Curtain
Por irmão Paulo
É o título original de um romance de Agatha Christie, que narra o último caso de Hercule Poirot, traduzido para o português como Cai o pano. Mas que também poderia ser Fecham-se as cortinas.
Título interessante para texto que se propõe a saudar a chegada do Correio Amazonense, altivo e "imparcial", diário que seria de propriedade escancarada de Amazonino Mendes, que conseguiu erguê-lo economizando sua remuneração e aposentadoria de tri-governador, certamente.
O vil metal, no caso, pelo que dizem muito, porém ainda assim vil, atraiu profissionais de todos os matizes para juntarem-se nessa cruzada independente. Será, certamente, um jornal crítico, afinal o mecenas dessa turma é oposição em todos os níveis.
A velha graça e maledicência, digo, malemolência, de Betsy Bell passará a enfeitar as novas páginas do Correio Africano. A lente privilegiada de Alberto César, inocentemente, focalizará imagens surpreendentes que serão habilmente utilizadas para tematizar sessões e induzir conclusões. O poeta que alçou vôo no Festival de Poesia emprestará suas asas para envernizar de música o ronco dos estômagos famintos dos donos. Ah!, pudera eu também estar vivo para entrar nessa dança. Tudo por algumas merrecas a mais.
Ocorre, senhores do Sinédrio, que jornal é um investimento de longo tempo e tempo é a única coisa de que não dispõe Amazonino, seja pela proximidade das eleições, seja pela proximidade evidente d'A Indesejada. O Diário do Amazonas levou 20 anos para ser o mais vendido, isso lembrando que o atavismo do leitor faz da Crítica, ainda hoje, o mais lido, disparado, aos domingos. Mas isso não quer dizer mais muita coisa. O Correio não servirá para a eleição do ano que vem e, pelo nível dos envolvidos, pode não ter vida longa.
Quem lembrar do império dos Diários Associados e da figura exuberante de seu proprietário, da pujança do grupo e do poder de fogo de Assis Chateaubriand, vai entender o que digo. Em poucos anos, nada restou dos Diários Associados, senão dívidas. É o destino inexorável de A Crítica.
Cai o pano para imprensa amazonense. Cooptados, os melhores se calam (mesmo que temporariamente). Em paralelo, este espaço se exaure e se perde em frivolidades, acorrentado por respeito a afinidades, além do medo que os médiuns têm de serem descobertos - o que atrapalha muito a psicografia. Não acredito que haja saída para nós, na verdade não acredito em nada, mas a passar o tempo discutindo a bateria do carro, ou que isqueiro se deve usar, ou que empreguinho de bosta se deve ter, prefiro uma boa morte. Ou uma boa vida.
Título interessante para texto que se propõe a saudar a chegada do Correio Amazonense, altivo e "imparcial", diário que seria de propriedade escancarada de Amazonino Mendes, que conseguiu erguê-lo economizando sua remuneração e aposentadoria de tri-governador, certamente.
O vil metal, no caso, pelo que dizem muito, porém ainda assim vil, atraiu profissionais de todos os matizes para juntarem-se nessa cruzada independente. Será, certamente, um jornal crítico, afinal o mecenas dessa turma é oposição em todos os níveis.
A velha graça e maledicência, digo, malemolência, de Betsy Bell passará a enfeitar as novas páginas do Correio Africano. A lente privilegiada de Alberto César, inocentemente, focalizará imagens surpreendentes que serão habilmente utilizadas para tematizar sessões e induzir conclusões. O poeta que alçou vôo no Festival de Poesia emprestará suas asas para envernizar de música o ronco dos estômagos famintos dos donos. Ah!, pudera eu também estar vivo para entrar nessa dança. Tudo por algumas merrecas a mais.
Ocorre, senhores do Sinédrio, que jornal é um investimento de longo tempo e tempo é a única coisa de que não dispõe Amazonino, seja pela proximidade das eleições, seja pela proximidade evidente d'A Indesejada. O Diário do Amazonas levou 20 anos para ser o mais vendido, isso lembrando que o atavismo do leitor faz da Crítica, ainda hoje, o mais lido, disparado, aos domingos. Mas isso não quer dizer mais muita coisa. O Correio não servirá para a eleição do ano que vem e, pelo nível dos envolvidos, pode não ter vida longa.
Quem lembrar do império dos Diários Associados e da figura exuberante de seu proprietário, da pujança do grupo e do poder de fogo de Assis Chateaubriand, vai entender o que digo. Em poucos anos, nada restou dos Diários Associados, senão dívidas. É o destino inexorável de A Crítica.
Cai o pano para imprensa amazonense. Cooptados, os melhores se calam (mesmo que temporariamente). Em paralelo, este espaço se exaure e se perde em frivolidades, acorrentado por respeito a afinidades, além do medo que os médiuns têm de serem descobertos - o que atrapalha muito a psicografia. Não acredito que haja saída para nós, na verdade não acredito em nada, mas a passar o tempo discutindo a bateria do carro, ou que isqueiro se deve usar, ou que empreguinho de bosta se deve ter, prefiro uma boa morte. Ou uma boa vida.
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