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01 setembro, 2006

Radicalismo, Amazonas!
Por irmão Paulo

Há diversas campanhas pelo Brasil afora pregando o voto consciente, lembrando da importância vital da dedada que vocês, vivos, darão nas urnas em 1 de outubro. Dedada que, se mal dada, pode virar contra todos vocês durante os próximos 4 anos, aumentando as probabilidades de virem ter conosco mais cedo.

No Brasil, hoje, creio sinceramente, só pode haver esperança se pensarmos e atuarmos com radicalismo. Já dizia minha vó, e a de vocês certamente também, em ditado lembrado por Mário Frota ao referir-se a Alfredo Nascimento, autoproclamado pai da BR-379, num já antológico programa eleitoral, quem mente, rouba. Alfredo, claro, é inimputável. Afinal, não há nada a esperar de um sujeito que não distingue Jorge Teixeira de Pedro Teixeira.

Portanto, companheiro, dentro da filosofia do radicalismo - que muitas vezes cai no campo da subjetividade - existem algumas regras objetivas que, embora singelas, devem ser seguidas e podem dar bons resultados, eximindo sua consciência e responsabilidade em relação aos danos futuros. Vamos a elas:

1. Não vote em mentiroso. Se o candidato mente ou mentiu, na menor e mais desimportante informação: não vote.
2. Não vote em ladrão. Se o candidato rouba, ou dizem que rouba ou roubou (na juventude) ou se paira dúvidas acerca de sua honestidade (a imprensa deve ser livre e não justa) ou, simplesmente, se você acha que o sujeito rouba ou tem cara de ladrão: não vote.
3. Não vote em leso. Se o mundo está caindo ao redor do sujeito e até seu animal de estimação ganha uma grana desviando dinheiro da ração canina, mas ainda assim ele insiste em dizer - com o ar mais cândido - que não sabia de nada: não vote.
4. Não vote em espertalhões. Se o mundo está caindo ao redor do sujeito e até seu animal de estimação ganha uma grana desviando dinheiro da ração canina, mas ainda assim ele insiste em dizer - com o ar mais cândido - que não sabia de nada: não vote.
5. Não vote em santo. Santos não existem, são uma ficção jurídica da igreja católica. Se existissem, ainda assim não estariam neste mundo. Portanto, meu velho, desconfie daquele sujeito manso, que propagandeia seus trabalhos pastorais e sua vida comunitária, que perdoa e esquece as ofensas, que é incapaz de constranger um colega corrupto pois odeia o pecado, amando o pecador e portanto não passa de um omisso. Se você conhece algum assim: não vote.
6. Não vote em humilde. A humildade, já disse alguém, é a maior das vaidades. Aquele cara humilde, que constrói alianças e angaria apoios por sua simplicidade e humildade, que nunca eleva a voz e quase sussurra quanto alicia um eleitor - tipo Padre Anchieta - é surpeendente. Não raro, trata-se de um furtivo traidor contumaz, vingativo e guloso. Aspirantes a santo, geralmente não passam de uns ladrões de merda. Nesses, não vote.
7. Não vote em parente ou amigo de ladrão. Na esfera privada podemos ter os amigos e os parentes que quisermos. Putas, traficantes, viciados e até políticos. Quando o sujeito se aventura na vida pública, suas companhias precisam ser selecionadas, pois vale muito o velho ditado diga-me com quem anda e lhe direi quem você é. Assim, antes de pedir seu voto, Rebecca Garcia tem de mudar de pai, Tiago Mestrinho de avô e Eduardo Braga de companhias. Evilásio Nascimento só poderia ter alguma credibilidade se exibisse o fígado de Alfredo no horário eleitoral- dando-lhe uma sôfrega mordida só para impactar - e Lula se renegasse seus comparsas, jogando-os na masmorra. De outra forma, que fiquem curtindo os amigos e parentes ladrões longe da vida pública. Se você ia votar em amigo ou parente de ladrão, esqueça. Não vote.
8. Não vote em pequinês. Por trás de um contendor aguerrido pode estar convicção, mas também medo. Veja-se o caso de Artur Neto, autoproclamado boxer da política amazonense, afora retirar o nome do Mulah do reltório da CPI da pedofilia e orientar seu filhote a votar pela pensão de vice, Artur não passa de sparring iniciante - pajem sonhando ser caleiro - um exemplar chato da provavelmente extinta raça pequinês. Late, late mas mantem distância razoável de seu alvo para não incomodar demais. Não vai a fundo, para não destruir as vias ocultas pelas quais sonha trafegar.
9. Não vote em quem tem ou teve mandato. Se depois de aplicar as regras acima, você continuar confuso, radicalize mais ainda. Diante de tudo que vimos nos últimos anos, diante da falência moral generalizada do congresso, da inexistência da Assembléia legislativa etc. etc., radicalize e não vote em ninguém que tem ou teve mandato. Quem comeu, comeu. Quem não comeu não come mais.
10. Regra de outro: não vote em quem lhe incomoda. Nunca, jamais e em tempo algum, vote com reservas. Se o sujeito é verdadeiro - mas grosso, honesto - mas metido a besta, inteligente - mas malandro, comedido - mas apático, humano - mas permissivo, tem atitude - mas é arrogante, não é parente nem amigo de ladrão - mas por falta de oportunidade, nunca teve mandato público mas, mesmo assim, tem um não sei quê que faz a confusão em sua cabecinha de eleitor e lhe deixa incomodado. É simples, não vote.

Se no final não sobrar ninguém em quem votar, tanto melhor. Peçamos a nulidade das eleições e comecemos tudo de novo, sem que ninguém dessa raça possa sequer ser candidato -ou convença a senhora sua mãe a ser candidata nas próximas eleições, pois como diria o antigo filósofo Lafayette Vieira, de confiança mesmo, só a mãe.