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24 fevereiro, 2007

É do careca que eles gostam mais
Por Fran Pacheco

Todo ano é a mesma cobiça: não importa se você seja uma Penélope Cruz ou um enrugadaço Clint Eastwood, todo mundo do mundinho de Roliúdi só pensa em agarrar o careca, beijar o careca em público, levar o careca pra casa, fazer com ele o que bem entender. Leonardo DiCaprio, quem diria, fica babando só de pensar no careca (pergunta: por que o DiCaprio sempre morre no final?). O Scorcese, tadim, já tentou de um tudo, mas em matéria de careca, até o fechamento desta edição, o veterano continua virgo intacto: nunca segurou o dito cujo - só em sonhos.

Sem falar nos cineastas brasileiros, essa raça cuja hipercriatividade e coberturas dúplex em Ipanema você sustenta. Ô gentinha pra desejar um careca! Mas o careca tem lá seus caprichos. Um deles é fazer doce pro Scorcese, mas pô, o Kubrick também nunca pôde sentir o indigitado nas mãos. O careca parece não estar mesmo muito a fim de baixar no nosso paraíso tropical. A não ser que o Almodóvar traga o careca dele, abocanhado em 99, e mostre pro Caê, de cuja casa é habituê. O careca parece ser mais chegado em tipinhos mediterrâneos: espanhóis ou italianos, como aquele Benigni, que saiu ensandecido, pisando nos astros distraído, quando Sophia Loren chamou: “Roberto! Vem pegar tuo carecazzo, bello!” O que o ser humano não é capaz....

Tantos gênios sem-careca e Walt Disney, quem diria, embora não soubesse desenhar nem a própria assinatura (era uma espécie de Niemeyer da animação), levou nada menos que 26 carecas durante a vida – sendo um deles em tamanho natural! Digo, um carecão de um metro e tanto de altura, acompanhado por sete sugestivos carequinhas a tiracolo, tudo de uma só sentada, em plena cerimônia de 1938. O segredo para se dar tão bem com o careca, o velho Walt levou para o túmulo.

Claro, há exceções: Woody Allen não foi pegar o careca em 78 e 87. Preferiu ficar no trabalho de sopro, digo, tocando clarinete num night club. Outro que deixou o careca a ver navios foi Marlon Brando, em 72. Por essa época, Brando estava mais ligadão em peles-vermelhas e em experiências heterodoxas com potes de manteiga. A verdade é que, para um sujeito que já traçara de James Dean até uma pata, num bordel-fazendinha de Tóquio (e pela qual teria ficado perdidamente apaixonado, para desepero da esposa), um careca a mais ou a menos não faria a menoooor diferença.


 

21 fevereiro, 2007

Unidos do Lulalá: uma avaliação pessoalíssima
Por Fran Pacheco

Confesso que em matéria de carnavalidades estou mais por fora que bunda de globeleza. Mas ainda hei de descobrir que sutis ponderações permeiam a cabeça de jurado de desfile carnavalesco. Por mais que eu esprema meus tão fatigados neurônios, a mim é impossível perceber aquela diferença crucial de um décimo de milésimo de ponto entre o remelexo de um mestre-sala e outro (será algum detalhe na plumagem?). Pior ainda é tentar achar alguma diferença infinitesimal entre os atuais sambas-enredos (sim, são vários e não um só, como eu pensava), já que a melhor coisa que havia nesse quesito, o Jamelão, tirou o time. Mas vamos lá, tentar avaliar por critérios estritamente pseudo-científicos o desfile da maior de todas as escolas de samba e lambança em atuação no país: o Blocão do Lulalá.

EVOLUÇÃO – Olhando de longe, parece tudo meio paradão. Mas tem movimento sim: as massas como um todo evoluem a passo de cágado. Alguns setores andam para trás. Mas a ala dos patrimônio... vejam só, que beleza, o patrimônio dessa turma não evolui: dispara na Avenida! Seguuuura....

HARMONIA – No ensaio geral, nas eleições, a harmonia do blocão era aquela maravilha: todos apoiavam o “Hômi” em nome do bem geral da gloriosa nação auriverde. Hoje, a coisa está mais enrolada que bacanal de minhoca. O que tem de “artista” querendo a receber a paga, disputando a tapa lugar na diretoria e na tesouraria, não está no orçamento.

COMISSÃO DE FRENTE – Já viveu dias de glória quando coreografada por Mestre Zé Dirceu. Agora anda fazendo cara feia com a D. Dilma. Mas há quem diga que o problema é na comissão de trás: sempre levando “crau” daquele boliviano doido.

FANTASIAS – Sem dúvida é o ponto forte da agremiação. Fantasia é o que não falta: crescimento de 5% do PIB, hegemonia brasileira, Gran-Gasoduto do Sul, ligando La Casa Del Caciete, na Venezuela, a Puerra Ninguna, na Argentina. Tanto delírio só poderia mesmo ter saído da parceria inseparável de nosso Efelentífimo Carnavalesco com o velho Joãosinho Caminhante.

ALEGORIAS – Outro quesito imbatível. Poucos puxadores, como nosso Efelentífimo, são capazes de tascar duas ou mais alegorias a cada frase de cada um dos milhares de pronunciamentos que faz - e sempre alegorias futebolísticas. Dá um pouco no saco, mas afinal, essa é a voz que o meu povão, ai que lindo!, entende.

SAMBA-ENREDO – Você já ouviu esse sambinha de outros carnavais: assistencialismo, embromação, anti-americanismo... Tudo o que o folião brasileiro mais aprecia. Não é de espantar que essa mesmíssima ladainha vá animar os próximos carnavais.

MESTRE SALA E PORTA BANDEIRA – Nesse quesito, prefiro a palavra maldita, vetada no frigobar presidencial: abstinência. Não quero nem sonhar com o Primeiro Casal, Seu Luís e D. Marisa, sambando até gastar o botox. Seria aberração demais. Não que os dois não levem jeito pra coisa, pelo contrário: por mim, já teriam sambado há muito tempo.

BATERIA – Ouvir os tambores de guerra do PMDB, as cuícas do PTB, as foices e martelos do PCdoB e o chacoalhar de jóias dos novos-ricos do PT é uma experiência acústica traumatizante, apocalíptica. Felizmente a antiga rainha-moma da bateria, D. Ângela Guadagnin, foi sambar a dança da pizza em outras freguesias.

TROFÉU ESTANDARTE DE OURO - Vai para a nova rainha da bateria, a gauchinha, deputadinha e comunistinha Manuela D´Ávila. Convenhamos: a pequena é de chuá! Sambar ela não samba, nem precisa, nem deve (aquele ar blasé derrete qualquer neoliberal). Manu faz em mim o mesmo que o Zé Dirceu fazia com o Bob Jefferson: desperta meus instintos mais primitivos. Se Manu, como toda boa comunistinha, come criancinha, então eu quero ser nenê de novo.


 

14 fevereiro, 2007

"Estamos aqui na Terra para peidar por aí. Não deixem ninguém lhes dizer o contrário."
Kurt Vonnegut

 

10 fevereiro, 2007

Ninguém segura essa indústria
Por Fran Pacheco

Ouçam o que vou escrever, leiam o que vou dizer, tanto faz: toda essa discussão sobre a necessidade premente de nossa indústria crescer não faz, atenção para a entonação “snob”: não faz o menooorrr sentido. Só os pobres de retina não vêem que a indústria do Bananão já é um prodígio de crescimento. Por exemplo: a indústria da violência. O setor ostenta uma pujança espantosa, uma aceleração assombrosa, capaz de driblar e fugir de qualquer crise, seja por túneis ou pela porta da frente da cadeia.

As projeções indicam que em poucos anos, a serem mantidos os atuais incentivos e subsídios (parceiras público-privadas facções-polícia; justiça cega, surda, muda e com lumbago; educação da molecada gerida pelo tráfico; Poder Público adepto do liberalismo estilo “deixa rolar”) elevaremos nosso PIB (profundo inferno brasileiro) a patamares nunca vistos no mundo civilizado. Bagdá, atual referência mundial em carnificina, não perde por esperar.

Mas nossa efervescência industrial não pára por aí. Vejam a indústria dos golpes: só um país com tamanha vocação artística poderia produzir tantos e tão talentosos estelionatários. Nossos trambiqueiros vivem uma explosão de criatividade, inovação e ousadia capaz de deixar no chinelo os gênios do Vale do Silício. Tudo em comunhão com os modernos princípios do código-aberto, do software-livre: malandro nenhum patenteia ou cobra royalties por suas invenções e sai por aí espalhando “eu sou o criador do Boa Noite Cinderela! Do golpe do bilhete premiado!”, querendo faturar com a história (a não ser que seja golpe de marketing). E embora haja tanto golpista trainee ingressando todos os anos no superaquecido mercado de trabalho, ninguém fala em saturação do setor – ao contrário, otário é o que não falta.

Se somarmos a tudo isso a meritíssima indústria das liminares e a meretríssima indústria da prostituição, a tão difamada, mas crescente indústria dos danos morais, a torrencial indústria da seca, a bem fornida indústria da fome, a indústria cult das faculdades de esquina, a epidêmica indústria dos planos de saúde, a bem-dotada indústria da pornografia, entenderemos de uma vez por todas que o que falta neste país não é indústria, mas infra-estrutura. Afinal, nesse ritmo o futuro do Brasil passa inevitavelmente pelo esgoto.


 

09 fevereiro, 2007

Fervendo e assando no Baile da Pesada
Por Ishtar dos Sete Véus, a Hedonista

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Hedôzinha está aprendendo a fazer micagens, digo, mixagens pra animar as náites manauaras.

Éééé fofitos... Euzita coloquei fire em vocês para ferver yestardey but... acabei fazendo um programito super light. E quer saber? Foi tuuuuuuuuuuuuudo de bom!!!
First, fui linda-loura-e-teatral curtir a Quinta Flash & Trash do Café Cancun, sob o comando dos DJs Cezar Dantas e Geraldinho... A trilha sonora?... Humor ácido-inteligente e ótimos hits de mil-novecentos-e-já-me-esqueço...

A festeira Mercinha Marinho, vestida de “Xuxa na Menopausa”, estava ma-ra-vi-lho-sa! Mercinha é uma dessas cinqüentonas cheia de estrias e botox, que podem mostrar na pista de dança o quanto são talentosas! Parabéns, fofita!!! Outro que abalou foi o artista plástico Rui Machado, que fez uma special appearence como uma bibete-chatinha-boazinha-carente viciada em tv a cabo. Funny! E eu pensando que o Rui não era chegado a um pincel!... Abafa!...

Curti a trashlândia com meu dear-friend-fofito-lindito-french-brazilian Daniel Rosenthal... Depois fomos jantar no Barbacoa... Huuuum... fazia tempo que eu não comia o frango com molho de laranja de lá...
Tuuuuuuudo... After... Caminha and beautiful dreams. Perfect night! Hoje...Well...It's Saturday Night!!! E vamos dançar, fofitos!

E Thank's God It's Friday!!! Ficar em casa? Well, como diria minha amiguita Michelle Karrate: No, no, no, bambino! Então... arrasa na production... Força na peruca e let´s groove!

Alguns places bacanitos pra curtir essa sexxxta-feira bacanééérrima:

SEVEN TURBO - Hoje é "o dia" do Seven. Pra quem curte house... Tóin tóin tóin chique...E não se importa de não ouvir nem Katrina K, nem Whitney ou Deborah. Reeeeze pra que Luiz Carlos Mestrinho, o DJ Le Jaguar, esteja dando o som por lá. O fofito é the best no place. O DJ Graciano Rebello também costuma tocar bem... Mudernos, bibetes e o-que-eu-tou-fazendo-aqui se encontram em perfect harmony.

CROCODILO’S - Já foi trash... hoje é cult. Hits de Gretchen e Tati Quebra Barraco costumam animar a trilha da casa. A decoration é qualquer coisa de surreal. Tem karaokê... música ao vivo... e dance-tudo (de disco à Kelly Key). De repente, você escuta Maria Alcina cantando: "Seu delegaaaado prenda o Tadeeeeu... Ele pegou a minha irmã e óóóó..." Junte uma galerita e have fun!

CLUBE A2 - Huuuuuum...hoje é um dia meio out. Quer ir? Prefira o domingão que tem a ótima Suzi Brazil animando o people.

FOSFOBOX - É nova. Fica na Cidade Nova. Me falaram beeeem. Euzita ainda não coloquei meus saltitos por lá, apesar de ter sido convidada pra tocar no place... Huuuum, maybe tonight. Who knows? É quase do lado de minha home... Não preciso nem tirar o Sammovel da garage. Toca house, eletro e o que mais der na head dos DJs. People muderno e descolado. Vá!

BISTRÔ - É do bem. Acho que hoje quem toca é o meu dear-friend Sidney Almada. Alexandra e Fernando Araújo são fofitos too. O agito acontece mais na quinta... quando o superqueridofofito Zeca Pessoa toca de Elisângela a Depeche Mode!

BANDA DA BICA - Nããããão é hoje. Só amanhã... Mas se quiser, fofito... Fique em casa guardando energy pra essa party carnavalesca que vai ser tuuuuuudo. Meu dear Cecezinho ficou de me levar... E vamos abalaaaar a Praça São Sebastião!!!

Beijitos no heart.


 

07 fevereiro, 2007

With a little help from my friends
Por Fran Pacheco

A campanha pela minha anistia

não será feita quando a mídia e os que
se opõem à (sic) esse direito constitucional
meu, quiserem ou impuserem. Mas quando
seus iniciadores decidirem.

Zé Dirrceu, blogueiro, ladrando.


É estranho como político algum tem pretensão nenhuma a coisa alguma, pode ver: suas candidaturas sempre nascem não de um desejo personalíssimo pelo “puder” (longe disso!), mas “do mais profundo clamor popular”, “do apelo das bases”, “do chamamento a combater o bom combate”. Aumento do próprio salário? “Não é um pleito pessoal, nem penso nisso... Mas se o colegiado de líderes assim decidir...”. Será que esses putos nunca têm vontade própria?

Agora vem esse blogueiro, o Zé Dirrceu, como quem não quer nada, fazendo que vai e não vai, e com uma lógica das mais tortuosas avisa aos homens de bem (os que têm úlcera) que sua auto-campanha pela anistia mais pessoal, particular e restrita da História muderna não será feita quando “os que se opõem à esse direito constitucional meu, quiserem ou impuserem”. Seria mesmo muita babaquice que alguém contrário a tal patifaria saísse por aí catando assinatura e colocando o bloco do Zé na rua. Seria caso para interdição civil.

O Zé aliás, num ato falho, diz que a tar da anistia já é um “direito constitucional meu (dele)”. Vasculhei a Carta Magna de cabo a rabo e vi nada disso não. Vi badulaques jecas e bizarros, como “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.”. Vi também belezuras parnasianas como “a casa é o asilo inviolável do indivíduo”, desprovidas do necessário adendo “... mas um pastor alemão e um sistema de alarme sempre vão bem”. Só não achei nada como o que tanto sonha o Zé: “Art. 5.675 Fica livrada a cara do Sr. Zé Dirceu, blogueiro, por todas as suas aprontações pregressas. Parágrafo único: foda-se a impessoalidade da Lei.”

A verdade é que o Zé mal consegue dorrmirr, esperando a hora de dizerr a senha para o ataque fulminante à Constituição. “Tora Tora Tora?” Não... tem erre demais, o Zé ficaria engasgado. Mas, se os corretores de FHC - sonhando com um tucanato de mil anos - compraram a emenda da reeleição, por que os moleques de recado do Zé (Chinaglia na comissão de frente) não podem emendar a "lei maior" (e o próprio conceito de lei, aquela coisa teoricamente "abstrata" e "geral") em prol única e exclusivamente do capo? No Brasil lei não se discute. Compra-se.

Se conseguirem mesmo transformar a “Carta Magna” em “Bilhetinho de Alforria do Zé”, se é pra avacalhar de vez, então faço questão que incluam o seguinte inciso: “A tumba do Fran Pacheco, localizada em Manaus, será mantida e bem-tratada por Juliana Paes”. Espero, com uma pequena ajuda dos meus amigos, colher as assinaturas e impressões digitais necessárias. Respeito aos mortos é sempre bom. E não vai causar nenhum rombo na coisa pública, isso eu te garanto.


 

05 fevereiro, 2007

Músicas boas, muito boas
Por Fran Pacheco

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O nosso morto é muito melhor
Por Fran Pacheco

Irmão Paulo* ligou-me naquela manhã, há dez anos, para avisar que tinha morrido. Confessou-se chocado.

Da minha parte a surpresa nem foi tanta, pois sabia que A) FHC, se não fosse um FDP com PHD, poderia ter dito num simples telefonema pros seus meninos da Petrobrás: “podem já parar com essa sacanagem de processo contra o Irmão Paulo, porra!” B) Processo nos EUÁ corre em dólar – você já entra no jogo meio ferrado, o que causa calafrios só de pensar num Márcio Tomás yankee, te cobrando por hora, em bandeira dois. E last but not least C) O cardiologista do Irmão Paulo, sua última linha de defesa, atendia pelo nome de Jesus Cheddar.

Isso mesmo: Jesus Cheddar. Uma mistura dessas, de divindade com queijo, não podia mesmo dar certo – o ataque cardíaco foi inapelável.

“Miztah Kurtz, he dead”, anunciaram os tambores da Botocúndia. A canalha respirou aliviada. A vida de João Kléber e outros imitadores vagabundos ficou mais difícil. A de Jabor e Mainardi, mais fácil. A nossa banda de Ipanema aqui em cima ficou cada vez mais completa.

Como todo vagabond que se preze, eu não peço desculpas por não ter ido no regabofe de domingo (se é que teve), nem ter postado nada em tempo hábil, como fez o bom menino Ruy. Como diria o conselheiro Acácio, dez anos de falecimento só se faz uma vez. Mas no sesquicentenário, quem sabe? E dane-se o mundo constituído. Waaaal.

* Irmão Paulo escrevia uma página inteira às quintas e domingos, na fase áurea deste blogue.