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08 julho, 2004

Clochards
Por Fran Pacheco

Eles estão por aí, um dia na Eduardo Ribeiro, outro no Mercadão. A pé, para economizar gasolina (ou ônibus). O povo, muito educado, os cumprimenta. Eu também apertaria suas mãos, se nossos caminhos se cruzassem. O carequinha, Sarafa, é simpático. As crianças gostam dele (ou tiram um sarro). Eu diria que estou enrolado com o Fisco. Ele me daria conselhos. Eu tentaria adivinhar a idade do Mário Frota. Nós riríamos. O problema é que nesse "olhos nos olhos" com o eleitor, eles pensam que um cumprimento educado significa "adesão". É assim que eles sentem a tal "vontade do povo". A empolgação de alguns gatos-pingados renitentes é o êxtase.

Sujar a cidade pelo menos, não vão. Não têm como. Andar cercados de puxa-sacos e guarda-costas, pelo menos não vão. Não têm como. Comícios? Eles têm como? Talvez reinventem o conceito, fazendo algo próximo do que fazem alguns pregadores na praça da Matriz. Uma caixa de som e um microfone. Mas com o volume bem baixinho, claro, pois têm consciência ambiental.

Aí reside sua única vantagem. Como farão uma criativa não-campanha, passarão não só despercebidos, como não encherão o meu, o teu saco. A não ser que batam em meus umbrais.