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30 setembro, 2006

Desabafo de um eleitor liso
Por Fran Pacheco



NINGUÉM COMPRA O MEU VOTO!

NINGUÉM COMPRA O MEU VOTO.

NINGUÉM COMPRA O MEU VOTO...

NIGUÉM COMPRA O MEU VOTO, PORRA??!!

*D'après Henfil (RIP)

 

28 setembro, 2006

DEVER BOVINO

Você aí, que pensa ser “cidadão proativo”, mas por força de Lei é gado zebu, comparecei (é ordem!) no domingo ao valhacouto eleitoral mais próximo, encarai uma fila continental (pode mugir à vontade), esperai a velhinha patriota (que achava Deodoro da Fonseca um batuta) passar 20 minutos tentando se entender com a urna e participai (lembre-se, isso é uma ordem!) d'um espetáculo tipicamente tupiniquim:

“A SAGRAÇÃO DA PILANTRAGEM”
(opereta-bufa em 1 turno)

E prove ao mundo que a vocação brasileira para a avacalhação não tem limite.


 

27 setembro, 2006

Sobre o que vi e senti a respeito da peleja entre os postulantes a “Chefe da Quadrilha” da província do Amazonas.
Por Fran Pacheco

Mariana Godoy.

Mariana Godoy.

Mariana. Ah... Mariana, que Don Juan serôdio como eu sonharia que nos descaminhos desta pseudo-nação pudesses um dia cruzar a minha seara, por obra e acaso de um debate de trânsfugas e de um “intercâmbio de jornalistas”? Vês, Mariana, que poderias ter sido escalada para mediar o debate em Cuiabá, Aracaju ou pior, Macapá? Mas vieste pra cá. E vês, Mariana, que poderia ter vindo qualquer um para cá? Um... Renatô Machadô, por exemplo, só pra ficarmos nos viados. Mas vieste logo tu, Mariana, que digo de bate-pronto: és o que há de melhor no jornalismo brasileiro (Patrícia Poeta que me perdoe ou me dê um tapa que eu aceito). Pouco me importa se milhares de paruaras tenham babado por ti durante o debate. A eles o meu desprezo consagro. Eu sei, e só eu sei Mariana, que vieste para cruzar o meu caminho, só o meu. E isso tem que querer dizer algo!

(Pausa para uma confissão necessária. É bem verdade que na minha vida pregressa eu tenha feito amor com menos mulheres do que conviria. Três mil e quinhentas, pelas minhas contas. Por que então me castigas, Mariana, aumentando ainda mais este meu sentido de incompletude?)

Agora revejo pela décima vez a fita do debate editado ao essencial: a ti. Fala mais um pouco, Mariana, tua voz é acalanto, diante de ti todos somos devassos, tua ternura é tamanha que jamais levantarias o tom contra minhas vilezas (eu, tantas vezes reles...). Farias silêncio. E que silêncio fazes, Mariana! Dirias quando muito, baixinho, “pôxa, Fran...” e, ao desfazeres teu sorriso, Mariana, bastaria esse “pôxa” e esse “Fran” e esse teu delicado acento paulistano e quem sabe um biquinho tristonho para me soterrar e me fazer sentir o que deveras sou: um monstro (fala monstro, Mariana, fala) um rebotalho, um vencido na vida – sem direito a apelação. Mas sei, Mariana benedicta, que tua índole misericordiosa, tua vocação para o afago, tua mãozinha fagueira que tão bem sorteia os nomes de réprobos (lava a mãozinha, Mariana, lava), logo logo viria em meu socorro, nas profundezas da minha rede. E de monstro eu me tornaria feto a cobiçar voltar inteiro para dentro de ti.

A fita acaba, Mariana se vai. E só me resta assistir ao debate no SBT. Medidado por Hermano Henning. Uma espécie de soco no epigástrio a me acordar para o mundinho de merda em que vivemos. Estou cansado. Mas não tenho mais medo.


 

26 setembro, 2006

DUETS
Cadeirudo & Capiroto em
LAMA (bolerão)
Se eu quiser fumar eu fumo
Se eu quiser beber eu bebo
Nãi me interessa mais ninguém
Se o meu passado foi lama
Hoje quem me difama
viveu na lama também.

Comendo a mesma comida,
bebendo a minha bebida
Respirando o mesmo ar
E hoje, por ciúme ou por despeito
Acha-se com o direito
de querer me humilhar.
Quem foste tu? quem és tu? Não és nada!
Se na vida fui errada
Tu foste errado também!
Se eu errei, se pequei, não importa
Se nesta hora estou morta
Pra mim morreste também...
(Bis)

 

24 setembro, 2006

Denúncia Albatroz: melhores momentos


“A ganância da Organização Criminosa parece não ter preferências políticas e nem mesmo partidárias. As cifras elevadas de ganhos ilícitos se estendem por duas administrações estaduais, pelo menos. As tabelas desta denúncia alusivas a “caixa 2” da TETOPLAN vão noticiar doações a candidatos de várias colorações políticopartidárias.
Em conversas telefônicas ocorridas ao longo de 2004, antes das eleições
locais, o Deputado CORDEIRO comentava com JOSÉ FARIAS FREIRE as boas perspectivas que se descortinariam para suas empresas, caso o candidato AMAZONINO vencesse o pleito municipal
.
Disto são exemplos o item 4.5 do Auto Circunstanciado 008-A, item 3.3 do Auto Circunstanciado 008-B. Também por isso, o Deputado CORDEIRO empenhava todo o peso da Organização Criminosa para eleger Vereador seu filho, “CORDEIRINHO”. O item 3.1 do Auto Circunstanciado 010/2004 reproduz e analisa conversa entre LÚCIO FLÁVIO e o Deputado CORDEIRO, em 1º.08.2004, na qual este cobra daquele a disponibilização de vários ônibus para
transporte de correligionários à festa de aniversário de seu filho, quando também sua candidatura a vereador seria lançada, possivelmente na coalisão partidária do candidato AMAZONINO:
“Esta festa é muito importante! Na realidade é o aniversário, mas está
se investindo muita coisa porque é o lançamento da candidatura do meu filho (CORDEIRINHO) e para pedir voto pro AMAZONINO (...) Senão a gente não estava gastando tanto dinheiro, né”.
No dia seguinte, o assunto da candidatura do filho de CORDEIRO à vereança, com o indisfarçado propósito de “furar o bloqueio” da Prefeitura de Manaus para a atuação da Organização Criminosa, volta a ser tema de conversa entre JOSÉ FARIAS FREIRE e JONES NAHMIAS DOS SANTOS, reproduzida no item 4.5 do Auto Circunstanciado 010/2004, da qual se destaca o seguinte trecho:
“MARQUINHO torna a falar sobre o ALECRIM (BENZECRY?) e emenda sobre a campanha política do TONY (filho do CORDEIRO). A certa altura da conversa sobre este assunto MARQUINHO diz: ‘-Vamos pedir votos para o TONY, caralho... se nós consiga (sic) eleger esse bicho nós vamos ter trabalho na Prefeitura... vamos furar um bloqueio na Prefeitura de dez anos que nós não entra lá’. Diz também para alertar ALEXANDRE sobre a possibilidade de ajudar também a campanha de AMAZONINO e para vender pedra para a Prefeitura.”

1.6.1 – DEPUTADO CORDEIRO USA DE SUA INFLUÊNCIA JUNTO A UMA COMISSÃO PARLAMENTAR EM DEFESA DOS INTERESSES DA MOTO-HONDA
No dia 17/09/2003, em seguida à ligação acima relatada, o DEPUTADO CORDEIRO faz uma ligação para MARQUINHO, e desta vez, o
DEPUTADO fala que usou de sua influência sobre os outros membros da Comissão Parlamentar que esteve na empresa MOTO-HONDA (Deputados Estaduais CARLOS ALBERTO e FRANCISCO EVILÁZIO PEREIRA NASCIMENTO), para que estes relatassem à Assembléia
Legislativa, tão somente o que fosse de seu interesse: ‘Eu liberadamente falei que EU SOU HONDA. E que os meus amigos lá (os parlamentares), ÍAM FAZER O QUE EU QUISESSE. COMO FIZERAM: - CHEGARAM NA ASSEMBLÉIA ELES DERAM O DEPOIMENTO QUE EU MANDEI .’


“IV.1.3.2. Negócios ilícitos da EQUIPOL com a Assembléia Legislativa
115.
É incontroverso que o próprio Deputado CORDEIRO atuou perante a
Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), intercedendo junto ao seu Presidente, Deputado Lino José de Souza Chíxaro, a quem se refere como o “Vigário-mór”,
e junto ao seu Diretor-Geral, Wander Araújo Motta, para beneficiar a EQUIPOL e outras empresas em processos de compras de passagens aéreas e liberações de pagamentos.”

“162. Por outro lado, a falta de pudor de VILELA compreende a solicitação de pequenos e grandes favores aos empresários a quem beneficia, por vezes permutando informação privilegiada em troca da vantagem econômica no mesmo diálogo. Assim é que, nos itens 5.3, 5.6, 5.7 e 5.13, do mesmo Auto Circunstanciado nº 009-B, bem como no item 5.6 do Auto Circunstanciado nº 008-B, pede e obtém passagens aéreas para si e seus familiares junto a um preposto da Construtora Andrade Gutierrez. Em várias ocasiões, retratadas no Auto Circunstanciado nº 009-B, VILELA pede material de construção para sua residência e, em troca, fornece informação privilegiada (item 5.8), pede inclusive cimento (itens 5.10 e 5.25). Também pede uma bateria nova para seu carro em troca de informação privilegiada (item 5.15), e utiliza veículo pertencente a fornecedor para serviços particulares, também em troca de favores licitatórios (item 5.34). Nos itens 5.38 e 5.41, VILELA solicita a SAMUCA “três galões
de tinta metalatex, cor telha... da SHERWIN WILLIANS... cor telha e um rolo de lã grande". Este SAMUCA ou SAMUEL é o mesmo em favor de quem VILELA intercede junto ao Secretário
de Estado da Infraestrutura FERNANDO ELIAS, em relação a vários fornecimentos (itens 5.4 e 5.20). Do item 5.12 do Auto Circunstanciado nº 010/2004,
colhe-se a singela troca, entre VILELA e um fornecedor chamado
“Koka”, de um direcionamento de um convite (modalidade de licitação)” Manda " uma costela de tambaqui frita", completando que "basta uma".


“163. Quando confrontado, em seu interrogatório, com alguns telefonemas seus interceptados, as explicações de VILELA são curiosas.
Após ouvir a reprodução de um diálogo seu com o Deputado CORDEIRO, em que este lhe pergunta se havia recebido um tal “negócio”, VILELA afirma que “nunca ouviu sua (própria) voz no telefone não sabendo se era ele constava no diálogo”.

 

20 setembro, 2006

De volta ao inferno verde
Por Fran Pacheco

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Andei sumido? A patroa vai me desculpando... favor não dê bronca, que esse é o santo remédio pra curar a ressaca que ora se me abate. Aos bicudos que buscam placebo numa colher de azeite ou de óleo de fígado de bacalhau, numa canja de responsa, num bom café pra forrar e disfarçar, ou numa cervejinha matutina – sim, mais uma gelada pro fígado pensar duas vezes antes de pedir concordata – ou aos perdidos que simplesmente põem a cabeça na privada e puxam a descarga, vai meu conselho, anotem aí: contra ressaca, negócio é a patroa não dar bronca. É batata. Aí você já fica bem demais.

Nunca pensei que depois de morto fosse ter tamanho sortimento de compromissos seriíssimos e inadiáveis, a me afastar da pena em plena campanha eleitoral (alguém viu a campanha por aí?). Vamos a um breve apanhado das mesas-redondas. Como ganhar todas na porrinha? Como fazer o português dono da taverna aceitar teu mal-afamado cheque? Uísque 12 anos é ou não é melhor que o 8? Aproveita o mote e engata um treinamento prático e meio duvidoso para se detectar legítimas contrafações destiladas nas Highlands paraguaias (ou Lowlands? taí mais um assunto). Passa para um curso de história contemporânea (a época do Vat 69, do Cutty Sark, a era do Old Eight, a fase dourada do Dimple). Votação: pedir batata frita em butiquim é ou não é pecado mortal? Corta para um arrojado medley chopps – uísque – cachaça – chopps (confesso que daí em diante fiquei na marvada direto). Alguém entorna uma com vigor, quebra o copo na mesa e grita: “Que diabo eu tô fazendo em Madagascar?!”

“Pô, Pacheco, tu não publicas mais?”, vinha meu cúmplice Antônio Paulo Graça me cutucar, meio bamba. E eu, com aquela voz de petista dopado depondo em CPI, a boca fria e mole: “Companheiro, eu não escrevo mais... e considere isso uma boa ação. Escrever é fácil. Difícil é tomar notas.” Isso foi no Caldeira? No Armando’s? Na Casa do Terror? Ou no Beco da Cirrose? É aquela história: feriadão iminente, hora de guardar as pedras debaixo do teclado e torcer pra moçada com mais energia, verve, histamina, élan e o diabo a quatro sair por aí atirando tortas (virtuais ou não) nas ôtoridades constituídas. Era o quê? Mezzogiorno de uma quinta-feira, cinco dias antes do feriado local, sete antes do nacional. Estava mais do que na hora de começar a Grande Saideira, secar a primeira garrafa de Salinas e assobiar ouviram do ypiranga em tom maior (ou o primeiro compasso de COM QUE ROUPA, que é igual). Vou te contar... quando a purinha desce numa boa, não precisa de nenhuma ictiomante vinda de Faro pra ler nas entranhas da sardinha do balcão que “hoje vai ter!”

Foi numa dessas (não me perguntem dia ou horário ou local, tudo são brumas) que algum gaiato soltou a bomba: “o Jaguar morreu!” Não imaginam a euforia que tomou conta de nossa Legião. O pé-sujo quase veio abaixo. Chapéus, jornais, bengalas, pince-nezes, talheres, pedaços de ectoplasma, tudo jogado para o alto. Um exemplar d’O Pasquim (com o Francis na capa) ficou rodando no ventilador do teto, fazendo um vlap vlap irritante. Saímos em procissão em busca do câmara-ardente do mais novo membro do Club. Pingamos no Bracarense, Bip Bip, Lamas, Bigorrilho, Sujinho, Belmonte, Roquinha, Cervantes, Paladino... necas do que seria o velório-saideira do século. Dizem que o Jaguar está vivo. Em Brasília... mas tecnicamente vivo. Pedi pra minha fogosa correspondente vidente checar. “Mas Fran, cê promete que depois cê volta a falar de política?” Taradinha, a minha estagiária (além de ter o 3º olho altamente desenvolvido). Claro que eu prometo mundos e fundos pra ela, e nem preciso pedir nada em troca. Ela dá mesmo assim (carinho e afeto, seus sacanas!).

Em consideração a ela, que sofre misérias nas mãos de Rubens de Falco, volto agora ao inferno verde para falar de... pulítica. Ou melhor, podem me dar só mais um tempinho? Tenho que comprar um Vila Rica no butiquim da esquina, certo? Volto já. Mas se voltar só daqui a três dias, rebocado, a patroa já sabe: nada de bronca!

 

19 setembro, 2006

Desejo de morte
Por irmão Paulo

Tânatos, Deus da morte, filho da noite e de Hipnos, foi utilizado por Freud para nominar o impulso de morte da humanidade. Mais que impulso, uma pulsão de morte, que é uma tendência permanente, quase sempre inconsciente, que incita o homem a destruir-se. A explicação psicanalítica dessa pulsão é a única forma de compreender o que se passa no íntimo dessa escumalha que dominou e domina a política brasileira, em todos os níveis e recantos.

Compreender não posso que no Brasil pós-mensalão ainda existam criaturas que se prestem a relacionar-se com marginais, comprando/ forjando dossiês com o único objetivo de influenciar ilegitimamente o resultado de eleições. Por estas plagas, vimos no passado recente - como Caso Soraya- a tentativa amazonínica de reeditar o caso Lurian, quando Collor-Egberto Batista venceram as eleições presidenciais contra Lula. Agora, mais recentemente ainda, esse tal folheto apócrifo, contando um monte de coisas plausíveis de forma implausível (e mal escrita). Anuncia-se um ataque direto à Primeira-Dama do estado e uma retalização com o caso da Cosama - que teria rendido dinheiro à Samuel Hanan e Frank Lima. E como rescaldo disso tudo, uma campanha merda, sem discussões profundas, repleta de jogadas subterrâneas, de intrigas no submundo (como diria um apavorado Josué Filho), onde só quem deixa de ganhar mesmo é a coletividade.

Isso porque, na política amazonense, só há verdadeiramente dois grupos, o que está no poder e o que está fora do poder. Gilberto, Amazonino, Artur, Eduardo, Alfredo, Serafim etc, pra continuar na mitologia, são cabeças de uma mesma e medonha hidra. Importando, assim, que nas eleições dê sempre um deles, porque sendo todos sócios do clube de sevícias do Amazonas, acabam se entendendo. Por terem todos negócios escusos que se relacionam entre si, sabem que tudo ficará em casa. Vejamos agora mesmo, os cinco candidatos leváveis à sério para o governo e para o senado integram o mesmo grupo. Não há virtualmente escapatória.

Danam-se então os assessores a prevaricar, os admnistradores a roubar e ao povo, coadjuvante nessa história, resta apenas coçar sua pulsão de morte, que já se transformou numa ferida seca. Deliciosamente seca.

 

16 setembro, 2006

"O interior é uma festa!
Setembro 15th, 2006 by Ismael Benigno

Chega à redação insólita deste espaço a informação de que Amazonino Mendes, em ponto ignorado por minhas fontes, no alto Juruá, está refugiado num casebre, depois de sofrer tentativa de apedrejamento por parte de populares. Segundo as duvidosas fontes que tenho, o advogado e colunista Paulo Figueiredo - maldosamente alcunhado de Palmandado Figueiredo - teria involuntariamente salvo a vida do chefe, atirando-se heroicamente à frente de Amazonino e recebendo em seu corpo a saraivada de pedras desferida pela população braguenta, digo, briguenta. Informações também dão conta de que a polícia segue apressadamente para o local, acompanhada de vasta equipe de reportagem do Correio Amazonense - além de tímida e cuidadosa equipe de A Crítica.

A mesma fonte revela que, do outro lado da trincheira, em Benjamin Constant, Eduardo Braga estaria soterrado pelos destroços de um palanque fuleiro em que berrava, que não teria aguentado seu lombo. Mas como desgraça pouca é bobagem, sabe-se até o momento que, no momento da queda, Mocorongo Braga teria, num reflexo involuntário, tentado se agarrar a Gilberto Mestrinho. Resultado: estão os dois no chão, em meio aos destroços. Bosco Saraiva e Ari Moutinho teriam tentado socorrer o Cadeirudo, mas há quem diga que neste momento ecoou pela selva um brado: "- Me larga, bando de pé-frio! incompetentes! Cês querem me afundar ainda mais me dando essas mãos sujas?!"

Com o jeitinho todo de O Armagedom de Tabatinga (que publiquei aqui em 24/Ago/2004), essa é daquelas histórias típicas de Folclore Político Amazonense, de Simão Pessoa.

A coordenação da campanha de Artur Neto está á beira do campo, abanando os braços e pedindo ao juiz que termine a partida e anuncie o tucano como vencedor. Por W.O.

Eu aumento, mas não invento."

* Publicado em 15/09/2006, no site ´O Malfazejo´, de Ismael Benigno.

 

04 setembro, 2006

irmão Paulo a la carte IV
Por irmão Paulo

Peste Graças a nosso sistema legal ultrapassado e francamente pró-bandido e ao nosso Processo do tempo de D. João Charuto, boa parte dos formigas já ganhou liberdade e deve ter saído à mil em busca da saideira. Lá pras bandas da Educação, o secretário cabra-da-peste garante que está tudio bem. Diz que só vai romper o contrato com o formiga-fornecedor de parte da merenda escolar se este parar de fornecer – o que não vai acontecer porque a turma já está solta. Ai, ai. Rompe o contrato, seu cabra. Rompe o contrato, peste!

Paulista I Amazonino declarou, sobre Alckmin, que não apóia paulista. Trata-se, evidentemente, de uma frase de efeito, portanto mentirosa, e com objetivos políticos. Na verdade, Amazonino não apóia Alckmin por que este não demonstra nenhuma viabilidade eleitoral e, aqui no Amazonas, amargaria um desestimulante terceiro lugar nas pesquisas, não lhe acrescentando nada. Ah, tem também que Amazonino só se sente bem na companhia do submundo da política (Bornhausen, Zé jorge, ACM, Collor etc.) e Geraldo, goste-se ou não dele, está um degrau adiante na escala da evolução das espécies políticas.

Paulista II Dos paulistas, conforme declarou ao denunciar uma perseguição fiscal ordenada por Braga aos empresários que o ajudassem financeiramente, Amazonino só quer a grana. Que viria de seus amigos, beneméritos desprendidos que o ajudam (atenção, povo, ironia) pelo bem da humanidade, sem pedir nada em troca depois. Capitaneando e captando as doações o paulista-mor Gilberto Miranda, secundado por seu mago-irmão Egberto "caso soraia" Batista.

El Cid Arrastado de roldão pelo prestígio inabalável de Lula, Cid Gomes, irmão e teleguiado de Ciro Gomes e Tasso Jereissati, deu um caldo no governador tucano Lúcio Alcantara, tirando em uma semana uma desvantagem de 10 pontos percentuais e impondo uma vantagem de quase 15% sobre o mesmo. Bastou que Lula fizesse um único comísso no ceará e ungisse o galego seu candidato para que a situação se invertesse.

Onde estais Eduardo Braga, no íntimo de seu ser, deve recitar diariamente os famosos versos de Castro Alves, mas dirigidos a Lula. Onde estais, que não me apontas!? Lula bem poderia vir aqui e repetir aquela hilária cena em que Amazonino recepciona o bom filho, retornado à casa paterna, batendo com a palma da mão na cabeça de um Braga constrangidíssimo. Mas concordante.

Segundona Braga, por sorte e/ou falta de opção, ganhou uma segunda chance das forças ditas progressistas. Abocanhou - humildemente - apoios emblemáticos no Amazonas, como o PCdoB. Descola um apoio velado de Serafim e, de quebra, ostenta-se como o candidato de Lula. É uma chance de construir um novo futuro público para si, agregando um grupo que se diz mais ético ao seu novo governo, renunciando a companhias deletérias herdadas de Amazonino Mendes e rompendo de vez com o descalabro que foi o seu primeiro ano de governo.

Artur Neto não teve segunda chance. Ele fez uma campanha suada para prefeito de Manaus, rodando num chevetinho - ou coisa que o valha - e indo refrescar-se, vez ou outra, no ar-condicionado da Ouvidora do Município. No dia do pleito, queria votar com uma camisa verde, que foi comprada na beira do mercado, com recursos de uma vaquinha, e insistentemente passada - com toneladas de goma - para tomar alguma forma. Ganhou, tomou posse e uma semana depois já andava encangado nas pickups do Carlinhos da Carbrás e congêneres. Fodeu-se. Não teve segunda chance, porque não corrigiu a rota.

Jackson Gilberto Boto rejuvenesceu 10 anos na aparência. Sem parecer que colocou botox ou sequer fez lifting, só com dieta e caminhada, dizem os releases. Foi assustador vê-lo sem arfar, com aqueles olhos frios, declarando amor e respeito às mulheres do Amazonas. Já se comenta, aqui pelo além, que isso é resultado do upgrade hiperbárico que Gilberto Boto fez em seu sarcófago, no velho estilo Michal Jackson, adiando sua chegada por tempo indefinido. Oh, senhor! Tem piedade de nossa atroz miséria.

Comprados Com o resultado das últimas pesquisas eleitorais, Amazonino Mendes precisa incluir na lista dos comprados, junto com o Judiciário, o Ministério Público e os Tribunais de Contas, todos os institutos de pesquisa. Com exceção, claro, do Unisol/UFAM que não são comprados, são vendidos.

 

01 setembro, 2006

Radicalismo, Amazonas!
Por irmão Paulo

Há diversas campanhas pelo Brasil afora pregando o voto consciente, lembrando da importância vital da dedada que vocês, vivos, darão nas urnas em 1 de outubro. Dedada que, se mal dada, pode virar contra todos vocês durante os próximos 4 anos, aumentando as probabilidades de virem ter conosco mais cedo.

No Brasil, hoje, creio sinceramente, só pode haver esperança se pensarmos e atuarmos com radicalismo. Já dizia minha vó, e a de vocês certamente também, em ditado lembrado por Mário Frota ao referir-se a Alfredo Nascimento, autoproclamado pai da BR-379, num já antológico programa eleitoral, quem mente, rouba. Alfredo, claro, é inimputável. Afinal, não há nada a esperar de um sujeito que não distingue Jorge Teixeira de Pedro Teixeira.

Portanto, companheiro, dentro da filosofia do radicalismo - que muitas vezes cai no campo da subjetividade - existem algumas regras objetivas que, embora singelas, devem ser seguidas e podem dar bons resultados, eximindo sua consciência e responsabilidade em relação aos danos futuros. Vamos a elas:

1. Não vote em mentiroso. Se o candidato mente ou mentiu, na menor e mais desimportante informação: não vote.
2. Não vote em ladrão. Se o candidato rouba, ou dizem que rouba ou roubou (na juventude) ou se paira dúvidas acerca de sua honestidade (a imprensa deve ser livre e não justa) ou, simplesmente, se você acha que o sujeito rouba ou tem cara de ladrão: não vote.
3. Não vote em leso. Se o mundo está caindo ao redor do sujeito e até seu animal de estimação ganha uma grana desviando dinheiro da ração canina, mas ainda assim ele insiste em dizer - com o ar mais cândido - que não sabia de nada: não vote.
4. Não vote em espertalhões. Se o mundo está caindo ao redor do sujeito e até seu animal de estimação ganha uma grana desviando dinheiro da ração canina, mas ainda assim ele insiste em dizer - com o ar mais cândido - que não sabia de nada: não vote.
5. Não vote em santo. Santos não existem, são uma ficção jurídica da igreja católica. Se existissem, ainda assim não estariam neste mundo. Portanto, meu velho, desconfie daquele sujeito manso, que propagandeia seus trabalhos pastorais e sua vida comunitária, que perdoa e esquece as ofensas, que é incapaz de constranger um colega corrupto pois odeia o pecado, amando o pecador e portanto não passa de um omisso. Se você conhece algum assim: não vote.
6. Não vote em humilde. A humildade, já disse alguém, é a maior das vaidades. Aquele cara humilde, que constrói alianças e angaria apoios por sua simplicidade e humildade, que nunca eleva a voz e quase sussurra quanto alicia um eleitor - tipo Padre Anchieta - é surpeendente. Não raro, trata-se de um furtivo traidor contumaz, vingativo e guloso. Aspirantes a santo, geralmente não passam de uns ladrões de merda. Nesses, não vote.
7. Não vote em parente ou amigo de ladrão. Na esfera privada podemos ter os amigos e os parentes que quisermos. Putas, traficantes, viciados e até políticos. Quando o sujeito se aventura na vida pública, suas companhias precisam ser selecionadas, pois vale muito o velho ditado diga-me com quem anda e lhe direi quem você é. Assim, antes de pedir seu voto, Rebecca Garcia tem de mudar de pai, Tiago Mestrinho de avô e Eduardo Braga de companhias. Evilásio Nascimento só poderia ter alguma credibilidade se exibisse o fígado de Alfredo no horário eleitoral- dando-lhe uma sôfrega mordida só para impactar - e Lula se renegasse seus comparsas, jogando-os na masmorra. De outra forma, que fiquem curtindo os amigos e parentes ladrões longe da vida pública. Se você ia votar em amigo ou parente de ladrão, esqueça. Não vote.
8. Não vote em pequinês. Por trás de um contendor aguerrido pode estar convicção, mas também medo. Veja-se o caso de Artur Neto, autoproclamado boxer da política amazonense, afora retirar o nome do Mulah do reltório da CPI da pedofilia e orientar seu filhote a votar pela pensão de vice, Artur não passa de sparring iniciante - pajem sonhando ser caleiro - um exemplar chato da provavelmente extinta raça pequinês. Late, late mas mantem distância razoável de seu alvo para não incomodar demais. Não vai a fundo, para não destruir as vias ocultas pelas quais sonha trafegar.
9. Não vote em quem tem ou teve mandato. Se depois de aplicar as regras acima, você continuar confuso, radicalize mais ainda. Diante de tudo que vimos nos últimos anos, diante da falência moral generalizada do congresso, da inexistência da Assembléia legislativa etc. etc., radicalize e não vote em ninguém que tem ou teve mandato. Quem comeu, comeu. Quem não comeu não come mais.
10. Regra de outro: não vote em quem lhe incomoda. Nunca, jamais e em tempo algum, vote com reservas. Se o sujeito é verdadeiro - mas grosso, honesto - mas metido a besta, inteligente - mas malandro, comedido - mas apático, humano - mas permissivo, tem atitude - mas é arrogante, não é parente nem amigo de ladrão - mas por falta de oportunidade, nunca teve mandato público mas, mesmo assim, tem um não sei quê que faz a confusão em sua cabecinha de eleitor e lhe deixa incomodado. É simples, não vote.

Se no final não sobrar ninguém em quem votar, tanto melhor. Peçamos a nulidade das eleições e comecemos tudo de novo, sem que ninguém dessa raça possa sequer ser candidato -ou convença a senhora sua mãe a ser candidata nas próximas eleições, pois como diria o antigo filósofo Lafayette Vieira, de confiança mesmo, só a mãe.