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01 maio, 2006

Fodeu-se
Por irmão Paulo

Num resumão rápido do que aconteceu a Garotinho, ex-pré-candidato a Presidente pelo PMDB, historio: No domingo 23 de abril, o jornal "O Globo" publicou reportagem mostrando que as quatro empresas declaradas por Garotinho como doadoras para sua pré-campanha não funcionam nos endereços fornecidos à Receita Federal. A Folha de São Paulo revelou no dia 25 que José Onésio Rodrigues Ferreira, assaltante que cumpre pena no complexo penitenciário de Bangu, aparece como sócio da Virtual Line Projetos e Consultoria de Informática na época em que a doação de R$ 50 mil para campanha foi efetuada. Uma das empresas doadoras da pré-campanha, a Eprin, tem como sócio Nildo Jorge Raja, que também é sócio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Treinamento (IBDT), que recebeu o dinheiro do governo de Rosinha, através da Fesp, sem licitação, revelou a Folha de São Paulo no dia 26. Luiz Antônio Motta Roncoli, sócio da Virtual Line, aquela doadora, divide endereço (residencial?) no centro do Rio com o presidente do IBDT, Reinaldo Pavarino Júnior. A Fesp repassou, sem licitação, R$ 112,5 milhões para três associações de cujas diretorias fazem parte sócios de três empresas doadoras. O Inep recebeu R$ 52,5 milhões. O Inaap, R$ 34,8 mil e o IBDT R$ 25,6 milhões, mostrou o Globo no dia 27. A Folha de São Paulo revelou que outra ONG financiada pela Fesp é ligada a sócios de empresas doadoras, o Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos do Cidadão (CBDDC), tem como presidente do Conselho Fiscal Hélio Bustamante Secco, irmão de Ricardo Secco, parceiro em vários negócios de Luiz Antonio Motta Roncolli, dono da Virtual Line. Por fim, na edição de 03.05.2006, a Revista Veja contou que Garotinho usou na pré-campanha jatinho que pertence a um criminoso, o João Arcanjo Ribeiro, mas que estava sob a guarda de um administrador judicial e arrendado a uma empresa de limpeza urbana. Como se vê, uma teia de difícil compreensão, montada sem a ajuda de Herr Bastos.

Depois dessa, o que fez o pequeno Bolinha? Poderia ter explicado tudo. Começando por explicitar onde está a legalidade desse duto de recursos públicos direcionados a empresas sem licitação, sem explicação e sem mais nem menos. Em seguida, esclarecida a legalidade dos repasses de verbas, iria explicar que as doações em ‘pecúnia’ (para emular seu estilo carioquesco-cafajeste) foram legítimas, quiçá feitas por irmãos em Cristo, evangélicos humilhados como ele próprio. Em seguida, fechando com chave de ouro (menção honrosa à antiga cachaça), comprovaria, com documentos solicitados do proprietário do jatinho que utilizou durante a pré-campanha que as viagens foram pagas, e não dadas, e o avião não pertenceria a um chefão do crime organizado e sim a uma empresa de transporte realmente estabelecida no mercado ao invés de uma de jardinagem que se tornou a maior locadora de automóveis para o governo de sua mulher, faturando 26 milhões de reais por ano.

Bolinha, entretanto, não fez nada disso. Em evidente ato de desespero, surtado, convocou a imprensa à sede regional do PMDB, no Riii di Janieeeiro, leu um manifesto terrorista, meio carta-testamento, contra a “campanha mentirosa e sórdida” conduzida pela Rede Globo e pela revista Veja, custeada pelo Governo Lula, para destruir sua imagem. Na carta-testamento, intitulada “à nação brasileira”, convoca ainda os evangélicos a um confronto fratricida, ao afirmar que suas “posições cristãs e éticas” são ridicularizadas e tenta instalar um sentimento de insegurança ao mencionar Forças Armadas humilhadas e uma misteriosa entrega do patrimônio nacional à ganância estrangeira. Dito isto, anunciou uma greve de fome só será suspensa quando: 1. for instituída uma supervisão internacional no processo eleitoral brasileiro. 2. os veículos de comunicação que fazem calúnias cedam o mesmo espaço para que a população possa conhecer a (sua) verdade dos fatos. Cá entre nós, isso não vai acontecer nunca e o Bolinha entrou num beco sem saída.

Garotinho é o que há de mais degradante na política brasileira atualmente, entre os competitivos. Só o que o Riii tem produzido ultimamente. ‘ Sua trajetória pública como executivo e, agora, como pré-candidato é marcada por populismo, intervencionismo, irresponsabilidade fiscal e administrativa, corrupção, práticas fraudulentas e até falsidade ideológica’, não admira, pois, se na calada da noite, abraçado à sua Lulu, nosso Bolinha, furando escondido a greve de fome, empanturre-se de guloseimas e de doces, tentando esquecer a embrulhada na qual se meteu. E se fodeu.

 

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