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28 outubro, 2004

NULO
Por irmão Paulo

Só há uma forma de manter a coerência nas eleições de domingo e contribuir ativamente para que tenhamos oportunidade de renovação. Anular o voto. Dos piores, foram os piores para o segundo turno, como sempre. Aliás, com exceção, talvez, do pequeno Herbert, de quem nada sei, o elenco disponível para a escolha do eleitor manauara foi sofrível desde o início.

A falta de quadros políticos tem muitas explicações possíveis e plausíveis, embarco na que me parece mais razoável. As lideranças políticas nascentes, salvo algum fenômeno excepcional de um líder carismático tão poderoso que mesmerize (de Mesmer) a todos falando de sobre uma caixa de engraxate, cevam-se nas tetas das lideranças políticas consolidadas, para ficarmos no Amazonas: Gilberto Mestrinho foi “criado” por Plínio Coelho, Amazonino por Gilberto, Eduardo por Amazonino. (Quem é Alfredo Nascimento?). Assim, a falta de quadros decorre do fato de que as lideranças políticas deliberadamente sufocam os poucos que têm algum potencial, pois são concorrentes em potencial e não há espaço para muitas lideranças. Eduardo precisou romper para sobreviver, por exemplo. Outros exemplos: não existem lideranças no PCdoB, além do casal imperial – em torno do qual tudo gira, nem no PSDB além da família Artur, muito menos no PSB, um partido de desdentados controlado com mão-de-ferro (ou seria dedo-de-ferro) por Serafim. Assim, se o elenco de candidatos é uma merda, devemos isso aos próprios candidatos.

Votar nulo e conclamar, utopicamente talvez, as mentes livres a fazerem o mesmo é a forma mais efetiva de questionar a legitimidade do pleito e de seu resultado. É protesto, de fato. Jurista não sou, mas parece meio óbvio que um pleito onde menos de 50% dos eleitores votaram não pode ser considerado válido. Há exemplo recente disso. A Anulação em massa é a rejeição aos candidatos que se apresentaram e é um direito do eleitor. O eleitorado, meus filhos, não é obrigado a escolher um dos que se apresentam pelo simples fato de se terem apresentado à escolha, pode rejeita-los. E, ao rejeita-los, provocar novo debate, desta feita com novos candidatos – vez que aqueles foram rejeitados. Não deixa de ser um cenário hipotético interessante.

Evidentemente o pleito estaria exposto às tramóias de todos, sobretudo à genialidade política de Amazonino que, em favor de um laranja qualquer, poderia repetir a engenharia que desbaratou o “grupo” político de Alfredo Nascimento e aclamou Carijó Prefeito-tampão, garantiu o apoio de mais de 15 deputados estaduais e diversos prefeitos do interior, além do Sen. Mestrinho, do governador do Estado e diversos deputados federais. Mas isso, já outra história que, no rol das suposições, vem bem depois da anulação da eleição de domingo.

Minha contribuição darei ao possuir o Jeca na hora em que este for votar. Vou toma-lo de assalto e tascar um voto nulo! Desculpem o alongado das palavras e o erros, não tive tempod e fazer a síntese, como diria Pe. Antonio Vieira. E nem a revisão.