Image hosting by Photobucket

11 outubro, 2004

Rescaldo Eleitoral
Por irmão Paulo

Investigando o arcabouço de memória deste Jeca que me serve de médium encontrei algumas passagens curiosas desses últimos dias. Em depressão pós-pleito, Bisnetinho afasta todas as dúvidas e apronta em Fortaleza, relembrando a procedência da assertiva segundo a qual mostrar a bunda é coisa de veado. Arturzão declara, sem que me seja possível divisar, ainda, seu interesse, que Amazonino é o melhor candidato para Manaus. Plínio Valério, aliás Beato Salú segundo a memória deste Jeca, fica neutro contra Serafim no segundo turno e, como tiro de misericórdia, Serafim ganha o apoio do liberal e aziago Ministro dos Transportes, como diria meu estimado amigo Fran Pacheco. Aliás, Fran Pacheco está se firmando como o terceiro melhor humorista amazonense. Só perde para Carla De Carli e para o casal do Programa Big Bang.

Não entendo o que acontece com a mente das pessoas durante o período eleitoral. Como nas novelas, todos são rotulados de forma rasa. O honesto, o ladrão, o realizador, o santo etc. Agora, como antes do primeiro turno, os partidários do grupo anti-Amazonino se esforçam para cristalizar na mente do eleitorado a uma dicotomia moral que pretendem existir entre Serafim/Mário Frota e Amazonino/ Bosco Saraiva, que está absolutamente longe de ser verdadeira. Ambos os titulares são filhos da puta, como todos os políticos. Quanto os vices, um pelo outro não sobra troco. Talvez haja ligeira vantagem para Bosco Saraiva, de quem todos parecem gostar. Como Amazonino mostra-se um cachorro morto (ou quase), falo de Serafim e sua trupe de santos homens.

Pesam contra Serafim reiteradas desconfianças de que, durante a ditadura, endureceu também o dedo e funcionou como espécie de olheiro da repressão – entregando os outros pra livrar o seu. Foi um péssimo secretário de finanças, teve um rompimento escandaloso com Artur Neto que ajudara a eleger e, mal controlando a língua, chegou a ser processado por São Jefferson Peres, por mentir. É honesto? Sim, até provem o contrário como, rigorosamente, em relação a Amazonino deve-se o mesmo crédito, posto que nada se provou.

Seu vice, por igual, não poderia ser mais fake. Mário Frota é falso nas idéias, na argumentação, no cabelo e na honradez. É filho, e portanto beneficiário, de um dos mais conhecidos grileiros de terra do Amazonas. Todos sabem. Sua passagem pela Câmara de Vereadores de Manaus é emblemática. Por lá deixou irmã, cachorro e papagaio, sem concurso e sem vergonha – como todos os políticos. No episódio do cartel dos postos de gasolina, sua pusilanimidade ficou evidente ao negar fogo contra conhecido grupo empresarial com qual mantém relações. Mário Frota tem o estigma do perdedor, tal qual Serafim. Ambos caminham sob as bênçãos de São Jefferson Peres.
Este último, por sinal, em se tratando de cinismo e dissimulação, é o primeiro da lista. São Jefferson Peres, preguiçoso como é, acostumou-se a fácil postura de oposição institucional. Rompe com todos os governos que ajuda a eleger, vez que atirar pedra é a profissão mais fácil do planeta: não exige diploma, nem qualificação especial, apenas sem-vergonhice. Alguém suscitou aqui uma nebulosa ocorrência de São Jefferson Peres no episódio do afundamento da Siderama, junto com um tal de Luís Otávio – se bem lembra o Jeca. De fato, parece proceder e datar da mesma época uma passagem de São Jefferson Peres pelas barras da Polícia Federal onde, na condição de réu confesso, assumiu seus maus feitos. O Jeca já viu cópia dessa documentação e, se minha influência sobre ele evoluir para um controle total, vou tentar obtê-las e publicá-las aqui. São tantas coisas a dizer e tanta preguiça que prefiro dormir. Serafetes, fodam-se.