Homem de Palha
Por irmão Paulo

Enquanto exerceu funções subalternas, compondo a matilha de Amazonino Mendes, sua obtusidade – lato sensu - era um fato folclórico, algo engraçado, mas sobretudo tolerável porque inofensivo. Cabo Pereira, como era chamado por suas origens militares e por sua pouca instrução, só fazia o que o mestre mandasse. Seu primitivismo, assim, ficava encoberto pelo cargo. Ao assumir um posto de comando, vimos desveladas as imensas limitações intelectuais, morais e éticas da figura.
Abandonou a Prefeitura de Manaus à própria sorte, sequer conseguindo articular-se para eleger seus sucessores, tendo criado um vácuo de coordenação que possibilitou a Amazonino Mendes imiscuir-se naquele Poder, com a fome que lhe é peculiar, e exercer a mais nefanda, embora legítima, influência. Formou com Vanessa Grazziotin e não conseguiu, sequer, levar a moça ao segundo turno e terminou nos braços de Serafim – que fez pouco de seu apoio desde sempre até agora.
Alfredo Nascimento e caterva familiar são seguramente dos mais ricos no Amazonas. Hotéis, hospitais e empreendimentos diversos em outros estados da Federação, empresas de recauchutagem e blokrets de concreto, a nova locadora de vídeo da João Valério e por aí vai. Ao falar das planilhas das empresas de ônibus e declarar-se um homem limpo, desviando o assunto, é justamente porque, num movimento de inversão típico da política, o Arigó é mais sujo que pau-de-galinheiro. Descerebrado, declara que vai ao Ministério Público pedir apuração de tudo no mesmo dia em que o Procurador-Geral de Justiça informa à sociedade que irá reabrir procedimentos apuratórios inadequadamente arquivados e encaminhar o que houver, contra o Arigó, ao STF.
Distorcendo a discussão, deixa de explicar por que ao longo de quase oito anos na Prefeitura nunca realizou licitação para o sistema de transporte, nem explicou (ou deu sua versão) acerca dos alegados excedentes de 22 centavos no preço da passagem. Homem de palha, com cérebro de milho (mas bolso de ouro), enrola ao invés de explicar, argumenta uma hitchcoquiana armação política para esconder que ele sim, ao invés do outro que jactou-se par de anos atrás, talvez seja um dos homens mais ricos do Amazonas. Infeliz do caminhoneiro que viabilizou a saída desse infeliz da região desgraçada onde nasceu. Infeliz dos Amazonenses, que agora haverão de resolver, ao menos simbolicamente no voto, o que a seca, a fome e a praga não fizeram com ele antes do primeiro ano de vida.
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