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09 agosto, 2006

Terminal
Por Fran Pacheco

Desde o início da peleja, todos sabiam que o Sr. Alquimim, como candidato, era um desenganado. Teve alguns espasmos com “viés de alta”, algumas pesquisas atrás. Mas talvez tenha sido por um desses surtos sazonais de humanismo de fachada que nos abatem diante da desgraça alheia. Ou, o que é mais provável, de pura e simples schadenfreude (perguntem do que se trata ao irmão Paulo ou ao Cecezinho, dois versados na língua de Nina Hagen). Agora estertora a olhos vistos, literalmente, porque bastou-lhe uma exposição maior na TV para começar a despencar no conceito do autoproclamado “eleitorado esclarecido”. Se não tivesse aparecido, se ficasse naquele boca-a-boca do tal “candidato paulista, sério e bem preparado que niguém conhece”, poderia ter ido mais longe. Alquimim melhora muito quando desaparece, mas esse é um fenômeno que se abate sobre todo político longe do poder. Quanto mais longe, melhor para todo mundo.

O fato é que, por mais que a necessidade de defenestração do Molusco Barbudo seja imperativa, simplesmente não dá para votar em Alquimim. Ponto. Nem de nariz tapado, Diogo (o que seria desnecessáio, pois o referido não fede nem cheira). E não dá pra votar numa criatura dessas só porque o PSDB e o Pefelê (cena: escarro no chão) merecem amargar um ostracismo eterno, chupando o dedo per omnia seculum seculorum. Observe bem o Geraldo como o semovente que é: ele não fala coisa com coisa. Um desempregado reclamou da vida e Alquimim, após comer uns pastel, proferiu-lhe uma maçante palestra sobre... a globalização! Por mais que não tenha entendido patavinas, o desempregado, meio tonto, ficou com a certeza de que se depender daquele panaca a coisa vai ficar mais preta que a asa da graúna. Alckmin não é o lobo em pele de cordeiro. É o asno travestido de coruja.

Espero que Alquimim, com o célebro afetado pela iminente caquexia, perca afinal as estribeiras e vire a Heloísa Helouca do horário eleitoral gratuito (uma vez que a original, orientada por uma equipa de camaradas psiquiatras e domadores de leão, parece estar andando nos trilhos da compostura). Coisa mais linda seria ver o “professor”, em seu derradeiro ato de desespero, beirando o traço nas pesquisas, esbravejar com o dedo em riste, os cinco penachos de cabelo que lhe adornam a careca balançando desgrenhados, espalhando perdigotos pela lente da câmera e soltando um contundente “Putaquepariu, Brasil!”. Teria meu voto na hora. E sem direito de resposta.