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13 março, 2005

E Volta
Por irmão Paulo

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Meu amigo Fran Pacheco, diretor desta espelunca, tem me admoestado, é esse o termo, a reaparecer por aqui e colaborar. Logo, pra não perder o amigo, mas ciente de que serei: 1. desprezando, 2. incompreendido e 3. ignorado, passo a escrever, assim, como se diz, ao correr da pena. Ou, no meu caso, dos dedos do Jeca que me empresta o corpo.

E me pergunto - sem maiores preocupações - por quê (por que, porquê, porque) razão continuar escrevendo. Antes, ao menos, ganhava o sustento com isso. Hoje, nem bônus-horas, no vocabulário de meu confrade de letras etéreas André Luís, pois escrevo para incultos incréus.

Um paisinho fuleiro, que tem coragem de pôr Lula lá, compor um congresso que acaba por ficar entre o Groucho Marx Greenhaulgh e o lunático (ou seria lulático) Sevérino e, ainda por cima, acreditar que as coisas podem dar certo, só pode mesmo dar errado. Tenho circulado, aclimatado que estou à promiscuidade amazônica, a residência de gente de bem que se confessa, na intimidade, desiludido. Talvez um caminho seja mesmo negociar o latifúndio amazônico - que de resto não nos fará falta, pois que inexplorado - com os americanos em troca da libertação econômica do Brasil civilizado. Falta praticidade aos governantes e ao pouvo brasileiro.

Enquanto isso, Jane Hanói Fonda reaparece nas telas de cinema estrelando uma comédia fuleira com a fuleira Jennifer Lopez. Esta, por sinal, deve ser mais convicente na vida real que nas telas, pois convenceu um galanzinho a casar-se com ela ao argumento de que seria semi-virgem - sabendo-se lá o que significa isso. Talvez o que Mônica Lewinski disse ter feito com Bill Clinton e foi relatado pelo misógino promotor Keneth Star, roçado seu genital nos lábios vaginais mas sem penetração propriamente dita. Se não for semi-virgem, é totalmente filha da puta. Jane Fonda, suponho, ganhou horrores para reaparecer mas, waaal, dinheiro não justifica tudo e jane Fonda já não é a mesma. Embora Ted Turner continue riquíssimo.

De bom mesmo, o que pude aproveitar de minhas espreitas ao Jeca, é Michael Moore em seu Awful Truth, levando um coral de cancerosos laringotomizados para cantar na Philip Morris, ou pondo um ator vestido de Hitler para retirar o ouro nazista dos cofres suíços ou, ainda, tentando contato com Bill Gates para entregar-lhe um presentinho para o novo barraco de 60 milhões de dólares e constatando que todos na Microsoft, assim como Gates, são atrofiados emocionais tendo a mesma anti-reação (silêncio e imobilidade) diante da grotesca figura de Moore. É triste constatar que nem humor sabemos mais fazer aqui neste país desgraçado, deixando os artistas espaço aberto para os jornalistas que, na ausência do que fazer, esforçam-se para fazer-nos rir.

Exemplo maior disso é o conselho do estupidimbecil Pompeu de Toledo, nas páginas do órgão de imprensa da famiglia Civita, de que tratemos os desarranjos verbais de Lula com o mesmo bom humor com que os ingleses encaram a vida amorosa do Príncipe Charles (com sua Camilla Cara-de-Cavalo). Poderia até ser engraçadinho, não fizesse Lula ao país, o que Charles faz apenas à Camilla. Ou ela a ele.