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29 abril, 2007

Em mais um furo espiritual de reportagem, descobrimos o teor da primeira, sucintíssima e definitiva conclusão que o Secretário Especial de Ações a Longo Prazo, Prof. Dr. Ph.D. F.d.P Roberto Mangabeira Unger apresentará à gloriosa nação bananeira:

“NO LONGO PRAZO ESTAREMOS TODOS MORTOS.”

(P.S. Mas a CPMF continuará em vigor)


 

23 abril, 2007

As Metamorphoses
Por Fran Pacheco

Sempre que um partido desses muda de nome, penso logo naqueles filmes que mostram empresas prestes a cair na malha-fina americana, triturando a papelada e formatando os discos-rígidos para apagar os rastros de suas peripécias. Ou numa queima de arquivo, pura e simples. Alguém aí se lembra da UDN? Que fim levou? Estará enterrada junto com a ossada de Dana de Teffé? E a ARENA, o maior partido político do Ocidente? Levou sumiço junto com o menino Carlinhos? E o paradeiro do PRN, o partido delle? Que tal perguntar pro ex-lugar-tentente delle, o Calheiros, propondo é claro uma delação premiada?

Só pra ficar num exemplo ainda fresquinho no nosso esquecimento: alguém ainda recorda do PFL? Aquele, o pefelê, partido do coração de nove entre dez coronéis de barranco... o pefelê de tantas aprontações pra contar... Pois os velhos coronéis se reproduziram e a novíssima cepa – uma galerinha da pesada capitaneada por Rodriguinho Maia e ACMzinho – agora atende pela graça de “O Democratas” (sic), ou “DEM” para os íntimos. Isso depois que seus globalizadíssimos filiados descartaram(*) o acrônimo “PD”, de Partido Democrata, pelo chiquérrimo motivo de que, veja só, lá em França “pedê” quer dizer “baitolo”. Nem imaginam o que DEM quer dizer em dialeto swahili...

Além de renegar o nome de batismo, outros expedientes muito usados pelas facções, digo, partidos, são as fusões, incorporações, abocanhações, escamoteações, fagocitoses, simbioses, defecções, mimetismos, metempsicoses e, mais modernosos, morphs e remixes digitais. Acrescente-se o subterfúgio adicional do troca-troca e fica praticamente impossível reconstituir, no espaço-tempo convencional, o iter-criminis de um político, desde o dia em que recebeu a picadura da mosca azul até hoje.

Tudo isso depõe a favor de uma só pessoa: Darwin. Por mais que os neocarolas a proíbam nas escolas, essa tal de “Evolução das Espécies” existe, sim senhor. Não importa o quão mutável, complexo e hostil se torne o meio em que vive: devidamente adaptado o animal político sempre arranja um jetinho de ficar malemolentemente por sobre a carne-seca. Extinção? Nem pensar.

Quem parece ter empacado e não evoluir nunca é o eleitor – esse sim, um verdadeiro animal. Taí uma questão que nem Darwin explica.

(*) Descartaram também o old-fashioned Jorge Bornhausen, que as más línguas costumavam comparar com Hitler. Pura sacanagem. Hitler pelo menos sabia pintar.


 

21 abril, 2007

Até tu, Mangabeira?
Por Fran Pacheco

O mais novo aspone com status de ministro da Grande Coalizão pelo Progresso e pelo Bem dos Bons Companhêro (a.k.a. Governo Lula 2.0) é um “gênho” da raça, com QI quase igual ao do Roger (chasonnier do Ultraje a Rigor), sotaque que faz páreo ao do rabino Sobel – e desprovido de meias palavras. Prof. Mangabeira Cabeção, ídolo de Caê Meloso e mais conhecido no eixo Harvard-MIT-SPECTRE como Dr. Góri, nunca foi de poupar elogios ao seu novo patrão:

“Afirmow ke o presidentchi, avessow ao trabalhow e ao estudow, desatentow aos negótzios do Eshtado, fugidio de tudow o ke lhe traga dificuldade or dissabor e orgulhozo de sua própria ignorância, mostrou-ze inaptow para o cargow sagradow ke o povow brasileirow lhe confiow.”, declarou certa feita à Folha, no auge do furdunço do Mensalão, enfezadíssimo e com a mão direita (cheia de vontades próprias) tentando abrir-lhe a braguilha.

Prof. Cabeção ficou tão eufórico com a sinecura* oferecida pelo governo por ele considerado “o maish corruptow de nowssa histórrria nachional”, que num acesso de tremedeira teria tentado agarrar o presidente gritando “Mein Lulah! I can walk!”. (O Ministério da Informação nega veemente o ocorrido e promete arrancar em juízo R$ 30 mil de quem insistir na tese).

Agora o governo já abarrota a esplanada com 36 ministérios & cabides de 1º escalão, com expectativa de que até o final do mandato seja ultrapassada a marca dos 100 – a maioria a ser ocupada por notórias nulidades ou antigos desafetos, devidamente "pacificados". Futuras aquisições podem incluir o senador ACM, para o MIMA (Ministério da Malvadeza), Fernando Gabeira para o MINERVA (Ministério da Erva), Nelson Ned para um nanoministério e Bruna Surfistinha como go-go-embaixatriz do Brasil junto ao circuito noturno executivo-internacional. Afinal, se é pra continuar com essa cafetinagem de Estado, melhor chamar quem já tem ânus, digo, anos de experiência no setor.

*Trata-se de uma tal "Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo", cuja primeira missão, no longo prazo, é definir a que diabos será que se destina.


 

20 abril, 2007

The Fat Famiglia strikes again
Por Fran Pacheco

A recente divulgação do contrato milionário da Assembléia Ruminativa do Amazonas com uma empresa fornecedora de tíquetes-alimentação supostamente destinados a abastecer as vorazes panças dos nobres deputados & agregados trouxe à tona uma constatação marcante: o puder engorda, engorda absolutamente.

Não se questiona nem a necessidade de um deputado que ganha salário + verba de gabinete + jetons + otras cositas más necessitar dessa ajudinha tão “proletária” (ou no máximo tão “classe média”) chamada vale-refeição*. Na verdade um vale é pouco. Não tem tíquete de Itu que apascente a gula dessa gente. Basta analisarmos suas silhuetas. A incidência alarmante de palanques desmoronando ultimamente não deixa dúvidas sobre o excesso de carga que assola o meio político local.

Só pra começar: olhem o Belão. Porra, o Belão tem toda pinta de traçar três javalis no almoço. Não se sabe nem se o pantagruélico procônsul da assembléia adquiriu esse figurino Gerard-Depardiano graças à prolongada exposição ao puder, já que aparentemente sua casta vem mamando desde a fundação de Roma (Suetônio e Plutarco espalhavam à boca pequena que Rômulo & Remo eram da tribo dos Linx).

Quem quiser mais exemplares que visite o saite da Assembléia e contemple o banner lombrosiano, onde desfilam as sorridentes efígies de todos os eleitos pela infinita estupid... digo, generosidade e feeling político do povo amazonense. Magrinhos, há alguns, mas como diz o vulgo, devem ser “magros de rúim”. A maioria, ah, só pela cara, como diz o supracitado vulgo, deve “comer que é uma desgraça”.

Quanto ao benemérito aí, que paga a conta do banquete (não olhe pra trás), melhor não meter a colher no festival gastronômico legislativo. Não demora, em resposta a alguma blitz conjunta do Ministério Público e dos Vigilantes do Peso, os nobres onívoros, em desagravo a si próprios, decidam instituir o vale-tiramisu, o auxílio-Balla-12 e o tíquete-Beluga. Tudo em nome da transparência e da manutenção de suas necessidades e instintos mais básicos. E pra não dizer que não cuidam da saúde, podem arrematar com um vale-Botox e uma licença-spa. Duvida? Nunca subestime a filhadaputice de um parlamentar.

(*) Seria desabonador que um dia batessem à sua porta, você abrisse, olhasse para baixo e visse o Sinésio, todo pidonho, implorando por uma "kentinha".

 

18 abril, 2007

Amante dos sonhos
Por Fran Pacheco

Meio da madrugada. Dona Lurdinha acordou de repente, ouvindo uma voz abafada vinda do lado:

“Ana Paula...”

Era o marido, seu Egídio, que D. Lurdinha chamava há trinta anos de “Vidinha”. Pois o Vidinha estava falando o que não devia, dormindo, lívido, o barrigão para cima, empapuçado de suor, a boca aberta, arfante, repetindo bem baixinho:

“Ana Paula... Ana Paula...”

D. Lurdinha não entendeu ou não quis entender o mantra que o Vidinha insistia em repetir. Chegou-se mais perto, devagar, pra velha cama não ranger. Queria ter certeza. E ouviu bem mais do que esperava, quando Vidinha arfou bem alto:

“Ahhh... Ana Paula Arósio...”

Era isso mesmo?

Vidinha deu uma resfolegada, a barriga encheu-se de ar e, como que para tirar qualquer dúvida, arrematou no mais explícito êxtase:

“Ana Paula Arósio... aahh... assim eu morro...”

“Aaaaiii!” pensou D. Lurdinha, encolhendo-se para trás, contra o travesseiro, trincando os dentes para não gritar. Logo ele, o Vidinha do seu coração, logo ele, como pôde! como pôde! pai de três filhos, avô de seis netos, antigo congregado mariano, torcedor doente do América, logo ele! baixinho e meio careca, aquela papada pronunciada, aquele xulé devastador – sem falar nas três décadas de traques noturnos que ela, pelo bem do matrimônio, estoicamente suportara. “Não acrediiito!...Sem vergooonha...” E Lurdinha cobriu as orelhas com o travesseiro para não ouvir mais. Logo ele, como pôde! tamanho coroa, aquela cara sebosa cheia de crateras de bexigas, aquela pelugem brotando das narinas feito samambaia e ainda por cima cambota, mas tão cambota que no serviço militar era chamado de “culhões entre parênteses”. Logo ele... D. Lurdinha não conseguia entender. O que a Ana Paula Arósio viu no Vidinha?!

“Filha da puuuta...”, concluiu.

Teve vontade de enxotar o depravado de casa ali mesmo, aquilo era um lar de família, ele que fosse pros braços daquelazinha, só porque aquelazinha era “astista” (sic), só porque era “jovem”, “linda”, “gostosa” e “poderosa” e “etc.”, aqueles “olhos azuis”, aquele “carisma”... Dona Lurdinha nem teve coragem de se comparar com... a outra. Ou melhor, tentou, mas desistiu na hora. Esperou o coração acalmar, a tontura passar e pensou mais claramente: “não... não pode ser... não tem condição... o safado só pode estar sonhando...” E começou a rir aliviada, bem baixinho: “nunca, mas nunquinha que a Ana Paula Arósio ia dar bola pra um batoré desses... ah...ah...ah...” E passou a mão na testa suada do cônjuge desacordado: “sonha, vai sonhando, tigrão, ah... ah...” Pensou indignada no que essa televisão coloca hoje em dia na cabeça das pessoas. Pensou no Reynaldo Gianecchini, que ela achava “muito homem” e, comparando com o flácido ser que jazia ao seu lado, desatou a rir maliciosamente por debaixo do travesseiro.

Resolveu se vingar sonhando com o Gianecchini. E o Vidinha que visse o que é bom pra tosse, quando acordasse no meio da noite com a santa esposa gemendo “Giane... Gianequinho...”

E dormiu, como sempre, senhora absoluta da situação.

Só não consegiu sonhar com nada além de uma receita de bolo de fubá ensinada por um papagaio. Nem falou nada para o Vidinha no café-da-manhã. Vidinha, aliás, seu Egídio, despediu-se e avisou lacônico: “Hoje tem dominó. Chego mais tarde”. D. Lurdinha disse um “vai com Deus” protocolar e pensou: “vai bater na porta da Rede Globo, vai... ah... ah... ah...”

Mas seu Egídio passou bem longe de qualquer estúdio de TV quando saiu do trabalho e seguiu direto para o clube privê “Rosas de Mayo”, onde o ex-frentista Paulo Jorge, aliás, sua Ana Paula Arósio de ébano, já o esperava.


 

16 abril, 2007

Com que roupa?
Por Fran Pacheco

Faltando 18 meses para as eleições municipais, o estressado alcaide Sarafa ainda não decidiu se vai para a “pequena festa da democracia” (a grande festa já passou) atacando de Robin Hood ou de Kamikaze – já que pelo visto a bata de Madre Teresa de Calcutá terá que ser disputada a tapa com seu antípoda, o Capiroto Mendes. Torcemos fervorosamente para que os dois declarados amantes do povo mais humilde venham a se enfrentar não em debates soporíferos, mas numa agitada gincana de lava-pés.

Recomendamos, neste ínterim, que Sarafa se dedique a sessões intensas de fisioterapia para relaxar um pouco o dedo indicador, que vira e mexe não resiste e entrega algum desafeto (o último delatado foi um touro , detentor da esporrada mais cara da Amazônia Ocidental). Outro detalhe importante é aprender a arte de suar copiosamente e conquistar seu novo eleitorado na base dos ferormônios. Político no Amazonas que não sabe suar feito um porco fica com fama de fresco.

Ao Negão, recomendamos em primeiro lugar manter-se eloqüentemente calado, ou aprender de vez (tamanho velho!) que as necessidades devem sair pelo outro lado, não pela boca.

Em segundo, abandonar de vez essa coisa tão démodé de ser “oposição” ao Governo Popular Democrático de 1.000 Anos do PT. Faça como o Cadeirudo, o Cabo Pereira, o ACM, o Janene, o Sarney, o Calheiros, o Jáder, o Collor. Junte-se aos bons, aderindo enquanto é tempo a algum satélite da “base aliada”. Milhares de filhos da puta juntos não podem estar errados.

Logo, logo, veríamos o Negão sendo recebido em palácio por Lula, que elogiaria a “experiênça administrativa” do novíssimo companheiro. Veríamos o camarada Eronildo negando pela milésima vez ser adesista e afirmando que nunca foi oposição à “pessoa” de Amazonino, mas às “idéias” do dito cujo. Veríamos por fim o Cadeirudo afagando aqueles cabelos grisalhos e salpicados de pó (de estrada), comemorando a volta do “pai pródigo”. Quem sabe até Gilberto Mestrinho saísse brevemente do Retiro dos Artistas para tentar articular algumas palavras - em vão.

Mas seja qual for o modelito escolhido pelos dois principais contendores, faz-se mister manterem a retaguarda bem guarnecida. Afinal, no ateliê da Compensa, Pink & Cérebro (vulgos Melo & Braga) não vêem a hora de conquistar o mundo.

 

10 abril, 2007

O Ministério da Piada Pronta adverte...
Por Fran Pacheco

Após semanas e semanas de desenfreado consumo por parte da classe humorística, os estoques de piadas prêt-a-porter sobre o faniquito do rabino, o gol 1.000 e o apagão aéreo encontram-se perigosamente baixos. Recomenda-se parcimônia no trato da coisa, tendo em vista que tais problemas, embora aparentemente insolúveis, comportam um número apenas finito de gracejos.

Como poucos podem dar-se ao mesmo luxo de um José Simão, ambientalista que recicla todo dia a mesma coluna, com pequenas variações de fraseado e ademanes, o país espera que todo piadista, todo satirista e todo wit cumpra seu dever e pare de racionar o raciocínio. Coragem, senhores e pensem. Pensem, nem que seja na bunda da Dilma Rousseff.

Do contrário, o colapso avizinha-se implacável, ameaçando transformar de uma vez os bobos da corte na corte dos bobos – uns citando e/ou linkando os outros, numa orgia de confetes que só pode descambar na mais baixa forma de expressão humana: o humorismo a favor (vade retro!).

Em nome do pouco que resta de cinismo, anarquia, ironia e acidez no humorismo nacional, não se deixem contagiar pela euforia da aprovação estratosférica do governo. Resistam e não abandonem suas trincheiras gritando lulalá! De Chicos Carusos e Veríssimos este país já é auto-suficiente.

P.S. De pelegos também, mas Franklin Martins aceita analisar currículos.


 

05 abril, 2007

Notas do subterrâneo (CXXII)
Por Fran Pacheco

A decadência da Intelligentsia
Apesar de ter deixado os intelectuais brasileiros órfãos de assunto, o fim do Big Brother 7 veio em bom tempo. Se já tinha neguim alçando Alemão à categoria de “personagem brechtiano”, não tardaria muito para cada paredão ser motivo de quebra-quebra na faculdade de Filosofia.

Marca registrada
O fato do núcleo pobre da minissérie Amazônia ter passado metade das cenas dançando forró não deixa dúvidas: é uma legítima obra de Glória Peres.

Zeca Diabo forever
A maquiagem de Lima Duarte não convenceu como o terceiro avatar do seringueiro Bento, personagem aparentemente imortal que pontificou na trama desde o Ciclo da Borracha até o final da década de 80. Para alguém com cento e poucos anos ele estava inteiraço.

Physique du rôle
Ao contrário do que tudo indica, não há nenhuma cláusula contratual que obrigue Humberto Martins a fazer exclusivamente papel de cafajeste. Não é à toa que o mesmo já pensa em se aventurar por novos papéis. Uma cinebiografia de Jece Valadão, quem sabe.

Nervos à flor da pele
Toda vez que ouve Lula prometer uma “solução final” para a crise, Henry Sobel se treme todinho.

Com o pires na mão
Lula descartou mais uma vez anistiar o povo brasileiro de Valdir Pires - que aliás está cada vez mais à vontade no métier de ex-Controlador Geral da União. Resumindo: muita merda ainda há de ser jogada na turbina.

Efeméride
Este é o 693º post psicografado neste blogue, que até o momento contabiliza 2.954 comentários, 123.745 visitas individuais e 5 processos nas mais variadas varas. Isso tudo, da mesma forma que aquele encruado “mil” do baixinho, não quer dizer absolutamente porra nenhuma.