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19 setembro, 2006

Desejo de morte
Por irmão Paulo

Tânatos, Deus da morte, filho da noite e de Hipnos, foi utilizado por Freud para nominar o impulso de morte da humanidade. Mais que impulso, uma pulsão de morte, que é uma tendência permanente, quase sempre inconsciente, que incita o homem a destruir-se. A explicação psicanalítica dessa pulsão é a única forma de compreender o que se passa no íntimo dessa escumalha que dominou e domina a política brasileira, em todos os níveis e recantos.

Compreender não posso que no Brasil pós-mensalão ainda existam criaturas que se prestem a relacionar-se com marginais, comprando/ forjando dossiês com o único objetivo de influenciar ilegitimamente o resultado de eleições. Por estas plagas, vimos no passado recente - como Caso Soraya- a tentativa amazonínica de reeditar o caso Lurian, quando Collor-Egberto Batista venceram as eleições presidenciais contra Lula. Agora, mais recentemente ainda, esse tal folheto apócrifo, contando um monte de coisas plausíveis de forma implausível (e mal escrita). Anuncia-se um ataque direto à Primeira-Dama do estado e uma retalização com o caso da Cosama - que teria rendido dinheiro à Samuel Hanan e Frank Lima. E como rescaldo disso tudo, uma campanha merda, sem discussões profundas, repleta de jogadas subterrâneas, de intrigas no submundo (como diria um apavorado Josué Filho), onde só quem deixa de ganhar mesmo é a coletividade.

Isso porque, na política amazonense, só há verdadeiramente dois grupos, o que está no poder e o que está fora do poder. Gilberto, Amazonino, Artur, Eduardo, Alfredo, Serafim etc, pra continuar na mitologia, são cabeças de uma mesma e medonha hidra. Importando, assim, que nas eleições dê sempre um deles, porque sendo todos sócios do clube de sevícias do Amazonas, acabam se entendendo. Por terem todos negócios escusos que se relacionam entre si, sabem que tudo ficará em casa. Vejamos agora mesmo, os cinco candidatos leváveis à sério para o governo e para o senado integram o mesmo grupo. Não há virtualmente escapatória.

Danam-se então os assessores a prevaricar, os admnistradores a roubar e ao povo, coadjuvante nessa história, resta apenas coçar sua pulsão de morte, que já se transformou numa ferida seca. Deliciosamente seca.