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31 julho, 2004


© 2004 by Fran Paxeco. Nenhum direito reservado

 

30 julho, 2004

Supremo Tribunal de Justiça News
Por Fran Pacheco

Parabéns, Amazonino Armando Mendes, residente em Manaus, futuro Prefeito desta cidade-sorriso. Hoje, aos 30/07/04, o Inquérito que corria neste egrégio tribunal contra vossa pessoa, movido pelos discípulos de Torquemada do Ministério Público Federal, atinente a crimes previstos na Lei de Licitações Públicas, a popular 8.666, crimes supostamente cometidos na licitação para a reforma do Estádio Vivaldo Lima, tendo como co-réus, entre vasto rol, o Sr. Fernando Franco de Sá Bonfim, que num dia revolto do passado declarou-se seu lustroso testa-de-ferro, o Inquérito acaba de desabrochar em Ação Penal, sob o nº APN 354. Adornando a papelada, as famosas fitas do Bonfim. Parabéns, perseguido estadista! Ninguém ficará sabendo disso.

 

Notas do Subterrâneo (I)
Por Fran Pacheco

Cirandódromo
A Secretaria de Cultura está trabalhando diuturnamente para entregar a obra do Memorial dos Povos da Amazônia ainda na gestão do prefeito Amazonino Mendes.


Primeiro Emprego
Galo Carijó deveria ser perenizado na Prefeitura. Nesse ritmo, um dia todos seremos funcionários públicos.


Último Bafejo
Amazonino Mendes confidenciou para assessores próximos que sonha em chegar aos 100 anos na Prefeitura ou no Governo, para ver concluídas as obras da Manaus Moderna.


Altos-Conceitos
O Coronel Orleílson, da EMTU, foi flagrado espionando o especialista de trânsito importado por Arturzito. Para o Coronel, "Engenharia de Tráfego" tem alguma coisa a ver com Fernandinho Beira-Mar.


Alucinado
No ritmo em que estão suas caminhadas, Sarafa Correia pretende visitar tete-a-tete cerca de 1% do eleitorado até o final da eleição de 2012.


Alucinado II
Os comerciantes do Mercadão não aguentam mais ter que apertar a mão de Serafa Correia todos os dias.


Mundo Perfeito
O Secretário de Ética e Transparência, Mauro Campbel, a que será que se destina?


Morgado
Responda rápido: quantas Skarloff Ices Arturzito tomou na noite anterior à que tirou a foto que adorna seus outdoors?


Saudosismo
Ele se chamava Lino Chíxaro e queria ser prefeito. Um dia declarou apoio a arturzito. E mais não se ouviu falar dele.





 

29 julho, 2004

Pequenas Criaturas (I)
Por Fran Pacheco


 
"O Inferno é a Rosaline Pinheiro de calcinha."
 
 

 

Como Diria Gregório de Mattos
Por Fran Pacheco

Triste OAB. Ó quão dessemelhante estás do teu antigo estado. Agora chancelas a imoralidade explícita dos "processos seletivos" perpetrados em período eleitoral por Galo Carijó Gosztojniskzy, prefeito-tampax desta Manáos,  para eleger seu tutor, Mestre Abelha.

Entendi claramente o recado, palavras da Ordem: "o grau de especialização não foi especificado no edital como requisito, de forma que isso não foi considerado na avaliação." Ou seja, nesta "avaliação de currículos" um recém-formado em faculdade obscura, semi-analfabeto, verdinho verdinho,  amigo do Carijó e do Abelha (esse sim, o pré-requisito) tem preferência, neste serviço público de merda, sobre um infeliz que tem experiência há anos no métier (a não ser que considerem pós-graduação e especialização uma espécie de onanismo).  Conclusão aristotélica: "o edital foi seguido. Não houve ilegalidade." É, de fato, já que a OAB aceitou dançar a dança do galo doido. Uma garrafa de vodca para você, Simonetti. Oferta do cliente e amigo do peito, Mestre Abelha, jurisconsulto.

 
P.S. Esses caras do Amazonino são admiráveis, em seu domínio sobre as filigranas jurídicas. Fazem toda a sacanagem direitinho, se preciso fazem até a Lei que legalize a safardanagem. Olha a doação do Porto para Dom de Carli. Vai levar décadas para o Estado reverter juridicamente a situação. Até lá, Mestre Abelha volta a palácio e encerra a ação.
 

 

Amazonino no Ataque
Por Fran Pacheco

O Abelha mostra suas armas: Plínio Valério, o Pecador,  e Serafim Correia, vulgo Sarafa, acabam de conceder coletivas à imprensa desancando a candidata Vanessa Benário Prestes, por conta de uma medida do Presidente Lula contra a Zona Franca. Sarafa já desconversa e avisa, como se fosse um furo: "eu não sou o candidato do governo federal." Adivinha de que inseto alado ele é? Já P.V. é mais explícito e avisa que se Vanessa conseguir reverter a situação em favor do Amazonas, será culpa dela também.

Agora eu pergunto, madame: com 500 candidatos infestando a cidade, incluindo 95% dos atuais vereadores, um prefeito-tampax vendendo teu nome em cada beco recém-asfaltado e pra cada um dos milhares de contratados em "processos seletivos", com uma OAB amiga, com o judiciário acovardado, um governador amargurado, mas formalmente aliado, a inaugurar toda semana um sopão de 1 real, com a candidatura bolchevique infestada de Pereiras e Azizes, e com a tropa de choque formada por Plínio Valério e Sarafa, eu pergunto, pra que que o Amazonino precisa sair de casa?

Ainda mais contrariando recomendações médicas...

 

28 julho, 2004

O Relato sem Par de um Devasso Arrependido
Por Fran Pacheco

(Há que se retirar as donzelas da sala)
 
"Caro Fran,

Só você para eu desabafar. Eu era um rapaz de família, humilde, porém decente. Congregado Mariano.  Virgem. Fervoroso em meus ofícios religiosos. Numa noite de insônia cedi, confesso, à sedução da manguaça e entrei numa casa de massagens em infecta ruela no Centro desta cidade perdida. Queria, admito, ser feito homem, ainda que por um muxibento travesti. Foi tudo culpa da mardita, Fran! Eu sou homem! Estava tonto e deitei na cama com o bumbum para cima. Nu em pêlo (acento colocado pelo revisor). À espera do pior. Meu corpo tenso. Contraído. Senti vozes, rumores na minha cabeça, tudo culpa do mé.

Foi então que senti a mão macia afagar minhas costas, ah Fran, que mão. E a voz... a voz. Imagina, Fran, Barry White sussurrando no teu ouvido. Fui ao delírio, cada nervo da minha espinha sapecando gostosinhas pontadas. Da nuca ao cóccix. Sabe onde fica o cóccix, Fran? Foi uma massagem tão, mas tão inebriante, que pensei em me virar, para ver o que aquela mão faria em prol do meu bingolau. Sabe o que é bingolau, Fran? Foi quando os flashes estouraram na minha cara.

Era o Amazonino, Fran! Aquele... demônio! Entrou na casa de massagens, fazendo campanha. Ele e dezenas de fotógrafos. Ele me escolheu, Fran, para mostrar sua habilidade como massagista. Logo a mim. E minha foto estampada nos jornais. Fui expulso da congregação. E acolhido em outra igreja, especializada em casos perdidos, como eu. Hoje sou garoto-propaganda de minha nova igreja. Manguaça e travecos nunca mais.

Só que tem, Fran, que toda vez que vejo aquela abelhinha nas ruas, o meu cóccix lateja, você me entende, Fran?"

 

26 julho, 2004

Le Figaro
Por Fran Pacheco




"Há momentos - quando se é um dos homens mais ricos do Amazonas - que se deve cuidar das pequenas coisas da vida."
 
Fran Pacheco

 

O Pecador
Por Fran Pacheco


"Sou um pecador.
Eu não ganharia eleição para santo.
Vou ganhar eleição para prefeito."

P.V. in Diário do Amazonas (25.07.04)
 

Sei não, Plínio, basta um pouco de arrependimento, renunciar aos prazeres carnais  e arranjar bons contatos entre os papistas. Nosso João de Deus já canonizou mais gente do que todos os papas dos últimos séculos juntos. Uma dificuldade instransponível (no momento) é o pré-requisito de se estar morto. Provavelmente João de Deus deixará o mundo fenomênico antes. Aí a coisa pode complicar, com a volta dos ditadores romanos ao poder papal. Mas esqueçamos isso, tem nada não. Teu negócio não é seguir mesmo os passos de Paulo de Tarso, Agostinho de Hipona, Francisco de Assis  e outros eméritos pecadores que encontraram sua Estrada de Damasco. Teu negócio não é perseguir cristão ou farrear em tavernas medieviais. Teu negócio é pior: é política.

Quanto à tua certeza de ser prefeito, me perdoe a falta de tirocínio, mas de onde diabos vem tal jactância? Sentes na rua o clamor do povo gritando em passeatas espontâneas o teu nome? Ou pressentes com o olho místico uma massa silenciosa ruminando "é esse o pecador que eu quero na prefeitura"?. Tu dirias: "eu tive 270 mil votos pro senado, mais que a Vanessa o Michilles o Serafim e o Mário Frota juntos". Então, por que cargas d'água ninguém te convidou pra nada, campeão de votos? Ah, claro, és puro-sangue.

Em verdade eu digo: és importante nessa eleição. Farás o papel que o Sarafa fez na eleição pra prefeito em 2000. Queimarás todo mundo, darás o fora no 2º turno (se houver), e os 4% de trouxas que votarem em ti, abandonados, propensos a votar em branco, serão uma garantia a mais para a eleição do Abelha.

Nem santo, nem prefeito, nem senador. Teu destino, pecador, está traçado por Mammon.


 

24 julho, 2004

O Pensador
Por Fran Pacheco


Eduardo Ribeiro (R.I.P.), ao ser indagado
sobre "isso tudo que está aí."

 

Meninos, eu vi.
Por Fran Pacheco



Finalmente ele deu as caras. O candidato Abelha estava lá, num "mutirão da cidadania", promovido pela SEMAF (que quer dizer isso?), disfarçado de sua irmã, Marise Mendes.

Também vi Michael Keaton no cartaz do Chico Preto, Serginho "Promoter" Frota no cartaz do Praciano, Maurício Kubrulsy no cartaz do Tio Raul e o Wally Gator no cartaz do Josué Neto.

P.S. Jeff Peres há tempos dá o ar da graça na MTv: ele faz parte da dupla Beavis & Butthead.

 

Uma Pergunta
Por Fran Pacheco

Vamos aos fatos.

A Rede Amazônica publicou uma pesquisa eleitoral. Tudo bem que era do Ibope, mas era uma pesquisa. Ela dava 48% de otários votando no Amazonino, 16% de fiéis iludidos votando no Sarafa, dezinho por cento de simpatizantes da Vanessa, quatrinho do laranja Plínio, 3% (uau!) pro Arturzito e, pasmem, 1% para Herbert Amazonas. Não esclareceu se existe ou não uma candidata de um certo PCO na parada (há controvérsias).

No dia seguinte, todos os jornais, exceto o "A Crítica" reproduziram o resultado e foram atrás dos comentários dos candidatos.  

Eu pergunto, e provoco meu finado amigo Herculano a responder: o que, realmente, tem "A Crítica" contra Amazonino Armando Mendes?

 

Todos na Mesma Mesa
Por Fran Pacheco

Zé Dirceu apareceu e prestou um grande favor à Vanessa. Não fosse por ele, compondo a mesa no encontro no Cecomiz, teria mais xerimbabos do Amazonino que "militantes históricos" ao lado da nossa candidata azul. No cantinho da mesa, bem jogado pra corner, Sinésio, fazendo carinha de bad-boy mastigava com vontade bovina um chiclê. Mixilis continuava se fingindo de candidato a vice. Omar, recém plantado por Amazonino na trupe, tentava parecer à vontade. De repente, num surto, Pereira levantou o braço da candidata e gritou: "yuhuuu!". Risos constrangidos. Em seguida, deu uma rebolada e gritou, (a capela, sollo) "vanessa... vanessa..." Aplausos muxibas. Eu disse que o homem ficava descontrolado em cima de um tablado. (Nesse momento, Sinésio foi ao banheiro, de novo.) Perguntaram ao Omar se ele iria subir no palanque, de noite. (Pausa). "vou... vou..." 

Focas: "o que a Sra. acha de o Ministério Público ter se pronunciado desfavoravelmente ao registro da candidatura de seu vice?"

Vanessa: "Eu não sei de onde tiraram essa idéia que ele não é filiado ao PL. Ele foi eleito Deputado Federal pelo PL!"

Nenhum foca perguntou se ele tinha transferido o domicílio eleitoral em prazo hábil.

Como Zé Dirceu sabe das coisas, foi logo tratar de assuntos sérios com Eduardo Braga e Flávia Grosso.


 

20 julho, 2004

Contra a Abelha (e suas crias)
Por Fran Pacheco

Embora o Ministério da Saúde não advirta, política faz mal à saúde. Pretendo desenvolver melhor esta tese, no futuro. Por enquanto, basta ver o que o Governo do Amazonas fez com a Santa Casa de Misericórdia: aplicou-lhe, com o perdão do trocadilho, o golpe de misericórdia, ao encerrar um convênio de 300 mil reais  mensais.  Acabou.

As burras do Estado estão tão abarrotadas com o crescimento industrial e arrecadação recorde que os tecnoburocratas do staff de Eduardo Braga  não sabem mais o que fazer com tanto numerário. O negócio agora é Boi, Memorial da Ciranda e Cinema. Mas o Robério não tem nada a ver com isso. Por enquanto. Já os sábios da Secretaria de Saúde decidiram fazer uma reengenharia. Não acham mais a Santa Casa útil, pelo menos útil o bastante para receber qualquer convênio, apoio, subsídio, esmola ou o termo técnico correto que signifique dinheiro para funcionar.

No meu tempo, em eras anteriores à do Boto Tucuxi, só havia em Manáos dois hospitais: a Real e Benemérita Sociedade Beneficente Portugueza, e esta Santa Casa de Misericórdia.  Era lá, quando não no recesso do lar, que nascíamos, cuidávamos de nossos males e eventualmente, como o caçula Mário Yipiranga, morríamos.

Talvez a solução seja o Robério. Já que, como casa de saúde, a centenária instituição não merece mais a consideração deste Governo, que mereça como bem cultural. Assim como se defuma borracha ao lado do Palácio Rio Negro, poderia-se usar a Santa Casa para tratar de doentes e parturientes, de forma impecável, para turista ver. Seria um museu vivo da saúde no Estado, pertinho do Teatro Amazonas. Daria para chegar de bonde ou caleça. Enquanto a enfermaria e maternidade trabalhariam a todo vapor, os turistas visitariam a pharmácia, a capella e vez ou outra encontrariam um médico afobado indo tratar um doente. As enfermeiras, muito louçãs e devidamente paramentadas com a indumentária da Belle Époque, atenderiam em três línguas. Os turistas, maravilhados com a civilidade em plaga tão remota,  poderiam deixar, como deixam em todo canto, verdejantes moedas fortes, o que chamam de tips.

(Essa idéia liberaria a casa de Eduardo Ribeiro, ali perto, da equivocada destinação dada por Jeff Peres, de ser o "museu da medicina". Francamente, senhores, ali deveria ser o Museu do Pensador!)

Mas o que eu queria falar é da Abelha. Foi a Abelha esvoaçante, saindo dos outdoors, infestando os postes da cidade, em colméias ou cartazes meio muxibas, que me fez pensar no Ministério da Saúde. Anos atrás tiraram de circulação o Joe Camel, mascote dos cigarros Camel. Recentemente, proibiram a publicidade de bebidas alcoólicas de exibir tartarugas, caranguejos, ou qualquer bichinho ou boneco animado, como forma de evitar o aliciamento da criançada pela manguaça.

O mesmo devia ser feito com a propaganda que vende político, com as Abelhas, Bonecos Sarafas (vêm aí), Botinhos, Super-Sabinos (eu vi) e coisas do gênero. Política faz mal à saúde. Deixemos nossas crianças longe de sua influência nefanda.

P.S. Robério, a dica é séria.


 

Aceita-se Apoio
Por Fran Pacheco

Voltando à Roma Antiga (uma fixação pedante de velho gymnasiano), foi Vespasiano, quando estava Imperador, quem mandou o filho Tito cheirar algumas moedas e perguntar: esse dinheiro fede? Não fedia. Pois a grana provinha das fezes. Precisamente de uma taxa pelo uso das latrinas romanas.  Pecunia non olet

(O espírito da coisa é esse, embora as carcomidas e putribundas notas de mil-réis guardadas em meu baú deveras cheirem mal.) 

Os bolcheviques transplantaram esse princípio do Direito Tributário para a Realpolitik. Apoio não fede. Pra eles serve qualquer coisa: socialistas, liberais, progessistas, conservadores, governistas, oposicionistas, papistas, sionistas, barnabés, dissidentes, onanistas, qualquer rebotalho de plantão. Até Omar Aziz  e Lino Chíxaro serviriam, porque "também vieram do movimento estudantil". Palavras de Eron. Nesse caso os veteranos do CCC (Comando de Caça aos Comunistas), do Mackeinze, também são oriundos da militância estudantil, portanto, bem-vindos. O próprio Amazonino, em priscas eras (antes de iniciar uma bem-sucedida trajetória empresarial) era tido como comuna. O Boto foi um perseguido da Ditadura. Todos bem-vindos.
 
(Apoio talvez não tenha cheiro, mas às vezes tem a verdejante côr da moeda forte.)
 
Como, na prática os líbero-trotskistas só conseguiram o apoio do Ministro Pereira, segue uma lista de sugestões de apoiamentos estratégicos a se costurar. Uma dica: mantenham Pereira longe das negociações.
  • Carrapeta - vulgo J. Aquino, será o Relações Públicas, pronto para partir para o ataque. Disputará com Sinésio o posto de mascote da coligação.
  • Nonato Oliveira - caso Carrapeta decline do convite.
  • Evandro Carreira - o inolvidável  inimigo nº 1 da Maldição da Rodela precisa ser tirado do ostracismo.
  • Eliseu Montarroyos - Ideal para cuidar da segurança dos comícios e grandes marchas.
  • José Dutra - Fez uma ponta na última campanha, decretando: Gilberto, teu tempo já passou. Aceita trabalho.
  • Palhaço Goiabada - Já que o Sarafa promete lançar o seu boneco, o Amazonino tem a abelhinha e propaganda política  ainda pode aliciar as crianças, nada como o mais cotado clown da cidade. 
  • Peteleco - Na impossibilidade de Goiabada conciliar sua agenda.
  • Fernando Bomfim - O homem certo para gerir o caixa da coligação e cuidar da guarda de documentos e fitas K7.

Quanto aos sonhados apoios internacionais, há problemas: Fidel Castro - Líder máximo das esquerdas da latinoamérica - perpretaria os comícios mais longos da história do Amazonas.  Bové, o Gaulês, estaria propenso a depredar o McDonald's da Djalma.

Estão descartadas as visitas de Stédile, a Louca e  Zé Rainha, o Condenado. A indústria de invasões na cidade já está bem desenvolvida.



 

17 julho, 2004

Toque da Morte
Por Fran Pacheco



Quando abriu os olhos, o Turco Loco ainda estava lá...


"Poucas horas antes, eu estava ainda mais ferrado. Tinha visto a luz branca de praxe. E vi também, translucentes, Adhemar de Barros, Pinheiro Machado, Plinio Salgado, Fileto Pires, Lúcio Flávio, Filinto Muller, Mariel Moriscot, Borba Gato, Pablo Escobar, Anastasio Somoza, Percival Farquhar, Alfonso Capone, Francisco Franco, Juan Perón, César Bórgia, Hermann Göring, Papa Doc, Reza Pahlev, Ferdinando Marcos, Nicolae Ceaucesco, Idi Amin Dada, Antonio Constantino Nery, J.J. Seabra, Tomaso Buscetta e, salvo engano, Sapeca e Cabeção, dois meliantes manauaras.

A luz que me acordou do coma, porém, foi um flash na minha cara. Aquele rosto sorridente vindo em minha direção não me era estranho. Era o... Dr. Paulo! Seria ele, além de tudo o que diziam, médico? Como eu ainda estava sensível às imagens do mundo extra-fenomênico, achei ter visto, atrás daquele sorriso, a asa preta da graúna. Ele estendeu a mão para mim. Meu coração quis sair pela boca, eu queria gritar, mas tinha esquecido como. Fechei os olhos de novo.

'Maluf, Maluf. Mata os bandidos...'

Era a voz do meu vizinho de leito. Olhei de soslaio. O toque da morte foi para ele. Olhei para meus outros companheiros de infortúnio. Era o meu pânico nos olhos deles. Começamos todos a gemer. Gemer e grunhir. Os mais fortes conseguiram balançar os tubos e armações de soro. Sempre sorrindo, Dr. Paulo e a multidão que o seguia, foram embora. Nossos olhares se cruzaram ainda uma vez. O sorriso era o mesmo, pregado na cara. Mas o olhar me deixou a certeza: ainda vamos nos econtrar, numa campanha qualquer, quando chegar a minha vez.

Caro Fran, este é o meu estranho relato."
 
Tibor

 

Passeio Noturno I
Por Fran Pacheco

Eu vinha distraído pelas bandas da Compensa, sorvendo o aroma fecal da nossa Av. Brasil, quando deparei com um ajuntamento de bandeiras. Logo entendi que se tratava de um comício das lendárias forças progressistas: há sempre cinco vezes mais bandeiras que gente nesses lugares. 
 
"Será uma oportunidade única de ver o Alfredo Nascimento pulando como um doido, ele fica descontrolado em comícios, talvez até o Zé Dirceu pague um mico," pensei.
 
Outra curisosidade minha era: "O que esse pessoal tem para falar?"
 
Para minha decepção, tratava-se de uma sessão privé para militantes. Nada de Alfredo, ou de qualquer ministro, ou de povo.  Apenas os minguados remanescentes do PL, do PCdoB e Sinésio (o "cagão! cagão!", nas palavras dos convencionais do PT).  Talvez tenha sido melhor assim. Uma aparição discreta e elegante da nossa Rosa Luxemburgo. Apesar do Mixilis assombrando o evento.
   

 




 

14 julho, 2004

Advogado do Diabo
Por Fran Pacheco

Como já conclamou Herculano, chega de Omar. Ele que se entenda, de forma árabe, com seu parente estuprador. Já o filantrópico Artur, este é o cara certo, mas no avatar errado. Poderia ter livrado aquele velho grego de tomar cicuta, por ter corrompido seus efebos.

 

Cinematógrafo
Por Fran Pacheco

Muito boa a iniciativa da SEC de relançar em Manáos filmes que fizeram a nossa cabeça quando jovens, como este Gabinete do Dr. Caligari. Lembro a primeira vez em que assisti, numa quermesse no Coliseo Tauromáquico, a um filmeto de dois irmãos franceses mostrando um trem chegando numa estação. A patuléia saiu correndo. Eu me questionava, assombrado, mas imóvel: que diabos é isso?

"Isso é o cinematógrafo", pregoava o bilheteiro, tocando uma caixa de música, com um mico de cheiro no ombro, ambos com dragonas e alamares. "Militares, casais e babás só pagam meia". Eu entrava imponente, sem pagar, e ele não tinha coragem de me cobrar. Foi lá que vi Voyage dans la Lune e esse Caligari, Lindalva Cruz ao piano.

(Naquela quermesse, em outra ocasião, conheci Pércia, a anã polidáctila que fazia maravilhas com as mãos, mas isso é outra história.)

Agora revendo na Roberiolândia lembrei-me que Caligari foi a matriz (clichet) de todos os cientistas loucos do cinema, uma premonição de Hitler, para uns. Aquele tom de pesadelo, as ruelas tortas, as caras cheias de pancake, tudo isso marcou meus futuros porres de absinto e bourbon batizado. Marcou mais que a maldita árvore que me perseguiu, quando criança. Ou talvez este trauma tenha sido plantado em minha memória por uma "viagem má", no opiário de Mme. Fu. Puxa, eu realmente curtia um alcalóide com expressionismo alemão.

Quando o som chegou ao cinema e Al Jolson proclamou, "vocês ainda não ouviram nada!", eu me desiludi daquela arte inferior. Obrigado ao Secretário de Cultura por exibir o verdadeiro cinema da nossa mocidade viril.

 

13 julho, 2004

Os Brutos Também Amam
Por Fran Pacheco

Julius Caesar chegava em Roma ovacionado pela plebe após ter conquistado mais um reino bárbaro trazendo a tiracolo um escravo que lhe soprava no ouvido coisas como: "És baixinho. És careca. Tens dor de barriga." Tudo para que não se esquecesse, no meio de toda aquela babação, de que era, além do maior romano vivo, humano e imperfeito. Julius Caesar, além de literato, cultivava o anti-puxasaquismo. E se deu mal. O invencível general romano foi morto pelos velhotes do senado. A política, como disse meu amigo Herculano, é coisa para os Brutos.

A praxe segura, portanto, para o moderno líder é ter o régio saco puxado, mas puxado com ars politica. Afinal, um puxão literal é deveras dorido para o homenageado. A não ser que seja para elogiar sua flexibilidade.

O grande líder se distingue por cultivar ao seu redor caudatários fiéis. Caninamente fiéis.

Vejamos um contra-exemplo: o já tão malhado Min. Pereira. Pobre homem. Há menos de um ano, seus atuais detratores na Prefeitura e Câmara Municipal eram todos "fiéis" bajuladores. Hoje, quem lhe resta a afagar o solitário saco? Eron e Vanessa.

Agora, o verdadeiro líder: nosso simpático Cadeirudo. Este sim, tem cãezinhos e hamsters gorduchos bem adestrados, domesticados a ponto de não encontrarem alimento que não seja dado pela mãozinha do dono. Quando da hecatombe, da mácula irreparável em seu currículo que foi perder uma eleição para o Min. Pereira, sua matilha continuou fiel na desgraça.

Hoje, o líder pode se deleitar ao ler - no jornal do finado Cidadão Kane - seu estimado hamster, Arizinho, conseguir a proeza de declarar-se, sem pejo, em apenas três respostas, o grande babador de ovo de sua geração: "O Roberto Freire é doido(...) Ele não olha para a constelação, para o Governador (...) Se o Governador for para o PTB a segunda ficha de filiação será a minha(...) Eu vou para o partido que o Governador quiser."

Muito bem, Arizito. Esta babada deve ter sido bem refrescante nas "partes" do chefe. Se você cozinhasse bem, ele te levava pra casa. Uma caixa de Bonzo para você. Fazes frente ao "mas que água cheirosa que o senhor tá cozinhando", do Cavalcante pro Amazonino.

Na verdade, acabaste de explicitar a Fidelidade Caudatária. Falta só, para simplificar, acabar de vez com esses entes abstratos chamados partidos políticos. O saco do chefe, isso sim é algo concreto. Malemolente, mas concreto.

P.S. Minhas escusas às donzelas pelo tom meio chulo, mas é que hoje acordei com o ovo virado.





 

12 julho, 2004

Espetáculo do Crescimento
Por Fran Pacheco

Suspensão temporária da descrença: o ato de acreditar, enquanto dura o espetáculo, que a encenação no palco é verdadeira.

Os candidatos (do latim candidus - imaculado)cumpriram mais uma formalidade do rito democrático: a Declaração de Bens. Há que se comentar alguns dramas e uma história de sucesso.

O drama mais evidente é do eterno sparring Serafim Correia. Seu patrimônio vem minguando ao longo do tempo. Ele nem tem mais a sonhada casa-própria, pois doou todas as que um dia teve aos filhos. Este homem precisa urgentemente ganhar uma eleição, nem que seja para a conselheiro do América, dada a queda por camisas vermelhas.

Num patamar de IDH mais baixo encontra-se o enfezado Companheiro Herbert, que citou o ex-ministro Armando Falcão e tascou um "Nada a declarar". Ele só tem o corpo.

Ser político (eleito) faz bem para o bolso, pois os demais candidatos seguem o rumo da prosperidade. No futuro, cada cidadão deveria ter direito, por sorteio, a um mandato que fosse. Seria a fase mais rentável de sua vida. O país só teria a ganhar, se tivéssemos por exemplo, mais cidadãos com o potencial de prosperidade de um gênio chamado Amazonino Mendes.

De setecentos mil reais declarados em 98 (Atenção, combinamos acreditar nisso), o cabedal do homem do "A" bateu nos dois milhões e cem mil reais neste 2004. Em números frios, uma taxa anual de crescimento de 20%.

Nem o Brasil do Médici, nem a China consegue tanto. E não me venham com maledicências, pois o gênio caboclo já provou, com todas as letras e cifra$ para os probos coletores de impostos, que R$ 1,5 milhão referentes à sua despojada residência na margem de um igarapé brotaram em seu patrimônio de forma absolutamente legal.

Nós não precisamos de Amazonino na prefeitura. Precisamos deste homem em workshops pelo Brasil afora. "Multiplicando seu patrimônio - uma receita baré". Perto deste self-made-man, Shiniashikis e Laires são rematadas fraudes. Precisamos que ele abra o jogo lance um livro ensinando a ganhar dinheiro, mesmo sem tempo para cuidar de seus negócios. As donas de casa ocupadas vão adorar. Os bancos vão querê-lo não como cliente cobiçado, mas como guru. Precisamos deste homem no lugar dos Palloccis e Meirelles, que nos brindam com taxas negativas (serafinianas) de crescimento. O que ele não faria com a chave do cofre do Banco Central? Obraria maravilhas.

E não me venham com essa de que o seu PIB personal não aumentou. Estamos falando de economia, não de antropologia, senhores! E isso só reforça a minha tese: o povo precisa aprender com Amazonino.

 

10 julho, 2004

Aparação
Por Fran Pacheco

No Vade-Mecum do Combate Individual a Faca, de Joaquim Araújo, que grafa "aparagem", se dá este nome a uma manobra extrema para se proteger de um golpe fatal. Digamos que você esteja com uma faca, enfrentando um parrudo que tem um terçado. O parrudo levanta o terçado e baixa um golpe na sua direção. Você não terá tempo de se desviar. O que fazer? O sábio Araújo prescreve que você "apare" o golpe com o antebraço. Certo que você terá o membro amputado, mas não vai doer (um golpe mutilante não dói). E o que é melhor, embora mutilado, você estará vivo e poderá desferir com o braço bom um golpe fatal no inimigo. Depois, a medicina está muito avançada hoje em dia.

Digamos então que você tenha sido pego com a boca no celular, digo, na botija e seja acusado de abuso de menor. Acuado, com o nome sujo na mídia nacional, o melhor é confessar, mas confessar um pecadilho, um crime de omissão, obstrução, ou coisa que o vá: diga que você sabia quem perpetrou o ato. Foi um xará seu. Xará e parente. Xará e parente próximo. Xará e parente próximo e pávulo, pois deixou que você soubesse do ato vil. Diga que tentou poupá-lo do opróbio. Atenção: não estou dizendo que você comeu a caboquinha! Mas é melhor acabar com as maledicências, não é? Aparagem.

 

Síndrome de Pereira
Por Fran Pacheco

(Patol.) Compulsão mórbida de indicar para altos cargos eletivos pessoas inelegíveis.

 

P. T. Barnum's Freak Show
Por Fran Pacheco

A candidata bolchevique finalmente aportou para uma rápida escala de doze horas na cidade que pretende tutelar, revelando um drama pessoal: terá em seu picadeiro o liberal e aziago ministro dos Transportes, o seu liberal vice-impugnado, o seu trabalhista e gitinho vice-rejeitado, o futuro ex-ministro da desarticulação política... e além de todos esses mortos-vivos, a "bruxa má" do Planalto, Zé Dirceu. Para fãs de José Mojica Marins e atiradores de torta de plantão, imperdível.

 

08 julho, 2004

Candidato de Proveta
Por Fran Pacheco

Ele é a boca do pai. Já imita direitinho a dicção e os trejeitos do fiel escudeiro de FHC (i'll be back) no Senado. As caboclinhas no cio ficam alvoroçadas em seus comícios, parece show do Wando, calcinhas voando como oferendas. É um carisma sexual que lembra muito, mas muito remotamente, o do Jovem Boto, de 50 ou 60 anos atrás. Papai ensina tudo direitinho pro filhão. Paga campanha, tudo bonitinho. "Filhão, vem cá, cê quer ser prefeito?". "Oba! Quero sim, paiê!". "Então tá decidido, assim o Serra pára de me encher o saco." "Legal, paiê, será que eu ganho, paiê?" "Porra nenhuma, filhão, sejamos realistas. Mas em 2006 paizão leva filhão pra Brasília, tá?"."Oba, paiê, eu topo!".

O Amazonas tem muitas peculiaridades políticas: as pesquisas não funcionam, o PT é um reduto de paruaras sem a mínima expressão (só pelo clip de campanha "tá na cara" que não tem Duda nem Nizan que dê jeito nisso), o PSDB é o partido de pai e filho (ou neto e bisneto).  Nessa merda propícia, viceja o fel da Abelha.

Arturzito gosta de treinar estratégia jogando War e Banco Imobiliário, pelo que pude inferir da análise da foto de seu quarto (in Mazé Mourão). Não deu pra ver o boneco do He-Man e o Ursinho Puff, que ele guarda sob o travesseiro. Anda "lendo" A Festa do Bode, de Vargas Llosa. Enganou direitinho a Mazé espalhando livros entreabertos  e medalhas de Judô pela sala de estar, como o Woody Allen em Sonhos de um Sedutor. Não me acusem de tratar o fedelho como moleque, só porque ele é novinho. Pra mim, ele já é puta velha, isso é genético. Está com a eleição para Federal garantida, e no Planalto Central poderá curtir o resto dos seus dias, papai mostra o mapa da farra. (Ah, papai quer ser Presidente.)

Sua precoce carreira parlamentar já é marcante: é o deputado que mais falta às sessões da Assembléia. É também um dos que mais têm carrões na garagem. Eu estou falando de Audi A4 e não de Ipanema 84, viu, Sarafa?  Quem disse que o piá gosta de Nestogeno? O negócio dele é purinha...

É claro, e ele é o primeiro a adimitir, que sua candidatura é de mentirinha, só para ele e papá poderem falar com o tempão que o PSDB tem de direito. É provável que ele ganhe de P.V., candidato do PV. Muito bem, bate palminha, filhão, mas porra, libera o tempo aí Arturzão, e vê se pára de falar merda!

 

Acredite nisso
Por Fran Pacheco

Aquele barbado jogando tarrafa no rio, navegando como um verdaderio caboclo em sua canoa (piroga, como diria o Paulo Silvino) é deveras o candidato Verde? Acredito que sim. Naquele momento, diante da câmera, trocou o jet-ski, que é seu meio pessoal de locomoção aquática predilteo, pelo pirogão, decerto alugado de um nativo (que levou o maior calote). 

O candidato verde tem uma fixação pela água. Até seu chalet está sendo erguido à beira de um igarapé, sobre área de preservação ambiental. Tudo verde. O negócio dele é água. Quer desafogar o trânsito do Centro, paradoxalmente, mandando o trânsito para... a água. " Em Barcaças, balsas ou catamarãs, isso a gente vai discutir" (rárárá!).

Que chique seria esta cidade ter um prefeito verde, não? Eu me sentiria um Norueguês, pois que aqueles boiolas quando não estão pensando em se matar, apesar do seguro-desemprego de dois mil dólares mensais, estão mucho preocupados com o aproveitamento energético do lodo das tundras ou com as perturbações no  ciclo menstrual do pangolim de bico preto dos fiords.
 
Verde não era aquele candidato à Presidência cujo tempo tão exíguo só permitia um close do Gilberto Gil dizendo "Sarkiss!" Fala sério, mermão, como diria o filósofo Mano Brown? Ou Carlitos Brown? Que porcaria de partido é esse, tão broxante que nem o Gabeira, o da maconha, companheiro,  aguentou ficar? 

Plínio, tu não me enganas, filho! Não me enganas mais. Tua conversa mole, tua fanfarronice soft é a marca do demagogo de plantão. Aí tem, acredite nisso. Largas a boquinha da vereança, salário bom, jetons melhores ainda, sem precisar fazer (saiam da sala, donzelas) Porra Nenhuma! Exceto, agir sob o mando do teu mestre oculto, Amazonino Mendes, e defender os interesses do supermercado dele, querendo que os franceses (outros veados) só possam construir supermercados pra lá da Ponte da Bolívia (rárárárá!).

Plínio, eu sei que tu não és leso. Tu sabes que nessa eleição até o Arturzito te ganha, mano. Abre o jogo e diz: "Eu não sou verde coisa nenhuma. Eu sou LARANJA. Acredite nisso."


 

Companheiro Herbert...
Por Fran Pacheco

... embora tu me odeies por eu ser burguês, ainda que pequeno, eu te tenho em certa consideração (ou comiseração?). Tanto que vou dispensar a ti o mesmo tratamento e espaço que dispenso aos teus "colegas" que também querem ser prefeito. É, companheiro, tu também é um deles. Eu não privilegio ninguém para receber meus petardos.

Até te invejo, companheiro. Tu, graças à aritmética eleitoral, terás três minutos e uns quebrados na Tv. Se eu quisesse anunciar o meu pequeno empreendimento fabril numa inserção de três minutos só na Globo, estaria ferrado. Tu poderás desancar todo mundo, companheiro, sem pressa. Terás um mês para isso, quem sabe de tão insistente até consiga expulsar o FMI (qual o parentesco da Anne Krüeger com a Erundina?). Eu toparia até que tu usasses uma camisa estampada com o telefone do meu empreendimento.

Invejo ainda mais o teu único candidato a vereador (aliás, a Irinéia sofreu defecção do Partido?). Façamos as contas: os 500 candidatos do cordão do Amazonino terão dezoito (favor me corrijam) minutos diários, o que dá em média dois segundos diários para cada um. Dois segundos mal dá pra falar o número do infeliz. Teu candidato terá magníficos três minutos diários (cento e oitenta segundos, noventa vezes mais), poderá até discorrer sobre uma tese de mestrado em capítulos. Poderá até, subliminarmente, fazer publicidade da minha fabriqueta: "contra a ALCA! Fora Lula traidor! Obrar com segurança, só com penicos bragança! Fora Alan Greenspan!" E o que é melhor, sem pressa...

Se tu não me odiasses, serias minha opção de protesto. Não contes comigo. Sinto muito se isso não te levar pro segundo turno.

 

Clochards
Por Fran Pacheco

Eles estão por aí, um dia na Eduardo Ribeiro, outro no Mercadão. A pé, para economizar gasolina (ou ônibus). O povo, muito educado, os cumprimenta. Eu também apertaria suas mãos, se nossos caminhos se cruzassem. O carequinha, Sarafa, é simpático. As crianças gostam dele (ou tiram um sarro). Eu diria que estou enrolado com o Fisco. Ele me daria conselhos. Eu tentaria adivinhar a idade do Mário Frota. Nós riríamos. O problema é que nesse "olhos nos olhos" com o eleitor, eles pensam que um cumprimento educado significa "adesão". É assim que eles sentem a tal "vontade do povo". A empolgação de alguns gatos-pingados renitentes é o êxtase.

Sujar a cidade pelo menos, não vão. Não têm como. Andar cercados de puxa-sacos e guarda-costas, pelo menos não vão. Não têm como. Comícios? Eles têm como? Talvez reinventem o conceito, fazendo algo próximo do que fazem alguns pregadores na praça da Matriz. Uma caixa de som e um microfone. Mas com o volume bem baixinho, claro, pois têm consciência ambiental.

Aí reside sua única vantagem. Como farão uma criativa não-campanha, passarão não só despercebidos, como não encherão o meu, o teu saco. A não ser que batam em meus umbrais.

 

Bunker
Por Fran Pacheco

Está lá, rua Rio M... entre a Acre e a (...), quase em frente à Climeso, conforme as precisas coordenadas dadas pelo jornal. Passei em frente, ainda cedo. Uma casamata robusta, fortificada, com cercas eletrificadas. Nenhum sinal externo da atividade ali desenvolvida. A não ser as picapes... ah, sempre tem picapes de cabine dupla e Pajeros nesses lugares. Muros de cores berrantes, era lá mesmo. Talvez estejam esperando chegar gigantescos estandartes (banners) com aquela tez morena e suada que nos tutela há tanto tempo. Talvez fiquem nessa sutileza, afinal, há centenas de postos de saúde, escolas, sopões, clínicas filantrópicas e outras repartições, para desenvolver o "trabalho".

Uma coisa é certa. Dada a solidez da estrutura, não há inimigo político ou Elliot Ness que ali consigua adentrar. Que segredos esconde "O Bunker"?

 

03 julho, 2004

No Início
Por Fran Pacheco

Apesar da "rapidez e aceio" com que o Sr. A. Rodrigues Soeiro nos servia "canjas a qualquer hora do dia e da noite", seu afamado estabelecimento não só fechou, como foi demolido, para voltar neste ano de nosso senhor de dois mil e quatro, em forma etérea, a servir petardos sobre a cena política e social local. Evoé, terríveis colaboradores!



Fran Pacheco - Livre-Pensador
(uma de suas raras fotos em vida)