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29 abril, 2006

O Jegue Falante
Por irmão Paulo

A maior empinada do Jegue, antes de ser ministro

Como se sabe, jumento, asno e jegue são nomes regionais dados para o mesmo animal: o Equus asinus. O jegue é conhecido por sua resistência e ocorre em praticamente todo o planeta, agora, inclusive, em regiões frias. Desde o início da civilização, ele vem sendo usado como animal de carga, sela e tração, sendo muito útil para trabalhos pesados, repetitivos e braçais.

Apenas para delimitarmos nossa área de observação, é interessante ponderar Mula e Burro, por sua vez, são um outro animal. Formados a partir do cruzamento entre um jumento (jegue) e uma égua. Quando o filhote desse acasalamento é uma fêmea, ela é chamada de mula; quando é um macho, ele é chamado de burro. Independentemente do sexo, esse animal é fisicamente mais parecido com a mãe, ou seja, uma égua, mas consegue herdar do jumento a cabeça dura. Ergo, todo burro é necessariamente filho de uma égua.

Ainda no início dos tempos, é o que revelam os manuscritos de Esopo, alguns animais falavam, dentre eles, além do burro, falava também o Jegue, que em verdade o precede na cronologia dos acontecimentos. Os tempos mudaram e, paulatinamente, os animais foram se recolhendo ante a conquista selvagem do Homem, e hoje já não falam mais, como se sabe. Entretanto, em alguns lugares, talvez em decorrência de uma combinação acidental de alelos, ou de algum outro fator externo imponderável, alguns animais vêm ao mundo com a habilidade de falar, embora em muitos casos se verifique, após décadas de espanto, que na verdade apenas vocalizam sons parecidos com palavras. E o caso do jegue nordestino falante que temos no amazonas: Alfredo Nascimento, que é seu nome de gente.

Quando veio ao mundo, Alfredo notou-se parte dos animais de estimação oficial de uma abastada família do sertão. Teve uma relação bastante próxima com seu pai, embora jamais tenham trocado palavra. Era seu amigo, aprendiz, companheiro de trabalho, em pouco se mostrou capaz proezas como buscar água no riacho e voltar sozinho. Ganhou fama de eficaz e foi mandado de presente a um amigo no Amazonas. Nunca mais teve contato coma família. Aqui, de mão em mão, findou por cair, como parte de pagamento em uma dívida de jogo, nas mãos do capiroto, ele mesmo, Amazonino Mendes – mandante e autor intelectual de revolução em sua vida de asno.

À época, início da década de 80, nos grotões sertanejos, o patrimônio mais valioso que um pai podia deixar para o filho era um jegue. Amazonino Mendes, clarividente em seu saber telúrico, sabia que a tradição popular, aparentemente incompreensível, teria um nascedouro de verdade. E descobriu, em solo amazonense e de sua propriedade, um dos últimos jegues falantes do nordeste. Hoje é possível comprar um jegue por R$ 1,00 e seus donos agora os esquecem nas beiras das estradas, mas nem sempre foi assim.

Amazonino Mendes o fez secretário municipal, depois – já governador do estado, tungou a prefeitura de Manoel Ribeiro e fez de Alfredo Nascimento prefeito interventor, depois superintendente da Suframa, depois secretário de estado, depois vice-governador, depois prefeito da capital e, por fim, prefeito reeleito. O Jegue pegou gosto pela coisa. Buscou suas origens, mudou a cor da pelagem, de ratazana-acinzentada para um vistoso preto-graúna, perdeu a gordura acumulada em anos de inatividade, botou uma coleirinha no pescoço e fez-se até Ministro de Estado. De Lula, mas ainda assim Ministro.

Só em um estado como o Amazonas, e no Brasil de Lula, uma criatura dessa natureza conseguiria ludibriar a tantos, por tanto tempo, e ascender aos mais altos postos públicos de comando. Agora, candidato ao Senado, vem demonstrar que o Amazonas vive numa cápsula do tempo. O Jegue não é mais nada em canto algum, mas aqui, com pose de gente, periga ser senador.

O presidente da Associação Brasileira do Jumento Nordestino revela que, na década de 60, foi preciso fazer uma campanha de conscientização para evitar que os jegues acabassem, tão apreciada se tornou sua carne na Europa e tão fervilhante era a exportação. Hoje os bichos já não servem nem para isso, porque o mercado globalizado compra jegues africanos, ainda mais baratos que os nordestinos.

Antropólogos ponderam que o motivo para o abandono do jegue é mais simbólico que econômico. O fim do jumento seria o fim do mundo agrário tradicional, prova disso é que acabou o tempo em que presidenciáveis se deixavam fotografar em cima de jegues.

Brizola e Lula escorados no lombo de Alfredo


Alfredo Nascimento não passa de um jegue falante, por sinal, muito mal falante. Foi prefeito e algoz-mor do sorriso retratado alguns posts atrás. Como marca de sua passagem destacam-se uma dívida com o BNDES, suportada pela Prefeitura e responsável por razoável óbice á capacidade de investimento do município e um projeto de transporte coletivo inconcluso e falido, o tal Expresso. Ainda este ano, a imprensa local ecoa a tragédia que foi o expresso, um buraco sem fundo, sorvedouro de dinheiro público, inadequado à nossa realidade, mal planejado, executado pela metade, sem as adequações necessárias, sem eira e nem beira.

O Sistema Expresso não atende a população, segundo o Jornal do Amazonas. “Depois de três anos implantado o Expresso ainda não foi totalmente concluído. E a população reclama do serviço do transporte coletivo da cidade. O Sistema Expresso foi inaugurado em dezembro de 2002 com a promessa de dar mais rapidez às viagens, diminuir a superlotação e ainda organizar melhor o trânsito pelas vias onde passasse. Três anos depois, a população ainda reclama. De acordo com a Empresa Municipal de Transportes Urbanos, o corredor do Expresso não está funcionando no trecho entre a Torquato Tapajós, Noel Nutels e Max Teixeira, até o terminal quatro, na Zona Leste. De 46 plataformas que foram construídas, quase metade não funciona. Ao todo 21 plataformas do Expresso estão desativadas. Segundo o presidente da EMTU, mesmo com um investimento alto, o projeto ainda não foi finalizado.”

Beneficiado pelo derretimento de todas as lideranças do Partido Liberal, ainda Prefeito de Manaus, deixando o Expresso inconcluso, ascendeu ao caro de Ministro dos Transportes para choque geral. Amazonino Mendes teria chegado a prever que não duraria três meses no cargo. Mas não foi isso que aconteceu. Azeitado na casca do alho, mais falante que nunca, acercou-se da massa encefálica de Lula e conseguiu ficar.

Em janeiro de 2006, 10 meses antes das eleições gerais e 3 antes de sua previsível saída do Ministério dos Transportes, tentou aplicar, em nível nacional, o velho golpe do asfalto. No dia 09.01.2006, uma segunda-feira, começou a operação tapa-buracos do governo federal, que tinha como objetivo recuperar 26.500 quilômetros de rodovias federais esburacadas em 25 estados brasileiros. O programa foi preparado a toque de caixa em duas semanas. Em seguidas reuniões, o governo acertou a liberação de R$ 440 milhões e pediu à Petrobras que aumentasse a produção de asfalto. Seriam 126 frentes de trabalho em 22 estados. Foram obras emergenciais (!?), contratadas sem licitação e, portanto, mais caras.

O DNIT, órgão gestor dessa dinheirama toda possui a carinhosa alcunha de rei das licitações fraudadas. As notícias hoje, 4 meses depois do início da tunga, dão conta de que os tapa-buracos duram, se tanto, até a eleição, não atingiram a dimensão esperada e, em alguns lugares, já transformaram-se em buracos novamente. Fiel ao seu estilo não é comigo. Lançou um programa questionável e mal ajambrado, posto sob suspeita legal e técnica pelo Tribunal de Contas da União, e pulou fora. Volta pro seu Amazonas objetivando eleger-se senador da república. A eventual eleição de Alfredo Nascimento não lhe faz menos jegue, mas demonstra que se ele é jegue, os amazonenses compõem seu harém de jumentas.


 

Projeto de Lei (bonitinha mas) Ordinária
Por Henrique Filho


Sem mais passemos à exposição de motivos:

Considerando que um escândalo sucede a outro, esquecendo-se imediatamente o anterior, que passa a não mais receber a cobertura da imprensa,

Considerando que a eclosão de escândalos aumenta de uma frequência mensal para diária, com perspectivas de carga horária,

Considerando tudo isto (e aquilo)

Considerando que urge uma medida das autoridades....

FICA CRIADA A ESCANDOLBRÁS

São atribuições da nova estatal:

I – Centralizar todos os escândalos federais, estaduais e municipais;

II – Viabilizar a criação de uma subsidiária no exterior para a compra de direitos de escândalos internacionais (Watergate, Enron, WorldCom etc.), assim como a exportação dos escândalos nacionais;

III – Avocar os escândalos retroativos, tais como Riocentro, Carajás, Ferrovia do Aço, Buraco do INAMPS, Angra I, II e III, Proconsult, Delfin, Mandioca, Capemi, Esquema PC, Anões do Orçamento, Encol, Privatizações, Marka/FonteCindam, TRT, Econômico, Santos etc etc;

IV– Contratar marqueteiros para uniformizar e dinamizar a divulgação de escândalos, seja através de filmes (estilo Canal 100), outdoors (enquanto não forem banidos de vez) seja através da revista QuantoÉ;

V – Insituir curso de natação em mar de lama para agentes;

VI – Constituir sede própria, devidamente superfaturada, com os recursos provenientes da instituição (via votação secreta) do Imposto Sobre Escândalos (ISES), com propina, digo, alíquota de 96%;

VII – Revoguem-se todos os contrários.

**

P.S. Pra quem se assustou com o imposto de 96%, é exatamente o que todos já estamos pagando (Top! Top! Top!).


 

27 abril, 2006

Os Bons Companheiros
Por irmão Paulo

Jornal do Brasil
Augusto Nunes
23.04.2006














Se tivessem intimidade com o histórico da vítima, como se comportariam os algozes do senador Gilberto Mestrinho? Dos 15 invasores do casarão em São Conrado, meia dúzia decerto desistiria da operação. Uns por medo do inquilino: o velho morubixaba - menos pelo currículo político e mais pela folha corrida - inspira respeito mesmo entre assaltantes muito competentes. Outros por espírito corpo, pois um colega com tal passado não merece virar alvo sem mais nem menos.

Em 1958, Mestrinho elegeu-se prefeito de Manaus com 30 anos. O jovem tinha pressa. Governador do Amazonas aos 31, deputado federal aos 34, começava a transformar-se em celebridade nacional quando tropeçou em casos de corrupção explícita e caiu na teia dos vitoriosos de 1964. E então aprendeu a esperar. Anistiado em 1979, voltou com 51 anos e a gula dos tempos de moço. Foi governador mais duas vezes e é senador desde 1999. Um currículo notável.

Tão notável quanto o prontuário. Antes da cassação, o pai do PTB colecionou votos e cédulas com idêntica habilidade. Depois do castigo, o feiticeiro cinqüentão continuou, transferido para o PMDB, a lidar com urnas e cifras. Se conhecessem as proezas do inquilino, os assaltantes agiriam com o ar beatífico de quem reivindica 100 anos de perdão.

Quando 15 filhos da Floresta da Tijuca saltaram o muro dos fundos. o Senhor das Selvas e Matas, faceiro aos 78 anos, nem imaginava que o destino o escolhera para ilustrar a cizânia na nação dos gatunos. Quando partiram, quatro horas depois, sofrera perdas relevantes. No plano espiritual. Foi-se a paz. No material, ficou dezenas de milhares de reais menos rico.

Os invasores levaram de São Conrado dois cofres de conteúdo ignorado, uma minigaleria de obras de arte, jóias, dólares, R$ 16 mil em espécie e quinquilharias bem cotadas na bolsa-favela. Descontados cofres e quadros, a tunga soma, nos cálculos mais conservadores, R$ 120 mil. A quantia é amplamente inferior à fortuna de Mestrinho. Mas não é pouca coisa.

Com esse dinheiro é possível, por exemplo, comprar no Feirão do Congresso um josémentor, doís e meio joõespauloscunhas, seis professoresluizinhos. Ou alugar por quatro meses um deputado mensalista. Não é pouca coisa, certo? E não foi tudo.

O país também lucrou com as revelações produzidas pelo episódio. Sabe-se agora que Mestrinho cabula sessões do Senado até no meio da semana. Que passeia na praia em vez de passar o eleitorado amazonense em revista. Que a farra das passagens aéreas facilita a vadiagem no Rio. Que o troco para o supermercado e o cigarro passa de R$ 15 mil. Que a pouca vergonha é muita.

Os assaltantes continuam por aí, submersos no anonimato. Multidões de cariocas aguardam a chance de cumprimentá-los. Injuriado, Mestrinho avisa que vai vender a casa e sumir de São Conrado para sempre.

Bom trabalho, rapazes. Boa viagem, senador. Parabéns, Rio de Janeiro

 

25 abril, 2006

Presidente do INSS eleva filas à categoria de expressão cultural
Por Fran Pacheco

Deu no telejornal do casal Bonner. Com a mesma cara entalhada em madeira-de-lei com que afirmou ao vivo, em janeiro, que até o mês de abril (ou seja, agora), as filas do INSS estariam tão extintas quanto a torcida do América, o Exmo. Sr. Valdir Moisés Simão, confrontado com o fato de que logicamente patavinas nenhuma mudou, passou a bola para o Ministério da Cultura. As filas, segundo ele, talvez nunca acabem por serem uma "questão cultural" do povaréu, que insiste porque insiste em passar a madrugada na frente dos postos.

Portanto, senhores aposentados e postulantes a tal, trabalhadeiras em "estado interessante", inválidos em regime temporário ou permanente, enfim, Srs. e Sras. fodidos da pátria em geral, exigi vossos direitos! Já que não podeis extirpar vossas raízes etnocêntricas mais profundas, já que insistis em preservar vosso patrimônio imaterial que é esta quedinha por uma fila quilométrica ao sereno da madrugada, nada vos resta a não ser pleiteardes ao ministro Gilberto Gil (ou à Petrobras) um "apoiamento", para que os turistas possam apreciar em toda sua grandeza vossa manifestação folclórica. Abaixo segue nossa modesta sugestão para o figurino a ser adotado. E não se preocupem! Não cobraremos royalties pelo design.

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* Colaboraram: Câmara Cascudo & Gianni Versace *

 

24 abril, 2006

Direto ao ponto
Por Fran Pacheco

Não lembro ao certo se foi no Blogue do Pé-Frio, na coluna do Orlando Farias ou de algum outro puxa-saco de aluguel, mas acho que já saiu um texto parecido (evidentemente direcionado para favorecer a figura do Patrão). De qualquer forma, vamos colocar o dedo direto nos chakras das principais mucuras, catitas e preás que se lhe apresentam como opção, infeliz eleitor compulsório.

Candidatos a Presidente

Lula (PT)
Ponto forte: a ignorância das massas.
Ponto fraco: de tanto fornicar com as instituições, seu governo chega nas preliminares da eleição num esgotamento típico de post-coitum.

Geraldo Alckmin (PSDB)
Ponto forte: pelo menos ele parece acreditar firmemente que tem alguma chance.
Ponto fraco: como diria o feirante: "Quem é esse, já?"

Heloísa Helena (PSol)
Ponto forte: fazendo o gênero "Raimunda", é o melhor par de pernas dentre todos os presidenciáveis.
Ponto fraco: sua cabeleira anda menos vistosa que a de seus valetes, Luciana Stalinzinha Gerno e Deputado Babá.

Anthony Garotinho (PMDB) * sub-judice *
Ponto forte: um populistazinho a mais nunca é demais numa república de bananas.
Ponto fraco: neste país, ninguém que goze da antipatia da Rede Globo vai pra frente.

Enéas Carneiro (Prona)
Ponto forte: a ênfase, minha filha, a ênfase!!!!
Ponto fraco: é um candidato terminal...

Roberto Freire (PPS)
Ponto forte: Antropólogos encontraram nos confins de uma universidade federal uma tribo de fieis seguidores do comunismo.
Ponto fraco: não tem conseguido encher uma churrascaria com seus eleitores

José Maria Eymael (PSDC)
Ponto forte: "Ei-ei-ei-mael" é o jingle mais grudento da campanha.
Ponto fraco: com 0,00025% de intenção de votos, convenhamos, tem poucas chances.

P.S. Assim como os eleitores, nós esquecemos de Cristóvam Buarque (PDT). Sorry, professor!


Candidatos ao Governo do Glorioso Estado do Amazonas

Amazonino Mendes (PFL)
Ponto forte: a inoperância do Judiciário.
Ponto fraco: ostenta no currículo o título de único ser humano a ter conseguido perder uma eleição para Serafim Correia.

Eduardo Braga (PMDB)
Ponto forte: a canetada.
Ponto fraco: eterno "golden boy" do Sistema, está cercado de Amazonistas por todos os lados. Inclusive ele próprio.

Artur Neto (PSDB)
Ponto forte: um homem que conseguiu eleger Artur Bisneto vereador e deputado estadual é capaz de qualquer coisa.
Ponto fraco: apesar da pinta de "badass" não se sabe se está em plena forma física para voltar a espancar camelôs e/ou demolir barracos.

Herbert Amazonas (PSTU)
Não detectamos pontos fortes ou fracos no pequeno Herbert. É um zero à esquerda convicto, mais interessado em derrubar Bush e não bater ponto nos Correios durante a campanha.


Candidatos ao Senado

Gilberto Mestrinho (PMDB)
Ponto forte: as modernas técnicas de ressucitação.
Ponto fraco: fóssil vivo, praticante da Evolução (ou melhor, da Involução das Espécies) converteu-se de poderoso mamífero político a reles parasita de campanhas majoritárias. Não se sabe ao certo se agrega ou espanta votos ao governador da ocasião. Vive em função do tempo de TV do PMDB.

Alfredo Nascimento (PL)
Ponto forte: desprovido.
Ponto fraco: não pode ser reconhecido nas ruas de Manaus, muito menos embarcar no Expresso, sob risco à sua integridade física.

Plínio Valério (PV)
Ponto forte: sua patética campanha à Prefeitura deixou saudades nos humoristas de plantão. Volta, Beato Salú!
Ponto fraco: encontra dificuldade de recolocação no mercado como "laranja profissional".

Pauderney Avelino (PFL)
Ponto forte: é um conspirador nato.
Ponto fraco: o episódio da fita gravada contra Mário frota provou que, como conspirador, é um rematado fracasso.

 

14 abril, 2006

Túnel do Tempo
Por irmão Paulo

ZERO HORA
31.05.1997

- Na reunião que fez com os empresários mais importantes do Amazonas, na noite da última quarta-feira, o governador Amazonino Mendes revelou uma nova história que o compromete ainda mais. Desesperado, enxugando lágrimas que corriam pelo rosto, Amazonino Mendes contou que, na conversa de alcova que teve com o ex- amigo e empresário Fernando Bonfim, admitiu que tinha mandado pedir 20% de comissão da empresa Intec, de engenharia elétrica. "Fui eu que mandei pedir", disse a Bonfim, dentro do seu quarto, segundo relato que fez aos empresários. "Caí numa cilada", continuou o governador. Amazonino está convencido de que a conversa foi gravada. E continuou: "A fita não chegou à imprensa, mas está nas mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Antônio Carlos Magalhães, presidente do Senado". (pág. 8)


O GLOBO

A denúncia contra Amazonino pode causar uma reviravolta no processo que condenou quatro pessoas pelo assassinato do empresário Samek Rosenski, em 1993. O crime é comentado pelo filho de Amazonino no encontro gravado pelo testa- de-ferro do governador na Econcel. (pág. 1 e 3)