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02 janeiro, 2005

Previsões recauchutadas para 2005
Por Fran Pacheco

A renda per capita do brasileiro crescerá, mas seu patrão fingirá que não é com você. O salário mínimo, por uma questão de coerência, continuará mínimo. O técnico da Seleção será chamado de burro pela sapiente torcida. Um em cada cinco sujeitos continuará sendo chinês (exceto na China, onde eles serão a maioria esmagadora). Renato Russo ou Cássia Eller lançarão um novo disco. Tetas siliconadas se multiplicarão. Seu computador ficará obsoleto. O tema cultural mais palpitante do brasileiro será a novela das oito. Roberto Carlos gravará um álbum brega e fará um show reciclado na Globo (provavelmente no fim do ano). Famílias carentes, com cinco filhos, terão mais um. No boxe, será travada a luta do século. Parlamentares legislarão pro domo sua (em causa própria). Grandes times cariocas serão ameaçados de rebaixamento no Brasileirão. Fausto Silva continuará de mau humor, ganhando R$ 200 mil por mês. Uma mega-operação da PF prenderá figurões que serão soltos pela Justiça. A NASA fará uma importante descoberta astronômica, que não afetará a vida de ninguém. Um velho artista de cinema morrerá. Paulo Coelho venderá milhares de livros. Uma chuva inundará a cidade de São Paulo (preparem-se). A Portela não será campeã do carnaval carioca. O América não ganhará o Estadual. Nem Dalton Trevisan, nem J. D. Salinger concederão entrevistas. O Brasil não levará o Oscar de Filme Estrangeiro, mas a França arrebatará o César, o Óscar do cinema francês. Um furacão varrerá a Flórida, sem nenhum morto. Saramago, Chico e Niemeyer assinarão manifestos pró-Fidel. Os jornais estamparão erros crassos em suas manchetes. As nulidades reinarão absolutas nas colunas sociais. As nulidades (de todos os níveis sociais) receberão diplomas de curso superior.

A realidade continuará mais criativa que qualquer esforço de nossa vã imaginação.