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13 abril, 2005

O cajado vai comer solto
Por Stella Maris - especial para o Club

RUÍNAS DE CINÉDIA - O cineasta ortodoxo e adepto da “estética da fratura exposta”, Mel Jeguison, depois de triturar Jesus no hemorrágico A Paixão de Cristo, avisa a todos que vai filmar a história de João Paulo II. Após declarar-se “velho demais para essas cousas”, Chuck Norris recusou o papel (a bem da verdade, não ficaria bem um papa de franja loura). A escolha de Mr. Mel será disputada a tapas e mata-leões entre os atores shakespeareanos Lorenzo Lamas, Vim de Diesel, The Rock, Mario Van Peebles e Vitor Belffort – em sua primeira incursão dramática após Casa dos Autistas (no caso, seria dublado pelo imitador João Kléber). “Quero mostrar um pontífice multicultural, combatendo a sacanagem do mundo não só com encíclicas e tai-tchi-tchuan, mas com muita capoeira e brazilian jiu-jitsu”, explica Jeguison, babando no microfone. Não faltará, portanto, adrenalina, com uma perseguição espetacular na estação alpina de Castelgandolfo – onde o papa-esquiador escapará de sinistros antipapistas (ao som de “Erguei as Mãos!” do padre Marcelo, com arranjos do U2). “Mr. Karol!”, será o bordão de Hugo Weaving, no papel do ameaçador e clonado Advogado do Diabo Smith. Ao que John Paul responderá com uma saraivada de hóstias. Flash-back afetivo com Mr. Miyagi, ensinando a ao jovem Karol os princípios do Karatê com base na limpeza do claustro. E para quem detestou o final de “A Paixão”, em que o herói morre no fim, Mr. Jeguison, após degustar feno, avisa: “Ugh. Não deixarei os fãs na mão. Com certeza haverá um gancho para um João Paulo III.”