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20 outubro, 2004

Histórias de Phadas e Phodas (1)
Por Fran Pacheco

Do Livro dos Seres Políticos Imaginários: O Gog

O Gog é um feto ambulante, o concepto de uma bruaca com uma mala preta recheada de vil metal. Nenhuma equipe da Real Sociedade Científica jamais conseguiu registrar sua imagem. Arredio, vive sob cárcere privado, em paradeiro errante, ora nos confins do Grão-Pará, ora nos limites difusos da Cisplatina. Nunca dá com a língua nos dentes, pois sua arcada dentária fica na testa. Não possui documento oficial de nascença, parido que é no valhacouto da clandestinidade, pelas mãos das 3 fúrias (Megera, Alecto e Tsífone). Sua tipologia é variável, ao sabor das oferendas, conforme o pai que se lhe queira imputar. Às vezes é um feto barbudo, às vezes glabro e calvo. Até turco ele pode ser. Não confundir com os Delfins, vastíssima casta de filhos de Botos-Tucuxis, seres em estado terminal no folclore político.

O Gog manifesta-se sempre na estação das eleições tropicais (entre o equinócio de primavera e o solstício de verão). Ele é atraído pelos estertores do grande verme Cândida Turaofficialis (consultar verbete sobre este monstro) em vias de ser defenestrado. De sua existência ficam sabedores os druidas batistas, que fazem espalhar a notícia pela voz dos eqüídeos sabinos. Seu advento causa grande comoção nas massas. O infeliz a quem é imputada a paternidade do Gog torna-se um sonâmbulo, inapto para debates na Tv, até que se desafaça o encantamento. Ao final da apuração, exaurido como assunto, o Gog recolhe-se ao aconchego do Tártaro, onde se põe a hibernar.

Quando, no fim dos tempos, o Gog encontrar-se com seu antípoda, o Magog (a serviço da coligação contrária), reinará o Caos Final no sistema eleitoral. Os oráculos prevêem uma orgia dionisíaca, com a Grande Unificação de todos os clãs políticos numa suruba sanguinolenta (financiada pelos aldeões).