Image hosting by Photobucket

26 julho, 2004

O Pecador
Por Fran Pacheco


"Sou um pecador.
Eu não ganharia eleição para santo.
Vou ganhar eleição para prefeito."

P.V. in Diário do Amazonas (25.07.04)
 

Sei não, Plínio, basta um pouco de arrependimento, renunciar aos prazeres carnais  e arranjar bons contatos entre os papistas. Nosso João de Deus já canonizou mais gente do que todos os papas dos últimos séculos juntos. Uma dificuldade instransponível (no momento) é o pré-requisito de se estar morto. Provavelmente João de Deus deixará o mundo fenomênico antes. Aí a coisa pode complicar, com a volta dos ditadores romanos ao poder papal. Mas esqueçamos isso, tem nada não. Teu negócio não é seguir mesmo os passos de Paulo de Tarso, Agostinho de Hipona, Francisco de Assis  e outros eméritos pecadores que encontraram sua Estrada de Damasco. Teu negócio não é perseguir cristão ou farrear em tavernas medieviais. Teu negócio é pior: é política.

Quanto à tua certeza de ser prefeito, me perdoe a falta de tirocínio, mas de onde diabos vem tal jactância? Sentes na rua o clamor do povo gritando em passeatas espontâneas o teu nome? Ou pressentes com o olho místico uma massa silenciosa ruminando "é esse o pecador que eu quero na prefeitura"?. Tu dirias: "eu tive 270 mil votos pro senado, mais que a Vanessa o Michilles o Serafim e o Mário Frota juntos". Então, por que cargas d'água ninguém te convidou pra nada, campeão de votos? Ah, claro, és puro-sangue.

Em verdade eu digo: és importante nessa eleição. Farás o papel que o Sarafa fez na eleição pra prefeito em 2000. Queimarás todo mundo, darás o fora no 2º turno (se houver), e os 4% de trouxas que votarem em ti, abandonados, propensos a votar em branco, serão uma garantia a mais para a eleição do Abelha.

Nem santo, nem prefeito, nem senador. Teu destino, pecador, está traçado por Mammon.