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13 julho, 2004

Os Brutos Também Amam
Por Fran Pacheco

Julius Caesar chegava em Roma ovacionado pela plebe após ter conquistado mais um reino bárbaro trazendo a tiracolo um escravo que lhe soprava no ouvido coisas como: "És baixinho. És careca. Tens dor de barriga." Tudo para que não se esquecesse, no meio de toda aquela babação, de que era, além do maior romano vivo, humano e imperfeito. Julius Caesar, além de literato, cultivava o anti-puxasaquismo. E se deu mal. O invencível general romano foi morto pelos velhotes do senado. A política, como disse meu amigo Herculano, é coisa para os Brutos.

A praxe segura, portanto, para o moderno líder é ter o régio saco puxado, mas puxado com ars politica. Afinal, um puxão literal é deveras dorido para o homenageado. A não ser que seja para elogiar sua flexibilidade.

O grande líder se distingue por cultivar ao seu redor caudatários fiéis. Caninamente fiéis.

Vejamos um contra-exemplo: o já tão malhado Min. Pereira. Pobre homem. Há menos de um ano, seus atuais detratores na Prefeitura e Câmara Municipal eram todos "fiéis" bajuladores. Hoje, quem lhe resta a afagar o solitário saco? Eron e Vanessa.

Agora, o verdadeiro líder: nosso simpático Cadeirudo. Este sim, tem cãezinhos e hamsters gorduchos bem adestrados, domesticados a ponto de não encontrarem alimento que não seja dado pela mãozinha do dono. Quando da hecatombe, da mácula irreparável em seu currículo que foi perder uma eleição para o Min. Pereira, sua matilha continuou fiel na desgraça.

Hoje, o líder pode se deleitar ao ler - no jornal do finado Cidadão Kane - seu estimado hamster, Arizinho, conseguir a proeza de declarar-se, sem pejo, em apenas três respostas, o grande babador de ovo de sua geração: "O Roberto Freire é doido(...) Ele não olha para a constelação, para o Governador (...) Se o Governador for para o PTB a segunda ficha de filiação será a minha(...) Eu vou para o partido que o Governador quiser."

Muito bem, Arizito. Esta babada deve ter sido bem refrescante nas "partes" do chefe. Se você cozinhasse bem, ele te levava pra casa. Uma caixa de Bonzo para você. Fazes frente ao "mas que água cheirosa que o senhor tá cozinhando", do Cavalcante pro Amazonino.

Na verdade, acabaste de explicitar a Fidelidade Caudatária. Falta só, para simplificar, acabar de vez com esses entes abstratos chamados partidos políticos. O saco do chefe, isso sim é algo concreto. Malemolente, mas concreto.

P.S. Minhas escusas às donzelas pelo tom meio chulo, mas é que hoje acordei com o ovo virado.