que foi conferida à sua competência. Equilibrada, serena, dona do seu espaço, segura de sua condução, conteve os ânimos das bestas em cena. Segundo me contam, Daniela foi casada com um filho do dono da emissora, não sei ao certo a história do fim, mas se estivesse no lugar do sujeito não teria perdido tão bela mulher. Nem por desinteresse, nem por ânsia de exclusividade. Waaal.

Cabelo correto, terninho discreto, de linhas sóbrias e bem cortadas, maquiagem leve, entonação grave e firme, não há como deixar de dizer que Daniela foi a melhor, senão a única, coisa (no bom sentido) boa no programa. Daniela tem uma beleza cabocla, sim, mas ao mesmo tempo clássica, exótica. O olhos afastados, os lábios misteriosos, Daniela poderia ter sido imortalizada por um Miguel Ângelo, por exemplo. Imortalizou-se, em minha lembrança, como aquela mulher linda que, em trajes sumários, cavalgava um boto no meio do rio. E viajava, rumo a nossas mentes e corpos cavernosos.

 

...
Por irmão Paulo

Heaven, I'm in heaven
And my heart beats so that I can hardly speak
And I seem to find the happiness I seek
When we're out together dancing cheek to cheek.


Waaaal.

 

Mercado livre / AM
Por Fran Pacheco

No 1º turno, um voto no Amazonino estava saindo por R$ 50,00. Pela última cotação do pregão eleitoral que obtive o Negão agora está pagando só 35 merrecas pelo voto da arraia-miúda. Milhares de 35 merrecas. Em troca você diz a cor da camisa que o Capiroto está usando na foto da urna. Uma dica: além da papada dele ocultar quase todo o colarinho, a foto (ou "fotinha", no portugrês da internet) está em preto e branco. Pode anular tranquilo no 69 do prazer e levar a grana pra beber.

Comprar votos é arriscado, mas quase sempre dá certo: o governador Joaquim Roriz (PMDB), de Brasília, escapou de ser cassado, embora tenha usado ostensivamente recursos públicos em sua campanha e comprado milhares de votos. O TSE só viu no processo "indícios" contra ele.

Já o senador João Capiberibe (PSB), do Amapá, foi cassado por ter supostamente comprado 2 (dois) votos. O TSE viu no processo "provas" contra ele.

Por que, ó Zeus, os serafetes engajados e a imprensa serafete não armam uma arapuca, para flagrar e documentar 1, unzinho voto sendo comprado? Ou um, unzinho servidor sendo coagido? Seria o bastante para por em sério risco um futuro e hipotético mandato do Mau Menino.

Mas isso é querer demais deles.

 

29 outubro, 2004

Enquanto os Terríveis não vêem a fita do debate
Por Stella Maris - especial para o Club

Ninguém aqui na redação. Todos de porre, curtindo o feriado dos funcionários fantasmas. Mandei-lhes o videoteipe. Já avisei: o melhor foi o terninho da Danny Assayag. E Osama voltou. Talvez digitalizado. The Doors também voltaram e estão no Brasil. Com um clone que não chega aos pés do Jim Morrisson. Imperdoável. Bastava ter trazido o Val Kilmer.



 

28 outubro, 2004

Um corte. Milhares de votos a mais.
Por Fran Pacheco

Só percebeu (ou entendeu como eles queriam que fossem entendida) a mensagem, um público seleto: os milhares de deseperados que fizeram o concurso para professor da Secretaria Municipal de Educação. Na vinheta "Compromisso com os servidores", veiculada diariamente na TV, o candidato Amazonino, em imagens do debate na Bandeirantes, diz o seguinte: "houve um concurso para professor. Muitos passaram. Muitos não passaram." Nesse ponto há um corte na imagem. "Mas se eu estou dizendo que vou fazer o pré-escolar, é claro que eu vou precisar de todo mundo. E lá pra frente eles farão o seu concurso. Eu não vou demitir ningúem."

O que vocês, que não fizeram o concurso entenderam? Que ele não vai demitir ninguém da prefeitura, ou seja, os milhares de servidores temporários estão garantidos. De fato, foi isso que ele disse no debate.

Porém, porém, graças à manhosa edição, o que os milhares que fizeram o concurso e não passaram entenderam? Que "Amazonino vai chamar todo mundo! Até os que não passaram no concurso!"

Cinema é edição, como pregava Eisenstein.

Bingo.

 

NULO
Por irmão Paulo

Só há uma forma de manter a coerência nas eleições de domingo e contribuir ativamente para que tenhamos oportunidade de renovação. Anular o voto. Dos piores, foram os piores para o segundo turno, como sempre. Aliás, com exceção, talvez, do pequeno Herbert, de quem nada sei, o elenco disponível para a escolha do eleitor manauara foi sofrível desde o início.

A falta de quadros políticos tem muitas explicações possíveis e plausíveis, embarco na que me parece mais razoável. As lideranças políticas nascentes, salvo algum fenômeno excepcional de um líder carismático tão poderoso que mesmerize (de Mesmer) a todos falando de sobre uma caixa de engraxate, cevam-se nas tetas das lideranças políticas consolidadas, para ficarmos no Amazonas: Gilberto Mestrinho foi “criado” por Plínio Coelho, Amazonino por Gilberto, Eduardo por Amazonino. (Quem é Alfredo Nascimento?). Assim, a falta de quadros decorre do fato de que as lideranças políticas deliberadamente sufocam os poucos que têm algum potencial, pois são concorrentes em potencial e não há espaço para muitas lideranças. Eduardo precisou romper para sobreviver, por exemplo. Outros exemplos: não existem lideranças no PCdoB, além do casal imperial – em torno do qual tudo gira, nem no PSDB além da família Artur, muito menos no PSB, um partido de desdentados controlado com mão-de-ferro (ou seria dedo-de-ferro) por Serafim. Assim, se o elenco de candidatos é uma merda, devemos isso aos próprios candidatos.

Votar nulo e conclamar, utopicamente talvez, as mentes livres a fazerem o mesmo é a forma mais efetiva de questionar a legitimidade do pleito e de seu resultado. É protesto, de fato. Jurista não sou, mas parece meio óbvio que um pleito onde menos de 50% dos eleitores votaram não pode ser considerado válido. Há exemplo recente disso. A Anulação em massa é a rejeição aos candidatos que se apresentaram e é um direito do eleitor. O eleitorado, meus filhos, não é obrigado a escolher um dos que se apresentam pelo simples fato de se terem apresentado à escolha, pode rejeita-los. E, ao rejeita-los, provocar novo debate, desta feita com novos candidatos – vez que aqueles foram rejeitados. Não deixa de ser um cenário hipotético interessante.

Evidentemente o pleito estaria exposto às tramóias de todos, sobretudo à genialidade política de Amazonino que, em favor de um laranja qualquer, poderia repetir a engenharia que desbaratou o “grupo” político de Alfredo Nascimento e aclamou Carijó Prefeito-tampão, garantiu o apoio de mais de 15 deputados estaduais e diversos prefeitos do interior, além do Sen. Mestrinho, do governador do Estado e diversos deputados federais. Mas isso, já outra história que, no rol das suposições, vem bem depois da anulação da eleição de domingo.

Minha contribuição darei ao possuir o Jeca na hora em que este for votar. Vou toma-lo de assalto e tascar um voto nulo! Desculpem o alongado das palavras e o erros, não tive tempod e fazer a síntese, como diria Pe. Antonio Vieira. E nem a revisão.

 

27 outubro, 2004

A última aberração da eleição
Por Fran Pacheco


O horror! O horror!


Escanearam o Amazonino! O resultado, sacolejante, ao som de um medonho funk, é o Bonde do MC Negão 3D - uma mistura digital de Don King com Jabba The Hut. A que ponto chegamos, senhores...

 

UM INSTANTE MAESTRO!
Por irmão Paulo

Quem comanda o discurso não é a voz, como se sabe, e sim o ouvido. Da mesma forma que quem comanda a leitura não é o escritor, mas o leitor. Assim, não espanta que achem que este espaço anarcho-philosophico possui um lado. Os Serafetes de plantão, silenciosos agora, crêem que somos, sou, Amazonino Mendes desde criancinha. Os Amazonetes, por sua vez, vêem o lugar como um ponto de encontro vermelho. Repito, não admira que a escumalha me lê não me compreenda, já me acostumei a isso. Como disse o Jabor, quando morri, tem gente que não gostava de mim porque eu era (sou!) muito inteligente e, às vezes, não era (sou!) compreendido.

Uma égua que se intitula Aquela que diz, mas que pode ser um asno assinando com pseudônimo feminino (um maricas, portanto), tenta fazer ligação entre este espaço e um Blog que fala mal do Serafim. Aliás, segundo afiança a anônima criatura, o site é apócrifo e, inclusive, foi enviado um email divulgando o site também de forma apócrifa. Achei interessantíssimo o Blog, li-o de cabo à rabo, com perdão da expressão. Mas peca o lugar pela falta de cre-di-bi-li-da-de, pois que francamente amazonista. Mas gostei, porque não creio em santos, muito menos em Saint Serafin.

Política, por definição, é uma atividade para a escória da sociedade. Dona Zilda Arns, por exemplo, faz seu trabalho belo, mas não quer saber de política, porque não é escória, apesar de católica. Apenas os piores, os mais brutos e selvagens, dissimulados e traidores, mentirosos e criminosos prosperam no mundo cão da política profissional. Por uma razão simples, o homem que vive entre feras sente inevitável necessidade de também ser fera. O que quero dizer é que na escala da evolução moral, pra minzinho, Serafim e Amazonino - Amazonino e Serafim, estão no fundo do poço, não passam de dois cagalhões enormes, atravessados na latrina de nossas vidas, sem que ninguém tenha coragem de amassa-los para que corram esgoto abaixo.

Considero uma ofensa ser rotulado de amazonista, como considero ofensa maior ser rotulado de Serafete. Pra mim, povo bunda que me lê, Serafim é pior que Amazonino em todos os sentidos, o que não significa que este último sirva pra alguma coisa além de matéria-prima de adubo, como todo monte de esterco que se preze.

Serafim é mentiroso (segundo Jefferson Peres), dedo-duro, corrupto e incompetente (segundo Artur Neto), fraudador de eleição, etc. Amazonino é um ladrão contumaz, cercado de um eclético e heterogêneo grupo de bandidos da pior espécie, que vai de um Sabino “Cálebro” até um De Carli, passando por Egmerdo Rasputinsta, para homenagear Fran com um trocadilho mais que infame. Mas Amazonino é autêntico em sua malandragem e arrogância, e os seus são autênticos ao assumir a filosofia do “rouba mas faz”. Serafim, ao contrário, quer enganar, se fazer de santo, aparecer como detentor do monopólio da honestidade (tal qual Jéferson Peres) e, por isso, desperta-me asco. Um pelo outro, sobra um peido de troco. E Já que estamos falando de funções excretoras, ao defender a isenção de nosso café, gostaria de concluir desejando Àquela que diz, bem como ao distinto público, honradas famílias e digníssimas mães, que tomem no olho dos vossos cus.


 

Por que me ufano de meu país
Por Fran Pacheco

  • Estudos indicam que em 20 anos, 90% da população mundial estará comendo merda.
  • Estudos indicam que em 20 anos só haverá merda para alimentar 25% da população mundial.
  • O Brasil é o único país do mundo que caminha para a auto-suficiência no setor.

 

26 outubro, 2004

Receitas secretas dos Terríveis (1)
Por Fran Pacheco

Processo Produtivo Básico de Uísque Paraguaio

Ingredientes:
01 (hum) litro (seco) de uísque de qualquer marca;
01 (hum) litro (cheio) de álcool;
01 (huma) colher (sopa) de mercurocromo;
04 comprimidos de cibalena;
01 padre.

Modus operandi:
1) Encha o litro seco de uísque com 1 litro de álcool;
2) Adicione a colher de mercurocromo e agite;
3) Misture os comprimidos de cibalena (já prevendo a dor de cabeça);
4) Remexa até a mistura ficar uniforme;
5) Peça para o padre batizar.

Parabéns, você acabou de produzir na Zona Franca de Manaus o primeiro uísque paraguaio 100% nacional. Consumir depois das eleições.

 

25 outubro, 2004

Sabedoria do Além (3)
Por Fran Pacheco

"Não entro em clube que me aceita como sócio."
Groucho Marx (1890-1977), declinando de nosso convite.

 

Pensamentos
Por irmão Paulo

I
Hoje em dia chamar alguém de preto ou de nego, apesar do apelo telúrico e absolutamente incorreto do Negão25, é crime. No meu tempo, branco era branco e preto era preto. Chamar um mulatinho de azulão, por exemplo, era um gesto de carinho, um acolhimento - hoje é ofensa. Os boçais que se ofendessem e fossem reclamar, levavam logo um catiripapo de nossos pais e saiam sambando. Pra aprender o que é bom.
II
Um pouco de Dante nessas eleições cairia bem. Lasciate ogne speranza, voi ch'intrate. Essas palavras, em cores escuras, deviam estar escritas no alto das portas das seções eleitorais. Em bom português, percam todas as esperanças, os que entram.
III
Em um exercício intelectual identifiquemos os maiores defeitos de Serafim (dedo-duro, fraudador de eleição, filhote da ditadura, incompetente e mentiroso - segundo Jefferson Peres) e Amazonino (ladrão contumaz). Identificados os defeitos, como num comando de Photoshop, estirpemo-os das respectivas personalidades. E então, o que resta? Resta alguém que nunca fez nada e alguém que fez tudo.
IV
Serafim é apoiado por Alfredo Nascimento, Lula e Miguel Arraes. É preciso 200 intelectuais para, pelo menos, zerar o Q.I. dessa junção que, ao menos agora, bate fácil a casa dos mil pontos negativos. Serafim posa de oposição mas tem o apoio do homem público que governou Manaus por mais tempo durante esses vinte tão falados anos, Alfredo Nascimento. Aliás, não admira que 1. a cidade esteja uma merda e 2. Serafim esteja caindo pelas tabelas.
V
Torpe, é o mínimo que se pode dizer da ação do "célebro" (Sabino, pra quem não conhece). Tudo é desculpável, chamar de corno, ladrão e viado. Hostilizar os familiares e descobrir filhos bastardos, mas foi um golpe baixo do "Célebro" revelar que Serafim não passa de um tarado. Foi muito chato todo mundo saber que o cara gosta de baranga. Só falta agora o cara se engraçar com a Dercy Gonçalves.
VI
Lá pelas tantas, no horário eleitoral, algumas caiporinhas a mais, AnalfaLULA chegou a desejar transformar-se em um morador de Manaus, o que me fez ficar pensando como se daria isso. Bom, atarracado e buchudo ele já é. Ficaria, progressivamente glabro, moreninho, perderia os caninos para as cáries (seu português permaneceria intacto, entretanto) e, ao final da transformação, sairia dançando boi ao som do último hit de campanha.


 

24 outubro, 2004

Fran Pacheco acusado de engravidar noviças rebeldes
Por Stella Maris - especial para o Club


Irmãs montam guarda no convento para impedir nova incursão do espírito sedutor. Percebam a satisfação nos semblantes.

O festival de grávidas que assolam o país chegou ao Club dos Terríveis. Irmãs do convento das Madres Cenobitas, nos confins da Botocúndia, denunciaram o falecido Fran Pacheco à Comissão Demolidora de Reputações como sendo contumaz deflorador de carolas. O espectro bigodudo de Fran teria engravidado ao menos 27 noviças nos últimos 2 meses. Para isso, teria se valido dos mais sórdidos artifícios. Ora teria se passado por um zelador retardado, mudo e bem-dotado. Ora teria feito as vezes do Barão Von Trapp, cantarolando Edelweiss e atraindo as almas inocentes para o bote. Algumas noviças afirmam ter visto Fran ao natural, só de bigode e chapéu coco, fazendo traquinagens em seus claustros. A porta-voz do convento, Sóror Lisbela Espanca (150 kg), afirma ter sido ela própria "sondada" pelo defunto sedutor. "Ele estava só com um barrete de Bispo. O bafejo gélido de Fran está até hoje impregnado em meu corpo", suspira a religiosa.

O depoimento de Sóror Espanca causou furor nas galerias do parlamento, quando ela desceu aos detalhes mais picantes do suposto enlace. Em respeito à linha editorial deste órgão noticioso, preferimos omitir tais descrições. Podemos adiantar que o ectoplasma de Fran fez "barba, cabelo e bigode" na depoente, além das arrojadas variantes "cossacos de Cossovo" e "sete anões ao mesmo tempo agora". "O defunto era um verdadeiro súcubo sexual", afirmou Sóror, com indisfarçável satisfação no rosto.

Fran Pacheco nega tudo, exceto os elogios a seus atributos espectrais. Afirma que apenas "rodeou o convento" e "vez por outra dei umas entradinhas, para conferir os belos vitrais bizantinos. Jamais interromperia os serviços religiosos. No máximo, avaliei o estado de conservação dos claustros e do vestuário das noviças. Talvez tenha me manifestado para uma ou outra, mas de longe. Raríssimas vezes travei um contato mais próximo e sempre contra a minha vontade. Não, não podem ter sido 27, até para mim seria demais..."

Fran considera tudo uma "armação" da Operação Rasga Mortalha, deflagrada por extintos órgãos de repressão para apurar possíveis falcatruas cometidas pelos Terríveis. Para ele, o caso está "natimorto" e desafia: "elas que apresentem os curumins!" Quando informado que os curumins bigodudos estão sendo providenciados, Fran, um pouco acuado, prometeu conseguir o depoimento de seu advogado do diabo, Padre Quevedo. O velho e ranzinza jesuíta é radicalmente contrário às relações sexuais entre vivos e mortos, mesmo dentro do casamento. E vai logo avisando: "amante morrto non paga pensão! Non paga!"

 

22 outubro, 2004

Eles sarafam e o Negão seferra
Por Fran Pacheco

(Eu tinha pensado em outro título para este post, mas tenho uma queda incurável por trocadilhos infames...)

Empate técnico ou vantagem literária para o Sarafa? Aníbal, que é poeta à Beça, aderiu à campanha do carequinha. Não sei se foi ele, com sua verve no manejo da última flor do Lácio, quem cunhou o verbo "serafar". A seu favor, o fato de ninguém lembrar dos arcaicos "malufar" ou "brizolar". Aníbal aparece na Tv, todo bonachão, brincando com a máscara do "pai de Jimmy Neutron" e declamando: "Sarafa, o futuro mais que prefeito... do indicativo!" Dá-lhe, poetão!

Na disputa intelectual, Amazonino Mendes tinha largado com um Estatutos do Homem de vantagem. Com a adesão de seres de Q.I. negativo, como Sabino Pozinho Branco e Bruno Babbaca às suas hostes, a conta começou a pender pro lado da oposição. Agora está posta a questão:

(1 Aníbal Beça + 1 Márcio Souza) > (1 Thiago de Mello)?

P.S. Momento Prof. Pasquale: No anúncio da Tv, o verbo "sarafar" é conjugado errado, pois o correto é "vós sarafais" e não "vós sarafeis". É isso.



 

O "célebro" do Super Sabrino
Por Fran Pacheco


 

21 outubro, 2004

Debate Amazonino X Amazonino: não vi e não gostei
Por Fran Pacheco

Foi o que me disseram os vivos. O debate da Rede Bandeirantes entre os candidatos Amazonino Mendes e Amazonino Mendes, mediado por Otávio Ceschi Jr., de São Paulo (Brasil), correu sem maiores incidentes. Os participantes concordaram em todos os pontos questionados. Não houve troca de acusações ou agressões verbais. Pelo contrário, Amazonino Mendes elogiou, repetidas vezes, a competência e experiência de seu debatedor, Amazonino Mendes. Mantendo a elegância, evitaram tocar em pontos nevrálgicos como Operação Albatroz, prisão de ex-secretários, indiciamento de vice por formação de quadrilha, desbunde do Bisneto, bimbadas do Sarafa, porrada na Câmara Municipal, volta do Omar Habib's ao ninho das cobras, tráfico de cocaína no currículo do vereador mais votado, compra de votos no dia do pleito, armações do bruxinho Egmerdo Batista, uso eleitoreiro da máquina pública municipal e estadual, coação de funcionários públicos, novo iate de dois milhões de dólares, dossiê secreto de 34 denúncias contra o Sarafa, coleção de processos no STJ contra Amazonino e Halloween VIP do Negão.

O mediador mostrou-se imparcial, não favorecendo nenhum candidato. O clima amistoso estendeu-se aos cabos eleitorais e assessores dos debatedores, que se confraternizaram ao fim do debate. Cada candidato desejou ao outro a vitória na eleição. Pesquisa instantânea do instituto Ocus Pocus, entre as 20 pessoas na cidade que assistiram à transmissão na íntegra indicou empate técnico quanto a quem ganhou a contenda. Única ocorrência médica: a exposição prolongada a 1 hora de discurso do Negão deixou certos fãs, como o Moço do Flog, em estado irreversível de êxtase tântrico.

 

Toma que o filho é teu!
Por Fran Pacheco


Adote um candidato. Mas não me chame para criar!
(em coro, os nenéns cantarolam: "mãmã eu télo mamá!")



 

Todo poder aos anencéfalos!
Por Fran Pacheco

"O sofrimento não degrada a dignidade humana. É, ao contrário, essencial na vida humana. (...) O sistema judiciário só repudia o sofrimento por atos injustos, o que não é o caso.”
Ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal


O caso em questão é o sofrimento das mães de fetos anencéfalos, obrigadas por Lei a carregar no ventre um cadáver em formação, um organismo cujo coração deixará de bater assim que, digamos, "nascer".

O ministro em questão, o Dr. Cezar Peluso, é o primeiro caso relatado de anecéfalo ambulante e com notável saber jurídico. Ele e mais 6 fundamentalistas togados (inclusive 1 mulher, a Dra. Ellen Gracie) mantiveram ontem (20/10/04), na prática, a proibição e o caráter criminoso do aborto nesse tipo de gravidez.

Registre-se que tudo é provisório. O mérito da questão ainda não foi julgado. A votação foi relativa a uma filigrana processual, incompreensível aos não iniciados na mecância quântica jurídica brasileira. Mas o simples fato de a proibição a este tipo de aborto voltar a vigorar indica que os anencéfalos (legisladores ou julgadores) estão vivos sim, e à solta. E têm o poder nas mãos.

 

20 outubro, 2004

Histórias de Phadas e Phodas (1)
Por Fran Pacheco

Do Livro dos Seres Políticos Imaginários: O Gog

O Gog é um feto ambulante, o concepto de uma bruaca com uma mala preta recheada de vil metal. Nenhuma equipe da Real Sociedade Científica jamais conseguiu registrar sua imagem. Arredio, vive sob cárcere privado, em paradeiro errante, ora nos confins do Grão-Pará, ora nos limites difusos da Cisplatina. Nunca dá com a língua nos dentes, pois sua arcada dentária fica na testa. Não possui documento oficial de nascença, parido que é no valhacouto da clandestinidade, pelas mãos das 3 fúrias (Megera, Alecto e Tsífone). Sua tipologia é variável, ao sabor das oferendas, conforme o pai que se lhe queira imputar. Às vezes é um feto barbudo, às vezes glabro e calvo. Até turco ele pode ser. Não confundir com os Delfins, vastíssima casta de filhos de Botos-Tucuxis, seres em estado terminal no folclore político.

O Gog manifesta-se sempre na estação das eleições tropicais (entre o equinócio de primavera e o solstício de verão). Ele é atraído pelos estertores do grande verme Cândida Turaofficialis (consultar verbete sobre este monstro) em vias de ser defenestrado. De sua existência ficam sabedores os druidas batistas, que fazem espalhar a notícia pela voz dos eqüídeos sabinos. Seu advento causa grande comoção nas massas. O infeliz a quem é imputada a paternidade do Gog torna-se um sonâmbulo, inapto para debates na Tv, até que se desafaça o encantamento. Ao final da apuração, exaurido como assunto, o Gog recolhe-se ao aconchego do Tártaro, onde se põe a hibernar.

Quando, no fim dos tempos, o Gog encontrar-se com seu antípoda, o Magog (a serviço da coligação contrária), reinará o Caos Final no sistema eleitoral. Os oráculos prevêem uma orgia dionisíaca, com a Grande Unificação de todos os clãs políticos numa suruba sanguinolenta (financiada pelos aldeões).

 

19 outubro, 2004

O Bebê de Amazonery (I)
Por Fran Pacheco

Um voto (cafajeste) de confiança em Serafim Corrêa:


... não... essa nem eu comeria...


 

18 outubro, 2004

Falou, Amistad!
Por Fran Pacheco

Amistad é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração, assim falava a canção
Que no Amazonas ouvi ...


Consta que quase tudo o que Amazonino Mente usufrui é de propriedade de seus amigos do peito. Com muito sacrifício, muita camisa suada, economizando o ordenado de governador e tomando um dinheirinho emprestado à Caixa, ele ergueu uma casa, digamos, decente, às margens de um igarapé. Essa, Pelo menos, está em seu nome. É coisa rara. Os figurões da Receita Federal, os mesmos que te enchem o saco por um erro na tua mísera declaração do Imposto de Renda, acreditaram na história. Como diria Edir, toda crença tem seu preço.

A casa, ou melhor, o feudo anterior onde o negão morava pertencia a seu amigo Otávio Raman Neves. Agora, o nababesco iate Amistad (Amizade), cuja existência foi revelada pela Agência Maskate, pertence a seu amigo Carlos Edson, que toca o ramo gráfico da colméia, a Editora Novo Tempo.

É uma pena que a Lei não possa ser feita tendo em vista uma só pessoa. Se pudesse, que se baixasse uma norma personalizada: "fica decretado que o cidadão Amazonino Mente deverá relacionar, em sua declaração de bens, o rol completo de seus amigos". Afinal, pelo que podemos constatar, eles são o seu maior patrimônio.

 

17 outubro, 2004

Quadro póstumo de Fran Pacheco barrado na Bienal
Por Stella Maris - especial para o Club


Transeunte aprecia a obra de Fran.

Botocúndia - O monumental quadro póstumo do bigodudo terrible Fran Pacheco, intitulado Branco com um Buraco no Meio foi impedido de integrar a mostra oficial da Bienal Mediúnica de Arte de Uberaba. O curador do evento, o babalorixá norueguês Häns Björg Luambala, alegou o não cumprimento do prazo de inscrição, que se encerrou, pelas suas contas, há trinta e cinco anos. Fran alega um complô contra a Zona Franca de Manaus e patrulhamento estético, pois a bienal estaria dominada pelas "panelinhas das funerárias paulistas e dos necro-modernistas cariocas do Cemitério Parque Lage".

Fran não poupa críticas à curadoria: "só de girassol de Van Gogh paraguaio já vi uns quinze. Bandeirinha junina do Volpi, umas duzentas, todas chinesas. Os Gasparettos fizeram a festa. Estão privilegiando uma sub-arte funcional para pendurar em parede de centro espírita. A minha obra tem atitude. Atitude!!"

O polêmico quadro já surge revolucionário na forma: um quadrado com 20 metros de altura por 32 de largura. "É o primeiro quadrado em proporção áurea da história", explica Fran. O "buraco no meio" a que se refere o título, feito com uma ponta de agulha, "provoca" os espectadores a encontrá-lo. Uma dica de Fran: "não é bem no meio, não. A composição ficaria monótona e sem sentido. Fugiria à minha proposta". A obra joga com conceitos de chiaro-chiaro, suprematismo-muralista-minimalista e boi-bumbá. "Não podia deixar de dar um toque regionalista", explica o artista, sem entrar em detalhes.

Pacheco pretende reunir outros mortos marginalizados ou simplesmente pirados, como Bispo do Rosário e o profeta Gentileza, para compor uma aparição coletiva em plena alameda principal da necrópole de Uberaba. Costinha e Aracy de Almeida foram convidados para compor o júri do happening. Fran confessa que desde 1955 sonha em ser esculhambado pela Aracy.

A entrevista é bruscamente interrompida quando Fran Pacheco, num sobressalto, corre em direção ao quadro: "Porra! Penduraram de cabeça pra baixo!"

 

Poderia ser pior, manauaras...
Por Fran Pacheco


 

15 outubro, 2004

Bom FDS VIP a todos!
Por Fran Pacheco

No princípio, eu não entendia a linguagem da Teia de Alcance Mundial. Eu só conhecia o RSVP, mas isso é do tempo em que as pessoas ruborizavam (e morriam com golpes de ar). De qualquer forma, neste FDS (fim-de-semana, tia Coló) , jovens eleitores VIPs de Amazonino Mendes (PFL) colocarão o bloco na rua. Nosso amigo do flog (eu também não sabia o que era flog) estará rindo, rindo a bandeiras despregadas, em belíssima companhia feminina. Quem negará o pedido encarecido de uma Luciana Lady Smorigo, na janela do seu carro, para pregar um broche da abelha na testa? E um apelo manhoso da Milena Fagundes, sob um sol de rachar catedrais? Resistir quem há de?

(Para menininhas e liberais: Josué Neto.)

Consta que todo um background musical bovino estará à disposição da moçada. Pelo menos foi o que deduzi do We Are The World que 99% dos crooners de boi e brega da cidade gravaram para o Caboco Suado. Mas creio que os VIPs gostam mesmo de bate-estaca (estou certo? Ou techno é do tempo do Kraftwerk?). E de Halloween (sem Curupira ou Matinta-Pereira).

A Juventude Amazonista VIP se mobiliza, a bordo de Cherokees e Land Rovers. Quero crer, como atenuante, que movida apenas pela perspectiva de muitos e bons negócios para si ou para os papitos. Capitalismo precoce, meus caros. Por outro lado, os que entrarem nessa por "ideologia", por "conta própria", sem almejar uma pontinha no Sistema e por puro "amor e admiração" pela figura do negão, estes são eleitores com os pés no chão. E as mãos também.

 

E durma-se com um barulho destes 2
Por irmão Paulo

A origem da frase todos já conhecem, falemos, pois, do que nem todos sabem. Em ordem cronológica, as diversas faces de Serafim:

Nada a esconder - "O site de Serafim na Internet não mostra as “atividades profissionais” do elemento no período de 1965 (quando ele tinha 18 anos) a 1976 (quando ele entrou para a Receita Federal). É que nesse período ele era “araponga” do Serviço Nacional de Informação e fiel militante da Aliança Renovadora Nacional (Arena). Quantas pessoas ele “dedurou” para os militares, acusando-as de “subversivas”? O senador Fábio Lucena falava em 37 sindicalistas e 26 estudantes, mas o número deve ser bem maior."

Trabalhador - "Ele exerceu o cargo de vereador por oito anos (1988-1996), mas nunca teve um projeto de lei aprovado. Sua produção legislativa é pífia. Sequer produziu cópias dos seus discursos para a posteridade."

Defensor da zona Franca - "Em 1993, Serafim denunciou a Kia Motors de estar “maquiando” utilitários em Manaus, porque a empresa usava o sistema drawback, e entrou com um processo na Justiça Comum, atrasando em 10 anos a implantação da fábrica sul-coreana no Distrito Industrial. Desfeito o nó na Justiça, o projeto do utilitário Cross Lander foi aprovado na Suframa em 2002, com investimentos de US$ 30 milhões em três anos. Mas, por via das dúvidas, a nova fábrica da Hyundai, que comprou a Kia Motors, será construída na Bahia."

Oposicionista convicto - "Em 2000, quando não passou para a disputa do segundo turno pela prefeitura, Serafim lançou uma carta aberta ao povo de Manaus, distribuída à imprensa, onde dizia: "Na democracia é assim: ganhar ou perder faz parte do jogo. E Manaus preferiu duas outras candidaturas, o que pode ser comparado ao final de uma Copa do Mundo ou Olimpíada. Se o Brasil perde, ele não tem porque interferir no jogo dos que ganham e disputam a final". Aí liberou seus militantes para votarem em Alfredo Nascimento, candidato da situação, que acabou derrotando Eduardo Braga, o candidato das oposições."

Ah! Lembro também que Amazonino construiu uma mansão no Tarumã a um custo incompatível com sua renda (Nem pra pegar isso o Serafim serviu). Tem um castelo na Europa, seis quilômetros de litoral em São Paulo, é sócio do DB, da Rádio FM, de umas 5 construtoras, do Diário do Amazonas e do Estado do Amazonas, da Hermasa dentre outras ousadas atividades empresariais.

 

E durma-se com um barulho destes
Por irmão Paulo

Como anota o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, a polca-tango " E...durma-se com um barulho destes", de autoria de J. Garcia Cristo, foi inspirada na frase-desabafo de Lopes Trovão (que ajudou a redigir a ata da Proclamação da República) contra os apitos dos guardas noturnos, que o impediam de dormir à noite. Lopes Trovão e J. Garcia sumiram nas brumas do tempo, mas a frase ficou.

Dissipando cuidadosamente as brumas do tempo, lembro que em 1978, dois anos depois de ter sido nomeado auditor da Receita Federal pelo general Ernesto Geisel, Serafim Correa, ao lado de Raul Veiga, Raimundo Parente, Jamil Seffair e Mário Haddad, participaram da maior fraude política daquela época, elegendo senador João Bosco Ramos de Lima –Arena (alguém lembra desse sujeito?) e derrotando Fábio Lucena –MDB (incensado por 10 entre 10 lideranças progressistas amazonenses). As cédulas eleitorais eram fraudadas no escritório do Raul Veiga, a vinte metros do TRE (que funcionava no prédio da rádio Rio Mar). Bosco morreu alguns meses depois de assumir o cargo (o cara já tava condenado). Serafim continuou na Arena (depois PDS) até 1986, quando entrou para o PDT junto com os “fraudadores” citados anteriormente. PDT que, hoje, reúne na mesma latrina Jefferson Peres, Mário Frota e Paulo de Carli. Eis os fatos.

Ah! Lembro também que Amazonino construiu uma mansão no Tarumã a um custo incompatível com sua renda (Nem pra pegar isso o Serafim serviu). Tem um castelo na Europa, seis quilômetros de litoral em São Paulo, é sócio do DB, da Rádio FM, de umas 5 construtoras, do Diário do Amazonas e do Estado do Amazonas, da Hermasa dentre outras ousadas atividades empresariais.

 

14 outubro, 2004

Se fores capaz de negar, negar e negar...
Por Fran Pacheco

"...Então, meu filho, agora és um Político!"

Disso pode se orgulhar o Senador Virgillius Nectus, após o pedido de desculpas de seu "tesouro", Virgillius Bisnectus, o Moço, no palco da Assembléia Legislativa. Bisnectus desculpou-se humildemente perante seus pares, por não ter feito bundalelê no Ceará, por não ter apresentado a régia buzanfa na delegacia como testemunha de defesa, não ter dito que seu relógio valia mais do que a delegada, não ter tomado um porre homérico, não ter agredido um turista holandês no hotel, não ter urinado na rua, não ter jogado latas de cerveja em transeuntes muito menos ter tentado atropelar um incauto, ainda que de brincadeirinha. Tudo isso teria sido uma alucinação coletiva, amplificada pela polícia cearense e pela mídia nacional (todos petistas) interessados em calar a voz do tribuno Virgillius Nettus, o Destemido.

Bisnectus, o Diamante (essa é da lavra do Liberman Moreno), pediu perdão à sociedade por ter, única e exclusivamente, levantado a voz (um pouco acima do tom) para um truculento guarda que estaria perpetrando uma arbitrariedade contra um amigo indefeso. Quanta humildade! Subir à tribuna para se escusar por tão pequeno excesso, cometido com o ímpeto genético de um guerreiro highlander ainda imberbe, na flor da idade!

Sempre relembrando o clã a que pertence, o jovem Príncipe Valente finalizou a "retratação" com o desejo de "um dia ter a bunda, perdão, o nome gravado na Galeria de Honra da Assembléia!" Comoção geral entre os pares. Só faltaram as flores serem jogadas no palco e os nobres deputados gritarem: "Bravo! Bis! Bis! Mostra! Mostra!"

Pelo menos nos anais do folclore político regional ele já foi introduzido. E aqui se encerra o batismo de fogo da nova liderança que este abonado País das Amazonas ganhou.

"...És um político, meu filho! Pode comemorar! Pena que a Okotberfest já tenha terminado..."

 

Experimentado linguagens
Por irmão Paulo

Diferença entre o Solteiro e o Casado


Solteiro


Casado
Soninha sempre foi uma mulher atípica e à frente de seu tempo. Mas casamento é mesmo estranho, na maioria das vezes destrói a individualidade e aquela réstia de mistério imprescindível à manutenção do tesão, lato sensu. Experimento, pela primeira vez, a linguagem pictórica para comunicar-me neste ambiente virtual. Não sei se consegui.

 

13 outubro, 2004


 

Preparando o terreno com Thiago de Mello
Por irmão Paulo

Arte de amar

Não faço poemas como quem chora,
nem faço versos como quem morre.
Quem teve esse gosto foi o bardo Bandeira
quando muito moço; achava que tinha
os dias contados pela tísica
e até se acanhava de namorar.
Faço poemas como quem faz amor.
É a mesma luta suave e desvairada
enquanto a rosa orvalhada
se vai entreabrindo devagar.
A gente nem se dá conta, até acha bom,
o imenso trabalho que amor dá para fazer.

Perdão, amor não se faz.
Quando muito, se desfaz.
Fazer amor é um dizer
(a metáfora é falaz)
de quem pretende vestir
com roupa austera a beleza
do corpo da primavera.
O verbo exato é foder.
A palavra fica nua
para todo mundo ver
o corpo amante cantando
a glória do seu poder.

 

12 outubro, 2004

Cada um em seu devido lugar
Por Fran Pacheco

Só tenho uma coisa a dizer a favor de Serafim Correia: ele não é Amazonino Mendes.

 

11 outubro, 2004

Notas do Subterrâneo
Por Fran Pacheco

No Céu, no Céu...
Feriado oficial em reverência à santa padroeira do Brasil, Estado leigo, separado da religião há cento e treze anos. Azar dos iconoclastas do reino de Edir. Sorte a de vocês, não-praticantes. E o Yom-Kipurr, o Ramadã (que nem é dia, é mês) e o dia de Zumbi dos Palmares, como ficam? Eu, aqui no Mundo de Kardec, há muito desobrigado de meus offícios, aproveito para tomar um porre etéreo. Evoé.

Enquanto isso, em Roma...
Começo a achar que Jim Kerry tem sim, cara de presidente. Apesar dos elogios rasgados de Anal do Jabor. Se Jabor elogia algo, desconfie. Mas uma coisa é certa: Kerry, Nader, Larry Flint, John Stagliano, qualquer josta é melhor que um retardado-por-opção e genocida como Blush. Ah, que saudades da era Clintoris. Vista daqui de cima, a sacanagem se resumia a alguns cigarettes (e alguns Tommahawks na bunda do Milosevic).

Bertolt Alerta
Fato inédito na História do País das Amazonas: Amazonino em 2º lugar numa pesquisa (se a pesquisa indica 46% para ele, podem cravar, na realidade, 36%). Amazonino já era. Mas a cadela que pariu o Sistema sempre está no cio. Não descuidemos.

Avisem o Zé Dirceu
Uma dica para o movimento anti-apiculturista. Vamos entupir a caixa postal do Zé Dirceu com o e-mail: "Ele está entre nós! Livrai-nos de Egberto Baptista PT saudações." Logo, logo, uma Albatroz 2 baixará na cidade.

Egberto 2
Seria ele, professor emérito da Escola Superior de Politicagem?

Novo Tempo (não é a gráfica)
Nos velhos tempos da dupa de zaga do Negão, Pascarelli & Jomar, Vanessa era execrada diariamente no programa pornográfico do Super Sabrino e não conseguiu nenhum direito de resposta. Com a saída dos beques, Sarafa já conseguiu 3. Foi preciso muito treinamento pavloviano para fazer Sabrino conter a matraca e engolir o direito de resposta. Num ato falho, porém, disparou: "eu sempre lutei contra os mais... os menos favorecidos!"

 

À propósito
Por irmão Paulo

A explicação para a existência de Bruno Sabbá, vulgo Brunno Babaca, é a misteriosa pratical joke da natureza que faz, de mil em mil anos, uma anta nascer em forma de gente.

 

Atração Fatal
Por irmão Paulo

Andei espionando o Jeca que me serve de canal entre o nosso mundo dos vivos e o de vocês, ergo, mortos e me espantei com as impublicáveis e delituosas andanças virtuais da criatura. Pesquei algo que repasso ao distinto (e)leitor:

"COISAS QUE SE ATRAEM

Olhos e bunda.
Nariz e dedo.
Pobre e funk.
Mulher e Vitrine.
Homem e cerveja.
Chifre e dupla sertaneja.
Moeda e carteira de pobre.
Tornozelo e pedal de bicicleta.
Leite fervendo e fogão limpinho.
Velho ou pobre e show do milhão.
Dedinho do pé e ponta de móveis.
Camisa branca e molho de tomate.
Tampa de creme dental e ralo de pia.
Café preto e a toalha branca da mesa.
Chave trancando a porta e telefone tocando.
PT e cagada...."

 

Rescaldo Eleitoral
Por irmão Paulo

Investigando o arcabouço de memória deste Jeca que me serve de médium encontrei algumas passagens curiosas desses últimos dias. Em depressão pós-pleito, Bisnetinho afasta todas as dúvidas e apronta em Fortaleza, relembrando a procedência da assertiva segundo a qual mostrar a bunda é coisa de veado. Arturzão declara, sem que me seja possível divisar, ainda, seu interesse, que Amazonino é o melhor candidato para Manaus. Plínio Valério, aliás Beato Salú segundo a memória deste Jeca, fica neutro contra Serafim no segundo turno e, como tiro de misericórdia, Serafim ganha o apoio do liberal e aziago Ministro dos Transportes, como diria meu estimado amigo Fran Pacheco. Aliás, Fran Pacheco está se firmando como o terceiro melhor humorista amazonense. Só perde para Carla De Carli e para o casal do Programa Big Bang.

Não entendo o que acontece com a mente das pessoas durante o período eleitoral. Como nas novelas, todos são rotulados de forma rasa. O honesto, o ladrão, o realizador, o santo etc. Agora, como antes do primeiro turno, os partidários do grupo anti-Amazonino se esforçam para cristalizar na mente do eleitorado a uma dicotomia moral que pretendem existir entre Serafim/Mário Frota e Amazonino/ Bosco Saraiva, que está absolutamente longe de ser verdadeira. Ambos os titulares são filhos da puta, como todos os políticos. Quanto os vices, um pelo outro não sobra troco. Talvez haja ligeira vantagem para Bosco Saraiva, de quem todos parecem gostar. Como Amazonino mostra-se um cachorro morto (ou quase), falo de Serafim e sua trupe de santos homens.

Pesam contra Serafim reiteradas desconfianças de que, durante a ditadura, endureceu também o dedo e funcionou como espécie de olheiro da repressão – entregando os outros pra livrar o seu. Foi um péssimo secretário de finanças, teve um rompimento escandaloso com Artur Neto que ajudara a eleger e, mal controlando a língua, chegou a ser processado por São Jefferson Peres, por mentir. É honesto? Sim, até provem o contrário como, rigorosamente, em relação a Amazonino deve-se o mesmo crédito, posto que nada se provou.

Seu vice, por igual, não poderia ser mais fake. Mário Frota é falso nas idéias, na argumentação, no cabelo e na honradez. É filho, e portanto beneficiário, de um dos mais conhecidos grileiros de terra do Amazonas. Todos sabem. Sua passagem pela Câmara de Vereadores de Manaus é emblemática. Por lá deixou irmã, cachorro e papagaio, sem concurso e sem vergonha – como todos os políticos. No episódio do cartel dos postos de gasolina, sua pusilanimidade ficou evidente ao negar fogo contra conhecido grupo empresarial com qual mantém relações. Mário Frota tem o estigma do perdedor, tal qual Serafim. Ambos caminham sob as bênçãos de São Jefferson Peres.
Este último, por sinal, em se tratando de cinismo e dissimulação, é o primeiro da lista. São Jefferson Peres, preguiçoso como é, acostumou-se a fácil postura de oposição institucional. Rompe com todos os governos que ajuda a eleger, vez que atirar pedra é a profissão mais fácil do planeta: não exige diploma, nem qualificação especial, apenas sem-vergonhice. Alguém suscitou aqui uma nebulosa ocorrência de São Jefferson Peres no episódio do afundamento da Siderama, junto com um tal de Luís Otávio – se bem lembra o Jeca. De fato, parece proceder e datar da mesma época uma passagem de São Jefferson Peres pelas barras da Polícia Federal onde, na condição de réu confesso, assumiu seus maus feitos. O Jeca já viu cópia dessa documentação e, se minha influência sobre ele evoluir para um controle total, vou tentar obtê-las e publicá-las aqui. São tantas coisas a dizer e tanta preguiça que prefiro dormir. Serafetes, fodam-se.


 

10 outubro, 2004

Plínio Peteleco Acerola Salu: a não-despedida
Por Fran Pacheco

Ele entrou na disputa como "o irmão mais esperto de Dissica Valério". Tantas fez, que saiu com a maior coleção de alcunhas já reunida por um político numa única eleição. E, mesmo na despedida (amargando o 4º lugar e o fim de sua carreira como vereador) aprontou e obrigou-me a jogar na lixeira um post redondinho que eu tinha preparado para comemorar a efeméride. Plínio, como previmos, tentou queimar todo mundo no 1º turno, exceto o seu patrono, Amazonino Odorico Mendes. Porém, ao contrário do que previmos, não se despediu da campanha. Em sessão solene, tornou-se o primeiro caso registrado de "neutro contra" dos anais políticos locais. Contra o Sarafa, por supuesto.

A neutralidade contra de Plínio começou na própria "despedida", quando ficou irritado com seus sequazes que declaram apoio ao Sarafa. Na ocasião, exprimiu toda sua mágoa para com o portuga. Dois dias depois, lá vem ele, com destaque de capa num jornal local, atacar as alianças feitas pelo carequinha. Quanto ao Negão, silêncio. Plínio diz que seu histórico sempre foi de combate ao velho cacique. Que eu me lembre, seu feito mais célebre na Câmara foi justamente tentar barrar a concorrência à rede de supermercados de Amazonino. Nem isso ele conseguiu.

Se não fosse um nematelminto, Plínio teria ido, na canoa que remava em sua propaganda (na vida real é uma lancha Mercury), rumo ao iate da Abelha e declarado publicamente: "Sou Amazonino doente!". Não esperemos mais por isso. Plínio não subirá em palanques. Praticará sua neutralidade contra oferecendo consultoria. Quem quiser descobrir uma nova incoerência, ponto fraco ou algum esqueleto que o Sarafa guarda no porão, é só procurar o Beato Verde na tesouraria da FM do Povo.

 

09 outubro, 2004

Nós Apoiamos o Mau Menino
Por Fran Pacheco

Nós, os mortos abaixo-assassinados, invocados pelo Bruxo Egberto Baptista, nos comprometemos a ajudar, através de nossas emanações, sortilégios, encostos e miasmas, no triunfo eleitoral do Malo Niño, duela a quien duela:

Acácio Pereira da Costa (aka Bandindo da Luz Vermelha), Adolf Eichmann, Aiatolá Khomeini, Al Capone, Anastasio Somoza, Antônio Salazar, Benito Mussolini, Bonnie Parker & Clyde Barrow, Bugsy Siegel, Cara de Cavalo, Charles “Lucky” Luciano, Dutch Shultz, José Carlos dos Reis Encina (aka Escadinha), Ferdinando Marcos, Filinto Müller, Francisco Franco, Francisco Pizarro, Fulgêncio Batista, Halie Selassie, Heinrich Himmler, Henri Landru, Hermann Göering, Hernán Cortez, Ho Chi Min, Idi Amin Dadá, Ivan o Terrível, Jean-Bédel Bokassa, Jeffrey Dammer, John Dillinger, John Gotti, Josef Mengele, Josef Stálin, Joseph Goebbels, Juan Domingos Peron, Lúcio Flávio, Madame Satã, Mao Tsé Tung, Marcinho VP, Meyer Lansky, Nicolae Ceaucescu, Papa Doc Duvalier, Plínio Salgado, Pol Pot, Rafael Leonidas Trujillo, Sérgio Paranhos Fleury, Tommaso Buschetta, Udai e Qusai Hussein.

P.S. A digital de Plínio Peteleko não foi aceita por se tratar de um laranja-zumbi, portanto semovente, não podendo constar na lista.

 

08 outubro, 2004

Leis de Murphy da política baré (1) - o toque do Arigó
Por Fran Pacheco

"Eu apóio Vanessa!"
Alfredo Nascimento

"Vocês da Compensa, pra vereador votem no Tio Raul!"
Idem

"Eu recomendo Cláudio Rosas!"
Idem

"Alfredo declara apoio a Serafim."
O Planeta Diário


P.S. Para quem não acompanhou o resultado do pleito caído, nem La Grazziotin, nem o "coração valente" Tio Raul, nem o calouro Cláudio Rosas lograram êxito em suas veleidades políticas. O aziago ministro mantém um espantoso índice de 100% de malogro em suas indicações.

 

07 outubro, 2004

Torquato Piauí
Por Fran Pacheco

Conheçam o poeta, na biografia enviada por seu médium:

"Nascido em Teresina, filho de um promotor público e de uma professora primária, Torquato Piauí estudou em Salvador, no mesmo colégio de Gilberto Gil, de quem se aproximou aos 17 anos nas rodas artísticas de Salvador, onde conheceu também os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia. Mais tarde, em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fez alguns anos de faculdade de jornalismo, sem se formar. No entanto, exerceu a profissão de jornalista em diversos periódicos, como o Correio da Manhã (no suplemento Plug), O Sol (suplemento do Jornal dos Sports) e Última Hora, onde nos anos de 1971 e 72 escreveu sua badalada coluna Geléia Geral, em que defendia as manifestações artísticas de vanguarda na música, artes plásticas, cinema, poesia etc. Fundou também jornais alternativos, o Presença e o Navilouca, que só teve um número mas fez história. Em 1968, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano (além de outros emigrados), viajou pela Europa e Estados Unidos, morando algum tempo em Londres. De volta ao Brasil, no início dos anos 70, ligou-se à poesia marginal e aos ícones do cinema marginal, Julio Bressane, Rogério Sganzerla e Ivan Cardoso. Também era amigo dos poetas concretistas, Décio Pignatari, os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, e do artista plástico Hélio Jaguatirica. A convite de Hélio, ele esteve em Manaus durante o Festival do Lixo da Ponta Negra, em 1969, onde fumou muita maconha com os poetas do Clube da Madrugada (Ernesto Penafort, Anthístenes Pinto, L. Ruas, Alcides Werk, Farias de Carvalho e outros). Torquato Piauí é considerado um dos vértices do movimento tropicalista, ao lado de Gil, Caetano e Capinam. Seu suicídio, em 1972, um dia depois de seu 28º aniversário, provocou espanto. Torquato voltou de uma festa com a mulher — que foi dormir —, trancou-se no banheiro e ligou o gás, sendo encontrado morto no dia seguinte pela empregada. Deixou um bilhete de despedida que dizia: "Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar". Thiago era o filho de três anos de idade. Artigos da coluna Geléia Geral e poesias inéditas foram reunidos no livro "Os Últimos Dias de Paupéria", organizado por Wally Sailormoon, em 1973. Além disso, o cineasta Ivan Cardoso produziu o documentário Torquato Neto, o Anjo Torto da Tropicália. Os Titãs musicaram seu poema Go Back, que deu nome ao disco da banda de 1988."

 

Sabedoria do Além (2)
Por Fran Pacheco

"Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados. "
Barão de Itararé (1895-1971)

 

06 outubro, 2004

Sabedoria do Além (1)
Por Fran Pacheco

"Ou nos locupletamos todos, ou restaure-se a moralidade!"
Stanislaw Ponte Preta (1923-1968)

 

Roberto Chinachique para derrotistas
Por Fran Pacheco

No fundo, bem no fundo, os Terríveis têm bom coração. Conservado em formol e tudo. Mas não há como ter pena dos 808 pascácios que se candidataram e não ganharam uma das 37 latrinas do Sumidouro Municipal da Sete de Setembro. Temos mais é que brindar aos míseros 469 votos do Cordeirinho Jr. e aos 628 do Onuki. Desses já nos livramos. O inferno são os outros, a massa renitente. Volta e meia, cá estarão disputando uma vaguinha de deputado. Alguém precisa convencer esse pessoal a achar sua verdadeira vocação, bem longe dos nossos umbrais. E ninguém melhor que o Jaspion motivacional Roberto Chinachique para injetar neurolinguística pura na glândula pineal dos "rejeitados":

"Bom dia, vocês já me conhecem. Se não, podem comprar meus livros na saída. Comprem para seus parentes também. Hoje nós vamos reprogramar nossas mentes. Vamos introjetar e depois retroprojetar um novo caminho, um caminho para a auto-realização do eu de todos. Vamos nos conhecer melhor? Vamos lá, tirem seus sapatos e subam nas cadeiras. Agora você, levante os braços, diga seu nome e quantos votos você conquistou. Mas sejamos breves, por favor."

"Bom dia. Eu sou o Zé Raposa. Sou filho de Boto. E hobbitt também. Levei o voto do Negão, pelo menos ele me garantiu. E mais 1.398 votos. Me ferrei."

"E tu ainda reclama? Meu nome é Waisser Boteilho Pinto, comunicador de massas. Só levei 683 votos. Confesso: isso dói, machuca e magoa."

"V. Sas. estão, como dirira o caboclo amazônico, é com pavulagem. Eu sou o ex-senador Evandro Carreira, o homem mais inteligente e ilustrado da Amazônia, o inimigo nº 1 da maldição da rudela. Fui sufragiado com 99 votos."

"Meu primo, sou o J. Aquino, o Carrapeta. Estou me formando em Direito pela Unibosta. Eu cravei 102 votos. É mole?"

"Manazinha Norma Araújo! Eu presto! Eu presto! Eu presto! Mas os manozinhos só me deram 628 votos... parei com eles!"

"Eras! Tu é lesa é? E eu, que só levei 158? Maria Malagueta, seus fuleiros!"

"Vocês duas querem uma carona no táxi da Mulher do Sapato 45 Branco? 75 lebres já gritaram o meu nome lá..."

"Cê tá muito bem, isso sim. Eu, A Inesquecível, só fui lembrada por 51 adoradores."

"Oi, gente. Eu sou o Jorginho da Grande Família, que me deu 3 votos."

"Todo mundo apresentado? Bom. Muito bom, pessoal. Depois a gente anda sobre brasas. Agora vou contar uma história procês. Relaxem e imaginem-se na tela de um cinema. Agora imaginem-se na poltrona do cinema, olhando para vocês mesmos na tela do cinema. Agora imaginem-se na sala de projeção, olhando para vocês sentados olhando vocês na tela do cinema. Perfeito.Temos sempre que viver o hoje, e o hoje deve ser sempre um bom dia para morrer. Entenderam? Eu vejo aqui sabe o quê? Eu vejo vencedores natos! É verdade. Só precisam renascer, como vencedores natos! Correto? Vamos reprogramá-los. Bom... então, gente, o meu tempo está esgotado. Não esqueçam de comprar o meu livro. Qualquer dúvida, comprem o próximo livro, que esclarecerá tudo. Ah, Fran, anote aí o n.º da minha conta."

 

05 outubro, 2004

Irmão Paulo: uma explicação
Por Fran Pacheco

As patrulhas ideológicas da esquerda festiva e politicamente correta em geral devem ter notado a ausência, nos últimos dias, dos amenos posts de Irmão Paulo. Explico: o jornalista não resistiu a um convite de Maria Callas e foi assistir com a diva à avant-première de Rudolf Nureyev em A Morte da Garça, de Jan Potoki, no cemitério de São Petesburgo. De lá, Irmão Paulo já avisou: "Sou Kerry, apesar de ele ser democrata". Aguardamos sua volta nas próximas horas - com chumbo grosso na bagagem - no próximo vôo da Panair.

 

04 outubro, 2004

Super Sabrino: a cara da Câmara
Por Fran Pacheco

A camisa suada do estilista político Amazonino Armani Mendes é capaz de encantar todo o espectro do Q.I. humano: de Thiago de Melo ao extremo oposto, Bruno Babbaca, passando por casos limítrofes, como Super Sabrino. Eis que este auto-alcunhado "Braço de Ferro", no apogeu de seu prestígio (ou do desespero do cacique) fechou a campanha como mestre-de-cerimônias, pedindo voto para o "Negão". Tornou-se seu novo papagaio-de-pirata, baba-ovo-mor, leão-de-chácara, motorista particular de jipes e futuro vice-prefeito de fato. Amazonino é assim: sempre escolhe esses tipos promissores como "soldados". Muita Bronca na TV, muito sopão, um sorteio de casas aqui e acolá e 58 mil cabeças de gado conscientes e engajadas colocaram o "Herói das Crianças" como campeão de votos. Ele queria, modestamente, dispor de cem mil eleitores e bater o recorde de um dos Souza, cujo prenome felizmente não me recordo.

Não duvido que esse ilustrado cidadão se torne presidente da Cloaca, digo, Câmara Municipal, terceiro na linha sucessória municipal. Não duvido que um dia, mesmo que por alguns dias, ele ocupe a mesa do Alcaide. São os efeitos colaterais de nosso laxante processo democrático.

 

03 outubro, 2004

Revista "Muito Mala" - Especial Eleições
Por Stella Maris - especial para o Club

Em ação mediúnica conjunta, coordenada pelo aniversariante Fran Pacheco (03/10), essa escriba que vos fala e seu fiel paparazzo, Cartier, baixaram nos principais terreiros eleitorais da capital do País das Amazonas para registrar o lado VIP da folia democrática:



Veterano frequentador do pleito caído, o Eleitor Fantasma recebe de misteriosos cabos eleitorais todo o "Amparo e Assistência" para cumprir com suas obrigações. (Transporte gentilmente cedido por Tucupi Rádio-Táxi)


A primeira presença ilustre registrada na Zona foi a do alcaide Galo Carijoh, com sua vistosa plumagem amarelo-ouro. Corre o boato que o alcaide quer editar uma Lei para elevar seu status para "Chester Carijoh".


Vestido a caráter, o candidato Peteleko Valério é flagrado votando na Abelha Cururu. "Seria muito egoísmo da minha parte votar em mim mesmo. Paz de Cristo! Ráááh!!!"


Diretamente de Fortaleza, Prof. Raimundo Fágner chega alterado à Zona do Plínio, atrás dos direitos autorais pelo uso de suas "obras completas" nos comícios do Beato. Plínio evadiu-se, à la Omar, numa voadeira.


Causando furor entre a molecada, Barbosão irrompe na Zona para garantir o seu voto.


Mais uma presença ilustre: Dr. Smith, chamado às pressas para consertar um defeito em R2-Bisneto (à esq.), cuja fala engatou em "muito obrigado eu sou jovem eu quero ser prefeito perigo perigo!" À direita, Haley Joey Osment, de Inteligência Artificial.

 

01 outubro, 2004

À Meia Noite Encarnei na Tua Campanha
Por Fran Pacheco

Acabou! Ride Vincent Price, gargalhai, desdentados! Evoé, Calendário Eleitoral! Tu, que nos impusera, agora nos libertaste do Grande Circo de Horrores. Livraste-nos da visão medonha e diária de tribufus, açambarcadores, proxenetas, pervertidos, fariseus, débeis-mentais por opção, tartufos, xerimbabos, rufiões, carcamanos, galerosos engravatados, inocentes-úteis, radicais sem discurso, iniciantes iludidos, fracassados compulsivos, tigres de papel, punguistas promissores, mafiosos decadentes e caterva e quejandos. Um brinde de enxofre ardente às vossas segundas e terceiras intenções!

Agora aproxima-se a hora e a vez da Grande Farsa. Quarenta e oito horas de um longo e sepulcral silêncio. Está tudo pronto. Tudo Armado. Todas as assombrações estão soltas, a serviço do Senhor das Trevas. Os eleitores-fantasmas saíram de suas tumbas, com títulos redivivos, estalando de novos. Os táxis, lotações, ônibus, rabecões, paus-de-arara, catraias e catalinas já estão com os tanques cheios para aliciar e trasladar milhares e milhares de eleitores, milhares, clandestinamente, à sorrelfa de qualquer fiscalização. As manadas eleitorais circularão sob um comando central, o Grande Olho, que tudo vê e tudo pode manipular. O Arrenegado está atento. Até o fluxo do trânsito cairá sob seu encanto. As malas pretas se multiplicaram. Há pacotes de R$ 50,00 e R$ 30,00. Vastos, infindos. O Grão-Tinhoso já dispõe de cem mil, isso mesmo, cem mil almas laboriosas, que estarão a monitorar e saber com precisão a votação de cada uma das secções eleitorais. Tais hostes demoníacas poderão esvaziar secções inimigas promovendo arruaças, sem medo do Exército e da Polícia Federal nas ruas. Estão todos comprados pelo Bode Preto: milicos, federais, magistrados, escrevinhadores, líderes comunitários, fiscais, colunistas sociais, rábulas, clérigos, clubes de mães, franco-maçons, ONGs. Os funcionários públicos (ou seja, quase todo mundo), concursados ou apadrinhados, estão intimidados. Um sortilégio lançado sobre eles e sua descendência até a quinta geração só poderá ser desfeito pelo advento do Capiroto. Um de cada dez eleitores, pelas estimativas menos fatalistas, são, em verdade, servos das trevas. As malas já não dão conta para tantas almas seduzir. Agora são conteiners, chafarizes de dinheiro, distribuído à farta em centenas de encruzilhadas.

E não há escapatória possível. As urnas estão encantadas. Digite qualquer coisa e lá estará, sorridente, o Cão Tinhoso.

Há os céticos, que não acreditam nisso. A Oposição acredita. Sem essas assombrações, como justificar, racionalmente, uma derrota no primeiro turno? O Horror! O Horror...