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28 novembro, 2004

Diário póstumo de um cinéfilo (1)
Por Fran Pacheco

Não conta pro Robério não, mas está todo mundo no Festival de Brasília. Como não conheço nenhum médium por lá, fico por cá, a ver o nosso (dele) Festival. O eterno secretário da Cultura Roberiana, astuto como só ele em matéria de números, emplacou na imprensa nacional que será um festival com 148 filmes. Repetindo: 148 filmes! Leon Kakof e sua Mostra de São Paulo que se cuidem.Nem vou estragar a festa do secretário dizendo que deste montante, 92 são os tais vídeos de 1 minuto. Vão passar nos terminais de ônibus, local ideal para o povão se divertir (ou não) durante uma hora e meia de projeção enquanto o busão não chega.

Às voltas com pendências no meu espólio e com tentativas de exorcismo contra o médium responsável por este blogue, não pude baixar na grande cerimônia de abertura. Irmão Paulo, com seu bem conservado crachá do Estado de São Paulo, entrou lá e viu tudo. Vem chumbo grosso por aí.

Vou me esforçar, doravante, para assistir a todos os filmes com mais de quinze minutos. Pagar, eu não pago entrada mesmo. Quando em vida já era assim, eu nunca pagava. Eu vinha com aquela cartola e um ar imponente de Kaiser, que esmigalhava com o olhar o moleque da bilheteria, e ai dele se me pedisse o ingresso. Ai dele! Hoje, em estado etéreo, as coisas estão mais fáceis. Ai de quem benzer a entrada do cinema e tentar deter minh'alma.