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06 agosto, 2004

Candidato Official do Club dos Terríveis Impugnado
Por Stella Maris - especial para o Club

É com pesar, revolta e indignação que anunciamos o indeferimento definitivo e inapelável do pedido de candidatura a vereador de nosso saudoso K.Veirinha, filiado ao Partido Anarchista-Carbonário Amazonense (PANACAM). Forças ocultas e obscurantistas levaram ao conhecimento dos magistrados responsáveis o Atestado de Óbito de nosso candidato e photos comprometedoras de sua ossada, encontrada no Nova Cidade. O indigitado K.Veirinha não conseguiu interpor, no prazo legal, a contrapova decisiva, seu Atestado de Vida. Não que, pelo fato de estar morto, K.Veirinha não conseguisse, com suas mil artimanhas, o tal papelote, abollido pelo ministro Beltrão. Mas ao que tudo indica, as forças ocultas cortaram as perninhas de seu ectoplasma. O tempora.

K.Veirinha acalentou por muitos anos o sonho de ser eleito. Para qualquer coisa. Esgotado o vigor físico da juventude, que lhe rendera a láurea de maior “rato de hotel”, “punguista”, “ventanista” e “seductor de viúvas” de Manáos, incapacitado por “convicção anarchista” para qualquer trabalho honesto, e já marcado na cidade como falso “advogado, notário, ginecologista e corrector de títulos”, com uma conta kilométrica pendurada nos botecos, alfaiates e lupanares, só lhe restou a inevitável vereda da Política. “Como eu não pensei nisso antes?”, confidenciou no leito de morte.

Sua primeira tentativa foi frustrada pelo Estado Novo (“Vargas, filha da puta”), que colocou na clandestinidade o Partido. Com a volta da democracia, e de Vargas, tentou o cargo de deputado estadual pelo PTB (“Getúlio Vargas, o maior brasileiro vivo”). Recebeu menos de 15 votos (em geral de credores, esperançosos em confiscar o salário de K.Veirinha). Plínio Coelho, vulgo “Ganso”, o expulsou da sigla, a bicadas. Transitou pela UDN, PCB, VAR-Palmares, ARENA, PDS, PRN, PRONA, Seicho-Nô-Iê, AMWAY e no ato final, voltou ao PANACAM. Sua derradeira tentativa foi na eleição de 98, ainda com urnas de pano, no Interior do Amazonas. “Dessa vez eu levo, está tudo armado”, teria dito. Estava mesmo, mas por forças maiores. As urnas que K.Veirinha emprenhou no interior foram (segundo ele, não nós) sub-repticiamente convertidas em urnas com os votos que elegeram a dupla Abelha Governador e Boto Senador. Foi a gota d’água e também o último acesso de gota de nosso candidato. K.Veirinha disse “voltarei nos braços do povo”. E bafuntou. Foi enterrado em cova rasa, sem cortejo nem caixão (devia também à funerária Almir Neves).

No além-túmulo, dedicou-se, quando não estava em campanha, a contrafações, tentando mais de uma vez se passar pelo espírito Emmanuel e enganar Xico Xavier. Também tentou introduzir-se no Orkut. Sua volta à política terrena se deu por pactos sinistros, vendendo proteção a mandatários e nababos locais. Ultimamente vinha despachando na Cachoeira das Almas. Seu futuro, agora, é incerto.