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15 agosto, 2004

Jet-Set de Manaus treme nas bases: vem aí “A Hedonista”
Por Fran Pacheco

As negociações na mesa branca da Fundação Espírita não param e a partir desta semana contaremos com o abundante reforço da saudosa Ishtar dos 7 Véus, conhecida em vida como “a hedonista”. Nossa nova colaboradora assinará a secção de colunismo social e deleitará os leitores revelando as traquinagens dos ditos “bem nascidos” de Manáos. A seguir uma breve biografia da distinta, enviada por seu médium:

“Najua do Amaral Nadaf, que assinava seus textos como “Ishtar dos 7 Véus, a hedonista”, nasceu em 1º de fevereiro de 1908, na Fazenda Monte Alegre, no município de Boca do Acre. Filha de Abdel Salim Nadaf e Beatriz Regina do Amaral Nadaf, ela era neta do coronel Manuel Florêncio do Amaral, mais conhecido como “Manú Milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou “grilando” seringais no rio Purus. Sua mãe herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Najua passou a infância e adolescência.

A moleca estudou em Manaus, no colégio Santa Dorotéia, e completou seus estudos em Zurique, na Suíça. Disposta a pintar o sete e cair na vida, em 1926 embarca para Paris objetivando ingressar na trupe da dançarina Joshepine Baker. Na cidade-luz, freqüenta o ateliê de Émile Renard, estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas e mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço.

Em 1929, viaja para o Cairo, no Egito, onde aprende a “dança do ventre” e vira quindim da bailarina Badia Massabni, responsável pelo Cassino Ópera. Apaixonada pela arte e boêmia em tempo integral, Massabni foi responsável por lançar vários artistas, entre músicos, compositores e bailarinas. Seus espetáculos trouxeram refinamento e sofisticação à “dança do ventre”, tendo introduzido o uso dos sapatos pelas bailarinas, para se distinguirem das gawazees que dançavam livremente nas ruas.

De volta a Manaus, Najua adota o nome artístico de “Ishtar dos 7 Véus, a hedonista” e colabora como crítica de artes em “O Amazonas”, “O Jornal”, “O Jornal do Comércio”, “O Libertador”, “A Gazeta da Tarde”, “A Tarde”e o “Diário da Tarde”, todos órgãos da imprensa amazonense, e em “A Folha do Norte” e “A Província do Pará”, de Belém, conciliando as atividades literárias com concorridas exibições de dança árabe feita nas alcovas dos poderosos.

Os levantamentos históricos revelam que “Ishtar dos 7 Véus, a hedonista” vestia nas alcovas do Poder a mesma roupa que as mulheres árabes vestiam na privacidade do harém. Basicamente, consistia em um vestido de fundo longo e transparente, com mangas largas até os cotovelos, que caíam conforme ela dançava movendo os braços, deixando à mostra braceletes e adornos das mãos e dedos. Por cima, vestia um colete firmemente amarrado para mostrar os contorno do corpo escultural, e os movimentos dos quadris eram valorizados por uma ou mais franjas amarradas às ancas ou por lenços e véus brilhantes envolvendo sua bacia.

Durante 30 anos, Ishtar colecionou amantes em sua alcova como o deputado Cordeirinho colecionava dinheiro vivo dentro de casa. Um deles, o poeta Américo Antony, chegou a publicar estes versos na revista “A Selva”, depois de um show da dançarina em um dos quartos do famoso La Hoje: “Torva, febril, torcicolosamente, / Numa espiral de elétricos volteios / Na cabeça, nos olhos e nos seios / Fluíam-lhe os venenos da serpente. / Ah! Que agonia tenebrosa e ardente! / Que convulsões, que lúbricos anseios, / Quanta volúpia, quantos bamboleios, / Que brusco e horrível sensualismo quente”.

Nos anos 70, depois que virou alter-ego do colunista Nogar e madrinha do colunista Little Box, a pisciana Ishtar se transformou em “arroz de festa” de alguma das cidades mais cintilantes do mundo, no chamado “circuito Elizabeth Arden” - Paris, Roma, Londres e Nova York, como se lê nas embalagens dos cosméticos da grife.

A encantadora Ishtar morreu de overdose de ecstasy durante uma das 5 mil festas rave em que sacolejou o esqueleto na ilha de Ibiza, no verão de 87. ”

A Hedonista agora está de volta para falar sobre os bastidores do high-society amazonense e entregar as “monas” quem ainda não saíram do armário. Cuidem-se!

 

1 Comments:

  • At 10:00 AM, Anonymous Anônimo said…

    Em qual email posso ter contato com o autor fantasmagórico do blog? Fora mesa branca :/

     

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