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10 junho, 2006

MESA BRANCA REDONDA
Por Stella Maris - especial para o Club

O tempo fechou quando o exu Tranca-Ruas baixou no debate mediúnico do Club dos Terríveis.

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NOTA DO EDITOR: Nem só de Fátima Bernardes vive a Copa do Mundo. Nossa enviada espectral , Stella Maris, ao Club torna (após curtir uma temporada no Hades) e prova que ainda goza, e como goza, de grande reputação entre os VIPs do além-túmulo. Mais colocada do que nunca, nossa repórter conseguiu – com uma ajudinha de Madame Blavatski e do colunista Caixinha – a façanha de reunir na mesma tábua ouija as maiores celebridades defuntas da Alemanha e quejandos para um bate-papo descontraído sobre o esporte das multidões. Acompanhe:
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CLUB DOS TERRÍVEIS: Vamos começar com uma pergunta bem original. Quem é o maior jogador de todos os tempos?
Beethoven: “Hein?!”
Einstein: “Isso é relativo, minha filha.”
Heisenberg: “Depende...”
Nietzsche: “Lá vêm vocês com o eterno retorno a essa questão!”
Goethe: “Mais luz no estúdio!”
Hitler: “Eu tenho a solução final pra esse problema, fraulein!”
Thomans Mann: “Olha, eu bem que poderia dar uma opinião, mas seria impossível resumir tudo que penso em menos de 500 páginas.”
Wittgenstein: “É... dava pra escrever um Tractatus a respeito.”
Immanuel Kant: “Posso tecer uma crítica a priori a essa pergunta?”
Beethoven: “Hããnnn?!”
Max Weber: “Prefiro que meu pupilo responda por mim. Ô FHC! Esse menino...”
Freud: “Que tal umas sessões para você mesma encontrar a resposta?”
Karl Marx: “Pela esquerda lógico que foi o Canhoteiro.”
Oskar Schindler: “Deixa eu consultar minha listinha.”
Schubert: “Alguém empresta um guardanapo pra eu terminar esta sinfonia, pelamordedeus?!”
Franz Kafka: “Quê que eu tô fazendo aqui? Eu sou tcheco, pô! To me sentindo o maior barata tonta...”

CT: Tudo bem, vamos adiante. Lá no Brasil ninguém mais agüenta ver a carranca do Ronaldinho Gaúcho em reclame de posto de gasolina, desodorante, funerária, regulador feminino e o diabo a quatro... Como é que essa onda tá por aqui?
Goebbels: “Mas filhota, propaganda é a alma do negócio!”
Bach: “É... não tem fuga. Permite-me fazer um contraponto?”
E. T. A. Hoffmann: “É bem macabro mesmo.”
Klaus Kinski: “Cá entre nós, sou ou não sou mais bonito que ele?”
Dr. Fritz: “Eu poderr tentarr fazerr um plástica no Ronaldinha...”
Dr. Mengele: “Deixa que eu faço!”
Karl Marx (com uma camisa da Beija-Flor): “Olha o conflito dialético aí, geeente!”
Beethoven: “Hããnnn?!”
Ferdinand Von Zeppelin: “Mudando de assunto, pequena... Sabias que um comprimido azul me deixou com todo gás?”
Herman Hesse: “Não liga pra esse conde velho não, Stella. Vem com o lobo da estepe aqui, vem.”

CT: Senhores, olha que eu corto a cerveja. E a abertura da Copa? O que acharam?
Irmãos Grimm (em uníssono): “Fabulosa!”
Ferdinand Von Zeppelin: “Me levou às alturas.”
Walter Groupius: “Foi uma abertura moderna, funcional, bem arquitetada, assino embaixo.”
Richard Wagner: “Modéstia à parte, em matéria de 'Gesamtkunstwerk' sou mais o Anel do meu Nibelungo.”
Bertolt Bercht: “Não pagaria três vinténs por aquela manifestação burguesa. E o ingresso tava um roubo. Mas o que é um roubo...”
Franz Kafka: “De repente eu me vi ali, sem saber o porquê, no meio daquela multidão indiferente, sem poder escapar daqueles corredores infindáveis do que parecia ser um estádio, ou era um tribunal?”
Beethoven (testando o microfone): “Som! Alô, sssom? Cadê o sssom?”

CT: E a vossa digníssima Seleção? O que vocês acharam desse primeiro joguinho dela?
Guttemberg: “A primeira impressão é a que fica.”
Leopold Von Sacher-Masoch: “Ficar 90 minutos vendo aquele jogo foi um tremendo suplício. Adorei.”
Hegel: “Em tese, o jogo foi uma merda. Em síntese, foi bom.”
Walter Benjamim: “Matei aula na Escola de Frankfurt só pra ver o jogo. Depois bateu uma vontade de me matar....”
Karl Marx: “Não achei nada revolucionário. Mas dialeticamente a coisa há de melhorar.”
Ferdinand Porsche: “Nosso time não é nenhuma Mercedes, mas vai pegar nem que seja no tranco.”
Schopenhauer: “Torcer é sofrer.”
Sacher-Masoch: “Ai, adoro torcer!”

CT: Vocês acham que uma final Brasil X Alemanha dá pé?
Rudolf Diesel: “Se depender de mim, não vai faltar combustível pra gente chegar lá.”
Schopenhauer: “Vontade é o que não falta.”
Rosa Luxemburgo: “Vamos partir pra luta, companheira!”
Johannes Brahms: “Vai ser uma rapsódia do chucrute doido.”
Otto Von Bismark: “Já tracei toda a estratégia pra passar a perna em vocês.”
Wernher Von Braun: “Vai bombar.”
Mozart: “Vou preparar um réquiem pra vocês.”
Hitler: “Vocês não querem que eu repita pela enésima vez que nós somos superiores, querem?”
Nina Hagen: “Quem me colocou aqui?! Eu ainda não morri, ô meu! Chama o Supla!!!”

CT: Nossa pauta estourou. Alguém quer deixar uma mensagem final para os nossos leitores...
Richard Strauss: “Assim falava Zaratrusta, meu tio: passarinho que come pedra sabe o que advém!”
Freud: “Estorou o tempo digo eu! São quinhentas pilas pela jam session.
Marlene Dietrich (blasé): “I want to be alone!”
Martinho Lutero: “Protesto! Protesto! Quem disse isso não foi a Greta?”
Beethoven: “Alguém pode me dizer quando é que essa entrevista vai começar, porra?!”

(Na fila de espera pra entrar na mesa, Bento XVI manda aquele abraço.)