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08 abril, 2005

Roteiro para turistas mórbidos
Por Fran Pacheco

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"Por aqui, cavalheiros."


Entrar na fila para ver, durante 5 segundos, o corpo embalsamado do papa. Após 22 horas arrastando os pés, ter a sensação de que fila de banco é pinto. Desfrutar a oportunidade única de fazer as necessidades atrás das colunas medievais da Piazza San Pietro (fazer um mea culpa contrito depois). Refletir, indignado: “o Diabo é aquela mosca zoando no nariz do papa”. Vislumbrar a maior reunião de chefes de estado bundones desde o funeral de Nabucodonosor. Tentar pegar um autógrafo com o ucraniano envenenado, Viktor Yuschenko, antes que ele se decomponha. Na falta, serve o garrancho do rei da Bulgária (para provar aos céticos que a Bulgária existe). Pernoitar na residência oficial do embaixador Itamar Franco e certificar-se que ele ainda não aprendeu a falar italiano (conselho: não provocá-lo, ele pode ter um faniquito). Não se iluda: depois da passagem do efelentífimo Lula, o bar vai estar seco. Guardar como souvenir uma pena de pavão caída da cauda sorbonniana de FHC. Pegar o primeiro trem-bala para London-London e não perder o casório do Príncipe-Tampax Charles com a Duquesa da Cornualha (a “Biscoito”). Admirar-se com as samambaias de estimação do príncipe-herdeiro, que serão as damas de companhia de Camilla. Rumar sem pressa para a Côte D’Azur, onde a carcaça do príncipe Rainier III, pai de Stephanie de Monacô (cf. pronúncia de Paulo Ricardo in “Louras Geladas”) ficará à mostra por 9 dias no Cassino Royale. Refletir: “eu te perdôo, ó Rainier, por me teres roubado o amor de Grace”. Tudo sem pressa. Esses ritos mórbidos dos grandes nomes são lentos, muito lentos. Deliciosamente lentos.