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27 agosto, 2006

Carta aberta ao colega Narizinho
Por Fran Pacheco

Juca,

Parafraseando Voltaire, posso não rir de nenhuma piada tua, mas lutaria até o fim pelo teu direito de contá-las na tribuna do Senado. Aliás, Juca, Voltaire nunca disse nada parecido, mas isso fica pra outro post, menos nasal que o corrente. O que importa Juca, é que estou contigo, com teu nariz, e não abro. Achei essa tua iniciativa de concorrer ao Senado pela Bahia um verdadeiro chuá. Não importa o que aquelas togas rezinguentas do TRE bahiano estejam aprontando contigo. Que diabos eles entendem de otorrinolaringologia? Não importa, outrossim, que só 2% dos soteropolitanos venham a sufragar vossa nasalidade. Se eu fosse intelequitual engajado, Juca, se eu comesse metade das mulheres que o Chico come – tás me entendendo? – saía por aí assinando manifesto em defesa do teu direito líquido, certo e cheio de coriza de entrar de nariz e tudo no Congresso. Conclamaria teus semelhantes, como Emerson Fittipaldi, Betânia e Dustin Hoffman para sair em defesa da imunidade parlamentar pro teu septo nasal. Pela urgência urgentíssima de dispormos dessa lapa a farejar escândalos nos corredores do puder. Porque sacumé, Juca... piadinha sem graça por piadinha, tal como dólar na cueca, superfaturamento de merenda escolar estragada etc. etc. sou mais as tuas, que têm o condão de só fazer mal ao saco de quem ouve. E só de imaginar, bicho, os nobres senadores passando o dia aturando aquele teu violão de menestrel, tu, em cima daquele banquinho, na tribuna, descalço, repetindo pela pentelhésima vez aquelas paródias batidas... ah, que curtição doida seria, Juca! Já pensaste nas notícias da Voz do Brasil? “Performance do senador Juca Chaves é interrompida por festival de vômitos no plenário”... “Juca afirma que não se calará e onda de suicídios coletivos assola o Senado”... Ô Juca, precisamos de você lá!

Por essas e por outras, Juca, siga na luta – teu nariz na vanguarda, abrindo caminho, recorrendo e escorrendo até a última instância. O que dá pra rir, Juca, dá pra chorar e vice-versa, tás me entendedo? Vai fundo, meu chapa, que ninguém segura esse nariz!

P.S. É verdade que o teu partido é o mesmo do Eymael? Porra, Juca, tu és mesmo um artista...


 

25 agosto, 2006

Anistia cabocla
Por irmão Paulo

Amazonino pugna descaradamente pelo esquecimento de seus crimes passados, uma anistia cabocla.


Talvez em decorrência da influência de seu comparsa de partido, o também pefelista Romeu, Amazonino Mendes busque pairar nessa campanha bem acima do bem e do mal, como se não tivesse um passado negro e podre e insepulto, a exalar um odor nauseabundo e bem característico, assombrando-lhe os passos.

Romeu , ex-chefe do DEOPS paulista, é um senador com fama de honesto. Nas palavras de Francisco Carlos Garisto, famoso presidente da Associação Brasileira dos Agentes da Polícia Federal e conselheiro da federação deles, nas páginas da insuspeita - ou menos suspeita - Caros Amigos, Romeu "comandou aquilo tudo, mas passou como bonzinho, os amigos que trabalharam com ele foram quase todos execrados na mídia e depois abandonados pelo chefe. (...) quem comandava a tortura era o Fleury, não era ele. Só que ele sabia, o Fleury não fazia nada sem ele". Vejamos uma segunda opinião.

Paulo Markun, em seu recente livro sobre o episódio inesquecível do jornalista Vladimir Herzog, nosso Vlado, conta que em 1975, Romeu na direção do DEOPS, sentenciou em reunião que “o canal 2, através [sic] de seu departamento de jornalismo, está fazendo uma campanha sistemática contra as instituições democráticas [sic] e esse fato foi notado após ter assumido a direção daquele departamento o jornalista Wladimir [sic] Herzog, elemento sabidamente comprometido [sic].” Desinformado, desinformador ou caluniador, é como julga-se a conduta de Romeu que, como tantos outros, foi atingido pela golfada da anistia e continua perambulando por aí. Um fantasma, inclusive na aparência, uma alma penada que nos assusta de noite e de dia.

Outro que virou uma assombração, como bem disse Artur, o terrível, foi Amazonino Mendes, que fica irritado, perde o prumo e a lhaneza sempre que algum, dos que ele deve considerar meros súditos, ousa perguntar algo que lhe pareça inconveniente ou defrontá-lo com sua realidade de político corrupto, coronel de barranco e gigolô da miséria. Foi o que ocorreu no debate em sua rádio - mesmo em ambiente controlado, no jornal da rede amazônica, quando indagado acerca da palpitante questão da água e, mais recentemente, no difusoramente pasteurizado Roda Viva, na TV oficial do estado.

A imprensa local é amordaçada, digo isto sem fazer juízo de valor e sem manifestar solidariedade. Além de Artur Neto, por conta de sua trip pessoal de poder, ninguém mais ousa fazer Amazonino gaguejar. É uma lástima.

Por sorte, para crimes contra a Administração Pública, ao contrário dos crimes cometidos pelo Romeu, não houve anistia. E deles podemos falar e repetir porque reprovabilidade moral não prescreve! Gilberto Mestrinho sevicia esta terra amazônica desde a década de 50. Teve sua vida política artificialmente prorrogada pela ditadura militar, que o cassou e baniu do estado por fraude eleitoral - veja você, leitor. De tudo que fez para infelicitar o Amazonas, o pior pecado foi ter trazido à vida pública um degenerado moral, sem educação familiar, um psicopata chamado Amazonino Mendes. Talvez por essa razão apóie hoje, mesmo sendo desprezado por todos, o BragaBoy - na vã esperança de aliviar um pouco o peso dos seus pecados. Até canalhas como Gilberto, adocicam como o tempo.

Certo é que não houve anistia, mas Amazonino Mendes pugna descaradamente pelo esquecimento de seus crimes passados, numa espécie de anistia cabocla. O que não é possível, pois sua lista de escândalos é tão grande que se torna inesquecível: Castelo na Europa e mansões no Tarumã; conexões estranhas entre o assassinato do empresário Samek Rosenski e seu filho Armando; entrega do porto ao Di Carli; negociata com a Cosama; confissão de Fernando Bonfim, um de seus muitos testas-de-ferro; o escândalo dos geradores? o envolvimento na compra de votos para a reeleição; o cerco da assembléia pela Polícia Militar, que destituiu temporariamente o presidente para forçar a votação de uma matéria eleitoreira; a vitória fraudulenta da reeleição de 1998, levando Giberto de lambuja; a compra dos ford explorers importados para a PM - as tais Samuquinhas; a ampla concertacion em torno de 100% das licitações de obras do estado durante seus governos; a indicação ofensiva de José Augusto Almeida - senhor dos trambiques licitatórios durante anos - para compor o Tribunal de Contas; ter enfiado Alfredo Nascimento goela abaixo da cidade por 8 anos; ligações nebulosas mantinha com presidente da OABETTI/AM; a franquia da Blockbuster montada por sua filha e a rádio de seu filho; a sociedade com o DB; a propriedade do Correio Amazonense; os sete quilômetros de litoral em São Paulo etc.

Ao pedir que esqueçamos, ao fingir que seu passado não existe, ao encarnar esse novo personagem fictício que se acha um salvador movido pelo desejo de servir - que cara de pau! - Amazonino não se repete, encena uma farsa de si mesmo. Falso, como parecem falsas as fotos de Gilberto Mestrinho abraçando crianças que já nem o conhecem mais e dele tentam se esquivar - com medo ou repulsa daquele corrupião de dentes enormes e cheirando a talco e naftalina. Amazonino é mesmo uma assombração - envelheceu - não passa de uma imitação de si mesmo, daquilo que foi um dia e já não mais é. Envelheceu menos na idade, que na atitude e no discurso. Sua postura imperial, seus engasgos e sua gagueira - que antes eram um elemento pitoresco e reforçavam a mítica - hoje parecem apenas insegurança.

Sem anistia, senhores do conselho. Sem esquecimento, sem trégua e sem dó. E que Deus o tenha em bom lugar.

 

22 agosto, 2006

Extorsão barata
Encaremos a aposentadoria precoce do vice-governador Mamar Aziz (4 anos de irrelevantes desserviços prestados) pelo lado positivo. Mantê-lo longe, bem longe, eternamente longe do puder, por R$ 20 mil mensais rachados entre todos os contribuintes do Amazonas, convenhamos, tá mais do que em conta. Não quero nem pensar no quanto custaria mais 4 anos de palestino agindo na surdina por aí.

Leslie Nielsen analisa a campanha
O insistente candidato Capiroto Mendes (cada vez mais uma mistura de Don King com Alcione) está dando pulinhos de alegria. Adivinhe que programa eleitoral regional mais agradou aos olhinhos isentos, imparciais e desinteressados do guru-blogueiro Pé Frio? Adivinhe. Confira aqui e se surpreenda.


 

Amor bandido
Por irmão Paulo

Gilberto que amava Plínio que amava o filho que amava Eduardo que amava Amazonino que amava Gilberto que amava Artur que amava Alecrim que amava Artur que amava Omar que amava Vanessa que amava Serafim que amava Alfredo que amava Amazonino que amava Eduardo que Amava Alfredo que amava Serafim que amava Jefferson que amava Eduardo que amava Gilberto que amava Amazonino que amava Di Carli que amava Mário Frota que amava Serafim que amava Artur que amava Dtra que amava Eduardo que amava Serafim que amava Artur que amava Vanessa que amava Gilberto que amava Gilberto Miranda que amava Amazonino que amava Hanan que amava Artur que amava Gilberto que amava Garcia que amava os Souza que amavam Amazonino que amava Alfredo que amava Eduardo que amava Lino que amava Artur que amava FHC que amava Serjão que amava Amazonino que amava ACM que amava Collor que amava FHC que amava Serra que amava Ulisses que amava Sarney que amava Figueiredo que amava Golbery que amava Castelo Branco que amava Geisel que amava Figueiredo que amava Josué que amava Gilberto que amava Sarney que amava Leopoldo que amava Jefferson que amava Artur que amava Tasso que amava Alckmin que amava Covas que amava Lula que amava Cristovam que amava Heloisa que amava Lula que amava toda a quadrilha.

 

Diálogos do beiradão
Por irmão Paulo

Pérolas da auto-ajuda amazonense

1. Monólogo

Belão, calado.
"Nós temos até o dia 20 para aprovar a emenda da aposentadoria", disse o Mulah.
Belão, calado.
"Se algum jornal ficar sabendo, você tem que me avisar com antecedência, tá certo, pra eu segurar, viu?", disse o Mulah.
Belão, calado.

2. Reflexão

"Eu tô preocupado, se a emenda não sair agora, não sai nunca mais, entendeu?", disse o Mulah.
"A emenda vai ser aprovada "na surdina", garantiu Cornélio.
"Isso! Lá de madrugada", disse o Mulah.
"Como será a escolha do Padre Anchieta pra Conselheiro do TCE", atrapalhou-se o Cornélio.
Belão, calado.

3. Arrependimento

"Foi o único jornal que publicou nossa traquinagem!", admoestou o Mulah.
Silêncio contrito.
"A única coisa que eu pedi, vocês não fazem", relembrao Mulah.
"Pisei na bola com você, mas vou corrigir assim, mandando parar, tá?", responde o Bezerro.

4. Anunciação e sintonia

"Olha, dá uma segurada nessa história da minha aposentadoria", comandou o Mulah.
"Deixe comigo", respondeu seu discípulo

5. Ecumenismo irrestrito

"Shamuel, A Crítica saiu numa matéria hoje sobre aquele negócio da nossa aposentadoria, entendeu?, indagou o Mulah ao Rabino Shamuel, do PSDB arturiano.
O rabino Shamuel dá uma baforada em seu cachimbo Tirolês.
"Eu queria que tu desse uma ligada para a redação do "Correio Amazonense" pra reforçar, pra não deixar sair nada", disse o Mulah.
"Eu falei com o Amazonino. Ele vai pra lá agora pra tirar, inclusive tinha algumas notinhas em colunas, vai tirar tudo", sentencia o Rabino Shamuel.

Epílogo:

A emenda constitucional foi aprovada em 21 de dezembro de 2005, alterando o artigo 278 da Constituição do Estado, que concedia a aposentadoria apenas a governadores.

Assinaram a emenda, dentre outros mais carimbados: Libermam Moreno (PHS), Vicente Lopes (PMDB, Lino Chíxaro (PPS), Wallace Souza (PP), Arthur Virgílio Bisneto (PSDB) e Sinézio Campos (PT).

Manoel Ribeiro, Francisco Garcia, Alfredo Nascimento, Samuel Hanan e Omar Aziz foram atingidos pela ação benemerente do Mulah.

Dizem que até hoje, Belão espera o Padre Anchieta na curva.

 

21 agosto, 2006


 

Surfando nas ondas culturais de Parati (finis et circensis)
Da nossa equipe de transviados especiais


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No encerramento da FLIP, Cecezinho e Hedôzinha fizeram uma lap dance de tirar o chapéu.


DOMINGO, 13 DE AGOSTO

11h - Mesa 16 - Bagagem
Adélia Prado

Cinemex: um banquete fantástico de comidas baianas: tribex: regado com batidas: calor entorpecente: fuquefuque como nas farras romanas de Holly: frutos tropicais, mil caranguejos: mulheres levantando as saias: gente com cara lambuzada de vatapá: gente dentro das panelas de barro: langor: as pessoas esparramadas como nas telas de Brueguel: Parati, umbigo do mundo: portas do sol: cidade da colina: luz atlântica: jardim da felicidade. Atlântida – o continente perdido pralém das colunas de Hércules e que unia a Europa com a América; onde já se observava os céus e se fazia cálculos astronômicos; adoradores do SOL; onde provavelmente foi falada a língua-mãe. Arte, ciência, filosofia e religião nascem da nossa busca por respostas a perguntas fundamentais relacionadas à gratuidade de nossa existência. Olhadela por trás dos bastidores. Atlântida submersa. Adélia Prado diz que somente a arte e o misticismo, que ultrapassam a razão e nos tocam onde realmente interessa, as emoções, dão um acesso abrangente à vivência humana. Felicidade e tristeza resultam do ato de sentir emoções, não de entendê-las. São os afetos que movem, comovem. Essa é a bagagem que carregamos e sobre a qual falou uma das mais proeminentes poetisas brasileiras. Atlântida submersa. Só nos convencemos afinal de estar pisando solo firme quando tomamos por base, como verdadeiro original, a submersão da Atlântida dentro das ondas do oceano. Essa, a nossa bagagem. Cinemex: alguém fantasiado de javali feroz ataca uma pessoa diante do mar. Como numa dança de bumba-meu-boi. Adélia Prado. A delícia do jardim de Bosch. A manga rosa Maria Rosa, Rosa, Maria, Joana. Peitos gostosos, rosados doces. Rosa dos doces, mama, mama, mamãe. Adele Fátima. Teu sumo escorre da minha boca. Entre aberta porta. Por onde entra e por onde sai. Por onde entra e sai o mundo. Mundo. Adele Carraro. Balança a fronte. Farta mangueira. E mata a fome, morto à fome. O mata. Imensa mata, imensa massa. Florados cachos de verde amarelou. Maduro fruto. Que pro nosso gozo vem. Amem, amem, amem, amem. Mamem, mamem, mamem, mamem. Amém, amém, amém, amém. Acabou chorare, intão até paruano. Com adeles e adélias de todo os tipos na bagagem.


15h - Mesa 17 - Experiências
Nicole Krauss, Edmund White

Alô, amizade, tudo azul? Tudo perfeito? Muita paz por aí? Tudo bom? Tudo fácil? Tudo perfeito? Tudo normal? Muita paz, muito amor por aí? Muito amor? Amor até demais? Tudo simples? Tudo cor-de-rosa? Muito sol tropical na cuquinha? Muito anil? Tudo bom? Maravilha? Sorriso, amizade? Alegria? Muitas felicidades? Corações transbordantes de amor? Perfeição à vontade às pampas, forever? Tudo normal? Conhece a Nicole Krauss? Saca legal o Edmund White? Pois é, amizade, aliás, criança: você gosta muito, demais? Qual dos dois pra alisar teus cabelos, qual dos dois pra sentar do seu lado? Qual dos dois pra conversar num barzinho? Fique sabendo, amizade: estiveram juntos. Discutindo como a experiência individual se reflete na literatura. Explicando onde termina a memória e começa a imaginação. Dois escritores norte-americanos que exploram seus passados na criação de ricos trabalhos ficcionais e autobiográficos. Dois escritores norte-americanos examinando os efeitos das experiências pessoais que viveram sobre sua escrita. Maravilha, bichos. A nova-iorquina Nicole Krauss é autora dos romances Man walks into a room e A história do amor, ambos muito elogiados pela crítica. Ela é charmosíssima e tem umas pernas maravilhosas. Edmund White, que escreveu romances semi-autobiográficos como Um jovem americano e O homem casado, publicou uma biografia de Jean Genet e, mais recentemente, um livro de memórias, My lives. Ele é famosíssimo e tem uma elegância discreta. Na platéia, Wally Sailormoon concentrado e muito na dele. Cecezinho, de olho gordo nas pernas torneadas da Nicole e recebendo beliscões furiosos da Hedô. Maior bandeira. Na geléia geral: quem não canta e não dança não sabe o que está perdendo. Homem voa? Sim, por meio da leitura. Torno a repetir, meu amor: ai, ai, ai. Fui.


16h45 - Mesa 18 - África, Áfricas
Ondjaki, Uzodinma Iweala

Para aqueles que conhecem a África somente por meio da mídia, a região parece ser pouco mais que uma sucessão de crises e de negros safados se aproveitando de donzelas mais safadas ainda. O escritor Jorge Luís Borges dizia que “O Coração das Trevas”, de Joseph Conrad, era o “mais intenso de todos os relatos que a imaginação humana jamais concebeu”. Sim, mas aquilo era uma outra África. Hoje, o buraco é mais embaixo – e feito por minas terrestres que já aleijaram mais de 10 milhões de crioulos. Na última mesa ginecológica que fui conferir, de olho na platéia formada por universitárias adeptas dos movimentos multiculturais, dois jovens escritores nos ajudaram a conhecer melhor a realidade de países destruídos pela guerra, em romances que mostram a face humana do continente. O nigeriano-americano Uzodinma Iweala é o autor de uma narrativa admirável sobre uma criança-soldado, Feras de lugar nenhum, um estudo sobre as maneiras como o conflito armado aniquila a inocência. Em livros como Bom dia camaradas e Quantas madrugadas tem a noite, Ondjaki explora com lirismo as memórias da infância em uma Angola pós-guerra civil. Leitura de macho, de gente que cospe no chão e ajeita os colhões na frente de mulheres, crianças e cachorros, sem se importar com os comentários desairosos. Só não foi melhor porque a Hedôzinha estava me marcando sob pressão o tempo inteiro, permitindo que as universitárias saíssem ilesas. Mas vai ter revanche.


18h30 - Mesa 19 - Livros de cabeceira
Ali Smith, Antonio Risério, Benjamin Zephaniah, Carlos Heitor Cony, David Toscana, Edmund White, Jonathan Safran Foer, Mário de Carvalho

No bota-fora da quarta edição da FLIP, rolou uma senhora party com o melhor da literatura... Os autores convidados compartilharam com o público seus livros prediletos... Livros lidos e relidos, companhias inseparáveis... Tudo perfeeeeeeeeito! Noite inesquecível (e linda) e pessoas muuuito especiais... Música boa... Muuuuita Debbie Cox, Cris W, Seal, Anastacia... Rebolei horroooores com as bibetes, barbies, suzies, barbapapas, pula-piratas e afins... E... e... (pausa para suspirar e conter uma lágrima furtiva) teve uma sessão "parabéns pra você" com vinte (minha idade? Abafa!) sparkling velitas... Uma homenagenzita das caravanas sampa-piracicaba-rio-poa a mim e ao lindito Cecezinho, pelo nosso long time de namoricos, brigas e farras extra-conjugais... Um showzito pirotécnico com special effects e muito laser! Tudo! Encontrei Torquato Paiuí (fofito, definitivamente, eu não tenho nada a ver com o sumiço daquela pacoteira de fumo! Elza is not my name!), os mexicanos gostositos, os africanos colocaditos e outros paulistitas fofos que não via há algum tempo! Depois, ainda meio crazy da minha pussy porque o Cecezinho me proibiu de dançar com o Benjamin Zephaniah, dei uma chegadinha no after da boate Porão... Ah, fofitos... Jogue a primeira língua de sogra quem nunca se acabou de dançar ao som de "Oh, oh, oh, ooooh... I love the night life... a love the boogie... on the disco arooooooound..." O Cecezinho aproveitou que eu estava meio alta e me fez participar de uma lap dance com ele, na frente de todo mundo... I’m sorry, but não sei se cospi ou engoli... Uiiii!... Quando cheguei ao hotel... meio destruidita, zumbizita e com meus óculos Jackie O... ainda tive que receber um senhor que se dizia Testemunha de Geová e queria ter um blá blá blá com euzita... Well, como mesmo colocadita... sou uma girl educadita e from Sacre Couer de Marie... ouviiiii e tratei bem o fofito... Ele falava, falava, falava... Ah, fofitos, ninguém deve tratar mal um bofito que vem à sua porta dizer que Jesus te ama!... All we need is love... já diziam os besouritos de Liverpool! Terminou a FLIP 2006... Começou a de 2007... Eu e Cecezinho?... Well, a gente vai levando... Euzita, bem mais do que ele (abafa!)... Beijitos no heart!

 

20 agosto, 2006

Escatologia pura, sem mistura
Por Fran Pacheco

Não tem como escapar, simpatia. Muito menos fugir do desagradável e mal-cheiroso assunto. Com todo mundo é assim, acontece periodicamente (ou não, se o sistema não estiver funcionando bem). Há quem adore (tem doido pra tudo), mas também há quem abomine e até sinta vergonha. Mas tem como escapar não, ô artista. Até mesmo o homem mais rico do Brasil ou a top-model mais glamourosa têm que fazer. Portanto, relaxa, madama. Resista ao compreensível embaraço e curta cada movimento desta sinfonia fisiológica.

De quando em quando, portanto, vossa senhoria é afetada por aquela necessidade básica, vindo de dentro, e se sente compelida a procurar o lugar adequado para tomar as providências cabíveis. Em sociedades primitivas a coisa se fazia a céu aberto, em público mesmo. Até que tomamos vergonha na cara e passamos a fazer às escondidas, como convém, num recinto adrede construído para esse fim. O negócio então é chegar com a fleugma de que não quer nada e perguntar (discretamente) onde fica o tal lugar. Alguém treinado para isso provavelmente lhe dirá (discretamente), “terceira portinha à esquerda, lá no fundo do corredor”.

Finalmente sozinho, apartado do burburinho lá de fora, você pode respirar fundo, enxugar o suor frio da testa, perder a vegonha de si próprio e mandar ver. Há quem afirme não ser necessário tapar o nariz (seríamos imunes à nossa própria porcaria).

Consumatum est? Então pode olhar, ainda que de soslaio, para examinar a aparência da coisa. Há quem se detenha longamente, contemplando admirado. Freud explica. Melhor é simplesmente apertar a tecla CONFIRMA e dar o fora o quanto antes. Viu como votar nesses políticos que estão aí não é nenhum bicho de sete cabeças? E não caia na generalização barata de dizer que é tudo a mesma merda. Com a prática, você perceberá as diferenças. Mas só com a prática, porque no momento, meu chapa, nem de merda o brasileiro entende.


 

Cinco blogs que fizeram História
Por Stella Maris - especial para o Club

Se você ficou de mouse caído com a desenvoltura com que Zé Dirceu, Roberto Jefferson e Mahmoud Ahmenidjad (sim, aquele presidente iraniano que dorme com um hitler de pelúcia) pontificam no mundinho dos blogs, é porque ainda não viu o que seus antecessores andaram aprontando em priscas eras virtuais. Confira alguns exemplos garimpados do aterro sanitário da História:

Blog do Capone
Direto de Chicago, o famoso abastecedor de biritas, amante das artes e sonegador desastrado tecia considerações e piadinhas diárias sobre propinas, ópera bufa, bedidas, execuções e muambas em geral. Criou um método gerencial e contábil até hoje copiado por empresas como a Daslu. Seus posts “Por que amo a Lei Seca”, “Como batizar um bourbon”, “10 dicas super úteis para um massacre” e “Caruso é o que há” deram o que falar. Capone dava aos leitores mais destemidos o direito de deixar críticas e xingamentos na caixa de comentários – mas se reservava o direito de jogar seus cadáveres no fundo do lago, depois. Por ter sonegado a conta do provedor de acesso, caiu em desgraça na comunidade virtual, tendo que postar no fim da carreira direto do cyber café de Alcatraz.

Blog do Bonaparte
Quando não estava ocupado fazendo os prussianos pedir penico em Austerlitz ou tentando afogar seu diminuto ganso na imperatriz Josefina, Napoleão aproveitava para atualizar seu blog – um dos mais temidos do Velho Mundo. Metade dos exércitos continentais entrava em alerta máximo quando o pequenino blogueiro corso anunciava ter acordado “com o ovo virado”. Seu post “Que será que tem em Lisboa?”, embora fosse provavelmente uma citação ao filme Casablanca, foi o bastante para provocar a fuga desabalada de D. João VI, o Obrador, para o Brasil. Bonaparte acabou viciando-se em navegar durante o expediente, o que lhe custou a derrota para o desplugado Duque de Wellington, em Waterloo. Consta que no fragor da batalha Leãozinho estava num chat pra lá de animado com o velho Marquês de Sade (daí a expressão “blogar na posição em que Napoleão perdeu a guerra”). Morreu amargurado em Sta. Helena, cloaca africana sem acesso à Internet.

Blog do Pôncio
O blog do barnabé romano P. Pilatus ganhou súbita notoriedade após ter recebido a ilustre presença do Maior Psicólogo do Mundo. Pôncio até então era conhecido apenas nos círculos íntimos romanos por ser chegado num TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), lavando as mãos e as partes várias vezes ao dia (e postando a respeito!). Sua célebre enquete “Quem vocês mandariam para a cruz?”, bateu todos os recordes de acessos na Judéia, verdadeiro milagre para a época. Marcou a História dos blogs em Antes e Depois.

Blog do Rasputin
Mistura exótica de Paulo Coelho, Waler Mercado, Porfirio Rubirosa e John Holmes da dinastia Romanoff, o sinistro Rasputin mantinha um blog de auto-ajuda, consolo e agendamento de favores voltado para beldades, princesas, grã-duquesas, tzarinas e o diabo a quatro (“o que vier, eu traço”). Macaco Lenine foi certeiro em seu site de humor bolchevique: “Todo nobre russo é um corno em potecial diante de Rasputin. Rárárárá!”. Antes de ser colocado fora do ar por spammers com dor na testa, o brujo foi um dos primeiros a revelar que o Czar e o Tsar eram a mesma pessoa (dando início ao escândalo que culminou na Revolução Russa). Seu famoso joystick está conservado no Museu do Sexo de São Petesburgo.

Fotoblog da Lu
A espevitada socialyte Lucrecia Borgia, autora do bordão “Ai! Que mandrágora!” foi figurinha carimbada nas maiores noitadas de arromba da Renascença – sempre munida de uma camera oscura de 5 megapixels bolada por Leonardo Da Vinci. Clicou de um tudo: envenenamentos, defloramentos, empalamentos, venda de indulgências papais e, lógico, surubas vaticanas de fazer tremer as catedrais. Seu post que mais rendeu bafafá foi o “Virgo intacta sum, e daí?!!”, com o qual desfez seu casamento com Sforza, o Broxa (apesar de flagrada pela seita dos paparazzi com um barrigão de seis meses). “Nunca houve uma mulher como Lucrecia”, gemia seu pai, o Papa Alexandre VI, o Fornicador. “Concordo”, arrematava seu irmão, Cesare Borgia, o Animal. “Altezas, ainda caberia nessa cama um humilde servo?” perguntava Maquiavel, o Marqueteiro, leitor compulsivo do blog.


 

As formigas
Por irmão Paulo

Há uma história que gosto da Lygia Fagundes Telles, de quem não gosto, na qual duas estudantes de medicina, ou coisa que o valha, descobrem, debaixo da cama do quarto que alugaram, uma caixa com os ossos de um anão. Todas as noites, miríades de formigas arranjam os ossos, reconstruindo o esqueleto, e todas as manhãs as estudantes voltam a desarruma-los e guarda-los. Após o espanto inicial, e após descobrirem a força misteriosa que arruma os ossos, as "moças" tomam afeição pelas formigas, pelos ossos e, talvez, pelo trabalho de guarda-los diariamente. Um dia, uma delas dorme demais e quando acorda percebe que na formação do esqueleto só falta o fêmur.

A quadrilha de formigas desbaratada, com trocadilho infame e tudo, pela Polícia Federal é de um tipo de saúva, saúba no dialeto local, transgênica, mais esperta que as formigas da Lygia. Como as do conto, vamos à metáfora, as saúvas descobertas pela PF podem ter sido espalhadas agora, por uma ação pontual e desnorteada, mas se organizarão novamente e montarão novamente o esquema de corrupção que funcionou tão bem. Corrupção que é o verdadeiro esqueleto no armário de nossa democracia.

E tome metáfora! Como a estudante do conto, as instituições encarregadas de fiscalizar e controlar as contas públicas dormiram no ponto e quando a PF, que nem é tão encarregada assim, acordou meio por acaso, o esqueleto – neste caso um gigante - já estava quase completo. Quanto àquelas instituições, ao que parece, mesmo com esse sacolejo da PF, continuam em modorrenta hibernação. Legislativo e Tribunais de Contas permanecem mais preocupados, respectivamente, com a reeleição de seus membros ou com a próxima nomeação de um parente; e todos em encontrar novas formas de obtenção de benesses dos governos.

Olha já, diria o caboclo, a ação policial foi por acaso, foi desnorteada? E por qual razão nada vai mudar? Ora, ora, não ouço estrelas nem perdi o senso, caro leitor. Ocorre que, como na finada e insepulta Operação Albatroz - que atirou na lavanderia de dinheiro do Cordeirinho e acertou na fábrica, os meganhas da PF desconfiaram de algo na área de gêneros alimentícios por causa de uma operação para abater patrulheiros rodoviários. Foi desnorteada porque ninguém parece entender a jurássica dinâmica das compras públicas, ou teriam capturado muito mais insetos (se formiga for insento); sou informado de que os processos de compra sequer foram apreendidos, muito menos periciados e escarafunchados como deveriam ser. NADA VAI MUDAR. As formigas dispersadas e mortas serão substituídas por outras – que já estavam na fila aguardando a vez. Não importa que os governos desmontem os esquemas, porque os esquemas são mais perenes e ultrapassam os governos. Vejam, para dar outro exemplo, o caso da Tumpex em Manaus – que amacia prefeitos desde que por cá chegou, na década retrasada.

Eu e a torcida brasileira nos perguntamos se já não está na hora de investigar diretamente as grandes contratações públicas. Por trás de uma grande licitação há sempre um grande comilão. Ou vários. Dica da velha alma penada aqui: obras de engenharia, fornecimento de medicamentos e limpeza pública, pelos grandes valores envolvidos, certamente são setores fraudados e corrompidos sistematicamente no Brasil, em todas as esferas e Poderes.

 

17 agosto, 2006

Mais notinhas infames
Por Fran Pacheco

Negócio seguinte. Se fosse pra ganhar a vida analisando horário eleitoral gratuito, eu só topava mediante adicional de insalubridade. Fica a dica pro Deco, do Syndicate, pugnar por essa reivindicação. Uma exposição diária de 30 minutos à imagem daquelas ratazanas insaciáveis e lêmures sem noção pode causar danos irreversíveis, quem sabe até à libido do telespectador. Embora eu me garanta, melhor não arriscar. Confesso que vi, ontem. Talvez nunca mais. Minha libido (que testarei hoje mesmo chez Mata Hari) me dirá se continuo nessa atividade de risco. Ou não.

O Código Mestrinho
Em vias de extinção, o senador Boto Tucuxi lançou sua campanha na TV aboletado ao centro de uma grande mesa, ladeado por compungidos seguidores, num clima de fazer velório parecer baile do Municipal. Simbologistas da Universidade Táririh sacaram na hora que se trata de uma versão mestriniana da Última Ceia, repleta de mensagens subliminares (se a fita tocar ao contrário, o suplente Chico da Loteca diz claramente: “The Boto is dead, man!”). Só estranharam a ausência do Judas. Cadeirudo Braga alegou agenda cheia.

Todo poder ao Gumex
Impressionante o topete do mini-candidato Erasmo Amazonas. Com essa simples medida capilar o distinto deve ter acrescentado uns dez centímetros à sua, digamos, discreta estatura.

Paciência tem limite
O governador Cadeirudo enumera mil e uma maravilhas de sua gestão. Seu eterno antecessor, Capiroto Mendes, não fica atrás em exaltar seus feitos passados. Não dá para entender, portanto, por que o Amazonas nesses últimos vinte anos ainda não tenha virado a Noruega do Brasil - e insista em ser uma espécie de Piauí melhorado. Quanto tempo mais essa gente quer no puder, afinal?

Idéia fixa
Angelina Jolie e Wesley Snipes querem saber de Arturzinho se aquela lapa de boca é obra de medicina estética ou não. Problema é que no momento o menino (de look novo, by “Dr. Cabelo”) está obcecado apenas por uma tal de “inclusão digital”. Proctologistas e pediatras afirmam que essa fase vai passar.

O país dos carrapetas
Aparecer confinado numa foto não fez juz à expressividade do hiperativo J. Aquino, vulgo Carrapeta. Aliás, todo recém-formado que encher a boca pra dizer “eu sou Bacharel em Direito!” deve primeiro se lembrar do seguinte: “o Carrapeta também é!”

Run, Ronald! Run!
Ronaldo Tiradentes ainda deve explicações conclusivas sobre sua incapacidade de sortear os papelotes com os nomes dos candidatos no debate da CBN. “Amazonino pergunta para... Amazonino?!”, “Cadê o meu saco?!”, “V-vamos chamar os comerciais...”, “É... infelizmente não deu certo. Vai ficar assim mesmo!”, “Se a quantidade de candidatos fosse ímpar, não teria esse problema”. Depois dessa, Forrest, digo, Ronaldo, ficou cada vez mais difícil convocá-lo para comandar bingo de quermesse ou – mais difícil ainda – acreditar na existência de certo diproma de 2º Grau.

Requiescat in Pacem
Escorraçado da presidência regional do PV (Partido das Verdinhas). Confinado a míseros 29 segundos de tempo na TV. Destronado do posto de Peteleco pelo laranja-com-MBA, Paôlo D´Carli. Tantas fez o Beato Salu Plínio Valério que... acabou. Infelizmente nada mais teremos a falar sobre ele. A não ser em caso de uma nova e bem-vinda desgraça.

Virando lenda
A criançada na faixa dos 4 a 8 anos está louca para ver o Boneco Mapinguari do eterno candidato Barbosão em ação. Nesse ritmo, quando seu eleitorado puder votar (daqui a uns dez anos) ninguém segura o homem.

Golpe de mestre
Depois de encarnar um candidato a Terrível, no debate da CBN, o alucinado Artur Virgílio saiu-se com uma sacada genial: escalar a Miss Mundo Priscila Meireles (nham, nham), de âncora. Verdadeiro oásis naquele medonho vale de carrancas lombrosianas, Priscila (nham, nham) é até o momento o único motivo plausível para um não-masoquista assistir ao horário eleitoral. Esse Artur só pode estar querendo que a gente vote nele, o sacana.

A última ofensa visual
Alfredo Nascimento com o diabo no corpo, gritando, pulando e dando soco no ar, tal e qual um Pelé do Cangaço. Tudo isso em slow-motion. O Amazonas não merece ver essas cousas.

 

16 agosto, 2006

Desopilamento hepático gratuito (1)
Por Fran Pacheco

Eu sei que a coisa está preta e em matéria de humor, sacanagem e quejandos é praticamente impossível concorrer com aquela seleta turminha do horário eleitoral. Mas como nem todos os nossos cinco renitentes leitores têm estômago para aquele freak show, então vamos lá, essas rapidinhas são procês:

“Patrão, o senhor me desculpe mas faz três meses que eu num recebo o salário...”
“Está desculpado, meu jovem.”


O presidente deu aquela festança com as maiores autoridades da Capital, para comemorar o resultado da eleição. Muitas doses noite adentro, saiu pelo salão e foi procurar uma dama para dançar. Chegou na mesa mais movimentada e convidou:
“Madame... me dá o prazer de bailar essa valsa?”
“Excelência, eu não vou bailar por duas razões: primeiro que isso não é valsa. É xote. Segundo, que eu não sou madame. Sou o Bispo.”

O presidente sai da maior festança num hotel cinco estrelas, cheio da mardita, e dá de cara com aquele camarada enorme, de farda lustrosa, parado debaixo da marquise. Vira-se pro sujeito e diz:
“Companheiro, me chama um táxi.”
“Mas, presidente... eu sou um Almirante!”
“Então chama um navio, pô!”

“Mamãe, agora que eu fiz quatorze anos, já posso usar sutiã?”
“Já falei que não, Jorge Roberto!”

Os bandidos entram num banco, rendem todo mundo e vão logo ordenando:
“A mulherada encosta ali e passa a grana. Os hômi vem tudo pra cá e vão arriando as calça!”
Uma cliente loira, pensa, pensa e reage:
“Peralá! Não era pra ser o contrário?”
Nisso um cliente bigodudo responde com as mãos na cintura:
“Bah, cala essa boca, guria! Que é que tu entende de assalto, tchê?!”

 
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14 agosto, 2006

Regras para um debate altamente esclarecedor
Por Fran Pacheco

  • Não serão tolerados ataques contra a honra pessoal dos candidatos. Seria o mesmo que se aceitar ataques ao Papai Noel, ao Negrinho do Pastoreio, ao Yeti e a outras coisas que não existem.
  • Programas de governo, assim como o sexo dos anjos, não entrarão em discussão.
  • Candidatos fujões comparecerão em efígie, a ser livremente execrada durante o ritual.
  • Torcidas organizadas serão terminantemente proibidas. Já basta o pessoal da imprensa.
  • Será sumariamente cassada a carteirinha funcional de todo jornalista que, ao fazer sua pergunta, começar com “eu queria fazer duas perguntas pro candidato...”
  • Há de ser escalado um anão de orquestra de mambo (aquele que aperta o saco do cara que faz “UH!”), para aplicar as penalidades cabíveis aos candidatos que descumprirem este regulamento.
  • Está previamente vetado o uso de expressões obscenas, como “planejamento estratégico”, “equacionar as variáveis”, “choque de gestão”, “mudança de paradigma”, “visão macroeconômica global” e “encarar de frente o problema”. Quem delas se valer, sentirá do toque do anão.
  • Aquele que solicitar “direito de resposta” ou “questão de ordem” será prontamente autorizado pelo excelentíssimo dr. promotor de justiça plantonista a ir pra putaquepariu. O candidato que melhor achincalhar o outro terá direito a bis in idem.
  • O anão marcará de perto todo candidato-laranja que esboçar levantar a bola, rasgar seda ou servir de escada para o patrão. E ai de quem se auto-elogiar.
  • Para evitar vexames, como incapacidade de sortear papelotes num saco, os pretensos mediadores passarão por teste psicotécnico e exame de madureza.
  • O mediador não cortará o som de nenhum candidato que, ao se exceder no tempo, estiver insultando os adversários. Eles que vão lá e tirem o microfone na marra.
  • A ventilação do recinto será cortada para revelar ao eleitorado se algum dos candidatos é na verdade um boneco de cera.
  • Será oferecido aos candidatos, antes do debate, um buffet psicotrópico para deixá-los a mil por hora, no estilo Artur. Funciona.
  • Como atração preliminar ao embate dos titulares, haverá um bate-boca entre xerimbabos, cupinchas e caudatários, que responderão à seguinte pergunta: “você se sente preparado para se locupletar no governo do patrão? Conseguirá se aguentar até o dia da posse?”
  • A cada batida do gongo uma beldade como Rebequinha Garcia, Danny Assayag, Tatty Sobreira e Marcelo Serafim percorrerá o ringue segurando o número do round.
  • As coordenadas precisas do local do debate serão fornecidas gratuitamente à Al-Qaeda, Hesbolá, ETA-êta-êta e a quem mais se habilitar a prestar relevantes serviços à nação.

 

13 agosto, 2006

Onde está o resto de nós?

Hedôzinha, Cecezinho, Stella e Torquato foram flagrados pelo colunista e vidente Alex Deneriass em meio a uma cortina de fumaça (todo mundo nu) em pleno bota-fora da FLIP – transformando Paraty num blend de Kingston com Sodoma & Gomorra. Pasolini filmou toda a putaria à sorrelfa, em Super-8. Wally Batatinha estava fora de combate, após consumir princípios ativos demais com Syd Barret e Leminski. Enquanto isso, Irmão Paulo espinafrava a esquerda festiva ao lado de Nelson Rodrigues, – que confirmou ser Evo Morales o tal "ladrão boliviano" da peça. Fran Pacheco, pouco afeito a baladas, passou o fim de semana em Manaus, cobrando uma suposta fatura da AGECOM.


 

11 agosto, 2006

No futuro, todos terão 15 posts de fama
(ou "Internet aceita tudo...")


Marcola ainda não tem blog. Zé Dirceu, .

 

Curtas, porém grossas
Por Fran Pacheco

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Questão de lógica

Pelo menos alguma coisa Amazonas e Piauí têm em comum. Por incrível que pareça, não temos nenhum parlamentar envolvido na Máfia das Ambulâncias. Também não temos ambulâncias, mas isso é só um detalhe.

Os Três Porquinhos
Conselho pra turma arroz-de-festa de escândalos do PL, PTB e PP: vão se fundir! Pensem grande, scumbags, e abram logo a CUNT – Central Única das Nebulosas Transações.

Imprecisão cirúrgica
Podem reparar: a cada dois dias as autoridades israelenses anunciam que "acabaram de destruir metade do poder de fogo do Hezbolah". É um mistério portanto, o fato de que todo santo dia os fanáticos barbudinhos continuem despejando a mesmíssima quantidade de rojões Katiuscha sobre a Terra Prometida. Do jeito que Israel está sovinando na pontaria, em breve não vai sobrar nada no Líbano. Só o Hezbolah.

A perseguida
Mesmo após ter declarado ao TRE que até o momento gastou R$ 0,00 na campanha, Capiroto Mendes continua reclamando da vida. Sente-se “asfixiado” pela polícia secreta do Cadeirudo, que ameaça fiscalizar (Horror! Horror!) os hereges que doarem dinheiro para a campanha negreira. Pai Thomaz Bastos, que sempre pregou o combate à lavagem de dinheiro como forma de apertar o crime organizado pelo bolso, já considera o Cadeirudo um menino de futuro.

Adiposidade eleitoral
Decano dos garotos-de-recado amazonenses, o blogueiro Pé Frio andou comemorando dia desses que o Governo está “sem gordura para queimar” na campanha eleitoral. Ora, basta olhar o tamanho da buzanfa do Gov. Cadeirudo (que faz Martha Rocha parecer uma Twiggy) para se constatar que ou o Pé Frio não entende nada de anatomia, ou está completamente gagá.

Molecagem
Pois não é que o conglomerado de empresas jornalísticas de Ronald Mcdentes se chama “Sistema Liberdade de Comunicação”? Pobre de ti, ó palavra “Liberdade”, tantas vezes estuprada em praça pública... agora dão de bolir contigo.

O turco é tri, e daí?
Milton Hatoum, orgulho da terra, três Prêmios Jabuti no tanque, já planeja trazer o tetrajabuti para Manaus. O plano é infalível: escrever de novo o mesmo romance de reminiscências, de preferência sobre uma família turco-manauara (ou sírio-libanesa, ou palestino-peruana, tanto faz), que já ganhou 3 vezes o prestigioso quelônio literário. É batata.

Perigo real e imediato
O que é a saída de 11 mil presos para curtir o Dia dos Pais em Sampa comparada à livre circulação de 19.166 candidatos por aí?


 

09 agosto, 2006

Terminal
Por Fran Pacheco

Desde o início da peleja, todos sabiam que o Sr. Alquimim, como candidato, era um desenganado. Teve alguns espasmos com “viés de alta”, algumas pesquisas atrás. Mas talvez tenha sido por um desses surtos sazonais de humanismo de fachada que nos abatem diante da desgraça alheia. Ou, o que é mais provável, de pura e simples schadenfreude (perguntem do que se trata ao irmão Paulo ou ao Cecezinho, dois versados na língua de Nina Hagen). Agora estertora a olhos vistos, literalmente, porque bastou-lhe uma exposição maior na TV para começar a despencar no conceito do autoproclamado “eleitorado esclarecido”. Se não tivesse aparecido, se ficasse naquele boca-a-boca do tal “candidato paulista, sério e bem preparado que niguém conhece”, poderia ter ido mais longe. Alquimim melhora muito quando desaparece, mas esse é um fenômeno que se abate sobre todo político longe do poder. Quanto mais longe, melhor para todo mundo.

O fato é que, por mais que a necessidade de defenestração do Molusco Barbudo seja imperativa, simplesmente não dá para votar em Alquimim. Ponto. Nem de nariz tapado, Diogo (o que seria desnecessáio, pois o referido não fede nem cheira). E não dá pra votar numa criatura dessas só porque o PSDB e o Pefelê (cena: escarro no chão) merecem amargar um ostracismo eterno, chupando o dedo per omnia seculum seculorum. Observe bem o Geraldo como o semovente que é: ele não fala coisa com coisa. Um desempregado reclamou da vida e Alquimim, após comer uns pastel, proferiu-lhe uma maçante palestra sobre... a globalização! Por mais que não tenha entendido patavinas, o desempregado, meio tonto, ficou com a certeza de que se depender daquele panaca a coisa vai ficar mais preta que a asa da graúna. Alckmin não é o lobo em pele de cordeiro. É o asno travestido de coruja.

Espero que Alquimim, com o célebro afetado pela iminente caquexia, perca afinal as estribeiras e vire a Heloísa Helouca do horário eleitoral gratuito (uma vez que a original, orientada por uma equipa de camaradas psiquiatras e domadores de leão, parece estar andando nos trilhos da compostura). Coisa mais linda seria ver o “professor”, em seu derradeiro ato de desespero, beirando o traço nas pesquisas, esbravejar com o dedo em riste, os cinco penachos de cabelo que lhe adornam a careca balançando desgrenhados, espalhando perdigotos pela lente da câmera e soltando um contundente “Putaquepariu, Brasil!”. Teria meu voto na hora. E sem direito de resposta.


 

Uma questão delicada
Por Fran Pacheco

A revista Época, está a promover uma nada original enquete para descobrir quem foi o “maior brasileiro da História” (partindo do duvidoso pressuposto de que tal sujeito existiu). Cá pra mim, uma perguntinha dessas mal-formulada, simplória, mistificadora e gratuita não merece resposta (além de excluir ab-initio Nelson Ned da parada). Se merecesse, eu responderia na bucha: “Seu Amândio”. Figuraça folclórica das barrancas do hinterland amazônico, Amândio, por ser um total desconhecido das massas não sofreu (ainda) aquele pernicioso processo de virar “vulto”.

Vejam o caso do Obdúlio Vargaz - acho que era esse o nome do distinto - nosso ditador-pai-dos-pobres. Seu maior feito, indubitavelmente, foi ter se matado, atitude que se caisse em voga entre todos os envolvidos em escândalos, viria a quebrar o maior galho. Aliás, todo verdadeiro getulista deveria dar um tiro no coração pelo menos uma vez na vida, viu Bob Jefferson? Mas se afinal Vargaz fosse aclamado como “The Greatest Brasileiro da História”, isso servirira apenas para nos dar uma idéia do grau de pequenez dos demais.

Eis então uma utilidade inusitada para esse tipo de pesquisa: não o de estabelecer “identificações”, mas “comparações” - e das mais desairosas. Tomemos o caso típico do Rubinho Barrichello. Ninguém duvida que ele é um dos “Menores da História”. Mas podem desprezá-lo à vontade. Ele continuará ganhando US$ 12 milhões por ano para fazer suas cagadas nas cidades mais glamourosas do mundo. Exatamente a mesma coisa que o resto dos brasileiros faz, em suas bagdás e saigons cotidianas, sem ganhar um puto para isso. O fato de Barrichello ser um dos brasileiros mais bem sucedidos da atualidade nos dá a medida exata do fracasso dos demais.

Quanto ao Seu Amândio, um dia contarei seus causos, em foro adequado.


 

07 agosto, 2006

Irmão Paulo à la carte III
Por irmão Paulo

Alguém Um popular qualquer, desses que freqüentam esta espelunca do Fran, questiona minhas opiniões à desconfiança de que tenho lado. Não tenho preferências, embora tenha ojerizas. Há um enorme não-sei-quê pelo pequeno Herbert e um interesse todo especial pelo Capiroto. Neste caso, evidentemente, aquela curiosidade pelo bizarro que te faz olhar um morto estraçalhado num acidente ferroviário ou observar uma carniça borbulhante, pra citar Baudelaire.

Não ganha Amazonino Mendes não ganha as eleições nem por milagre. Ou só por milagre. É um tigre de papel cuja importância no pleito é superestimada. Não esqueçamos que a reeleição do Capiroto, que levou de lambuja o velho Boto Fraudador - roubando a mão-armada as eleições de Eduardo, Serafim e Marcus Barros - decorreu do emprenhe sistemático das urnas de pano do interior; lembremos que o Capiroto precisou esconder-se na reeleição de Alfredo Nascimento – numa estratégia batizada de “vitória do silêncio”, pelo Leãozinho e que, por fim, perdeu as últimas eleições municipais para o Serafim Correa.

Não ganha 2 Não bastasse isso, lembrem-se que Amazonino Mendes considerou-se, em seu período pré-reeleição, um cadáver político, por causa das lambanças do sr. Fernando Bonfim e de seu filho Armandinho. Reeleito, ainda morto e declarando que levaria para o túmulo o que precisou fazer para ganhar aquelas eleições, foi ressuscitado por obra, e pelas obras, de Robério e Lourenço, que agora estão do outro lado, restando ao Capiroto, numa volta ao passado, recorrer aos préstimos dos apóstatas Ronaldo e Paulo.

Zebra Cuba é a enésima demonstração de que as coisas nas mãos dos políticos dão sempre zebra. Fidel morto dará a oportunidade que os Yankees esperaram por tanto tempo. Irão retomar a ilha e transformá-la, novamente, naquele belo, alegre e bucólico bordel que a geração pré-revolução lembra bem. As putas continuarão putas, mas seus filhos, waaal, poderão estudar em Yale. A democracia, apesar de amarga, é a única forma viável de organização. O anarquismo, ideal, só funcionaria em uma pequena ilha, como Cuba ou, sei lá, Aruba. Política, como disse, dá sempre zebra. O Iraque é outro exemplo do tamanho da merda que um sujeito poderoso como Bush, munido de alguns goles de Jack Daniels, pode fazer. Pior, fazer e não limpar.

Uni-sol Todos sabemos que essas fundações de apoio de universidades públicas são uma mutreta legal, arquitetada pela turma da USP e apadrinhada por FHC para permitir que essa gente ganhe dinheiro sem burocracia. No sistema de compadrio e amizades, que vige no ambiente acadêmico e jornalístico, claro, é tabu levantar suspeita sobre a lisura das atividades da Uni-sol, de seus dirigentes e dos professores da FUA que atuam em suas atividades. Já passa da hora de investigar a fundo essas fundações, suas pós-graduações fajutas, suas movimentações financeiras nebulosas e suas prestações de contas fantasiosas - fiscalizadas por um Ministério Público desinteressado - a real destinação dos recursos angariados, a utilização indevida de servidores das instituições apoiadas em suas atividades, a prestação de servicinhos incompatíveis com suas atribuições de apoio, as ingerências políticas e muchas coisitas mas.

Estratégia Já tá dando na vista a ação combinada do Sim e Não e do Orlando Farinha, que insistem numa hipotética traição de Eduardo para cima do velho Boto Fraudador. Dá na vista porque, numa leitura política inversa, essas insinuações podem se destinar a encobrir o fato de que o esperto dessa história seja o silencioso cetáceo, em simbiose eterna com o Capiroto.

Mistério Começa a ficar claro em que o Capiroto gastou 500 mil reais, dos 1,6 que tinha em casa. Deu uma passadinha no jornal mais vendido do Amazonas e largou uns trocados para Dona Rapina, além de custear as ediçõpes diárias cada vez mais gordinhas e mandou outros tantos pra turma de esfomeados do Partido Verde - em troca da execração pública de Plínio ´Ricardão´ Valério. O soturno Egberto Batista já está nas paradas e ainda restam 1,1 mil pra torrar. Haja coração.

 

05 agosto, 2006

Pirou
Por irmão Paulo

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"Me considero uma espécie de salvador"

Foram com as palavras acima que o jornal mais vendido do Amazonas destacou a ´entrevista´ dada pelo Capiroto, na série de entrevistas que até agora só o contemplou. Em estilo bem tucano, na desculpa de repercutir suas declarações, o jornal mais vendido do Amazonas colocou o ´entrevistado´ em uma situação de triste exposição.

Delírios, grosso modo, são alterações do pensamento no que se refere à compreensão dos fatos. Isto é, o sujeito vê ou vive uma situação e acha que é outra, tipo: ao dar uma topada com o dedo mindinho numa cadeira, tem a certeza de que a cadeira foi que o acertou – mais ou menos como ocorre com uma criança de 2 anos.

Um episódio isolado de delírio, falo como leigo, é algo a que estamos todos sujeitos. Pode ser decorrente de uma condição médica qualquer ou decorrer do efeito tóxico direto de substâncias como as anfetaminas e a cocaína. Quando o estado se prolonga, sem decorrer diretamente do uso de substâncias ou de uma doença, temos um quadro de Transtorno Delirante. Até agora não se sabe qual a situação do Capiroto.

Vejamos o que ocorre com os cocainômanos, nenhuma insinuação maliciosa, que são os viciados no uso da cocaína - substância derivada da coca cuja ingestão faz-se através da inalação, já que é fabricada em pó. O viciado deposita a droga na mucosa nasal e aspira. Sob seu efeito, então, apresenta uma alegria muito grande, é loquaz, mitômano, erótico, mas impotente. Após a embriaguez, vem a fase do delírio cocaínico, caracterizado por alucinações principalmente visuais e agitação psicomotora.

O delírio cocaínico episódico, entretanto, torna-se crônico com a constância e a utilização prolongada da droga. Lentamente, o cocainômano substitui a realidade por um mundo seu, onde os fatos são compreendidos à luz de sua mente delirante, que colhe no arcabouço de seus arquétipos mentais, culturais e familiares, os argumentos que vestem de aparente razoabilidade as conclusões delirantes. Não raro, identificam-se os delírios de fundo religioso como um dos últimos estágios da dependência cocaínica. O uso prolongado do pó, portanto, pode ser um gatilho para um quadro de transtorno delirante.

A característica essencial do Transtorno Delirante é a presença de um ou mais delírios, possíveis, que persistem. Alguns indivíduos podem parecer relativamente intactos em seus papéis interpessoais e ocupacionais. Em outros, o prejuízo pode incluir baixo ou nenhum funcionamento ocupacional e isolamento social. Em geral, o funcionamentos social e conjugal estão mais propensos a sofrer prejuízos do que os funcionamentos intelectual e ocupacional. Ou seja, o portador de Transtorno Delirante acaba largando a família, vivendo isolado e insulado, guardando dinheiro dentro do colchão, telando as janelas etc.

O tipo de Transtorno Delirante pode ser especificado com base no tema delirante predominante, a saber: tipo erotomaníaco; tipo grandioso, o tema central do delírio é a convicção de ter algum grande talento - delírios grandiosos podem ter um conteúdo religioso (por ex., a pessoa acredita-se escolhido por Deus para ser o salvador de um povo); tipo ciumento; tipo persecutório, o tema central do delírio envolve a crença de estar sendo vítima de conspiração, traição, estar sendo alvo de comentários maliciosos ou obstruído em sua busca de objetivos de longo prazo. Os indivíduos com delírios persecutórios com freqüência sentem ressentimento e raiva, podendo recorrer à violência contra aqueles que supostamente os estão prejudicando.

Podemos não saber se os delírios do Capirôto decorrem diretamente do uso imoderado de leite-em-pó ou de uma condição mental de transtorno delirante crônico - que é o mais provável, mas uma coisa é certa: o cara pirou. De vez.