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22 janeiro, 2005

"Meu nome é Gonorréas!"
Por Fran Pacheco

A grande virtude do Dr. Enéas Ferreira Carneiro é sua incapacidade de esbravejar suas asneiras ultra-reacionárias por mais de 30 segundos, que é o intervalo entre seus tiques nervosos. Tente conversar com ele e marque no relógio. Aos 30 segundos, mesmo que esteja no meio de uma peroração sobre as virtudes geopolíticas da bomba atômica, ele arrotará grosso: "meu nome é Enéééééas!". Trauma da campanha de 89.

Dr. Carneiro é gente, tudo bem, mas um humanóide sui generis, com um latifúndio de pentelhos na cara - coisa que daria para bordar vários suéteres para as vítimas do/da tsunami. Em criança, foi menino-prodígio. Já nasceu careca e enfezado. Homem feito, cultivando aquela prochasca no rosto e uns quarenta graus de miopia, chegou a ser respeitado no meio médico. Coincidentemente, quando teve sua iluminação e enlouqueceu, bandeou-se para a política - esse valhacouto do que há de menos aproveitável no gênero humano. Fundou o Cona, uma seita cuja lavagem cerebral é pior que a do reverendo Moon. Todos os que passam pelo ritual iniciático tornam-se clones mentais e fonéticos do Grão-Mestre. Dra. Havanir, sua metade feminina (pelo menos cromossomicamente falando), chegou a contrair um par de testículos, tal o rigor dos exames.

A propaganda-gratuita-relâmpago (blitzgratüitenpropaganden) do Cona, exibida em cadeia nacional, pegou-me de surpresa. Mal tive tempo de aumentar o volume, absorto que estava em capturar uma mosca tsé-tsé com um par de hashis. Seborréas Carneiro estava apresentando seus sequazes a toque de caixa - todos eles em posição de sentido! Uma seguidora solteira foi chamada, na legenda, de "Srta. Juliana". Foi marcante. E rapidinho. Tudo ao som do pãn-pãn-pãn-pãmmmm da 5ª Sinfonia em Dó Menor, do Ludwig Van. Que me perdoe o imortal e falecido surdinho alemão, mas aquele jingle é mesmo a cara do Enéias. Nem Marylin Mason faria melhor.