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19 outubro, 2005

O mico, o aventureiro e o viagra
Por irmão Paulo


Ser mico de circo, pelo que concluí após extenuante pesquisa, é ter de ser sempre ensaiadinho, fazendo tudo para agradar à platéia. Caetano Veloso, em sua persona pop, foi sempre e é, ainda hoje, o maior mico do circo Brasil. O grotesco é que essa persona pop, altamente lucrativa por sinal, agora ocupa o primeiro lugar na fila, degenerando em jorges mautneres o senso estético que um dia fez a glória do artista. Curioso como alguém que já foi um, vá lá, gênio musical (apesar da queda pelo fácil) é capaz de descer aos mais baixos degraus da estupidez quando se mete a dar conselhos políticos e filosóficos.

Caetano sempre foi dedicado cultor da arte de jogar para a platéia. Nas polêmicas fake que entrou, sempre auscultou a tendência da massa e correu em sua direção – para juntar-se a ela. Rei do lugar comum, sabe que faz bem às pessoas ouvirem aquilo que já sabem e concordam. E assim tem se conduzido publicamente. Caetano é o mestre do óbvio.

Como é de conhecimento público, Caê se separou da tesudinha, mas ordinária, Paula Lavigne. As razões parecem óbvias, a principal: aos 60, sentindo-se inevitavelmente mais perto do éter que da carne, deve querer aproveitar o que lhe resta de vida útil, sexualmente falando inclusive. O que só poderia ser feito, em relativa calmaria, sem o compromisso formal que tinha com a esposa.

Em outras palavras, antes de brochar, Caetano quer aproveitar o que lhe resta, em movimento semelhante ao adiantado por Chico Buarque ao largar Marieta, com quem partilhava um casamento altamente tolerante. Lembre-se que o velhos-olhos-ardósia é o mais famoso comilão do cenário artístico nacional e que Marieta, vá lá, mirou-se, mesmo, no exemplo das mulheres de Atenas. Enquanto Chico tomou seu rumo, Caetano Veloso toma Viagra.

O que explica, também, o surto de sandices políticas que vem brandindo o baiano rebelde. Sabe-se lá que efeitos colaterais devastadores um vasodilatador poderoso como o viagra surte no juízo do cidadão. O cérebro deve virar praticamente uma esponja, um corpo cavernoso, e o cara é capaz de chamar urubu de meu louro e ver no soturno Mangabeira Unger um “aventureiro do bem”. Assombro um sujeito que toda vez que toma viagra fica gagá e esquecido, com o massapo em forma, mas sem nenhuma idéia do que fazer com ele.

Aventureiro, sem dúvida, Unger é. Praticante de um português exuberante e politicamente fora de moda, Mangabeira Unger lembra mais Dr. Strangelove (o hilário cientista nazista interpretrado por Peter Sellers, no filme de Kubrick), que Sassá Mutema, ao qual remete Caetano, inexoravelmente, ao definir Unger como o Salvador da Pátria que ele (Caetano) quer.

Mangabeira Unger, que diz não pensar com sotaque, autoproclama-se o único capaz de guiar o Brasil contra os interesses dos Estados Unidos, apontando para a possibilidade de um resultado libertador nas eleições de 2006 que viria salvar o país. Como se vê, uma retórica fascista da mais baixa categoria e que fica ainda pior quando pronunciada còm aquele sotaque, no mínimo, revelador.

 

1 Comments:

  • At 1:48 PM, Anonymous Anônimo said…

    Caetano é lamentável.

     

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