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22 maio, 2005

O Guia do Mochileiro do Planalto
Por Fran Pacheco

Anotação enquanto o avião presidencial é abastecido para uma jornada aos confins da Japolândia.

Assim que Max Nunes bater no andar aqui de cima, vou convidar o velho craque do humor para ser meu ghost-writer, literalmente. Max, o último remanescente dos grandes humoristas de rádio e TV do Brasil, está semi-aposentado, numa salinha, como produtor do "Programa do Jô". Para ver a falta que anda fazendo o criador do Primo Rico & Primo Pobre, basta conferir o constrangedor nível das praças e zorras que povoam nossa TV.

Penso no Max (e preciso urgentemente da ajuda dele para desenvolver os sketches) toda vez que os humoristas involuntários e o acaso criam novos bordões e até mesmo novos personagens, como o Mochileiro do Planalto.

Gorducho, barbudo, bom de copo e bonachão o Mochileiro do Planalto usa, por baixo de uma faixa verde-amarela, uma camisa de turista (daquelas com desenhos de flores), e invariavelmente está segurando suas malas e sacolas, repletas com os adesivos dos países visitados. Sempre conferindo ansioso o horário do embarque nas passagens, o Mochileiro é admoestado por um assessor (um ator coadjuvante, que lhe servirá de "escada"). O estressado e engravatado aspone lembra ao descontraído Mochileiro dos muitos abacaxis e batatas quentes que pululam país afora:

"Mas presidente, a CPI, presidente..."

O Mochileiro dá uma risadinha sarcástica e cutuca seu "papagaio-de-pirata" (um coadjuvante afro-magrinho, de paletó, sarongue e cabelo rastafari), que começa a dançar. A câmera dá um close no mochileiro, que faz uma cara daquelas que só o Paulo Silvino é capaz de fazer e solta o seu bordão:

"Olha pra minha cara. Vê se eu tô preocupado..."

Ah, Max! Pense na minha proposta. Aguardo resposta urgente, enquanto não cancelam as passagens do Mochileiro.