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31 agosto, 2004

Cancioneiro (1): Pergunte ao Espelho
Por Fran Pacheco

Branca de Neve, a Fera e Ali-Babá entram numa tenda para se consultar com o Espelho Mágico.

Branca de Neve sai da consulta muito feliz, saltitante:

"Ai, que alegria! Eu sou mesmo a mulher mais bela do mundo!"

A Fera sai com um sorriso de uma orelha à outra:

"Urra! Eu sou o monstro mais feio do mundo!"

Até que sai o Ali Babá, muito fulo:

"Porra! Quem é esse Cordeiro?"

 

30 agosto, 2004

Frases de uma semana inglória (2)
Por Fran Pacheco

"A campanha é simples, artesanal."
Narração da campanha de Amazonino, menino vindo das barrancas de Eirunepé, a respeito de sua humílima campanha de 4 milhões de reais (declarados).

"Eu sou casca-grossa."
Amazonino, o combativo, em momento Franz Kafka.

"Meu nome é Ederval, que mata a abelha e mostra o pau!"
Candidato-exterminador da chapa Comunista-Liberal, munido de um tacape com o seu número, a espancar uma abelha de pelúcia na Tv.

"Meu filho se chamará Trineto."
De Artur IV, já avisando às futuras pretendentes que destino espera o primogênito.

"A fuleiragem está de volta!"
Slogan da Candidata-Personagem Maria Rosa (tu é leso, é?!) Malagueta.

"Eles são pobres e vivem em casa financiada."
Vereador Leonel Feitoza, exagerando a situação franciscana de Bosco Saraiva e delirando quanto à de Ari Moutinho, patrimônio (delcarado) de 700 mil-reís.

"Acredite nisso."
Plínio Valério, candidato cítrico do PV. O bordão pode ser medíocre, mas valeu por ser precedido na Tv por uma inacreditável e pseudo-sexy viradinha de cabeça.

 

29 agosto, 2004

Delegação dos Terríveis só levou ferro em Atenas
Por Stella Maris - especial para o Club

Modelitos arcaicos de Calois Cecizinhas e roupas pouco aerodinâmicas contribuíram para o fiasco de nossas velocistas.


Fim de festa. Mantendo uma escrita de 108 anos, os ateltas do Club dos Terríveis conquistaram os últimos lugares em todas as provas disputadas no Centro Olímpico Espírita de Atenas. Bateram também o record de doping, à base de um farto sortimento de Atalaia Jurubeba, cânhamo jamaicano, ayahuasca e até do lendário Bubbaloo recheado de cocaína, muito em voga nos anos 80.

Ainda desfalcada da presença de Dercy Gonçalves (prometida agora para 2008), nossa equipe feminina foi composta por Henriqueta Brieba, Cora Coralina, Nair de Teffé e Luz del Fuego, mediunizadas com toda graça e aplomb por Luiz Gasparetto. Nossas donzelas foram fragorosamente derrotadas pelas fortes oponentes do leste europeu, as irmãs Prochaska, mediunizadas por Walter Mercado.


Na modalidade Encoxo Greco-Romano free-style, categoria acima de 22 cm, nosso "Gigante de Iranduba", Bráulio Pynto de Carvalho, foi subjugado, de jeito, logo na primeira refrega, vitimado pelo creole haitiano pedófilo, guilhotinado no Sec. XVIII, Monsieur Chapelette. Nosso atleta busca agora recompor suas partes para tentar uma rèvanche em 2008. Até lá, espera pelo menos uma carta ou telefonema de Mr. Chapelette.

Fran Pacheco credita o honroso insucesso de nossa delegação à falta de apoio das autoridades. "O campo do Parque Amazonense, no Beco do Macedo, continua impraticável, assim como nossa raia de remo, no Igarapé de Manaus e o Piscinão do Parque 10. As linhas de bond desativadas contribuem para desestimular nossos atletas a se deslocarem do São João Batista para os locais de treinamento".

Fran não desanima e promete reforços para 2008. "Estamos acertando com o roqueiro Serguei, com o Niemeyer, Millôr Fernandes e com o Russo, ex-Chacrinha. Os patrocínios da Mesbla e rede Manchete estão renovados. Em Manáos, teremos o apoio das lojas Disco de Ouro (Boca, Boquinha e Bocão), Credilar, Fiorella, El Mosquitón, Cine Chaplin, entre outros. Em breve, com a ajuda do Governo Federal, contaremos também com a presença de todas as importadoras do Centro".

Apesar do otimismo, um desfalque será praticamente certo na equipe: Padre Quevedo. Além de cético quanto à existência dos Terríveis (É frrraude! Enganaçón!) ele já se decidiu a nunca bater as botas para conferir.

 

Quem deu a ordem?
Por irmão Paulo

Coppola fez nos Poderosos chefões uma despedida do cinema johnfordiano, da narrativa, de – alguma – doçura na vida, em meio à pornografia e violência do cinema de hoje. Disse isso no Estadão em 1990 e continuo de acordo. Conseguiu mais, em termos sociológicos, transpôs vividamente para a tela a psique da máfia que, de resto, é a da política profissional.

A mal-sucedida tentativa de extermínio de Vito Corleone, por parte dos Tattaglia, destrava a ferocidade atávica do jovem Michelle ‘Al Pacino’ Corleone (escolhido para o papel depois das recusas sucessivas de Warren Beatty, Jack Nicholson e Dustin Hoffman) que se esforça para descobrir quem deu a ordem de morte e, insatisfeito com o troco, promove um extermínio generalizado. E os mágicos Coppola e Puzo nos fazem torcer pelo bandido. Ok, ok, Vito Corleone era, com licença, um mafioso bom e na história só há criminosos.

E quem deu a ordem de extermínio contra Eduardo Braga? Herr Dirceu, cevado em décadas de rancoroso silêncio, planejou cavilosamente a ação. Ministro Himmler executa com precisão. Por que tamanha ira? Por causa do apoio do Engenheiro ao Dr. Abelha. Parece pouco, crianças, mas não é. A eminência parda dos governos da Colméia tem sido o nefando Egberto Miranda Batista, sujeito educadíssimo que conheci em Bangladesh, o mesmo que descobriu Miriam Cordeiro, a enfermeira e ex-namorada do presidente, e revelou ao Brasil a existência da filha bastarda e de uma suposta sugestão de aborto por parte do pai. Implodiu a candidatura Lula e assegurou a eleição do cleptolunático Fernando Collor. Quem bate esquece, isto é muito natural. Mas quem leva uma dessas não consegue esquecer, não neste vale de lágrimas. Waaal, Eduardo entrou de gaiato nesse meio?

Mas fica a pergunta: quem deu a ordem? Waaal, é uma briga de galera. O Presidente da República deu a ordem, disso não resta dúvida. Os motivos acima declinados. Lula Pinguço se treme de raiva ao ouvir falar em Egberto Batista e, por tabela, de Amazonino. Mas não pode esquecer que Duda Mendonça ganhou a licitação da publicidade do Governo Federal em circunstâncias nebulosas, que a Marta e seu Franco-argentino (sinceramente não sei como é isso) andam fazendo fora do caco em São Paulo, que o envolvimento do PT com os Bicheiros é maior do que gosta ele de pensar e que,de mais a mais, Herr Dirceu soluça ao falar de Fidel. Pfiu!

Kamikaze, pode revelar-se a estratégia dos petelhos. A perseguição política é capaz de detonar uma onda de ceifamentos que atingirá a todos por aqui. O sapo barbudo tem, por igual, suas relações sub-reptícias e não é difícil descobrir. Eroniiildo, por igual segundo dizem, andou conseguindo umas obrinhas no governo estadual. Waaal, quero ver até onde isso vai. Já espirra sangue de um lado, mas é pouco. Lula, Dirceu e Bastos tornaram-se o que mais os abominava – o que não é novidade. Estado de Direito é algo que nunca existiu no Brasil. Pessoalmente não dou a mínima para o que aconteça a essa gente toda mas, waal, é foda constatar estamos nas mãos dela.

 

27 agosto, 2004

A Gestapo de Lula
Por irmão Paulo

A Gestapo de Lula continua sua ação. Me pergunto o que há com essa gente, assim com o pronome iniciando a frase mesmo, povaréu incluso, que acha lindo o que acontece, mesmo sendo um atentado ao estado de direito. Será de Brecht ou Niemoller, lambe-botas de ditaduras comunistas e defensor arrependido do Nazismo, respectivamente, a fabuleta que reproduzo, de cabeça, e que estamos presenciando: “Um dia, vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; e já não havia mais ninguém com quem eu pudesse contar.”

A infantilidade humana me espanta. Não é à toa que a canaille impera na política, em qualquer lugar do mundo. Nos trópicos a coisa adquire ares de suruba. Nesse cenário orgíaco, o Ministro Himmler afia as garras - e o povaréu aplaude. Tomou gosto pelo negócio e a pergunta já é quem será o próximo? Serra (mais uma vez?). O povo não pode fazer nada e nós não podemos fazer nada. A vitória de Lula não foi uma concessão, foi uma captulação deste ao Dr. Dinheiro, que define. E revolução popular, como sabemos, não existe. No mínimo ingênuo achar que tirando (e fuzilando) todos os que estão aí, os espaços serão ocupados por pessoas de bem. Evidentemente, os selvagens e os pilantras que não tinham oportunidade sairão na frente. Gente bem se ocupa dos seus, seus filhos, de si. Qual a alternativa adulta ao Odóricu? Vanessa (Humberto Michilis), Serafim (Mário Frota) ou o Arturzinho (?) ? A única forma palatável, mas inviável, de vida social organizada é o anarquismo, ergo, as outras engolimos porque sem alternativas. São todos da mesma família, não se enganem, crianças.

Evidentemente esse terrorismo de chiqueiro, que toma espaço na cabeça dos titiquinhos que acabaram de sair da caverna, de que somos responsáveis pela escolha certa do voto e que devemos agir, fazer algo contra essa gente, não cola comigo. Não sou responsável por ninguém. Que fazer se um filisteu desgraçado me engana e leva meu voto? Não votar nunca mais em ninguém – é o que decidi. Igualmente não somos responsáveis pelos atos dos outros e da reculhamba política que reina no Brasil. Ninguém escolhe representantes que sabe incompatíveis para a função: político mente mesmo. Acalmem-se apologistas da ação revolucionária ou educativa, não há nada a fazer. A estratégia de Moisés é a única possível: infiltrar-se no seio do inimigo e quando ele estiver velho e fraco, acabar com ele. Correndo o risco, claro, de que você se torne, freudianamente, o que mais abomina.

Os pontas-de-lança de Lula executam diligentemente sua missão devastadora na cidade. Desafio agora que esses pombos comedores de excremento de cachorro voltem-se para investigar as traquinagens do Ministro Jeca – aquele que não manda - na Prefeitura de Manaus. Vão encontrar coisas que até dona Quirina duvida, Waaal. Não agüento isso aqui.

 

26 agosto, 2004

Quero ser indiciado pela PF
Por Fran Pacheco

"Ari e Bosco são indiciados e dizem que estão mais fortalecidos"
Manchete de "O Estado do Amazonas" 25/08/04

O Brasil esboça sinais tímidos de interesse em civilizar-se. José Dirceu quase caiu por umas traquinagens de um cupincha instalado em seu gabinete, o já esquecido Waldomiro Um-Por-Cento Diniz. Agora, se Zé Dirceu e Luís Gushiken, tidos como os políticos mais próximos do presidente Lula, o chamado núcleo-duro, fossem formalmente indiciados pela Polícia Federal por formação de quadrilha, o governo petista cairia. A duras penas, é verdade, mas cairia. Isso no Brasil.

No País das Amazonas, a coisa funciona ao revés, como me informa o jornal acima. Essa manchete, com toda sua carga de paradoxo, deveria ser matéria de análise em cursos de jornalismo. A chamada, logo acima da manchete, em letras menores, já prepara o espírito do leitor para se acalmar diante do aparente infortúnio dos dois eduarditos: "Braga afirma que é politicagem." Ah, que alívio. Então está feita a mixórdia: um fato negativo (o indiciamento dos mais queridos pets do Governador) atenuado (na impossibilidade de ser anulado) pela análise subjetiva e favorável dos envolvidos.

Na verdade, como o próprio jornal confessa, nas páginas internas, quem disse que sai fortalecido foi o Sr. Arizinho, em coletiva comandada pelo Dr. Simonetti (especialista em clientes, digamos, VIPs). Bosco afirmou que não renuncia à candidatura de vice. Fez bem. Se o negão bater as botas nos próximos oito anos, o sineiro fica com a chave do cofre. Ambos os indiciados afirmaram ter a vida transparente. De fato. Foi o que permitiu à PF enxergar algo muito indecoroso sob os diáfanos véus palacianos.

Comoção pública? Vai no comício dos homens, ver a festa. Indignação? Só se for contra a PF. Na Assembléia impera o silêncio. Assim será seculum seculorum, por um motivo simples: nós não elegemos uma bancada de deputados ou de vereadores. Elegemos uma blindagem para os governantes. Isso é a Assembléia. Isso é a Câmara. O palco para o imperador estadual ou o chefe tribal municipal exercer os seus desmandos, na forma da lei. O escudo contra qualquer ingerência da sociedade civil na "cosa" pública. A Grande Família, onde irmão não julga irmão.

Nesse cenário, sobrou para o office-boy de uma das células de corrupção do Estado. Cordeiro será cassado. Mas não por ter ajudado a destinar 500 milhões de reais para a sua panelinha. Os deputados não conseguiram ver, nas 1.200 páginas de inquérito, provas contra o irmão. É natural, isso é fraternidade. Cordeiro será cassado por ter chamado, nas conversas grampeadas, Lino Chíxaro de "Vaselino", Belão Lins de "Vigário-Mor", entre outros. Isso não é fraternidade. Foi o seu fim.

CPI? Companheiros, CPI pra quê? O que essa bancada será capaz de investigar? Filho não investiga pai. Recomendo terminantemente arquivar essa idéia. Uma CPI corre o risco de ser presidida, por exemplo, pelo Zé Melo. Ele concluirá que não há corrupção no Estado do Amazonas. Deixem a coisa nas mãos dos federais de Herr Thomas-Baztos. E protejam a Dra. Graça Malheiros.

Estão todos indiciados. As inscrições para o festival folclórico de Manaus já se encerraram. Não aceitam mais quadrilhas. Em 3 de outubro Ari Moutinho será eleito vereador com uma das maiores votações da História (está disputando a glória com o ilustrado Sr. Sabino Castello Branco). Bosco Saraiva será eleito (sem nenhum voto, como todo vice) e poderá tocar, quem sabe, mais um Plano Emergencial, à base de dispensas de licitação. Eduardo Braga, o pai dessas crianças travessas, provavelmente chegará à reeleição de 2006 com um único adversário: Herbert Amazonas.

Amazonino, pai de Braga, já avisou que só abandona o poder morto.

Boto Tucuxi, pai-de-todos, a célula-mater dessa metástase, talvez já esteja morto e não saiba.

Preciso melhorar a merda da minha "vida", ainda que no além-túmulo. Sou mais transparente que o Bosco Saraiva. Quero ser indiciado pela PF.










 

25 agosto, 2004



 

Amazóniiino
Por irmão Paulo

Conheci Amazóniiino no Four Seasons de noviorque. Amabilíssimo, embora fosse de ostentar. Consumiu uma garrafa do vulgar Petrus, desprezando um Chateau Lafitte que estava na carta há anos. Pelo menos não lavou a dentadura no copo de água.

É um homem fascinante. Tem visão de mundo. Politicamente, é um estrategista. Comentou naquela noite, sem rebuços, que estava preparando a reeleição de Fernando Henrique – tinha não sei quantos deputados. Fiquei com vontade de perguntar pelo castelo na Europa, mas me contive. O homem tava pagando meu Chateau Lafitte 45. E eu, waaal, não sou léso, como se diz por aqui. Planejava, também, um livro de idéias. A julgar pelo discurso, um livro de lendas. Notei-lhe um certo delírio megalômano, um tom messiânico. Lembrou-me alguns amigos meus em crise por causa do brilho, se é que me entendem. Ri à morte.

Revejo seu programa, e sua entrevista ao mancebo, e percebo os efeitos da vida desregrada. O sujeito está à beira da morte. Minha geração dedicou-se diligentemente a destruir a própria saúde. A face lunar denuncia os corticóides ou, em estimação mais otimista, a plástica e o botox.

No domingo retrasado Amazóniiino foi entrevistado na TV baré. Para minha incredulidade, o dono do programa começou perguntando sobre astrologia. Amazóniiino também não acreditou. Gaguejou paca, pra utilizar uma expressão pasquiniana. Mas pareceu, pelo sorriso maroto, que entrou no clima ao dizer que não crê, mas existe. Evidentemente, é preciso ter merda na cabeça para acreditar em astrologia. Edwin Hubble, que deu nome ao telescópio, contou 50 mil sistemas iguais ao nosso. O nosso define? É estarrecedor.

Farsa, como não devem saber os titicos destas bandas é, em tom dicionarístico, uma comédia grotesca. Uma fraudelenta combinação entre os atores para ludibriar os clientes, a começar pela canastrice da encenação. Odóricu, neste aspecto, destoou. Mereceu um Oscar. Evidente ficou que o entrevistador estava a seu serviço. O mediador confessou-se morto d emedo pela entrevista.

A Crítica é um jornal que há décadas se compraz na publicação de excremento em forma de palavras. O Odóricu tem sido seu alvo mais frequente (não digo vítima por causa da carga de inocência da palavra). Escrever de longe é uma coisa, enfrentar o cabra de frente é outra. As perguntas foram habilmente concatenadas, apareceram informações sobre o Odóricu em criança, jovem no seminário, adulto advogado e homem público realizador. Deu-se oportunidade para que louva-se o amor de uma mulher a quem pouco dirige a palavra e com quem não mais co-habita, enfim, foi a festa da abelha.

Nada de propostas para Manaus. Tratou-se de um programa publicitário, onde foi apresentado o novo produto: Amazónino homem. pfiu!

Quem conhece a fera deve saber que hora dessas está no fundo de uma rede. Apavorado pela operação albatroz, que me perdoe o TRE. Operação que lhe ceifou o vice e ameaça retroagir suas buscas aos anos de seu governo. Quero mais é rosetar!, que me importa se a vaca tosse, a mula manca, a jeripoca pia e o cu faz bico? Agora, nada de demonizar o Odoricú e esquecer o, waaal, Alfredo “Zé Borboleta” Nascimento. O nórdestinu capitaneou a mais corrupta administração de todos os tempos. Se é pra chutar o pau da barraca, prefiro mil vezes o Odóricu.

Odóricu, por sinal, vai encher a cidade de creches, já ta prometendo. O que equivale a dizer às tresloucadas caboclas: fodam, minhas filhas, fodam. Amazónino quer compartilhar com a Otalina Aleixo (acho que é esse o nome) a paternidade das putas. Cada um dá o que tem. Amazónino: defensor perpétuo das piriquitas coçantes.

Fora isso, ressaltou que o homem não tem projeto. Tem feeling. Essa história de processo judicial não significa nada. Eu mesmo fui processado por uns imbecis da Petrobrás. Falou-se em dominó, tucumã, mansão no tarumã (mas não se tocou no castelo, nem nos seis kilômetros de litoral em São Paulo). Uma entrevista pasteurizada onde as perguntas (submetidas à prévia aprovação) eram mais deixas ou motes para longas divagações desse Suharto tropical.

Ficou claro também que não houve rompimento entre o vice-governador e a famiglia, o homem simplesmente se evadiu. Ao evadir-se, Omar cumpriu o rito habitual das hostes de Odóricu. Tal qual pele de joelho, em respeito às possíveis senhoras leitoras, vai mas volta. E lá desferiu mais um golpe na Vanessa melanogaster.

Gestapo de Lula


Nova Bandeira da PF

O biográfico Márcio Thomaz “Himmler” Bastos – um dos homens mais perigosos do país - comanda impávido e sub-reptício a Polícia Federal que se transformou, disso ninguém adulto discorda, na polícia política de Lula. Uma Gestapo fajuta, metida a boazinha, mas que vive à sombra do FBI, como sabemos, recebendo informações, doações e agrados em troca da plena liberdade concedida às ações daquele Bureaux no Brasil.

Lula e os Petelhos nunca esconderam a vocação totalitária. Soava engraçado, de certo modo talvez até charmoso ao expectador ingênuo, a veemência e a paixão com que os petelhos defendiam suas teses românticas sobre política e economia. Aquele moralismo exacerbado mostrou-se, apenas, retórico. Hoje a mesma gana é usada para defender doleiros, a mordaça da imprensa e o desabusado Zé Dirrrceu.

Oposição, waaal, acautele-se!

 

23 agosto, 2004

Lavagem Cerebral
Por Fran Pacheco

O recado não poderia ser mais claro: ou elegem Amazonino no 1º turno ou seremos obrigados a ouvir seu grudento "rap" até o 2º turno.


 

Notas Olympicas
Por Fran Pacheco

Quase Lá
Nossa homenagem ao brasileirinho Roberdt Van Deer Schëidt. Com seu ouro chegamos à 35ª posição no quadro de medalhas das Olimpíadas. Agora só falta uma medalhinha (serve de prata) para ultrapassarmos o Zimbábue (33º) e a Etiópia (22ª).

Livre
Muito bom o 5º lugar da menina Daiane dos Santos. Agora sem a obrigação de ganhar o que seria a "mais certa e por pouco a única medalha de ouro do Brasil", a "primeira de ouro do Brasil na ginástica", a "primeira de ouro individual de uma brasileira", a "primeira de uma negra na ginástica", a "primeira de uma mulher, negra e sulamericana na ginástica" etc etc ela poderá competir tranqüila e ganhar seus torneios livre dos holofotes sanguessugas de plantão.

A Grande Arte
Dizer que o nadador M. Phelps, dos EUA, é um artista da piscina ofende a memória de nosso Mané Garrincha. Phelps é um mutante aquático, um ser produzido para nadar, de movimentos mecanizados, aprimorados por software, alto mas de pernas curtas, o que representa menos peso e deslocamento do centro de flutuação para próximo dos pulmões. Sua envergadura é desproporcionalmente grande, o que torna suas braçadas verdadeiras remadas, com o apoio de mãos espichadas e uma elasticidade fora do normal. Além de seu organismo não produzir ácido lático, responsável pela fadiga, sendo capaz nadar no limite várias vezes por dia. Além de ficar na piscina todos os dias do ano (até no dia de Ação de Graças, quando deglute o peru). Um desses, no sertão do Nordeste, não serve nem para pedir esmolas. Nos EUA, os caça-talentos o pegam desde os 7 anos, dão-lhe hormônio na papinha, robotizam seus movimentos e a aberração se torna superatleta. Vai pra lá, com tuas sete medalhas, anormal. Fico com o Mané, que não era mutante, mas alcoólatra, semi-anão e aleijado, a coluna e as pernas formando um S. Diante dele, 1958, tremeram os gigantes da defesa russa.

 

Perigosas Semelhanças
Por Fran Pacheco

Artur, o Moço, deveria ter mais cuidado ao se comparar com esses vultos do passado. Alexandre, o Grande, por exemplo, além de filhinho de papai (no caso, de Felipe da Macedônia), era chegado em queimar a rosca com seus jovens efebos (como todo grego antigo, por sinal). D. Pedro I, esse era o maior traçador de mulatas da corte, além de emérito pé-de-cana. O historiador Millôr Fernandes assim descreve o day after do 7 de setembro: "ontem de porre eu proclamei mesmo o quê?..." Che Guevara, seja em Cuba, no Congo ou na Bolívia (onde virou estampa de camisa) era mais chegado em dinamitar uma prefeitura do que administrá-la. Não sei nem se Artur, o Moço, chegou a prestar serviço militar no NPOR, gritando "selva!" e comendo tapuru no "brunch".
Agora, o Alckmin, porra, Arturzito, colocar o Alckmin nesse balaio já foi forçar a barra, né?

 

22 agosto, 2004

Um homem chamado Porcaria
Por irmão Paulo

Utilizo o título do artigo que escrevi sobre Roberto Marinho (que ninguém por aqui sabe onde está), quando fez publicar uma lista falsa de subversivos, que me incluía. Mas falo hoje, com igual ou maior nojo, de um sujeito chamado Eronildo.

Um sujeito que se chama Eronildo já mostra o que é. Ok, o nome foi escolhido pelos pais, mas o sujeito chegando à fase adulta e não trocando mostra o que é. Eroniiildo. Eroniildo é preto-índio. Tenta desesperadamente fugir ao destino aborígene. Ter casado com uma italiana é típica rejeição da própria condição. Deve enxergar-se branco. Sabe-se que entre os comunas ninguém é de ninguém e a Rainha, waal, é de todos. Talvez uma das causas do entrevamento de Eroniiildo, nosso Frei Damião. Reverendo Eroniiildo. No meu tempo, esquerdista que se prezava não raspava as pernas, nem as axilas e muito menos a perseguida. As jovens atrizes também não. Vaginas peludas, hoje, estão classificadas na área dos fetiches, desvio sexual de quem tem ou gosta de. Deve ser difícil compartilhar com tantos um bem tão íntimo. Mas não vou entrar na vida íntima do Eroniildo, seria descambar para a pornografia chula.

Política, essa política fuleira da colônia, é mesmo pra gentinha feito o Eroniiildo. Especialista em destruir, como falou o Ódóricu Paraguassú do Amazonas - Amazóniiino. Especialidade que diverge da sua dele: dilapidar, dissipar, malversar. Eroniiildo destrói, ou tenta. Agora, em campanha, vale tudo. Em campanha, essa é parte da dissonância com realidade, todos são santos ou demônios, dependendo do lado em que estejam. Aproveitando o rescaldo da Bodeleriana operação albatroz, Eroniiildo sai à caça de contratações de 10 anos, sem perceber que envolve a todos nisso. Pois contas foram aprovadas pela Assembléia e Tribunal de Contas e as demais instituições fiscalizadoras silenciaram. Periga pegar, inclusive, o nordéstinu que administrou Manaus nos últimos anos. Todo mundo sabe que as licitações da Prefeitura sempre foram rematadas farsas, conduzidas por um ator, e o pagamento já foi precedido do recolhimento da “taxa Carijó”. Se o negócio é botar pra cima, waal, Eroniiildo e sua Rainha têm mais à perder, pois perdem a aura imaculada que tão diligentemente tentam construir. Marcus Barrus foi grotesco ao taxar a Rainha de incorruptível. E Jefferson Peres patético ao se perguntar quem não votaria no Serafim. Ao que respondo, qualquer um com mais de dois neurônios - Jefferson Peres está cada vez mais parecido com um gafanhoto.

Quando Artur Neto foi Prefeito, a Rainha pululava - como mosca nojenta que é - em torno da Prefeitura e pedia exatamente as mesmas coisas dos outros. A mulher é uma fraude e seu marido um ser das trevas. A fraude se revela nos apoios que aceita. Alfredo “jeca” Nascimento, Humberto da Capitinga, Omar... este último que, nas palavras do Ódóricu, não rompeu, evadiu-se, fugiu, mas depois volta. Alfredo Nascimento – tem hotéis e constrói um hospital em sua terra natal - comandou uma das administrações mais corruptas desta cidade infecta. Dize-me com quem andas... eles são tão corruptos quanto os outros. Portanto, não me venham falar de Vanessa. Pfiu!

Eroniiildo é feito da matéria que a maioria das pessoas expele (digo maioria, porque algumas não cagam e outras comem merda). No caso dele, compõe a constituição orgânica e, agora sei, inclusive a alma, pois apesar de preto-índio e comunista, o infeliz tem alma. O casal, ademais, nunca foi afeito ao trabalho. Há bem mais de dez anos vivem nessa festa - a política é uma festa, parafraseando o mal-dotado Hemingway. Trabalho é o que assusta essa gente vermelha. A esquerda continua uma festa.

Eu paro. Azancoth havia prometido ao Fran um comentário sobre a entrevista do Ódóricu, dada no domingo passado. A entrevista ficou velha, mas vou comentar amanhã. Na ausência de outra coisa pra fazer. Adieu.

revisado e ampliado em 22.08.2004

 

Frases de uma semana inglória
Por Fran Pacheco

"O Omar nunca rompeu conosco. Ele evadiu-se."
Amazonino Mendes, colocando os pingos nos is sobre o apoio de Omar (Aziz) à Vanessa.

"Pra que comprar esse Jornal?! "
Amazonino (pra variar, muito fulo) conclamando a massa a não mais comprar "A Crítica". Vibraram os donos do Diário, do Estadão e (por que não?) do Maskate. D. Cristina Calderaro também vibrou, pois nada como uma ameaça para aumentar a vendagem de um jornal.

"Eu me pergunto: quem não votaria no Serafim?"
Jefferson Peres, padrinho da chapa Cacareco, inconformado por Sarafa Correia não obter 100% de intenção de votos nas pesquisas.

"Vai sobrar dinheiro."
Sarafa Correia, prometendo literalmente mundos e fundos com seu "choque de eficiência".

"Eu quero ser prefeito de Manaus... eu quero ser prefeito de Manaus..."
Artur Bisneto, eu monento "Eu, Robô" no Programa Roda Viva.

"Eu não faço política com as nádegas."
O mesmo explicando por que é o deputado que menos comparece ao trabalho na Assembléia.

"Estou me formando em Direito."
Carrapeta, nascido J. Aquino. Com a proliferação de faculdades em cada esquina da cidade, só podia dar nisso.

P.S. Companheiro Herbert e camarada Olga Grazziotin não disseram nada de relevante durante a semana. Plínio Valério sequer falou.

 

A Travessia
Por irmão Paulo

Sem bulhufas pra fazer, resolvi aceitar a convocação especial feita pelo Azancoth, que amarelou, e tomar seu lugar neste lugar. Comecei estirpando a foto de uma chavasca cabeluda do ar. Não é digno que a escumalha que freqüenta essas bandas se deleite com as partes de uma senhora morta, mesmo pública. Aliás, tem muita gente publicando por aqui. As mulheres deveriam voltar a profissão original, a mais antiga. Ishtar dos mil véus, um catzo. Tentou despertar meu ectoplasma, mas minha virilidade etérea está cada vez mais ligada ao intelectual e a turca-velha pensa que ainda é viva. Teria vomitado se fosse possível. Mandei ataca-se o grego louco que circula por aqui de vestido branco - um fantasma clássico.

A morte não é como uma anestesia geral. Estava vivo e de repente continuava vivo, no sentido de consciente. Eu, particularmente, um pouco mais confuso do que o habitual. No dia da passagem, acordei por volta das 5h30, cumpri minha rotina de desjejum e leitura rápida dos jornais. Depois fui direto para o escritório montado no andar superior de meu apartamento dúplex. Comecei a sentir dores, dei um gemido e cai sobre o teclado de meu velho computador. Minha esposa chamou os paramédicos, correu para junto de mim, estava agoniada por minha aparente dificuldade em respirar. Mas a essa altura minha consciência já estava ao lado dela. O corpo tinha apenas reflexos orgânicos involuntários. Já um pedaço de carne de segunda. Me sentia bêbado, como nos tempos em que enxugava brincando uma garrafinha de Jack Daniel’s. Era a perturbação da morte. De resto, parecia que tinha tomado uma prise. No dia seguinte, o NYT noticiou minha morte numa nota de cinco linhas e a de um tal Chico Ciência num artigo de ½ página. Pfiu. Essa foi minha travessia: nem barqueiro e nem luz branca. Sou tecnicamente uma alma penada, como se dizia na minha infância.

A duras penas desloquei meu evanescente ectoplasma para Brasília, mas lá chegando deparei-me com uma choldra de fantasmas barra pesada e resolvi me retirar porque, waal, eles não precisam de mim. Então vim parar nessa cidade infeliz que é Manaus. Os amazonenses vivos migraram para outras regiões do país há muito tempo. Faz 7 anos que a cidade é governada por um nordéstinu. Basta. Mas qual a alternativa crível? Um português pateta e mais morto que eu? Ou alguém que tem a coragem de se auto-declarar comunista e aliançar com o Partido Liberal? Só rindo. Que inundem metade dessa região desgraçada e a outra metade mandem cercar. Não vai fazer falta.

Não relato fatos, explico-os. Reportar é fácil, jornalismo cultural são outros quinhentos. É o que sempre fiz e faço. Cheguei pra ficar, até quando agüentar. Vão à merda e quebrem uma perna. Deixo ficar a imagem do velho professor (interpretando Dr. Fausto), porque minha aparência atual não é das mais apresentáveis. Vou dar o fora.

 

19 agosto, 2004

Nota de Pesar
Por Fran Pacheco

Manchete publicada no Jornal A Crítica de hoje (19/08/04)

Lamentamos o triste fim do dramaturgo, agitador cultural, e ex-marido deFernandinha Torres, Mr. Gerald Thomas, provavelmente "absorvido" pela fossa séptica do STJ, conforme deduzimos de rápida leitura da manchete supracitada.O teatrólogo deixa órfãs uma dúzia de peças "cabeças", a serem decifradas pela posteridade.

 

18 agosto, 2004

Operação Rasga-Mortalha tenta intimidar Terríveis
Por Stella Maris - especial para o Club

Suspeitos detidos durante batida contra o Club dos Terríveis
têm a aura fotografada para detectar a presença
dos espíritos zombeteiros.

É com pesar, indignação e revolta que denunciamos tentativa deslavada das forças ocultas deste Estado em denegrir a imagem de membros do Club dos Terríveis. Usando-se de falecidos órgãos de repressão como DOPS, DIP e DOI-CODI, os sacripantas desencadearam a operação "Rasga-Mortalha", contra supostas falcatruas cometidas entre 1890 e 1910, em Manáos. As fraudes referem-se a títulos podres da República Velha, favorecimento de construtoras Inglesas, superfaturamento em obras de monumentos históricos, além de remessas ilegais de sementes de Hevea brasiliensis para paraísos surfistas na Malásia.

"São 'causos' requentados, seculares, mofados, que de geração em geração tentam jogar contra nós. Debalde", afirma nosso colega Fran Pacheco, escondido no sótão de um centro espírita.

A operação foi desencadeada religiosamente à meia-noite, quando um forte aparato policial prorrompeu no Cemitério S. João Batista, na Villa Municipal, área mais nobre da cidade. Na tumba de Fran Pacheco (ao lado do Ossuário do antigo cemitério de São José) os meganhas apreenderam uma lápide em mármore de carrara, supostamente produzida por Domenico de Angelis, representando Baco, supostamente em ação. "Uma peça de arte mortuária incompatível com os rendimentos de um notório farrista", asseverou o Sr. Filinto Müller, porta-voz das forças de repressão. Velas fálicas, plantadas no local por alcagüetas, foram apreendidas como material pornográfico. Também foram encontrados, enterrados, frascos de Heroyna e Morphyna, além de clisteres em vários calibres "Todos sabem que sou um homem doente, mas nem tanto", defende-se Fran. Símbolos célticos riscados no chão foram apontados como "indício de suruba", por uma fonte que pediu anonimato. "Os malucos da cidade sempre confundiram meu túmulo com o de Jim Morrisson", explica Fran.

Não satisfeitos, uma equipe liderada pelo finado delegado Sérgio Paranhos Fleury assombrou a residência de um colecionador no Boulevard Amazonas e apreendeu dois fords-de-bigode em escala 1/12, 3 garrafas de absinto a 85% de teor alcoólico, uma Mauser Parabélum da I Guerra Mundial, selos, cartões postaes e vasta coleção de apetrechos eróticos "vintage". "Usar estes apetrechos enferrujados é um atentado ao pudor e à saúde coletiva", disse o delegado, guardando diligentemente o material em seus bolsos.

"O alvo não sou eu", afirma Fran Pacheco. Que se cuide o médium responsável por psicografar o blog. Fran finaliza: "continuo na trincheira e vou colocar todos esses que aí estão em seu devido lugar. Quem viver, verá."

Passada a tormenta, a questão é: sobreviverão os Terríveis ao pleito de 3 de outubro?

 

17 agosto, 2004

Nada Consta, um tutorial
Por Fran Pacheco

"Extra! Extra! STJ acata denúncia de corrupção contra Amazonino!"
Jornaleiro acenando na rua.

"Em coletiva à imprensa, no set de Vovozona 2, o candidato Amazonino Mendes, muito fulo, mostrou uma certidão do Tribunal Superior, na qual nada consta contra ele."
Num obscuro jornal da Tv local.


Em "O Fantasma da Liberdade", do Buñuel, vemos um franco-atirador matar várias pessoas na rua. No julgamento, ele é solenemente condenado "à la peine de Mort!". O juiz bate seu martelo. O réprobo levanta-se tranqüilamente, cumprimenta seu advogado, tem as algemas retiradas, um cigarrinho aceso pelo gendarme (policial francófono) e dá o fora. Tudo bem, a piada do filme é que ele realmente foi condenado à pena de morte. Um dia ela chegará.

Mas vejamos, por exemplo, o caso dos fiscais do propinoduto, Silverinha et caterva. Foram condenados exemplarmente pela Justiça Federal, em processo notavelmente ágil para nossos dilatados padrões de tempo. E foram soltos. Como manda a nossa Lei.

Penso nisso ao passar os olhos pelos processos que correm contra nosso futuro e eterno prefeito-governador-senador, Mestre Abelha. Qualquer cidadão pode conferir, pelo menos superficialmente, as fases dos processos, das ações penais sobre os ombros do indigitado líder:
  1. Visite o blog dos velhinhos do Superior Tribunal de Justiça, que agora é o foro de ex-governadores como Amazonino Mendes, Orestes Quércia e Paulo Maluf, digitando www.stj.gov.br
  2. Clique em "processos", no menu do canto esquerdo. Surge aquilo que os nerds chamam de "menu pop-up".
  3. Clique em "Acompanhamento Processual"
  4. Em "Tipo de Pesquisa" escolha "nome da parte"
  5. Digite em "Parâmetro de Pesquisa" a seguinte palavra-mágica: AMAZONINO
  6. Clique no botão "Contém" sob pena de dar com os burros n'árgua.
  7. Clique no botão consultar
  8. Amazonino não é marca registrada e exclusiva (exceto pelo "A" do governo passado). Escolha o Amazonino 001. O nosso.
  9. Voilá! Olha só que sortimento de processos!

Cliquem à vontade. Só para adiantar: são 3 ações penais, 3 notícias-crime e um inquérito. Certo, certo, tem muita coisa arquivada, velhos esqueletos. O negão é esperto. No momento, a atenção da banca de advogados está voltada para 2 querelas:

  • A Ação Penal a respeito dos geradores superfaturados e da propina de quarentinha por cento para o Juarez Barreto (outro trânsfuga) é a APN 357. Está, como se vê, aguardando a conclusão do Ministro Relator. Ou seja, está no começo do fim, que pode ser longo, muito longo.
  • A Ação Penal referente às licitações ganhas pela contrutora Enconcel (entre elas a reforma do Vivaldão), cujo "dono" Fernando Bonfim (co-réu) afirmou ser "testa-de-ferro" do Governador é a de nº 354 e está no mesmo pé. Mas arquivada, ah, não está não...


Tudo aguarda o desenlace. Assim como o ilibado Paulo Salim Maluf, Amazonino Armando Mendes ainda não foi condenado com decisão transitada em julgado. Talvez nunca o seja, em vida. Talvez todo o passado negro prescreva. Por isso ele pode andar por aí, com o papelote do Tribunal à mão, o seu "atestado de idoneidade". Cabe a vocês, que andam entre os vivos, confiar ou não a esse ex-seminarista, cidadão exemplar, a chave do cofre. De novo.



 

16 agosto, 2004

De volta ao horário nobre
Por Fran Pacheco



 

Epígrafe
Por Fran Pacheco

"Entrega isso a quem de direito."
"Quem de direito? Não existe quem de direito."

Rubem Fonseca, Agosto.

 

15 agosto, 2004

Jet-Set de Manaus treme nas bases: vem aí “A Hedonista”
Por Fran Pacheco

As negociações na mesa branca da Fundação Espírita não param e a partir desta semana contaremos com o abundante reforço da saudosa Ishtar dos 7 Véus, conhecida em vida como “a hedonista”. Nossa nova colaboradora assinará a secção de colunismo social e deleitará os leitores revelando as traquinagens dos ditos “bem nascidos” de Manáos. A seguir uma breve biografia da distinta, enviada por seu médium:

“Najua do Amaral Nadaf, que assinava seus textos como “Ishtar dos 7 Véus, a hedonista”, nasceu em 1º de fevereiro de 1908, na Fazenda Monte Alegre, no município de Boca do Acre. Filha de Abdel Salim Nadaf e Beatriz Regina do Amaral Nadaf, ela era neta do coronel Manuel Florêncio do Amaral, mais conhecido como “Manú Milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou “grilando” seringais no rio Purus. Sua mãe herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Najua passou a infância e adolescência.

A moleca estudou em Manaus, no colégio Santa Dorotéia, e completou seus estudos em Zurique, na Suíça. Disposta a pintar o sete e cair na vida, em 1926 embarca para Paris objetivando ingressar na trupe da dançarina Joshepine Baker. Na cidade-luz, freqüenta o ateliê de Émile Renard, estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas e mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço.

Em 1929, viaja para o Cairo, no Egito, onde aprende a “dança do ventre” e vira quindim da bailarina Badia Massabni, responsável pelo Cassino Ópera. Apaixonada pela arte e boêmia em tempo integral, Massabni foi responsável por lançar vários artistas, entre músicos, compositores e bailarinas. Seus espetáculos trouxeram refinamento e sofisticação à “dança do ventre”, tendo introduzido o uso dos sapatos pelas bailarinas, para se distinguirem das gawazees que dançavam livremente nas ruas.

De volta a Manaus, Najua adota o nome artístico de “Ishtar dos 7 Véus, a hedonista” e colabora como crítica de artes em “O Amazonas”, “O Jornal”, “O Jornal do Comércio”, “O Libertador”, “A Gazeta da Tarde”, “A Tarde”e o “Diário da Tarde”, todos órgãos da imprensa amazonense, e em “A Folha do Norte” e “A Província do Pará”, de Belém, conciliando as atividades literárias com concorridas exibições de dança árabe feita nas alcovas dos poderosos.

Os levantamentos históricos revelam que “Ishtar dos 7 Véus, a hedonista” vestia nas alcovas do Poder a mesma roupa que as mulheres árabes vestiam na privacidade do harém. Basicamente, consistia em um vestido de fundo longo e transparente, com mangas largas até os cotovelos, que caíam conforme ela dançava movendo os braços, deixando à mostra braceletes e adornos das mãos e dedos. Por cima, vestia um colete firmemente amarrado para mostrar os contorno do corpo escultural, e os movimentos dos quadris eram valorizados por uma ou mais franjas amarradas às ancas ou por lenços e véus brilhantes envolvendo sua bacia.

Durante 30 anos, Ishtar colecionou amantes em sua alcova como o deputado Cordeirinho colecionava dinheiro vivo dentro de casa. Um deles, o poeta Américo Antony, chegou a publicar estes versos na revista “A Selva”, depois de um show da dançarina em um dos quartos do famoso La Hoje: “Torva, febril, torcicolosamente, / Numa espiral de elétricos volteios / Na cabeça, nos olhos e nos seios / Fluíam-lhe os venenos da serpente. / Ah! Que agonia tenebrosa e ardente! / Que convulsões, que lúbricos anseios, / Quanta volúpia, quantos bamboleios, / Que brusco e horrível sensualismo quente”.

Nos anos 70, depois que virou alter-ego do colunista Nogar e madrinha do colunista Little Box, a pisciana Ishtar se transformou em “arroz de festa” de alguma das cidades mais cintilantes do mundo, no chamado “circuito Elizabeth Arden” - Paris, Roma, Londres e Nova York, como se lê nas embalagens dos cosméticos da grife.

A encantadora Ishtar morreu de overdose de ecstasy durante uma das 5 mil festas rave em que sacolejou o esqueleto na ilha de Ibiza, no verão de 87. ”

A Hedonista agora está de volta para falar sobre os bastidores do high-society amazonense e entregar as “monas” quem ainda não saíram do armário. Cuidem-se!

 

O Dia do Albatroz - Cronologia do que Não Aconteceu
Por Fran Pacheco

Resumo colhido pela central de boatos dos Terríveis, no fatídico dia 10/08/04:

  • 6:00 AM - A casa de Cordeiro, office-boy do Sistema Integrado de Corrupção Generalizada do Estado do Amazonas, cai. A PF encontra uma agenda de pagamentos, em caligarfia deplorável e português tosco, com nomes importantes do Alto Clero Político-Empresarial. Peritos decifram a letra e os erros gramaticais, e a macacada põe-se na rua para prender os envolvidos.
  • 7:15 AM - Ari Moutinho é preso, empanturrando-se com uma pizza gigante em pleno breakfast.
  • 8:30 AM - Bosco Saraiva, ex-titular da Secretaria de Infra-Estrutura e Super-Faturamento do Estado do Amazonas, é preso aplicando máscara facial romena num salão especializado.
  • 8:45 AM - Zé Lopes e sua mala preta são presos no comitê do Negão
  • 9:00 AM - A macacada da PF ocupa as academias de ginástica, agências de turismo, casas de câmbio e lavanderias da cidade.
  • 9:30 AM - Ao ser informado das prisões de seus homens de confiança, Amazonino é conduzido às pressas por seguranças de volta ao seu jipe preto e refugia-se num valhacouto desconhecido.
  • 10:25 AM - Bosco Saraiva é preso pela 2ª vez, quando tentava incendiar sua papelada antiga.
  • 11:03 AM - Zé Lopes é preso no iate Cobra D'água. Sua mala preta não é encontrada e declarada fugitiva.
  • 12:00 PM - Ari Moutinho é preso pela 3ª vez, devorando um T-Bone na Búfalo Baby.
  • 12:15 PM - Malfeitores tresloucados desovam 10 milhões de reais em notas frescas, no Encontro das Águas. Uma multidão de repórteres corre para o local, mas encontram apenas um mero cadáver esquartejado, boiando em sacos pretos.
  • 2:12 PM - Ari Moutinho é preso pela 4ª vez, desta vez no Toro Loco.
  • 3:10 PM - Bosco Saraiva e Ari Moutinho são presos.
  • 5:25 PM - O partner de Amazonino, Otávio Raman Neves, consegue furar espetacularmente um forte cerco policial e embarca num jato no Aeroclube, com direito a perseguição na pista.
  • 6:27 PM - Ari Moutinho é preso pela 7ª e 8ª vez, simultaneamente.
  • 8:45 PM - Bosco Saraiva, embora já preso duas vezes no mesmo dia, encontra-se cercado pelos federais.
  • 10:00 PM - Desembarca em Manaus, noAeroporto Eduardo Gomes, o ex-Vice-Governador Samuel Onan, trajando um par de algemas, sob forte escolta policial.
  • 11:30 PM - Num acesso de ética samurai, o ex-Secretário da Fazenda e Tesoureiro de Amazonino Mendes, Alfredinho Pais, encarcerado, suicida-se com um haraquiri.
  • 12:00 AM - Ari Moutinho e Bosco Saraiva são presos, pela 9ª e 4ª vez, respectivamente.

 

14 agosto, 2004

Contactos Imediatos
Por Fran Pacheco

Será bem-vinda a participação de Steven Spielberg no Festival Internacional de Cinema a ser realizado em Manaus, em novembro. Finalmente, poderá encontrar-se com um velho parceiro, hoje senador, e agendar para 2010 - fim do mandato deste - a esperada refilmagem de um clássico do cinema.


 

13 agosto, 2004

LAUDO CADAVÉRICO DE UM OUTDOOR

Por Fran Pacheco e Herculano (na saideira)



Todo cidadão de bem nessa cidade perdida já se deparou com esta aparição:





Preliminares

Como todos sabem, o Dr. Amazonino Armando Mendes tutelou, com pequenas (mas intensas) férias o Paiz das Amazonas nos estertores do século XX e comecinho do novo milênio. Nos últimos dous anos, cuidou da vida de cidadão comum, às voltas com pequenas (mas intensas) aporrinhações no STJ e STF. Há quem o tenha visto, neste ínterim, na suíte presidencial de um renomado centro cirúrgico paulista, fazendo uma micro-cirurgia cardíaca pelo nariz. Sim, hospital também tem suíte presidencial.

Há cerca de um mês, em programa político do PFL, sua imagem televisiva foi vista por todos, mas é impossível precisar em que data foi gravada. Pode ter sido há anos. Sua aparência, porém, já despertava preocupações. Faces turgescentes, voz nitidamente embargada, olhar embaciado.

Semanas atrás, anunciou-se e registrou-se sua candidatura ao cargo de Alcaide da capital Baré. Foi quando ele apareceu em público pela primeira vez. Todos viram, então, na Convenção dos Cadeirudos, Botinhos e Carijós, um Amazonino inchado (como uma paca, diriam alguns), túrgido, esvaindo-se num caudaloso, gelado e viscoso suor (que outros zelosos discípulos guardam até hoje em frasquinhos, como relíquia).

O esforço daquele dia fez com que Amazonino, exaurido, sumisse por quase um mês. Os boatos ficaram mais intensos. Num esforço supremo para espantar a crescente preocupação com sua apetência, o Caboco Suado decidiu fazer o cabelo de um incauto, no Mauazinho. Mais algumas semanas se passaram, com Amazonino, provavelmente preso a um leito, até que os ideólogos de sua campanha lançaram uma cartada fundamental, para mostrar que o Negão estava, sim, vivo: o outdoor acima.

O tiro saiu pela culatra.

A Junta

Convocamos para analisar o material gráfico uma renomada junta, formada pelos Drs. Cesare Lombroso, especialista em sociopatias e psicopatologias (caracterologista, diriam os puristas, descendente direta da Frenologia) e Dr. Fritz, versado em dissecações "in vivo" (é também o único espírito capaz de baixar em mais de dois médiuns ao mesmo tempo).

Observe-se que nossa junta, tendo deixado o mundo fenomênico antes do advento da moderna computação gráfica, desqualifica completamente as propaladas virtudes terapêuticas da panacéia digital. O que se vê, no rosto disforme estampado neste outdoor é fruto, afirmam os doutos, da intervenção física de escamoteadores de quinta categoria. Com a palavra, os sábios:

O Laudo

Preâmbulo - Aos treze dias do mês de agosto do ano graça de 2004, às 00:30h, encontramo-nos reunidos nesta sala mortuária os infra-assinados drs. Fritz, Chefe da equipa de cirurgia do grupo do Dr. Bezerra, aqui
representando-o, Dr. Cesare Lombroso, emérito caracterologista, versado nas artes da Frenologia e da Fisiognomia, com seu L'Uomo Delinquente em mãos e eu, Luís C., na condição de secretário dos trabalhos, incumbido muy honrosamente do registro escrito do evento, para realizar a necropsia indireta da foto do cadáver de AMAZONINO ARMANDO MENDES, de nacionalidade brasileira, natural do Amazonas, do sexo masculino, com presumidos 65 anos de idade e outrora residente às margens do Rio Tarumã, o qual foi identificado por todos quantos viram o outdoor.

Histórico - Com a palavra Dr. Fritz. "Comecemos, senhores. O corpo de AMAZONINO ARMANDO MENDES, anh, encontra-se desaparecido e todo o esforço de nossas equipas não foi suficiente para encontrá-lo, anh, pelo que concentraremos nossas atenções na imagem disponível, tudo para atender aos reclamos de nosso dileto irmão Fran Pacheco. Registro a presença do Prof. Lombroso, para aqui deslocado no objetivo estudar os caracteres desse espécime raro e completo de animal político. Descrevo. O cadáver fotografado vestia camisa amarela e provavelmente estava nu dos ombros para baixo, devido ao alto grau de edemaciamento apresentado.

Chama atenção a tonalidade da pele do de cujus: a côr exibida não é de gente viva. Superficial comparação demonstra que não se encaixa no tom epitelial do Homo amazonicus, nem no do próprio Amazonino (Homo
amazonicus safus
). Como se sabe, a côr da pele, caráter mendeliano, resulta de uma herança genotípica multifatorial, onde diversos pares de genes alelomorfos exercendo uma função cumulativa determinam, por efeito de variadas combinações, tonalidades diferentes de pele, definindo fenotipicamente o indivíduo. Sabe-se que o de cujus, é faiodérmico (pardo, trigueiro, mulato). Chama atenção que na foto o homem exibe características xantodérmicas, sendo praticamente um chinês. Nem a nítida utilização de verniz naval (nessa cara-de-pau) é capaz de disfarçar o tom cadavérico amarelecido, a textura de pergaminho por trás do violento repuxo tegumentar.

Na região frontal, é possível perceber a total ausência de marcas de expressão de rugas, o que só pode ser explicado pelo descuido com que os embalsamadores trataram o de cujus, descolando-lhe o couro cabeludo e em seguida costurando fora de lugar, o que causou o alisamento, nitidamente anti-natural, da testa. Em seguida, voltando nossas atenções para as regiões orbitárias, é fácil notar qual inchadas estão, a ponto de formarem duas bolsas sobre e sob os olhos do de cujus, que parecem abertos à força, e efetivamente o estão devido ao avançado estado do período enfisetamoso. Os globos oculares, por certo, foram empurrados para o fundo da cavidade (o que é fácil) e substituídos por próteses que sequer foram bem colocadas. Vide discreto estrabismo no olho direito.

A linha de incersão dos cabelos apresenta-se bastande recuada. A tentativa de se pregar esses estranhos fios brancos, anormalmente retesados, indica a técnica primária usada pelos falsários. Simplesmente não existe cabelo branco nas pontas e preto na raiz! O contrário seria o correcto, mas os sacripantas, tentando dar ao de cujus um ar venerável, sairam-se com essa improvisação, pregando afobadamente e ao revés os fios no crânio combalido do velho líder. O material usado provavelmente foi piaçava tingida.

Horrendamente desproporcional é a ausência de pescoço: há uma ligação direta do queixo com o tronco, mal disfarçada pelo corte na imagem. Esse elemento, aparentemente sem importância, ganha relevo ao raciocinarmos, com grandes chances de êxito, que tal fato destina-se a esconder o corte da autópsia certamente realizada. A incisão mento-pubiana, que vai do queixo até o púbis, precisa ser ocultada. Se observarmos com atenção, o o homem está torno. A boca fechada fortemente, que esboça um indecifrável sorriso, tem uma explicação bastante lógica. Está costurada por dentro. Assim não fosse, a ausência
de tônus muscular provocaria a queda do queixo e teríamos não Amazonino, mas um boneco Muppet com a bocaça aberta.

A fácies do de cujus nos passa inquietante sensação de achatamento, como se um rolo de pastel tivesse passado por cima de uma substância flácida. O mais provável é que ele tenha sido fotografado em seu leito, em decúbito dorsal. O inchaço generalizado da facies cadavérica, que dizem estender-se pelo corpo todo, principalmente pelo abdome, é sintomático do estágio de decomposição em que se encontra, como dito, período enfisetamoso.

Por fim, as mensagens subliminares deixadas pelos ideólogos. É sabido que todo falsário deixa uma pista para ser pego, mas estes exageraram. O branco que domina a composição nos remete à paz excelsa do além-túmulo. A citação ao "trabalho" é recorrente em entradas de cemitérios, como no São João Batista ("Laborum Meta - Finda o Trabalho"). O inseto alado adornando a composição assemelha-se a um querubim, apontando e subindo feliz para o céu. O destacado número 25 seria a data de seu passamento: 25 de julho de 2004, supomos.

Posto isso, a partir da análise deste outdoor, a conclusão a que chega essa junta é uma só e ela pode afirmar, categoricamente:

Amazonino Armando Mendes está morto.




.........................................................................

Nota do Club: devido à polêmica conclusão, já que um homem que se diz "Amazonino Mendes, o Prefeito que a Gente Quer" está perambulando pela cidade, concedendo entrevistas e prestes a ganhar uma eleição, solicitamos à junta uma explicação para tal fenômeno, o que está sendo providenciado. Dr. Lombroso, que apresentará em breve seu laudo caracterológico, adianta que trata-se de um animal político completo com áreas cerebrais da destrutividade e aquisitividade excepcionalmente hipertrofiadas.




 

12 agosto, 2004

Buracos, Crateras e Orifícios
Por Fran Pacheco

Estimativas do montante surrupiado especificamente pela célula terrorista a cargo de Cordeirinho:

. Cálculo da Polícia Federal..............................R$ 500 milhões

. Cálculo do Eron Bezerra................................R$ 1 bilhão

. Cálculo do Secretário de Ética,
Transparência e Controle Interno
do Estado, Mauro Campbell.............................R$ 0,00


Sugerimos, como espetacular jogada de marketing, que o Governador exonere o Dr. Campbell e contrate o internacionalmente afamado Mr. Magoo para tomar conta do rebanho.

 

11 agosto, 2004

Questões em Aberto do Vestibular da UEA (1)
Por Fran Pacheco

Biologia / Genética (teratogênse)

1. Dado o cruzamento entre um espécime de político amazonense, que se diz "revolucionário", com um espécime de revolucionário chinês das antigas e embalsamado, origina-se:



a) O ser mitológico conhecido como Mao-Zonino.
c) Um batráquio (modelo cururu) com idéias tropicais pensadas em chinês mandarim, o que inviabiliza explicá-las aos mortais comuns.
b) Um produto de biopirataria made in china e desembarcado por algum esquema obscuro, via Porto Privatizado de Manaus.
d) Um mutante sátiro-etílico, inexplicável até mesmo pelos marketeiros de campanha.
e) Nenhuma das anteirores. Ou não.

2. A partir do cruzamento de dois políticos "obreiros" e com imensa vontade de "voltar", a criatura gerada é:



a) O ser mitológico conhecido como Nêgo-Loco.
b) Um gnomo-ferreiro, especializado em forjar próteses metálicas para testas.
c) Um mamífero viciado em quibes, tucumãs e no sumo das tetas republicanas. Não vive sem.
d) Um pavão misterioso, dotado de ferrão e que põe ovos de ouro, no eixo Caymãs-Faroe-Suíça.
e) Só fala em juízo.


 

09 agosto, 2004

Fran Recomenda
Por Fran Pacheco

Aos leitores
Esta crônica de JRBF bem poderia fazer parte deste blogue, mas é sabido que JRBF está vivo, o que inviabiliza, por enquanto, sua entrada no Club.

http://www.taquiprati.com.br/apresenta-cronica.php3?cronica=cronica08-08-2004

Ao Sarafa
Espalhe mais o pessoal pela rua, em seus comícios, preencha os vazios com gelo seco, assim o cálculo da PM poderá dobrar. Pensem grande! Sugerimos a clonagem de bonecos do Barbosão e a preparação urgente dos bonecos Sarafão e Senador Gafanhotão. O sucesso entre a criançada poderá render bons votos em 2012.

Ao Senador Jeff Peres
Como diria Bruno Mezenga, o Rei do Gado (com um ovo na boca): "Ô, senador!" Vê se aparece nos comícios da moçada, pra dar uma forcinha. É dever dos padrinhos para com seus afilhados não deixá-los no desamparo.

Ao Omar (qualquer Omar)
Vida nova: recomendo trocar sua picape cabine-dupla 100% preta, de vidros 100% pretos.

Ao Ralf Assayag (menção honrosa de baba-ovo da semana)
Disseste que não conseguiste dormir, "de tão ansioso", na véspera de encontrar o Amazonino na tua agremiação burguesa, que te sentiste "um colegial". Cuidado, rapaz. Não mexe com as fantasias do homem...

Ao Abelha (enquanto não divulgamos a verdade sobre seu outdoor)
Firme com os corticóides, Governador!

 

06 agosto, 2004

Candidato Official do Club dos Terríveis Impugnado
Por Stella Maris - especial para o Club

É com pesar, revolta e indignação que anunciamos o indeferimento definitivo e inapelável do pedido de candidatura a vereador de nosso saudoso K.Veirinha, filiado ao Partido Anarchista-Carbonário Amazonense (PANACAM). Forças ocultas e obscurantistas levaram ao conhecimento dos magistrados responsáveis o Atestado de Óbito de nosso candidato e photos comprometedoras de sua ossada, encontrada no Nova Cidade. O indigitado K.Veirinha não conseguiu interpor, no prazo legal, a contrapova decisiva, seu Atestado de Vida. Não que, pelo fato de estar morto, K.Veirinha não conseguisse, com suas mil artimanhas, o tal papelote, abollido pelo ministro Beltrão. Mas ao que tudo indica, as forças ocultas cortaram as perninhas de seu ectoplasma. O tempora.

K.Veirinha acalentou por muitos anos o sonho de ser eleito. Para qualquer coisa. Esgotado o vigor físico da juventude, que lhe rendera a láurea de maior “rato de hotel”, “punguista”, “ventanista” e “seductor de viúvas” de Manáos, incapacitado por “convicção anarchista” para qualquer trabalho honesto, e já marcado na cidade como falso “advogado, notário, ginecologista e corrector de títulos”, com uma conta kilométrica pendurada nos botecos, alfaiates e lupanares, só lhe restou a inevitável vereda da Política. “Como eu não pensei nisso antes?”, confidenciou no leito de morte.

Sua primeira tentativa foi frustrada pelo Estado Novo (“Vargas, filha da puta”), que colocou na clandestinidade o Partido. Com a volta da democracia, e de Vargas, tentou o cargo de deputado estadual pelo PTB (“Getúlio Vargas, o maior brasileiro vivo”). Recebeu menos de 15 votos (em geral de credores, esperançosos em confiscar o salário de K.Veirinha). Plínio Coelho, vulgo “Ganso”, o expulsou da sigla, a bicadas. Transitou pela UDN, PCB, VAR-Palmares, ARENA, PDS, PRN, PRONA, Seicho-Nô-Iê, AMWAY e no ato final, voltou ao PANACAM. Sua derradeira tentativa foi na eleição de 98, ainda com urnas de pano, no Interior do Amazonas. “Dessa vez eu levo, está tudo armado”, teria dito. Estava mesmo, mas por forças maiores. As urnas que K.Veirinha emprenhou no interior foram (segundo ele, não nós) sub-repticiamente convertidas em urnas com os votos que elegeram a dupla Abelha Governador e Boto Senador. Foi a gota d’água e também o último acesso de gota de nosso candidato. K.Veirinha disse “voltarei nos braços do povo”. E bafuntou. Foi enterrado em cova rasa, sem cortejo nem caixão (devia também à funerária Almir Neves).

No além-túmulo, dedicou-se, quando não estava em campanha, a contrafações, tentando mais de uma vez se passar pelo espírito Emmanuel e enganar Xico Xavier. Também tentou introduzir-se no Orkut. Sua volta à política terrena se deu por pactos sinistros, vendendo proteção a mandatários e nababos locais. Ultimamente vinha despachando na Cachoeira das Almas. Seu futuro, agora, é incerto.

 

05 agosto, 2004

Eu sabia!
Por Fran Pacheco


O que todos desconfiavam a respeito do
Sr. Mário Frota finalmente veio à tona, com os modernos
recursos colocados à disposição de nossos implacáveis peritos.

Próxima matéria: a verdade sobre o outdoor de Amazonino.


 

03 agosto, 2004

Novos Collaboradores
Por Fran Pacheco

Finalmente, após exhaustivas negociações na mesa-branca da Fundação Espírita, o editor deste blogue tem a satisfação de anunciar a adesão de dous novos membros ao Club: Cezario Camelo, o popular "Cecezinho" - literato oriundo das barrancas do Madeira - e Stella Maris, nossa afagadora de sacco-mor. Ambos preencheram os requisitos para admissão, sendo o mais importante: estão devidamente desencarnados.

Vamos por partes. Aos currículos, enviados pelos agentes mediúnicos:

"CEZÁRIO CAMELO, o "Cecezinho", nasceu no dia 13 de outubro de 1892, no seringal Oku do Mundo, no rio Madeira, município de Humaitá. Durante a infância, foi parceiro de troca-troca de Álvaro Maia, o "Cabeleira", que morava no seringal Goiabal, ali perto. Diplomado em Psicologia (1912), Mestre em Antropologia Social (1915), Doutor em Ciências Sociais (1919), professor da Escola Universitária Livre de Manáos, mais tarde denominada Universidade de Manáos, poeta, ensaísta, folclorista, cronista, meia-armador do Auto Esporte, jornalista, boêmio, amante insaciável, kardecista, Prêmio Nacional de Folclore Americano do Brasil (1924), Prêmio Sílvio Romero (1935), Prêmio Jabuti (1939), Cecezinho tem diversos livros publicados, entre os quais, Pequeno esboço de um estudo do linguajar caboclo-brasileiro durante o coito (1911), Danças e folguedos folclóricos nas casas de tolerância de Humaitá (1913), Meretrizes, baitolas, tachos & panelas - Historiografia da alimentação brasileira nos seringais (1917), Formação e evolução étnica dos rendez-vous de Manaus (1920), Bailes pastoris ou a concuspicência da carne durante a quaresma (1928) e Vestígios de cultura indígena nos lupanares de Codajás (1931), além de ensaios e artigos em revistas especializadas e na imprensa. Faleceu, de parada cardíaca, no dia 6 de julho de 1974, nos braços de uma quenga do puteiro "Rosa de Maio", em Manaus, depois que o ponta-direita Lato fez aquele gol da Polônia e despachou a seleção canarinho para um desmoralizante quarto lugar, durante a 10ª Copa do Mundo. "

"STELLA MARIS pediu para não revelarmos sua idade (algo entre 100 e 200 anos a supor-se pelo brasão dos "Estados Unidos do Brazil" que adorna seu atestado de óbito). Podemos assegurar, no entanto, que para um ectoplasma ela está "uótima". Patronesse dos simbolistas, depois dos parnasianos e finalmente dos modernistas de Manáos, promoveu as mais concorridas soirées da cidade, no casarão da família na Av. Joaquim Nabuco (perto da Búfalo). Amante das artes, da política, dos artistas e dos políticos, destacou-se desde cedo por seus dotes linguísticos. Autodidata, exímia tocadora de flauta, encantou mais de um vice-governador. Veio a contrair matrimônio com o distinto desembargador Cornélio da Silva Manso. Ao Dr. Manso foi esposa devotada, quando estava em casa, além de legar uma extensa e sortida prole de loirinhos, caboquinhos, mulatos e até japonesinhos, fazendo de seu clã um amálgama das etnias desta hinterlândia amazônica. Falleceu na queda do Zepelim, em data que pediu para não revelarmos. "

Aguardamos ansiosamente a estréia dos novos e terríveis collaboradores. Evoé!

 

Notas do Subterrâneo (II)
Por Fran Pacheco

ARMANDO
A recorrente agenda de Amazonino Mendes ("reunião com assessores") antevê um futuro promissor para Manaus. Com tanta reunião já devem ter bolado planos para os próximos 40 anos, no mínimo.

ANISTIA AMPLA
Uma esperança para os presos políticos do Amazonas: companheiro Herbert prometeu na Tv que, se eleito prefeito, irá libertá-los.

PALANQUE ELETRÔNICO
É melhor a vereadora-apresentadora-candidata Dra. Rejane parar de fazer campanha pela Tv Câmara. Os cinco manauaras que assitem a esse canal já têm candidato.

REALIDADE VIRTUAL
O plano de governo de Amazonino existe. É um story-board para uma mega-produção em 3D: "O Ataque da Abelha-Zumbi". Shrek ficará no chinelo.

NOTRE-DAME
Procura-se o sineiro da famosa catedral francesa. Há quem o tenha visto em remotos bairros de Manaus, fazendo campanha como vice de Amazonino.

PAVLOV EXPLICA
Primeiro com o Governador Cadeirudo ao lado. Depois, com a esvoaçante abelhinha. Arlindo Jr. é realmente "O Amigo Fiel" de seu slogan. Fiel e re-adestrável.

O ENYGMA DE CARLI
O senador Jeff Peres - sério que nem cu de touro no outdoor - poderia responder: o que o homem de confiança de Amazonino, chamado Paolo de' Carli está fazendo no seu PDT?

ECA
A Delegacia de Proteção ao Menor quer saber quem deixou Arturzito ser trucidado pelas perguntas ao vivo no Amazônia em Revista desta segunda-feira.

A VERDADE
Arturzito desmentiu oficialmente: não é o Kiko, do seriado Chaves.

 



 

Contra o Pânico Colectivo
Por Fran Pacheco

Encomendamos a uma junta formada pelos renommados especialistas Cesare Lombroso, Dr. Fritz, Norman Bates e outros, uma detalhada análise das recentes aparições e visagens de candidatos desencarnados, empalhados ou simplesmente xumbregados, em outdoors desta cidade perdida. Os laudos serão divulgados nas próximas horas, neste blog.