Contra a Abelha (e suas crias)
Por Fran Pacheco
Embora o Ministério da Saúde não advirta, política faz mal à saúde. Pretendo desenvolver melhor esta tese, no futuro. Por enquanto, basta ver o que o Governo do Amazonas fez com a Santa Casa de Misericórdia: aplicou-lhe, com o perdão do trocadilho, o golpe de misericórdia, ao encerrar um convênio de 300 mil reais mensais. Acabou.
As burras do Estado estão tão abarrotadas com o crescimento industrial e arrecadação recorde que os tecnoburocratas do staff de Eduardo Braga não sabem mais o que fazer com tanto numerário. O negócio agora é Boi, Memorial da Ciranda e Cinema. Mas o Robério não tem nada a ver com isso. Por enquanto. Já os sábios da Secretaria de Saúde decidiram fazer uma reengenharia. Não acham mais a Santa Casa útil, pelo menos útil o bastante para receber qualquer convênio, apoio, subsídio, esmola ou o termo técnico correto que signifique dinheiro para funcionar.
No meu tempo, em eras anteriores à do Boto Tucuxi, só havia em Manáos dois hospitais: a Real e Benemérita Sociedade Beneficente Portugueza, e esta Santa Casa de Misericórdia. Era lá, quando não no recesso do lar, que nascíamos, cuidávamos de nossos males e eventualmente, como o caçula Mário Yipiranga, morríamos.
Talvez a solução seja o Robério. Já que, como casa de saúde, a centenária instituição não merece mais a consideração deste Governo, que mereça como bem cultural. Assim como se defuma borracha ao lado do Palácio Rio Negro, poderia-se usar a Santa Casa para tratar de doentes e parturientes, de forma impecável, para turista ver. Seria um museu vivo da saúde no Estado, pertinho do Teatro Amazonas. Daria para chegar de bonde ou caleça. Enquanto a enfermaria e maternidade trabalhariam a todo vapor, os turistas visitariam a pharmácia, a capella e vez ou outra encontrariam um médico afobado indo tratar um doente. As enfermeiras, muito louçãs e devidamente paramentadas com a indumentária da Belle Époque, atenderiam em três línguas. Os turistas, maravilhados com a civilidade em plaga tão remota, poderiam deixar, como deixam em todo canto, verdejantes moedas fortes, o que chamam de tips.
(Essa idéia liberaria a casa de Eduardo Ribeiro, ali perto, da equivocada destinação dada por Jeff Peres, de ser o "museu da medicina". Francamente, senhores, ali deveria ser o Museu do Pensador!)
Mas o que eu queria falar é da Abelha. Foi a Abelha esvoaçante, saindo dos outdoors, infestando os postes da cidade, em colméias ou cartazes meio muxibas, que me fez pensar no Ministério da Saúde. Anos atrás tiraram de circulação o Joe Camel, mascote dos cigarros Camel. Recentemente, proibiram a publicidade de bebidas alcoólicas de exibir tartarugas, caranguejos, ou qualquer bichinho ou boneco animado, como forma de evitar o aliciamento da criançada pela manguaça.
O mesmo devia ser feito com a propaganda que vende político, com as Abelhas, Bonecos Sarafas (vêm aí), Botinhos, Super-Sabinos (eu vi) e coisas do gênero. Política faz mal à saúde. Deixemos nossas crianças longe de sua influência nefanda.
As burras do Estado estão tão abarrotadas com o crescimento industrial e arrecadação recorde que os tecnoburocratas do staff de Eduardo Braga não sabem mais o que fazer com tanto numerário. O negócio agora é Boi, Memorial da Ciranda e Cinema. Mas o Robério não tem nada a ver com isso. Por enquanto. Já os sábios da Secretaria de Saúde decidiram fazer uma reengenharia. Não acham mais a Santa Casa útil, pelo menos útil o bastante para receber qualquer convênio, apoio, subsídio, esmola ou o termo técnico correto que signifique dinheiro para funcionar.
No meu tempo, em eras anteriores à do Boto Tucuxi, só havia em Manáos dois hospitais: a Real e Benemérita Sociedade Beneficente Portugueza, e esta Santa Casa de Misericórdia. Era lá, quando não no recesso do lar, que nascíamos, cuidávamos de nossos males e eventualmente, como o caçula Mário Yipiranga, morríamos.
Talvez a solução seja o Robério. Já que, como casa de saúde, a centenária instituição não merece mais a consideração deste Governo, que mereça como bem cultural. Assim como se defuma borracha ao lado do Palácio Rio Negro, poderia-se usar a Santa Casa para tratar de doentes e parturientes, de forma impecável, para turista ver. Seria um museu vivo da saúde no Estado, pertinho do Teatro Amazonas. Daria para chegar de bonde ou caleça. Enquanto a enfermaria e maternidade trabalhariam a todo vapor, os turistas visitariam a pharmácia, a capella e vez ou outra encontrariam um médico afobado indo tratar um doente. As enfermeiras, muito louçãs e devidamente paramentadas com a indumentária da Belle Époque, atenderiam em três línguas. Os turistas, maravilhados com a civilidade em plaga tão remota, poderiam deixar, como deixam em todo canto, verdejantes moedas fortes, o que chamam de tips.
(Essa idéia liberaria a casa de Eduardo Ribeiro, ali perto, da equivocada destinação dada por Jeff Peres, de ser o "museu da medicina". Francamente, senhores, ali deveria ser o Museu do Pensador!)
Mas o que eu queria falar é da Abelha. Foi a Abelha esvoaçante, saindo dos outdoors, infestando os postes da cidade, em colméias ou cartazes meio muxibas, que me fez pensar no Ministério da Saúde. Anos atrás tiraram de circulação o Joe Camel, mascote dos cigarros Camel. Recentemente, proibiram a publicidade de bebidas alcoólicas de exibir tartarugas, caranguejos, ou qualquer bichinho ou boneco animado, como forma de evitar o aliciamento da criançada pela manguaça.
O mesmo devia ser feito com a propaganda que vende político, com as Abelhas, Bonecos Sarafas (vêm aí), Botinhos, Super-Sabinos (eu vi) e coisas do gênero. Política faz mal à saúde. Deixemos nossas crianças longe de sua influência nefanda.
P.S. Robério, a dica é séria.
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