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14 junho, 2005

Em busca do tempo perdido
Por Fran Pacheco

Está mais do que na hora de passar este país a limpo. Então comecemos, mas do começo! CPI do Pau-Brasil. O que aconteceu com o pau-pátrio? Alguém acredita mesmo que todas aquelas gigantescas remessas de toras para o estrangeiro viraram tintura e arcos de violino? E o escândalo dos mega-latifúndios, vulgo Capitanias Hereditárias? Houve licitação? Consultaram Araribóia? Ou foi pura grilagem? Mas temos que ir mais fundo, cortar na carne e apurar de uma vez por todas se houve ou não houve nepotismo ou favorecimento ilícito na carta de Pêro Vaz Caminha. E mais: houve negociata em Tordesilhas? Como Espanha e Portugal repartiram entre si a Terra sem apresentarem o testamento de Adão? Quem o extraviou e por quê? E a mãe de todas as CPIs, a do Cabral? Como alguém pôde ser tão incompetente? Aí tem. O gajo foi o pior navegador de todos os tempos – quis chegar à Índia e veio parar aqui (logo aqui!), no Pindorama, cortando o nosso barato. Ah, senhores, às vezes, meu DNA mezzo tamoio, mezzo nagô e mezzo trasmontano (peraí, três metades, ó pá?), latejando em minhas células roga pragas ao Pedrálvares, por ele não ter sido barbeiro o bastante. Devia ter errado ainda mais o alvo. Antes tivesse descoberto a Argentina! Quinhentos anos de azar seriam todos de nuestros hermanos.