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30 dezembro, 2004

Leviatã, Leviatã, abre as asas sobre nós
Por Fran Pacheco

Que o Estado brasileiro é um monstro devorador das nossas pobres merrecas, isso você já sabia. Saiba agora que ele também voa! E muito. Mais que urubu. Neste ano moribundo, o Executivo, Legislativo e Judiciário torraram R$ 1 bilhão em passagens e hospedagens. Incluída a conta do viajante-mor, o Efelentífimo, em sua fantástica volta ao mundo. Excluídas farras municipais (como a esticadinha de nossos vereadores no Nordeste) e estaduais (como a caravana do governador do Paraná, Roberto Requeijão, a Noviorque).

Os barnabés não viajam e se hospedam tanto desde 95. Talvez para incentivar o setor hoteleiro. Talvez para dar uma forcinha às companhias aéreas, mega-sonegadoras de impostos e contribuições previdenciárias (o que teoricamente as impediria de fornecer produtos ou serviços para órgãos públicos).

Tantas horas de vôo renderiam ao Governo uma senhora milhagem. Renderiam. Para completar o bom negócio para as empresas aéreas, nem um milímetro de milhagem é repassado para a União. Nem a União faz questão. Os recursos públicos, quando a serviço da pequena (nem tão pequena assim) casta estatal (nem tão casta assim), sempre abundam.

 

28 dezembro, 2004

Ele não era dedo-duro
Por Fran Pacheco

Fim de ano é época de aparar as arestas políticas no Amazonas e (por que não?) no Brasil. Isto é para esclarecer e acabar de vez com certos boatos persistentes sobre o passado "colaboracionista" de uma figura querida, agora, por quase todos (ah, os hipócritas!). A Comissão de Direitos Humanos da OAB examinou (em 2003, vejam só) a papelada do SNI e da Polícia Federal e concluiu: ele nunca, nunca delatou ninguém para as forças de repressão da Ditadura. Tudo foi invencionice de forças ocultas. Nossa justa homenagem ao injustiçado e falecido Wilson Simonal.

Em breve, um perfil jóia, jóia do "rei da pilantragem".


 

26 dezembro, 2004

Natal sem Jesus?
Por Stella Maris - especial para o Club

Agora aqui nos EUA está virando praxe: Grandes redes de lojas como a Wal-Mart não desejam mais "Feliz Natal" aos seus clientes. A palavra "natal" remete diretamente ao nascimento de Jesus. O que colocaria, na ótica politicamente correta, uma religião em vantagem sobre os diversos credos abrigados no solo multi-étinico, multicultural e multi-imbecil da América. Os vendilhões do templo consumista preferem dizer "Boas Festas", para não ferir as suscetibilidades de nenhum xintoísta prestes a usar seu American Express.

Presépios ao ar-livre também são muito raros por aqui.

O Natal é o único aniversário (ainda que na data errada) em que quem ganha os presentes são os convidados. E, ao contrário do que pensam os obtusos, todo mundo é convidado. Agora querem deixar o aniversariante de fora e focar no puro e simples comércio, para atingir 100% do mercado. Nada mais capitalista.

 

23 dezembro, 2004

A paga natalina dos bufões da corte
Por Fran Pacheco


Um caso clássico de parlamentar com hipertrofia bucal, causada pela amamentação prolongada nas tetas públicas (e ele está faminto, reparem).


É sabido que assembléias legislativas e câmaras municipais são valhacoutos para milhares de aspones pelo Bananão adentro (os parlamentares inclusos). Aliás, as únicas utilidades de um parlamentar (do italiano arcaico parlare+mentire) provinciano são: a) não trabalhar na hora devida e ganhar jeton para trabalhar "em hora extra"; b) jogar estrume no ventilador do grupo adversário; ou c) ser cassado com desonra, se ostentar demais o fruto da "atividade política".

No estado do Amazonas, triste Amazonas, não há sequer oposição. O governador, cheio de artes, conseguiu cooptar todos os gêneros de coliformes políticos - de petelhos a tucanos, pefelistas e pemedebistas. Todos estão encalacrados na "coisa pública" como os verdadeiros carrapatos que são.

Como recompensa por terem passado onze meses coçando as pudendas (e cassado discretamente o Cordeiro, que continuará de bico calado - mas isso é outra história), nossos nobres deputados são convocados em regime extraordinário, nesta virada de ano, para votar (ou seja, dizer "sim", "não" ou abster-se) em sete projetos intempestivos do Governador Amigão. Ao preço de R$ 19.096,00. O que dá R$ 2.728,00 por palavra. Marca invejável até para os fabricantes de best-sellers americanos. E não me venham dizer que isso acontece no Bananão todo. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul (alguns dos estados mais ricos da Federação), os deputados foram convocados e receberão apenas o salário normal.

Mas quem disse que em províncias tão ricas como Sergipe, Piauí e Amazonas o contribuinte precisa ser poupado dessas extravagâncias? Basta ver: ninguém reclama.

 

21 dezembro, 2004

Super Size Me Brasil
Por Fran Pacheco


"Eu dormi num país de desnutridos
e acordei num país de obesos."


Teria sido o excesso de chibé? Overdose de McLanche feliz? O vício do sopão de 1 Real? O consumo desbragado de biscoitos vitaminados? O fato é que, após ler a mágica pesquisa do IBGE, comecei a olhar para as pessoas nas ruas e... quanta abundância! Quantas carnes! A cintura do brasileiro aumentou tanto quanto o rombo em suas contas domésticas. A desnutrição, segundo o Instituto, continua crônica apenas entre as mulheres do semi-árido nordestino e as modelos de mega-agências, como a By Salignac.

A nova mania nacional é detonar balanças e molas das camas. O brasileiro assumiu o modelito "Extra Large Plus" e agora clama por banquinhos mais largos e lojas como Varca ou Bella G a preços populares. A distribuição gratuita de suspensórios e cuecas samba-canção tornou-se um imperativo categórico. Bebedores de cerveja já podem ostentar como símbolo de status suas protuberâncias abdominais. Neo-potrancas podem transbordar, em calças da gang, seus pneus (nada de "pneuzinhos" - agora é Pneu mesmo). Sai Giselle Sem-Bundchen, entra Silvia Popovic como cânone estético do Brasilsão bem-fornido.

Tudo isso da noite para o dia. O que uma pesquisa do IBGE não é capaz de fazer com nossas mentes? Este é um momento histórico de mudança de paradigma. Temos mais obesos do que desnutridos! Os burocratas do Fome-Zero entraram em parafuso. Mal conseguiram abrir a bendita conta para depositar o cheque da Giselle, já estão ameaçados de pensar (o pesadelo de todo barnabé) de novo no que fazer.

O gordo, perdão, o "generosamente modelado" deixou de ser a minoria oprimida. O passado infame da adolescência sofrida está soterrado (adolescentes, quando querem, são o tipo mais cruel de pessoa). O gordo, perdão, "size-friendly", em verdade, já tomou o poder. Há muito. Vide o caso de nossa remota província amazônica, tão longe do Habib's e do Burger King: Eduardo Cadeirudo Braga, Gilberto Tucuxi, Galo Carijó Tampax, Amazonino Papudinho Mendes, Paulo Leão-Marinho Nasser, Belarmino Vigário-Mor Lins, Ari Bolinha Moutinho. É bundão que não acaba mais. Já dizia certeiro Lord Acton que o poder corrompe. Acrescente-se: corrompe e engorda. ACM é o cânone dessa escumalha que inverte a máxima de Nelson Rodrigues: "Todo político é gordo."

Mas estas são as ovelhas negras de uma comunidade cordial, amistosa, amável, bem-humorada, da qual eu próprio fui adepto convicto, antes de ser reduzido à vexatória ossada que hoje sou. Assumo e jogo na cara dos anoréxicos. Cultivei minhas dobras, sim, com carinho e com afeto, e delas só abri mão morto. Fato do qual me arrependo amargamente.

P.S. Ao contrário do Presidente Lulalá, eu acredito na pesquisa do IBGE. Para Lula, o brasileiro "tem vergonha de dizer que passa fome". Lula só não explicou como o faminto enrustido, com o famoso jeitinho, conseguiu enganar até a Lei da Gravidade, fazendo-se passar por obeso em cima da balança dos pesquisadores.

 

16 dezembro, 2004

Quem disse que no Brasil rico não vai pra cadeia?
Por Fran Pacheco

O empresário Henry Maksoud, dono do Hotel 5 estrelas Maksoud Plaza, acaba de cumprir 30 dias de prisão por não pagar a pensão alimentícia da ex-mulher (45 mil merrecas mensais). Monsieur Henry recebeu da Justiça o direito de ficar preso na suíte presidencial de seu hotel, desfrutando de todas as regalias (room service 24 horas, acesso a restaurantes, bares e lojas). Descolou inclusive um salvo-conduto para assistir a um concerto de música clássica.

Homem de visão, Monsieur Henry, num estalo de percepção capitalista, já atentou para o promissor filão que se descortina. Com a atuação cada vez maior da Polícia Federal e do Ministério Público nos calcanhares dos meliantes VIPs, haverá em breve demanda para um estabelecimento prisional à altura de seus hóspedes. Para tanto, eis que se anuncia o...



COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE REGALIA MÁXIMA MAKSOUD PRISON


"O Maksoud Prison é um marco importante de hospitalidade, elegância e serviço impecável entre as penitenciárias brasileiras. Destaca-se desde já como um dos melhores presídios 5 estrelas de luxo de toda a América Latina. Situado ao lado da Avenida Paulista, a enxovia tem uma arquitetura muito especial com um imponente Atrium Lobby que dá ao detento uma acolhida inesquecível com fontes luminosas, galerias de lojas, restaurantes, bares, escadas rolantes, quatro elevadores panorâmicos e jardins com plantas tropicais suspensas de terraços internos que refletem as tonalidades da luz solar, oferecendo uma vista impressionante da estrutura de 22 andares e de seu escultural teto solar, belas obras de arte de Bruno Giorgi, Toyota, Maria Bononi e outros artistas renomados acrescentam à sofisticação da atmosfera.

VOCÊ MERECE UMA PRISÃO COMO ESTA

Dispondo de 416 celas individuais ou para casais corruptos (além da exclusiva suíte Calígula, para surubas), o Maksoud Prison oferece aos detentos conforto, amparo e respeito aos direitos humanos VIPs.

Todas as celas possuem espaçosas áreas de estar, 3 linhas de telefone, roupão de banho, chinelos de quarto, cofre digital eletrônico, refrigerador, acesso em banda-larga à Internet e o exclusivo Room Office. Este serviço permite ao prisioneiro completo acesso e gerenciamento de suas rentosas atividades, como narcotráfico, apostas na bolsa de valores, lavagem de dinheiro, especulação com o câmbio, corrupção de autoridades e encomenda de pistoleiros trilíngües.

Dispomos de refeitórios para uma completa e balanceada alimentação dos internos: La Cuisine du Soleil , com o melhor da cozinha internacional, Café Brasserie Belavista, Pizzeria para parlamentares, Arlanza Grill e Amaryllis Bar, com os birinaites mais sofisticados da região.

Os prisioneiros têm direito a banho de sol no SKYLINE LOUNGE com maravilhosa vista para o Parque Trianon e ampla piscina térmica.

Com a palavra, nosso primeiro detento e presidente, Monsieur Henry: "Falo por experiência própria. Você não vais mais querer sair dessa prisão!"

CONSULTE SEMPRE SEU ADVOGADO OU SOLICITE HOJE MESMO UMA RESERVA AO SEU JUIZ FAVORITO.

 

15 dezembro, 2004

A Stalin o que é de Stalin
Por Fran Pacheco

O Governo mais uma vez abortou um monstrengo que concebera: o Conselho Federal de Jornalismo, órgão que iria monitorar a livre expressão da Imprensa. Projeto sepultado pelo Congresso, a mando do próprio Governo. Tudo bem, só não me conformo com essa campanha de revisionismo histórico. Chamar uma proposta dessas de "stalinista" é querer limpar demais a barra de um ditador cujo grande projeto de vida foi matar 20 milhões de conterrâneos. Ela foi, quando muito, reles e simplesmente "castrista".

 

Pecados da cera
Por Stella Maris - especial para o Club

Ando sumida, mas volto logo. Passei por Londres e fui ver o presépio no Museu de Cera de Mme. Tussaud, com uma réplica perfeita de David Beckham no papel de José - e com sua esposa, Victoria Adams, como a Virgem Maria. Infelizmente, um fanático religioso destroçou as imagens e o presépio foi fechado.

Agora, pense bem: blasfêmia não é Beckham no papel de São José. Pecado mesmo é Maria ser virgem com um marido daqueles.

 

Véri Impórtanti Pípol
Por Fran Pacheco

Muito se comentou que nosso saudoso Festival Internacional de Cinema foi desprestigiado pelas celebridades de Hollywood. Agora o secretário vitalício de Curtura, Robério Braga, já pode respirar mais aliviado.

Explico: é que na semana passada foi reinaugurado o Scala (favor não confundir com a casa noturna do Chico Recarey) de Milão. Foram convidados George W.C. Bush, seu poodle Tony Blair, a rainha Elizabeth e Jacques Chirac.

Nenhum deles apareceu. Os milaneses tiveram que se contentar com o rei Harald e a rainha Sonja, da Noruega, o presidente da Suíça (tão discreto cujo nome ninguém sabe qual é), os premiês da Croácia, Albânia e Bulgária (a tríplice-cloaca da Europa). E com ninguém menos que... Dona Marta do PT.

Robério já anotou todos esses nomes promissores em sua agenda. "Esses topam vir, esses topam! Ainda mais com tudo pago", acredita.


 

14 dezembro, 2004

A hora e a vez de Rochinha (ou o Holocausto Tupiniquim)
Por Fran Pacheco

Chegou o Dia do Julgamento. Se o Juiz Rocha Cabeleira Mattos for condenado aos míseros 3 anos de reclusão que o Ministério Público pedirá para ele pelas traquinagens apuradas na já mitológica Operação Anaconda, é bem capaz do distinto ser solto logo após a sentença, para aproveitar a dolce vita. A senhora duvida?

Isso se tudo correr conforme o figurino. Mas o Rochinha é um crânio e pode virar o jogo. Só mutantes com hipertrofia neuronial conseguem passar em concurso para Juiz Federal. E ele conhece todos os meandros da legislação, todas as brechas por onde escorrer sua delgada figura. Só falou demais ao celular sobre business e se deu mal.

Nosso personagem da semana alega que sofreu "maus-tratos, ui" (lembram dele de paletó e algemado diante das câmeras de TV?), que não é tio-avô do Salsicha e que sua manutenção atrás das grades "fere a Lei Orgânica da Magistratura (Loman)". Ao seu comovente drama particular, Rochinha deu o nome de "Holocausto Tupiniquim".

A forma como ele se refere aos seus algozes (PF, Secretaria de Segurança de São Paulo, Ministério Público e a Desembargadora que cuidou de seu processo) é sucinta e delicada: "Torturadores de pessoas, negligentes, prevaricadores, criminosos, arbitrários, caprichosos, violadores de dever funcional e dever de urbanidade, violadores da dignidade humana, malfeitores, carentes de Graça Divina, ignorantes no trato das Leis, comunados para o mal, vingativos, castigadores primatas, justiceiros pelas próprias mãos, violadores do Estado de Direito sem a menor vergonha pela toga que vestem e pelo cargo que ocupam, podendo, futuramente, com a Graça e permissão de Deus estarem na mesma situação desgraçada deste magistrado." Imagine-se o que ele teria a dizer de si próprio, se tivesse vergonha na cara?

De qualquer forma, apesar de toda celeuma, tudo o que conseguiram somar em penalidades previstas para um juiz membro de uma quadrilha togada que vendia sentenças foram três fugazes anos, sendo que um já se passou. Não é nem o intervalo entre duas Copas do Mundo.

Pobre Rochinha. Inocente ou culpado, está condenado, pela generosidade de nossas leis, à liberdade.

 

13 dezembro, 2004

Santa Casa
Por irmão Paulo

Era o irônico nome de um lupanar, hoje se diz casa de programa, que funcionou, ou diziam funcionar, durante a parte mítica de minha infância, lá para as bandas do Recreio dos Bandeirantes - a casa, não a infância. Fechou, dizem, porque casas mais mudernas e profissionais foram aparecendo, com mocinhas mais jovens e inventivas, e ninguém mais queria ir tão longe para se consultar num puteiro caindo aos pedaços. Seus serviços foram superados pelo progresso, resistiu algum tempo às custas dos homens da zona rural e dos pé-inchados. Do último dono só se falavam maravilhas, que era cheio de idéias novas, tratava bem a meninas e os fregueses e trabalhava de graça. Mas anos de má gestão cobravam seu preço e o Santa, ao final, fechou.

Um grupo de ativistas saudosistas, ainda me lembro, tentou sensibilizar o prócer local, Coronel Bandeirantino e chegaram mesmo ao Prefeito Municipal, ao argumento de que se tratava não de um puteiro comum, mas do local onde a maior parte dos homens da região nasceu para a vida mundana. Como o Prefeito não era o César Maia, a história não colou, ´Puteiros, já os temos de sobra!`, teria dito o jovem Prefeito, ´ademais, o puteiro não é público. Quero mais é abrir estradas`

Assim, o velho Santa Casa, não porque os homens tenham deixado de gostar de buceta, mas por não existir mais clientes que o tornassem rentável (mesmo que lucro nunca tenha sido seu forte) fechou as portas. No mundo que se iniciava não havia espaço para puteiros românticos, com putas excitadas – somente para discretas casas de programa com putas limpíssimas, praticamente inodoras, que falam esfíncter em vez de cu e com as quais todos nós, com o tempo, waaal, nos acostumamos.

 

12 dezembro, 2004

Desbafo de um português dos quatro costados
Por Fran Pacheco


Lamento, torcida de Manaus.
O Bacalhau não jogará contra o São Raimundo no ano que vem.

 

10 dezembro, 2004

Eu era roubado e não sabia (só desconfiava)
Por Fran Pacheco

Se uma CPI feita às pressas pela Câmara Municipal descobriu que cada usuário vem sendo surrupiado em 20 centavos de merreca, a cada corrida de ônibus, há sete anos (tungada total: R$ 227 milhões)... o que não descobriria uma exumação ampla, geral e irrestrita dos esqueletos da era Buchada Nascimento - Galo Carijó Tampax? Talvez encontrem até o monstro de Loch Ness empenhado a preço superfaturado por alguma(s) secretaria(s).

Pena que Serafim tenha comemorado a vitória com um jantar na casa do ex-Secretário de Finanças desta Era das Trevas (ou do Ouro, se você estivesse no "esquema"). É torcer para que ele literalmente cuspa no prato em que comeu.

 

07 dezembro, 2004

Que reforma, cara-pálida?
Por Fran Pacheco

Reforma do Judiciário, isso aí? Façam-me um favor... parem de tentar ser originais e lembrem-se: não importa o assunto, um grego ou um romano já pensou nisso antes. Por exemplo, em 80 a.C. o sanguinário ditador romano Sila baixou uma reforma genial, que previa entre outras coisas:

  • Qualquer pessoa que tivesse processo há mais de três meses nas mãos do juiz, sem julgamento, tinha o direito de ir morar na casa do juiz até ver sua questão decidida.
  • Juizes condenados por corrupção seriam expostos em praça pública, dentro de uma gaiola.

Convenhamos, um sujeito com idéias tão singelas não podia ser de todo mau. Pena que ninguém lembrou dele na hora de fazer a nossa reforma meia-boca.


 

06 dezembro, 2004

Lulou Geral
Por irmão Paulo

Todos e tudo navega ao sabor dos ventos da opinião pública e dos resultados formais dos governos. Veja-se o interessantíssimo comportamento da grande Mídia Nacional. Até os setores tradicionalmente anti-PT ou anti-Lula estão usando essa tradição para revestir de credibilidade a Lulanização recente.

Veja Lulou de cabo a rabo. A Rede Globo, inclusos as rádios, jornais e revistas do grupo, Lulou há muito. Rede Record, tendo como ápice do neo-lulismo o jornalista Paulo Henrique Amorim, Lulou até a última gota da medúla. no Amazonas, todos são Lula. Chega a ser ridículo e, mesmo, suspeito.

Assiste-se uma engenharia política visando manter o PMDB no governo Federal e reaglutinar aliados dispersos pelas circunstanciais eleições municipais. Vale tudo para viabilizar o tempo de TV do Presidente-já-candidato. Só não vale perder.

Nas ondas dos resultados obtidos por Palocci, o que só ressalta - na figura do Presidente e do Ministro - a tradicional obstinação petista em relação a seus pontos de vista (outro exemplo é a obsessão do Senador Marta - o verdadeiro Mogadon de Eduardo - pelo projeto de renda mínima). Agora, tudo são rosas. Fernando Henrique, o patife, prevendo a calmaria tenta fazer marola e desmumificar os confrades, mas em vão. Cada estrela tem sua trajetória e seu interesse, foi desautorizado por Aécio Neves e Geraldo Alckmin que, governadores de Estado dependentes do Governo Federal, não podem iniciar a campanha antes do tempo, sob pena de verem as torneiras petistas se fecharem. FHC, sem notar como todo narcisista, exibe seu rabo multicor, como todo pavão, a uma platéia vazia.

Enquanto isso, Lula é a figura mais exposta na mídia. Continua se comunicando com a população. Continua mantendo sua aura de honestidade e de homem com bons propósitos. Divulgou, agora, um dito documentário de seus dias de campanha. Muito oportuno, já que a campanha está se aproximando, é preciso mostrar como era esse homem antes do poder. É preciso mostra-lo cortando cabelo no bairro, antecipando (o que afasta a acusação de estelionato ideológico) a política econômica, agora que ela mostra seus resultados. Chorando, bebendo, sentado no chão. Enfim, Lula volta a ser gente. O documentário foi uma sacada de gênio.

 

05 dezembro, 2004

Incompreensão e música de elevador
Por irmão Paulo

Antes me espantava com a capacidade que as pessoas tinham, em geral, de distorcer minhas opiniões. Hoje, já há tempos na verdade, vejo que todos compreendem o que querem compreender e já não espero nada de ninguém. Faço meu trabalho, aquele para o qual vim ao mundo, estoicamente. Sem esperar reconhecimento ou compreensão.

Assim, o bostíssimo Festival de Cinema foi uma iniciativa importante e louvável. Ninguém nunca tinha feito algo assim antes. Cheio de erros e raro de acertos, mas as primeiras pedaladas são sempre as mais difíceis. O tal insucesso de público (relativo, pois coisa boa acaba sendo pra pouca gente mesmo) pode até ser um dado positivo, numa cidade cujo público leva Amazonino e Serafim pro segundo turno. A Mostra Paralela e as exibições no largo salvaram a festa. Ano que vem vai ser melhor, se resolverem trocar de festival e fazer o meu. O resto são sombras de árvores alheias.

A turma que chacoalha com a iniciativa é a mesma que incensa gente como Tom Jobim. Registro 10 anos de sua partida, ou vinda. Tom, o incompreendido Rei do Elevador, superou até Henry Mancini que pontificou absoluto durante décadas.

Rejeita-se a expressão, quase sempre utilizada em tom depreciativo. Música de elevador é um termo cunhado para designar a música tocada em bares, restaurantes, elevadores (quando os elevadores tinham música), enfim em ambientes onde deveria servir de fundo musical, sem atrapalhar a vida e os pensamentos das pessoas.

Tom Jobim, na verdade, foi um músico popular de amplitude limitada. Até meu ouvido de lata percebe que Samba de uma Nota Só é puro Nigth and Day. Nas poucas vezes que ousou fugir ao café-com-leite bossanovista e arriscar na música séria deu-se mal. Sua Sinfonia de Brasília, que deveria ser algo grandioso e futurista, como o momento e a cidade, ao estilo de um Assim Falou Zaratustra – só que no cerrado, acabou um arremedo de sinfonia villa-lobosiana, fazendo com que o fundo musical oficial de Brasília tivesse, ainda, gosto de Estado Novo.
Era também limitado em outros aspectos. Quando moço, músico preocupado com o cachê para pagar as contas. Depois, rico, em buscar uma causa que lhe desse norte, achou-a no super marketing de ecologista. Nunca foi um pensador como Chico Buarque, investigador de costumes como Noel Rosa ou mesmo de sons e ritmos como Villa-Lobos. Despolitizado, mas por não entender de política. Bonito, foi um traçador de mulheres. Talhou-se, assim, para ser compositor de música de elevador.

Nesse tipo de música, que se escuta durante tempo interminável sem enjoar, Tom permanece imbatível. Nada melhor para preencher os espaços vazios numa reunião de amigos em casa, num almoço descontraído e charmoso, em momentos mais promissores com a mulher desejada que um legítimo Tom Jobim de elevador (ou de avião) no som. Sem ser cantado por ele, obviamente, para não tisnar suas obras-primas com seu mugidos sofridos. Um brinde ao inesquecível Tom e, waaal, à sua insuperável obra de elevador.

 

04 dezembro, 2004

O FANTÁSTICO FESTIVAL DE CINEMA
Por irmão Paulo

Como divulgado às fartas no Diário Oficial, de reduzida circulação mas onde se encontram as verdadeiras notícias, o Secretário de Cultura permaneceu os últimos meses de férias. Dizem que colaborando na campanha do Sr. Abelha. É um direito que lhe cabe e um privilégio que, se concedido mesmo, foi lastreado nos resultados por ele obtidos. Nunca ninguém realizou o que ele realizou, motivo pelo qual é um divisor de águas. Dito isto, ao malho. Construtivo.

De férias, pelo que se sente, deixou em seu lugar uma trupe de profissionais que foram devidamente engabelados pelos franceses. Aliás, os franceses gostam de sair por aí aplicando em países subdesenvolvidos, fizeram isso durante anos na África, Ásia e mesmo América. Os franceses são foda. A empresa promotora, executora ou sei lá o quê do Festival, parece ter mantido tudo em segredo, revelando ao final que não viria nenhuma estrela de primeira grandeza. Imeditamente, ao menos foi o que pareceu, foi concebido um plano B, e o fato de não vir nenhum artista de porte, só craques de bastidores, foi focado como uma característica do evento, uma saída inteligente – capitalizar o fracasso com o argumento de que tudo foi planejado assim. Se os franceses são foda, no mau sentido, diria que Robério é mais phoda ainda, num raro elogio que faço.

Faltou Herzog, faltou Cláudia Cardinale (que tem doces lembranças daqui), faltou Sean Connery, Natassia representando o pai, faltaram muitos. Assim, os franceses tornaram a lista de ausentes o documento mais importante da iniciativa, passando recibo de que talvez não apenas o Brasil não seja sério.

O Festival ficou reduzido ao segundo escalão das novelas da Rede Globo – Quinto Escalão em termos de cinema internacional - e à presença do Comendador Barreto (que, por sinal, conhecedor do caminho das pedras, já deve ter farejado cheiro de reais por estas plagas). Comendador Barreto conhece toda arte refinada de fazer filmes furrecas com dinheiro público. Teve também a presença do diretor de “A Missão”, um chatíssimo filme com Robert de Niro e depois mais artistas globais.

Estive presente à Noite de Abertura, ao lado de todos aqueles fantasmas penados (presos ao início do século passado) apavorados com a tela de cinema. Ao lado disso, acompanhei a transmissão pela televisão. Com um pouco de treino é possível estar em mais de um lugar ao mesmo tempo – expandido (mas isso é assunto para outro momento). Pra variar, a melhor coisa da noite foi a apresentadora – Daniela Assayag, com um vestido cuja alcinha deixava ver a tão procurada marca do biquíni, caindo pelo belo e pré-renascentista corpo, aliados àquele irônico e enigmático sorriso, que se abria cada vez que o outro apresentador (pedante como sempre) pronunciava nomes de artistas brasileiros enrolando o erre: Kadiú Móliterrniu. Daniela, ah Daniela, se morto eu não fosse tu te verias envolta em minha corte irresistível. Daniela é uma fera indômita em busca de arreios. Já falei a vocês de como foi mágica a cena daquela linda mulher cavalgando um boto no meio da Arena do Festival Folclórico?

A tradução, feita por uma velha senhora (além dos franceses, ninguém que tenha se educado após a II Guerra fala francês no Brasil), foi correta. Concluída a cerimônia, feita a foto oficial ao irônico fundo musical de Porto de Lenha, foi iniciada a inacreditável exibição de uma continuação bosta de um filme bosta. Mas, waal, o cinema só pode existir como arte (mesmo que em raros momentos) por conta da grande quantidade de bosta vendável. Então, um viva à Tainá 2!

Saí voando (literalmente) para assistir No Paiz das Amazonas, mesmo com pianista de cocar, a visão daquelas brumas me emociona. De repente, não mais que de repente, deparo com meu amigo Fran Pacheco, em seu médium, cercado de mulheres, e já meio inebriado com o pó das mariposas da noite. Imagino a farra que depois se deu. Não sei o porquê, mas não funcionou pra mim aquela exibição conspícua, seja qual for a justificativa sócio-cultural apresentada. Mandei-me. Talvez por me ter visto por lá é que Fran cobre estas mal traçadas, que dou a público a contragosto e a destempo. Estava preparando um ensaio sobre um peixinho curioso aqui da Amazônia, o candiru, mas interrompo para atender ao Fran.

O Secretário da Cultura tem mesmo a bunda virada pra lua. Algo que tinha tudo para ser um fracasso retumbante, conseguiu ser transformado em algo de avaliação complexa e imprecisa. Marcaram o Festival na mesma época do Festival de Brasília (coisa dos gringos, certamente), escolheram um segmento da ficção onde não acontece nada de novo desde que Fileas Fog concluiu sua volta ao mundo e fundou a National Geographic Society. Não conseguiram sensibilizar os astros mundiais para dar glamour ao festival, nem selecionar filmes de gente grande. E pra completar, o filme ganhador não tem nada de aventuresco. Mas os artistas globais vieram, para a patuléia não há diferença entre Cristiane Torloni e Demi Moore, Gianechini e Tom Cruise. São todos a mesma coisa – celebridades tipo genérico. Pra mim, tudo a mesma merda. Ainda assim, tem gente que achou um milagre ter sido feito um festival com tal porte com apenas 4 milhões. Oriundos de recursos privados.

O nosso deveria ter sido um Festival de “Cinema de Arte”, entre aspas mesmo, cabendo nesse balaio grande os gêneros clássicos – Drama e Comédia –, além daqueles filmes inclassificáveis mas bons e, ainda, tendo justificativa de sobra para a falta de grandes astros. Fazendo um festival cabeça, com condições de fomentar ainda mais o intercâmbio profissional e a capacitação dos artistas locais, correríamos o risco de, talvez, ter gente boa por aqui: Almodóvar, Werner Herzog, Woody Allen (quem sabe), Costa-Gavras, Milos Forman, Polanski, Robert Altman, Terry Gilliam para ficar em alguns diretores. E até mesmos atores do porte de Omar Shariff (de volta agora), Claudia Cardinale, Sophia Loren - porque não?, Jeanne Moreau, Fernanda Montenegro, Leonardo Villar, a Juliette Binoche, o próprio Gérard Depardieu, Isabelle Adjani, o estupendo Jean Reno etc. Eis a diferença.

Ao franceses deram com os burros n’água, se dependesse de mim, não voltariam mais aqui. Reavaliaria esse conceito de Mundial de filme de Aventura, essa tentativa de reproduzir o glamour de outros cantos do mundo, que não combina com o Brasil, onde até para eleição de entidade de classe a turma faz o maior carnaval. Porto de Lenha, como vaticinou a música de Torrinho (no fundo da foto oficial), tu nunca serás Liverpool.

Nem Cannes.


 

02 dezembro, 2004

O Roberito é nosso!
Por Fran Pacheco

"And the Roberito goes to... Brazil! Brei-siuu!", anunciou nosso projeto de Cid Moreira, o Jazz-Man Humberto Amorim. Naquele instante, o Teatro centenário quase veio abaixo, tamanha a comoção. Sim, sim, a estatueta é nossa! Para sempre! Não há dúvida, não há desculpa, não há sofisma. Desde a Palma de Ouro, com O Pagador de Promessas, e do Urso de Prata de Central Station, o cinema tupiniquim não galgava tão alto grau de destaque em festivais internacionais. Amazônidas, fomos palco de um momento inominável. O Grand Prix do Júri multi-étnico, concedido ao filme Quase Dous Irmãos, de dona Lúcia Murat foi a marmelada, digo, o fecho de ouro, a apoteose que todo secretário da "Curtura" sempre sonhou para seu festival. Quando a diva La Torloni chamou à tribuna, em seguida, no calor da histórica conquista, "o Doutor Eduardo Braga, o grande idealizador deste festival" (script típico do Robério), a claque galvanizou-se, urrou, contorceu-se, gritou num brado retumbante: salve, salve! Xerimbabos se descabelaram e tietes ameaçaram se jogar dos camarotes. Sim: o Cadeirudo é Pop.

Dudu ficou tão pimpão com a mise-en-scene roteirizada e dirigida pelo genial Secretário, que talvez faça outro festival, só pra ser aplaudido gostoso de novo e jantar toda noite com celebridades. Quem sabe, no próximo alinhamento da Terra com Marte e Júpiter. Basta o Robério arranjar uma nova trupe de negocistas ucranianos, líbios, tchetchenos, o que for. Menos franceses. O cineasta J.R. Rodrigues, nosso autoproclamado bicho da goiaba verde da sétima arte, já deu seu ultimato: quer patrocínio público para suas produções. Márcio Souza considerou um "milagre" termos feito um festival deste porte, com míseros 4 milhões de merrecas. Normandy Litaiff acha que o cinema mundial precisa de mais dois anos para conseguir produzir novos filmes para um festival como o nosso. E Zé do Caixão se passou direitinho pelo Rubens Edwald Filho. Com a palavra, Mister Humbertow Amorim: "That's all, folks!"

 

Obrando arte moderna
Por Fran Pacheco

A todos os proctologistas que suspeitavam da verdadeira natureza da arte dita "muderna", eis a comprovação de suas teorias: ela teve sua gênese nos banheiros públicos, nas "casas de força". Pesquisa realizada pelos britânicos (sempre eles) acaba de revelar que o "Urinol" (foto), de 1917, do emérito gozador Marcel Duchamp é a obra mais influente sobre a arte contemporânea (mais que Guernica, de Citröen Picasso e minha instalação-conceitual inédita “Pichorra Transcendental”).

Moral da história: minha senhôra, minha amiga - quando seu pimpolho fizer pipi no sofá ou caquinha no canto da sala, não o reprima! Pode ser a vernissage de um futuro gênio pós-muderno.


 

01 dezembro, 2004

Diário póstumo de um cinéfilo (penúltimo)
Por Fran Pacheco

As opiniões sobre o festival se dividem. Todos os convidados do Governo, com hospedagem, alimentação e city-tours pagos, estão adorando. Os aldeões estão indiferentes. Uma senhora no terminal de ônibus (onde estão passando os filmes de 1 minuto) disse que preferia ver a imagem de um padre fazendo a pregação. Não tenho com quem discutir as nuances de fotografia, montagem e trilha sonora dos filmes coreanos e vietnamitas em cartaz. Não consigo falar com o Kakof, para polemizar e perdi o e-mail do Ivan Lessa. Rubens Edwald está vendido ao Governo. Fico desanimado. E ainda por cima, tenho cadáveres para enterrar. Poeticamente falando, é claro. Não fui ao Tropical Hotel assistir aos eco-documentários sobre a prática de necrofilia entre os patos do Canadá. E ainda confundo alhos com bugalhos, no caso de nossos vizinhos Peru e Colômbia. Com a agravante de que eu não faço a menor idéia do que sejam bugalhos.

A seguir, a penúltima seqüência (serei breve) dos filmes que vocês não viram. E uma pergunta intrigante: por que o próximo festival, se existir, só será daqui a dois anos? É tão difícil assim trazer nove longa-metragens para exibir num cinema?


Bocage, o Triunfo do Amor (hors-concours)
A poesia e a sacanagem do genial bardo luistano, num filme sem pé nem cabeça do nativo Djalma Limongi. Delirante. Sensacional. Sensacionista. Um Peter Greenaway deglutível. O melhor filme já exibido neste festival.

September Tapes
Jornalista que teve a esposa morta no World Trade Centre resolve ir à forra e matar Osama Bin Laden, embarcando com uma trupe de documentaristas rumo ao Afeganistão. Deles restam os tais tapes, que é o que vemos na tela. É sério. No pior estilo Dogma e Bruxa de Blair. Torci a valer pelos talibans.

The Snow Walker
Piloto cai com o avião no meio da tundra canadense e não se conforma. Recebe a ajuda de uma jovem nativa Inuit. Já seu pra sacar o que rolou? Uma mistura glacial do Survivor com "Eu Vou Tirar Você Desse Lugar."

O Silêncio da Floresta
A humilhação final para o pólo de cinema do Amazonas: Camarões já produz Cinema (e bom). Na verdade, até o Butão (no segundo barranco depois do Everest) produz, tendo já emplacado um filme ("A Copa") para concorrer ao Oscar, barrando na época o filmeco Orfeu, de Caca Diegues.

Quase Dois Irmãos
Segundo um diário local, "nossa única esperança de premiação". A indignação popular tomará as ruas se este filme com Werner Bento Gonçalves Schunermann, sobre dois ocupantes de um xilindró em plena Ditadura Verde-Oliva sair de mãos abanando. Estamos de olho em vocês, srs. Jurados! E ainda por cima pagando sua boca-livre.