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23 dezembro, 2004

A paga natalina dos bufões da corte
Por Fran Pacheco


Um caso clássico de parlamentar com hipertrofia bucal, causada pela amamentação prolongada nas tetas públicas (e ele está faminto, reparem).


É sabido que assembléias legislativas e câmaras municipais são valhacoutos para milhares de aspones pelo Bananão adentro (os parlamentares inclusos). Aliás, as únicas utilidades de um parlamentar (do italiano arcaico parlare+mentire) provinciano são: a) não trabalhar na hora devida e ganhar jeton para trabalhar "em hora extra"; b) jogar estrume no ventilador do grupo adversário; ou c) ser cassado com desonra, se ostentar demais o fruto da "atividade política".

No estado do Amazonas, triste Amazonas, não há sequer oposição. O governador, cheio de artes, conseguiu cooptar todos os gêneros de coliformes políticos - de petelhos a tucanos, pefelistas e pemedebistas. Todos estão encalacrados na "coisa pública" como os verdadeiros carrapatos que são.

Como recompensa por terem passado onze meses coçando as pudendas (e cassado discretamente o Cordeiro, que continuará de bico calado - mas isso é outra história), nossos nobres deputados são convocados em regime extraordinário, nesta virada de ano, para votar (ou seja, dizer "sim", "não" ou abster-se) em sete projetos intempestivos do Governador Amigão. Ao preço de R$ 19.096,00. O que dá R$ 2.728,00 por palavra. Marca invejável até para os fabricantes de best-sellers americanos. E não me venham dizer que isso acontece no Bananão todo. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul (alguns dos estados mais ricos da Federação), os deputados foram convocados e receberão apenas o salário normal.

Mas quem disse que em províncias tão ricas como Sergipe, Piauí e Amazonas o contribuinte precisa ser poupado dessas extravagâncias? Basta ver: ninguém reclama.