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21 janeiro, 2005

A Paixão de Cristo
Por irmão Paulo

No ritmo louco e antinatural que vivem os encarnados hoje, certamente algum filisteu haverá de pensar que o comentário é sobre filme velho. Nem tanto, apenas outro dia o jornal dos Kane comentou o penúltimo livro da Lya Luft. Eu, apesar de morto, comento o último (no sentido de mais recente) filme sobre O Chefe.

A Paixão de Cristo,de mel jíbson, é dos piores filmes que já assisti em toda minha existência consciente. Antes uma sessão de boca do lixo, com o anão Chumbinho enrabando uma galinha que o rasteiro e primitivo melodrama jibsoniano, na forma e no conteúdo.

O filme pretende claramente ser factual, baseado principalmente no Evangelho Segundo São João, se ainda me lembro bem (do filme e do Evangelho), recita trechos inteiros do Evangelho e, como no poema bíblico, faz suceder cenas não concatenadas e quase bizarras, como quando o jovem Jesus cria uma mesa alta e sua mãe diz achar que não vai pegar – demonstrando que, segundo as crenças de Jíbson, Jesus criou a mesa.

Mel Jíbson é um católico fundamentalista, ao que consta, não acredita nas reformas do Concílio Vaticano 2º e não come carne às sextas, dentre outras inusitadas condutas. Seu filme, como produto de cinema é o que de pior se pode encontrar no mercado sério. Não faz sentido algum, para quem não tenha algum conhecimento prévio da vida de Jesus e sua filiação divina. Há uma figura misteriosa, rondando Jesus nos momentos definitivos que só pode ser “o Diabo” em pessoa, ou algum seu preposto. A uma curiosa situação quando a cruz, onde está Jesus, cai e seu rosto não encosta no chão, há tantas curiosidades que a gente desconfia, mesmo sem saber direito, que algo de importante está se passando na tela. Pessimamente editado, num vai-e-vem de flashbacks mal ajambrados e explicados, o filme é um lixo.

Se como filme a tentativa de Jíbson não passou disso – uma tentativa, como elemento de difusão (reavivamento diriam alguns) do Cristianismo, não passa de uma piada de mau gosto, aprovado pelo Vaticano regido por um rei senil que não larga o trono e, mesmo senil, é infalível.

O filme reduz muito claramente (e nisso escudou-se a judia Maria Morgesteen para interpretar a Santa Maria) um drama espiritual num reles melodrama humano. Cá entre nós, povo, em não sendo, como não é mesmo, o Reino de Jesus do mundo de vocês, o que os faz supor que o maior sofrimento de Jesus foi de ordem física? Jesus sofreu, em seu verdadeiro calvário celestial, durante a preparação de sua chegada, vez que não é razoável imaginar que a perfeição personificada poderia aterrar nesse vale de lágrimas sem árdua preparação. Jesus sofreu intensamente, inúmeras vezes verteu água dos olhos e sangue dos poros para aliviar a imensa dor moral de conhecer o estágio de evolução espiritual da humanidade.

Jesus foi um profeta triste.

Agora, eis que surge Jíbson, com sua compreensão limitada e literal das escrituras, com seus dogmas infundados e mesmo assim incontestáveis, a fazer do martírio de Jesus uma carnificina de dar inveja à Jack, the riper. O visual gosmento e ensagüentado, foi responsável pela sensibilização de muitos espectadores, notadamente o evangélicos, não exatamente conhecidos pelo equilíbrio e discernimento, e demonstra que há gente no nível dele.

Olhem que não sou crítico de cinema, mas, sinceramente, Jíbson era melhor antes, quando, cabeleira enlouquecida, destroçava meio mundo, do que agora, amansado-esnobe-e-desceLebrado, co-dirigido pelo Espírito Santo, tentando salvar o que restou.



 

1 Comments:

  • At 2:23 PM, Blogger Unknown said…

    Só UMA COISA LAMENTO SOBRE O VOSSO COMENTARIO,A MANEIRA COMO SE REFEREM AOS EVANGELICOS,VOCES TEM SEMPRE QUE USAR ESTE NOME QUE INCOMODA TANTO?SOU ENVANGELICO,E QUANTO A TER EQUILIBRIO E DISCERNIMENTO,E UMA FALTA DE RESPEITO PARA QUEM PROFESSA ESTA FÉ,ESPERO QUE PONHAM A MAO NA CONSIENCIA,EM SACO DE BATA,EXISTE BATATAS PODRES E BOAS,NAO JULGUES TODAS PELO SACO...SEJAM SABIOS.

    QUE DEUS VOS ABENÇOE EM NOME DE JESUS.

     

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