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08 junho, 2006

Proibido para menores
Por Fran Pacheco

Ministro do TSE explica metaforicamente o que é "verticalização".
(foto: Monica Lewinski)


Parece enredo de Carlos Zéfiro, mas é só política. Foi mais ou menos assim: partidos de porte avantajado, partidos nanicos e partidos anões-de-porte-avantajado estavam prestes a entrar no maior concubinato para abocanhar grossas fatias do eleitorado e continuar fornicando o país. Enquanto isso, em Kôeningshtáin, Ronaldinho Gaúcho mostra a bunda (branca?) em cadeia global. Inspirado, ou provocado, sei lá, chega Marco Aurélio Primo do Collor e, com aquele vozeirão de estômago roncando, tchuns! Endurece a verticalização. Sem preliminares, em cima da hora, de bate-pronto, deixando os sujeitos passivos, os candidatos, estuporados, estupefaciados, judiados, como as saudosas cabritas e marrecas que iniciaram antigas gerações de capiaus nos segredos a artes do amor.

Sacanage? Acho pouco. É sabido que em matéria de política só doi quando eles riem, probrema é que eles ri sempre. Lula só vive rindo, ri pelas entranhas – e uma coisa eu garanto, se não tivesse os dentes da frente, style Tião Macalé, já estaria eleito por aclamação. Até o Alckmin ri (falso, falso) em cima do jegue (tinha que ter um jegue nesse enredo!). Ver o espanto que se abate sobre todos eles (exceto Lula, que nem tá sabendo da parada), vê-los uma vez na vida fazendo beicinho triste, reclamando em uníssono de “mudança nas regras do jogatina”, de “ameaça à seguridade jurídica” e da “falta de jeitinho do Marcão” é um alívio cômico dos mais salutares. Chorai, ô rebotalhos!

Nóis na geral, sequiosos por mais perversidades deste tipo aplaudimos. Os candidatos já tiveram mel na chupeta demais da conta. Auto-brindaram-se com uns remendos de reforma política que tornaram as campanhas mais baratas. Já se viu? Cortar os gastos dos biltres sem cortar-lhes os lucros?! Alguém que gastar R$ 1 milhão a menos na campanha vai roubar R$ 1 milhão a menos depois de eleito, a título de compensação? E a proibição de showmícios? À parte o benefício de se banir os "Dois Filhos de Francisco" das redondezas, há sérios problemas: qualquer lei que restrinja o uso de Ivete Sangalo não me tem lugar no coração.

Eu sei, ah, eu sei, tudo que é sólido se desmancha no ar, já dizia o inventor da naftalina. No final das contas, estes verdadeiros atletas sexuais vão virar o jogo e dar mais quatro anos dentro. Marcão pode bancar o chato à vontade. Os espiroquetas se adaptam rapidinho. E longe do furdunço, recompondo a libido, Severino Cavalcanti aguarda a hora de tomar posse e... crau.