Image hosting by Photobucket

15 novembro, 2004

Canção para uma Senhôra de 115 annos
Por Fran Pacheco


Nossa aniversariante do dia,
a Meretríssima República da Botocúndia,
em traje de gala . (Inteiraça, não acham?)


Minha República tem duas tetas
Onde mamam os marajás;
Os urubus que aqui rapinam,
Não rapinam como lá.

Nossa Lei tem mais brechas,
Nosso Erário tem mais plata,
Nossas repartições têm mais cabides,
Nossos cabides, mais aspones.

Em locupletar-me - sozinho, ou em bando -
Mais bufunfa encontro eu lá;
Minha República tem mutretas
Que deleitam os carcarás.

Minha República vende favores,
Que é um toma-lá-dá-cá;
Em locupletar-me - sozinho, ou em bando -
Mais babita encontro eu lá;
Minha República tem duas tetas
Que empanturram os marajás.

Não permita Zeus que eu morra*
Sem que eu ganhe uma sinecura;
Sem que desfrute as regalias
Que não encontro eu por cá;
Sem qu'inda mame nas tetinhas
Onde mamam os marajás.

(*Com a devida licença poética, pois morto já estou.)