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11 maio, 2005

As figuras nefastas do alto escalão
Por Fran Pacheco

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"Srs. ministros, uma pose para o povo brasileiro, por favor."

Ponha-se por um instante no lugar de Abílio Diniz. Em primeiro lugar, parabéns, coroa! Sua esposa é uma sílfide de vinte e poucos anos. Mas estamos aqui para falar de negócios outros. O senhor, como grande empresário, cioso do bem-estar financeiro de seu patrimônio, contrataria para executivos do seu Conglomerado gente como os ministros Alfredo Nascimento, Romero Jucá, Ricardo Berzzoini, Agnelo Queiroz, Olívio Dutra et patotam? Se a resposta for positiva, um conselho de amigo: venda enquanto é tempo todas, todas as ações de seu Grupo para o primeiro francês desinformado da esquina. E veja pela Tv o enterro da sua empresa.

Qualquer pé-rapado que for procurar emprego de empacotador na mais reles quitanda de subúrbio precisará provar que tem "experiência em empacotação". Mas para gerir a Previdência do país, uma atividade estatal crítica, que envolve cifras bilionárias e o atendimento a milhões de "beneficiários", o Governo promove uma dança de cadeiras para acomodar o primeiro apaniguado disponível, que, é lógico, nunca lidou com previdência pública na vida. Tem como dar certo?

Apesar dos fortes indícios, o Governo não é besta. Para atividades que lhe interessam diretamente o bolso não hesita em valer-se de técnicos gabaritados. Para comandar a Receita Federal (estômago e pulmão do Ogro), sempre são chamados servidores experientes do próprio Fisco. Recolhedores de impostos calejados, draconianos, desalmados, sádicos, que sabem (e gostam, ah! como gostam...) fazer o trabalho sujo de arrancar as merrecas dos contribuintes. Para o Banco Central, um banqueiro especializado nas mutretas do mercado ("o que é o roubo de um banco comparado à abertura de um banco?", já dizia um russo). Ou seja, para tomar do público, o Governo se arma dos melhores. Para servir ao público, vale qualquer rebotalho. Exemplo: para cuidar da malha viária, das ferrovias e hidrovias do país, por que logo um apedeuta como o Alfredo Nascimento?! Buchada (este o seu nom de guerre) só conseguiu fazer uma coisa pelos transportes de Manaus em 7 anos de mandato: plantar palmeirinhas nos canteiros centrais. O homem é completamente analfabeto em planejamento viário (entre muitas outras coisas). Mas eu vejo sempre o lado bom da vida: Buchada não foi acomodado no Ministério da Saúde.

Se fosse possível um Estado falir, fechar as portas, colocar todo mundo na rua, essa gente não arranjaria mais emprego, teriam que viver do que a rendosa atividade política lhes permitiu amealhar em suas "carreiras". Suas empresas (eles sempre têm) iriam para o brejo, sem poder parasitar e fagocitar as licitações e financiamentos públicos. É por isso que eles não desistem nunca. Uma hora estão ministros, outra disputando um governo, ou uma prefeitura, ou mesmo uma cadeirinha de deputado, ou uma cadeirinha vitalícia nalgum tribunal de contas. Ou deixam seus prepostos tomando conta de seus interesses - entra governo, sai governo. Tem que ser assim. Na iniciativa privada não dá. Morreriam de fome. Os puxa-sacos das altas rodas lhes dariam as costas. Ninguém lhes daria trabalho, nem como animadores de festa dos funcionários, para contar seus "causos". Seus currículos só serviriam para exumação minuciosa pelo Ministério Público.

Esses caras estão condenados, por sua vocacional incompetência para o trabalho honesto, a nos governar.